Entre Margens

«Uma ex-carequinha e um carequinha, pretendem mostrar o espírito do Cancro com Humor. Não somos cantores, queremos ser inspiradores e mostrar que precisamos mais de uma bela gargalhada, do que de um pote de pena!»



Guerreiros! É a primeira palavra que me salta do coração quando vejo pessoas determinadas a não desistir da vida.

Todos nós, em algum momento, tropeçamos num obstáculo que não esperávamos encontrar no caminho. Mas cabe-nos a nós decidir se vamos continuar no chão ou se nos vamos levantar, sacudir a poeira e vencer.

Vencer. Talvez seja a palavra de ordem. E eles vencem a doença todos os dias, quanto mais não seja porque lhe dão luta, porque não se conformam com o prognóstico. E mesmo que a batalha seja inglória, foram uns verdadeiros heróis por escolherem viver com dignidade, por eles, pelos seus, e por usarem todas as armas que tinham ao seu dispor. Para mim, que pouco sei da vida ao pé de quem a tem posta à prova todos os dias, não há armas mais poderosas do que o nosso querer e a nossa força. E os nossos, que caminharão sempre ao nosso lado.   

Acredito mesmo que há pessoas inspiradoras, que podem mudar o mundo com a sua história de vida. E acredito com tudo o que tenho que há pessoas que têm um coração gigante, capaz de nele caber este mundo, o outro e mais algum que possa estar por descobrir. Aquilo que fazemos pelo próximo nunca é em vão. E mesmo que, no fim, esta doença estúpida leve a melhor, tenho a certeza que pela sua força e pela sua luta constante conseguirão inspirar alguém a não desistir. 

Todos os dias, há milhares de heróis anónimos que alcançam feitos históricos. E todos eles mereciam receber uma medalha pela luta que travaram. E todos aqueles que a perderam, não foi por terem baixado os braços. Apenas há alturas na vida em que esta doença consegue ter armas mais poderosas do que a força de vontade. 

Querer é poder. Sempre ouvi isto. E eles querem viver. Muito. E fazem por isso. Só que, por vezes, não conseguimos controlar os dissabores. E é verdade, ninguém disse que era fácil. Ninguém disse que tinham que cair muitas vezes para se erguerem mais fortes. Ninguém disse que o sentimento de impotência de quem vive a doença por fora iria consumir-nos por completo. Mas «custa menos se sorrires». E se acreditares. 

Eles acreditaram, lutaram e não se deixaram vencer. E ainda brincaram com isso. São exemplos assim, carregados de coragem, que nós precisamos de seguir. Até porque a esperança é a última a morrer. E, entretanto, eles vão correndo da doença, deste «cancro idiota», e vão abraçando a vida que têm pela frente.




Eu nunca serei capaz de os homenagear como eles merecem, por isso  refugio-me na letra de uma música do Boss AC (acompanhado pelos Shout), cujo título lhes encaixa na perfeição - «Tu és mais forte». E eles são mesmo os mais fortes. Sempre. Porque acreditam que a vida é preciosa e que o tempo deles ainda não chegou ao fim. E eu acredito que eles ainda têm muito para viver. Para partilhar. Para conquistar!

«Tu mereces muito mais
És forte, abanas mas não cais
Mesmo que sintas o mundo a ruir
Quando as nuvens passarem vais ver o sol a sorrir
A estrada não é perfeita
Apenas uma vida, aproveita
Só perdes se não tentares
E não desistas se falhares
(...) 
Limpa as lágrimas e luta
Segue o teu caminho e escuta
A voz dentro de ti
As respostas que procuras, dentro de ti
Acredita em ti que tu és
Mais forte e tens o mundo a teus pés
(...)
Nem tudo é fácil mas assim dá mais gosto
Quando acreditas a força nunca se esgota
(...)
Tu és mais forte e sei que no fim vais vencer
Sim, acredita num novo amanhecer
Não tenhas medo, sai à rua e abraça alguém
E vai correr bem, tu vais ver»


«Português revoluciona campanha de chocolates Milka

Por detrás da nova campanha dos chocolates Milka está um cérebro português. O publicitário Miguel Durão apostou no sentimentalismo e levou a marca suíça a fornecer tabletes sem um dos quadrados, fortalecendo, de forma inovadora e criativa, a ligação com o consumidor.

A trabalhar para a agência francesa Buzzman Paris desde Abril de 2012, Miguel Durão é o responsável por detrás da nova campanha da Milka, 'O Último Quadrado', avança o site da Briefing.
A ideia 'obrigou' a marca chocolateira a revolucionar, por completo, a sua linha de produção, por forma a produzir, para o mercado francês, mais de 10 milhões de tabletes sem um quadrado. No lugar vazio, sem chocolate, vem antes um código que o consumidor pode usar, na Internet, para enviar o bocadinho de chocolate em falta a alguém especial ou, em alternativa, a reclamá-lo para si próprio. Na primeira opção, o site da Milka permite que a oferta seja acompanhada de uma mensagem pessoal para o destinatário.
A campanha veio alterar a base de toda a produção do chocolate Milka, mas o objetivo é compensador: promover a ternura e a sensibilidade entre as pessoas e reforçar a ligação dos consumidores à marca.
A proprietária da marca - a Mondelez International - prevê promover a campanha 'Le Dernier Carré' ('O Último Quadrado) até Fevereiro de 2014, com anúncios televisivos e publicidade em plataformas online.
A inovadora ideia pode lançar Miguel Durão para o topo da lista de candidatos aos prémios em Cannes e juntá-lo a outros portugueses já distinguidos com o prémio. É o exemplo de Hugo Vieira, com uma campanha para a marca Dove, e de João Coutinho, que desenvolveu o 'Imortal Fãs'.
O percurso de Miguel começou em Nova Iorque, em 2005, na Needleman Drossman & Partners. No regresso a Portugal, passou pela McCann Erickson Portugal, a BBDO e a Fullsix».




Portugal não rima com afeto, mas bem que podia. É que, de facto, sempre fomos um povo com os sentimentos à flor da pele e esta notícia é prova disso mesmo.

Imaginem o que é irem à vossa caixa de correio e receberem uma carta da Milka, onde lá dentro encontrariam um quadradinho de chocolate com uma mensagem especial, de alguém especial. Para além da surpresa, a ternura do gesto é suficiente para nos ocupar a nossa pequena casa plantada no lado esquerdo do peito. E a ideia só podia vir de um português 

O último quadrado, embora seja feito da mesma forma que todos os outros, sabe mesmo melhor. Talvez por ser o último, talvez porque não queremos que acabe, talvez porque existam tantas outras opções. Mas que é uma ideia de nos deixar de água na boca, lá isso é.

Portugal também devia rimar com talento. E criatividade. É que somos melhores do que aquilo que, por vezes, nos dizemos. E ainda bem que há pessoas como o Miguel Durão que têm a capacidade de ver além daquilo que lhe apresentam e trabalha para revolucionar o mundo. Hoje foi com o chocolate, amanhã pode ser outra coisa qualquer. Basta querer! 

Continuo a acreditar nas pessoas e no facto de o talento ser capaz de mudar o mundo. E acredito que a vontade e a perseverança nos concretizam os sonhos. Temos é que arriscar. E não desistir. E a juntar a isso, se pudermos adicionar todo o nosso coração, não digo que baste estalar os dedos e temos sucesso garantido, mas, pelo menos, abrimos a porta que nos leva a novos voos e a lugares mais altos. 

Um dia que não saibam o que oferecer a alguém, se essa pessoa gostar de chocolate, vão ao supermercado e comprem uma tablet de Milka. Deliciam-se vocês e derretam o coração de quem receber a prenda. E mesmo que não tenham a quem dar, ofereçam uma prenda a vocês próprios. Afinal, há alturas em que todos nós precisamos de um miminho. 

Mentes brilhantes têm ideias brilhantes. E imaginem o louco que é saber que foi um Português a mostrar-nos que temos mais talento do que aquilo que por vezes acreditamos ter. É por isso que eu tenho tanto orgulho no meu país. Porque, mesmo que não seja todos os dias, há sempre alguém que me mostra que somos bons. Tão bons ou melhores que os outros. E há sempre alguém que me mostra que nunca é hora de desistir de Portugal. 

Mesmo que eu quisesse, não seria capaz disso. Ser português está-me bem entranhado no sangue, na alma e no coração. E orgulho-me disso! 



Quantos a vocês não sei, mas eu saberia perfeitamente a que pessoas gostaria de presentear com esta iniciativa. E talvez o faça. É que o último quadrado, por ser o mais saboroso, só se partilha com os nossos, com quem nos derrete o coração. Só o partilhamos com os melhores, porque sabemos que o devorarão com a mesma satisfação com que nós o faríamos.

Portugal não é apenas "um jardim da Europa à beira mar plantado". É um país com pessoas que privilegiam os afetos. Pessoas com sentimentos leais e ternos. De pessoas com talento. E com visão criativa. E arrepia-me a espinha saber-nos a crescer. Aos pouquinhos. Mas a deixar a nossa marca no mundo.

Vai um quadradinho de Milka? É o último!   


«Juntos há 65 anos, casal dos EUA morre no mesmo dia, com 11h de diferença

Harold e Ruth Knapke casaram no dia 20 de Agosto de 1947, na cidade de Saint Henry, no Estado de Ohio (EUA). Pouco antes de completar 66 anos de casamento, os dois morreram numa casa de repouso, com uma diferença de 11 horas.

Familiares de Harold e Ruth contaram que o fim da sua história de amor reflectia a devoção entre os dois durante os 65 anos em que ficaram casados.
«Eu acho que todos nós concordamos que não foi uma coincidência», disse à ABC News Carol Romie, um dos seis filhos do casal. «Quando a minha mãe ficou doente, nós tentamos deixar claro para o meu pai que ela não ia sobreviver, e ele ficou bastante agitado por alguns dias, a princípio. Depois, ficou calmo, e acho que decidiu: 'Não, ela não vai sem mim.'»
Harold morreu no domingo, aos 91 anos, às 7:30. Ruth morreu às 18:30, aos 89 anos de idade. Os dois morreram no quarto em que viviam juntos há dois meses.
O casal criou os filhos em Fort Recovery, onde Harold trabalhou como professor, director e treinador numa escola, e Ruth trabalhou como secretária escolar.
Os dois tornam-se amigos «de correspondência» na 2ª Guerra Mundial, quando Harold conheceu o cunhado de Ruth, Steve, enquanto servia fora dos EUA. Harold veio a saber que Ruth vinha de uma cidade próxima à sua.
«O tio Steve sugeriu que ele enviasse cartas para ela, e assim eles começaram», disse Romie. «Essa é uma daquelas histórias de amor que não se vê nos filmes.»
Após a morte do casal, os seus seis filhos, 14 netos e oito bisnetos realizaram o enterro num cemitério de Fort Recovery. O cortejo fúnebre fez uma parada em frente ao imóvel onde a família morou, em homenagem ao desejo do casal de «voltar para casa» enquanto esteve na casa de repouso».






Sempre gostei de histórias como esta! 

A descrença no amor tem sido notória. Hoje troca-se um jantar romântico por uma ida à discoteca. Troca-se um passeio no parque por uma saída para beber. Troca-se a confiança pela desconfiança. A harmonia por discussões supérfluas e inúteis. Uma vida inteira por um momento. Hoje troca-se o amor por outra coisa qualquer. Mas como li em tempos "Não sejam tolos, não falta amor - falta amar". 

O que falta é mesmo isso, é saber amar. É lutar sem desistir. É enfrentar os problemas e não virar-lhes as costas. Não acredito no "olho por olho, dente por dente". Acredito em pessoas que, com todo o coração, podem conquistar o mundo por serem capazes de continuar mesmo depois de todas as adversidades. E o amor precisa de soldados, de guerreiros que enfrentam batalhas e conquistam guerras. O amor precisa de pessoas que o saibam cuidar. E que mesmo quando perdem a batalha não desistem de acreditar, de sonhar, de amar.

Sempre acreditei em histórias de amor. Talvez pelo facto de ter perto de mim histórias que resistem ao tempo, à sorte adversa e a tudo. Porque amar é mesmo isso: é resistir a tudo, mas a dois. Com os dois a remarem para o mesmo lado, sem se sobreporem. 

Quando vou na rua e vejo casais de mãos dadas, em que claramente se vê que o tempo lhes enrugou as mãos e as expressões, mas não o coração, acredito que ainda há contos de fadas. Dos modernos, onde já ninguém namora à janela nem escreve cartas de amor, mas envia mensagens e troca o cavalo por um Mercedes. Mas ainda existem, ainda enfrentam "os maus" para salvar a princesa, e ainda querem acabar com um "e foram felizes para sempre". Só já não se procura pela donzela a quem irá servir o sapato, nem se enfrentam Dragões para beijar a bela adormecida que espera pelo seu príncipe encantado. Agora espera-se que o telemóvel toque, espera-se por um convite para jantar ou uma ida ao cinema. 

E eu acredito, quando os vejo, que a doçura daquele olhar carrega uma vida inteira de memórias. De altos e baixos. De tudo. Mas carrega, sobretudo, um grande amor. E histórias assim fazem-me pensar nos meus avós, nos meus padrinhos e nos meus pais. E fazem-me sentir que o "sim, aceito", não é apenas uma formalidade, uma tradição, mas sim um aceitar as fraquezas, os defeitos, as quedas do outro e trata-las como se fossem a sua própria vida. 

Vivo rodeada de amor. Sempre vivi. Os meus pais fizeram vinte e cinco anos de casados e têm muitos mais pela frente, os meus padrinhos já passaram a barreira dos cinquenta e os meus avós, por todo o amor que tinham, viram-se privados um do outro mais cedo do que aquilo que queriam (será sempre cedo, por mais aniversários que se contem). Quis o destino que o meu avô partisse no dia em que eu fazia quatro anos. Mas há dois anos atrás, quando a vida me levou a minha avó, acredito que se voltaram a encontrar, e agora estão novamente de mãos dadas e com o mesmo amor que partilharam durante largos anos. 

Um dia, talvez queira o destino que eu viva a minha própria história de amor. Por enquanto, comovo-me com estas que vou lendo. E sabendo. E partilhando diariamente. E vou acreditando que quando é amor é para sempre, porque aquilo que é verdadeiro nunca se desgasta, nem nunca se perde, conquista-se dia após dia. 

Um amor assim ocupa-nos a vida toda. E sabe esperar pela outra metade do seu coração. Até que chega o dia em que o teremos que viver noutro lugar. Longe daqui. Longe dos nossos. Mas sempre perto daquele que foi o amor da nossa vida. E a nossa vida por inteiro. 


«Deco anuncia final da carreira

Um comunicado explica as razões para o ponto final na carreira aos 36 anos.
"É com muita tristeza e pesar que comunico o fim da minha carreira como atleta profissional. Os últimos minutos na quarta-feira pelo Fluminense foram os últimos dos 17 anos dentro de campo como jogador de futebol. Gostaria muito de continuar até ao final deste Brasileirão e ajudar a colocar a equipa novamente na Libertadores. Gostaria muito de ter ajudado muito mais o Fluminense, mas o meu corpo não me permitiu. Deixo claro que me dediquei, esforcei e muitos me apoiaram para que eu seguisse até ao final do ano. Fisicamente poderia jogar, mas os meus músculos não suportam mais. Obrigado a todos pela confiança e carinho", lê-se» aqui





É com tristeza e lágrimas nos olhos que recebemos algumas notícias. Esta é uma delas.

Desde pequenina que o meu coração sempre bateu por estas duas cores. A convicção de ser portista e o amor que cresceu comigo não deixa margem para dúvidas de que este orgulho que me corre no sangue é mais do que aquilo que algum dia poderei e saberei definir. 

Muito daquilo que sou enquanto adepta deve-se a jogadores como tu, que sempre entraram em campo com o coração nas mãos e o emblema no lado esquerdo do peito. Muito daquilo que eu sou enquanto portista o devo a ti, que também foste responsável por este amor crescer. E lembro-me de ver os jogos e ver-te a ti, de sorriso no rosto e garra no teu correr. A luta, a entrega, a dedicação sempre foram uma constante. E no dia em que saíste da nossa casa, para abraçar um novo futuro, um bocadinho do meu coração foi contigo. Como acontece com todos aqueles que deixaram tanto dentro daquele estádio, no relvado, na história daquele que será sempre o nosso clube e nos nossos corações. 

Quando um dia tiver filhos, não sei se vão gostar tanto de futebol como eu, nem sei se vão sentir este clube tanto quanto eu o sinto, mas acredita que vão ouvir falar de ti. Muito. É que há sempre tempo e lugar para falar de Guerreiros como tu.

Nunca me esquecerei daquela dia de glória em que marcaste um dos três golos que nos deram a vitória na Liga dos Campeões. Nem me esquecerei de toda a magia que deixavas em campo. Era impressionante a tua capacidade de superação, a raça com que disputavas cada jogada, a beleza de cada pormenor. És um jogador fora de série. Digo és e não eras, primeiro porque ainda é difícil aceitar que chegou ao fim, mas principalmente porque um jogador como tu nunca se esquece. Nem se encontra com facilidade. 

Ficam as memórias de tempos felizes e de coração cheio. As minhas memórias de menina a vibrar quando vos via entrar em campo e te via sempre igual a ti próprio, a lutar por essas duas cores, pela tua equipa e por nós que, sentados naquelas bancadas ou em frente ao televisor, gritávamos a uma só voz. Agora ficam as memórias de um mágico com um coração do tamanho mundo, uma elegância sem igual e um verdadeiro senhor.

É fácil perceber a admiração e a tristeza que hoje partilho com milhares. E é fácil perceber as saudades que me invadem agora que te escrevo. Há poucos como tu, dotados de um talento impressionante. E a humildade que te acompanhou durante todo o teu percurso só te tornou ainda mais especial. 

Só me resta um obrigado infinito, porque o resto confidenciei-te em segredo no decorrer de cada jogo, em todas as lágrimas de felicidade e nas de tristeza também, nos gritos de fúria e de vitória, nos festejos, nos sorrisos, nos aplausos. E a ti aplaudo-te de pé, como se faz com os grandes.

Inevitavelmente, isto teria que acontecer. Um dia. Não agora. Não agora pois ainda é muito cedo. Seria sempre cedo porque és tu que despes a camisola e pousas as chuteiras na prateleira. E és tu que vamos deixar de ver dentro de campo. É isso mesmo, és tu e por isso é que custa tanto. Como custou quando o Vitor Baía (outro gigante) anunciou o mesmo futuro.

Quando ainda era uma menina, que pouco sabia de futebol além dos vossos nomes, das nossas cores e do amor que sempre carreguei no peito, habituei-me a guardar imenso recortes vossos. Daqueles tempos, de tempos nossos e de tempos posteriores à tua saída. E hoje quando folheio aquelas capas cheia de imagens de jornais e revistas, sinto a nossa história, o nosso percurso e os nossos feitos a desenrolarem-se diante dos meus olhos, como se os vivesse novamente. E digo nossos porque foram vocês a conquistá-los, mas à minha maneira, longe ou perto, festejei-os convosco. Agora cresci, já não guardo os recortes que fazia aos jornais, mas não me consigo desfazer deles. É impensável. São eles que me mantêm perto daqueles dias e de pessoas admiráveis como tu. E junto a eles guardo uma camisola tua, que comprei não me recordo onde, mas que me encherá sempre de orgulho. Quando o coração apertar de saudades, voltarei a olhar aqueles recortes de papel e a tua camisola, e sentirei novamente que foste dos melhores que passaram por este clube, que o estimou com um amor igual ao meu e ao qual um dia chamaste casa e disseste que era o teu clube do coração.

Até um dia, mágico dez. Ficam as memórias e as saudades redobradas de te ver novamente com as nossas cores, em nossa casa. E ficas tu. Sempre tu. Porque nunca serei capaz de me esquecer de ti. 






«É o número dez,
Fita com o dois pés.
É melhor que o Pelé,
É o Deco allez, allez»    

«Há uma história na minha pele, que às vezes lês com a palma da mão (...) é como um silêncio que te fala sobre mim. Eu tenho tanto para te dizer. É qualquer coisa assim: chega mais perto. Há bagagem no meu ontem, como rugas no meu coração. Por mais que os meus olhos te contem, eu digo não, não, não! Mas tu decoras-me e consegues-me fazer corar. Devolve-me o chão debaixo dos pés, diz-me quem és. Chega mais perto».



Gosto de música portuguesa. E esta é da boa. 

Lembro-me de há coisa de um ou dois anos atrás, em conversa com amigos, estarmos a falar de música e eu dizer que o Rui Veloso era (e continua a ser) o meu favorito de todos os tempos. De todos que existem e ainda estão por descobrir. E, como não poderia deixar de ser, a música da minha vida é dele. Nunca me esqueci de ti, é a tal. E em tom de brincadeira costumo dizer que um dia que um rapaz me cante isto caso-me na hora. Mas calma, é mesmo em tom de brincadeira, porque é preciso um bocadinho mais do que me cantar ao ouvido para me conquistar.

Na altura, alguém me perguntou muito surpreendido "dos estrangeiros também?". Sim! Foi a minha resposta rápida, como se já balançasse na ponta da língua. Dos estrangeiros também. É que eu gosto muito daquilo que é nosso, e desde cedo que me habituei a ouvir música em português. Ao fim destes anos todos, o amor por ouvir cantar na nossa língua só mudou porque é maior. De resto, permanece.

É verdade que também ouço música estrangeira, e há cantores e compositores que gosto muito. Mas há algo no que é nosso que me arrepia a pele, que me aconchega o coração e me aquece a alma. Há algo no que é nosso que o faz sentir de todos nós, como se cada um contribuísse com um bocadinho até o resultado final.

Não passo um dia sem ouvir música, gosto de quase todo o tipo, e gosto particularmente de descobrir músicos novos. Sobretudo se for produto nacional. Talvez por isso me prenda ao ecrã com programas como "Uma canção para ti", "Ídolos", "A voz de Portugal" ou "Operação Triunfo". É que mostram-nos daquilo que temos melhor, só é pena é que depois muitos caiam no esquecimento porque ainda se dá pouco valor à arte. E a música é uma arte.

Carolina Deslandes não é o Rui Veloso. Nem o poderia ser se quisesse. Mas é muito talentosa naquilo que faz. Além disso tem um vozeirão fantástico. E eu gosto de a ouvir, desde o tempo dos ídolos com aquele olhar inocente, mas com uma voz poderosa e uma atitude em palco que mostrava que tinha vindo para ficar. Depois tem sabido não cair no esquecimento, tem trabalho por oportunidades e o resultado é o que se vê. 

Há mais músicas para além desta. E se me é permitido recomendar alguma coisa, ouçam também "Não é verdade", "Maus Hábitos" e "Amor de cinema". Têm ritmo, têm letra, têm sentimento. 

O talento não se esgota, e se forem apreciadores de música (custa acreditar que existe alguém que não seja), procurem também por Martim Vicente, Filipe Pinto, Salvador Seixas, João Simões (ou melhor, João Bota), João Seilá, Diogo Piçarra, e tantos outros. Falo-vos destes que estiveram num programa de televisão. E se, por um lado, a exposição é boa, por outro, também facilmente os perdemos de vista. Mas estes têm dado que falar, pelos melhores motivos. 

Em Portugal faz-se boa música. Está na hora é de se fazerem bons ouvintes. E de se lutar pelas causas certas.    
Fotografias retiradas do site zerozero.pt

Gverreiros (não, não é erro, descansem), por norma, associa-se ao Minho. Os Gverreiros do Minho. Os guerreiros do SC Braga que já nos têm habituado a bons momentos. E se há coisas que admiro numa equipa uma delas é a sua capacidade de superação. SC Braga também signifca isso: superação. Além de união, entrega e paixão.

Hoje entraram em campo para disputar a primeira mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa. No final dos noventa minutos, os vermelhos de Braga tinham um golo marcado e o jogo resolvido. Agora estão a um passo da fase de grupos. Abriram as portas com confiança e estão a outros noventa de carimbar a passagem. E se há coisa que os Gverreiros do Minho fazem é entrar em campo sem medos e batalhar até ao fim. Eu chamo a isso garra. Raça. Determinação. E um verdadeiro guerreiro é isso tudo.

Mas os passos certeiros e as portas abertas não se limitam apenas ao Braga. É que hoje há outros Guerreiros que merecem igual destaque: os Guerreiros do Estoril.

Uma hora e meia depois do apito para o início do jogo na Roménia, entrava em campo a equipa de Marco Silva que, jogando em casa, tinha o amor dos seus. E sendo os adeptos o décimo segundo jogador, talvez isso os tenha feito lutar com mais garra. Quem lá esteve, com certeza que saiu satisfeito. É que o Estoril marcou dois golos e ganhou o jogo, ficando mais perto do objetivo.

Devagarinho começaram a escrever uma nova história. E talvez façam história. E talvez façam abrir os olhos para uma equipa que ainda tem muito para crescer. É que por aqueles lados também há muita garra e superação, e muita vontade de chegar longe.

Cá para mim, acabamos o dia com mais uma equipa de Guerreiros. Se já tínhamos os do Minho, agora juntamos os do Estoril. Habituei-me a escrever Guerreiros com o G em maiúscula porque é o meu sinal de grandeza para o percurso que têm feito. Só os grandes conseguem feitos importantes e eles têm sido gigantes. Que a sorte esteja do lado de ambas as equipas no próximo jogo.

Em Portugal há Guerreiros, hoje foi a prova disso (mais uma vez). E são dos bons. Parabéns!     


Em altura de despedidas (isto porque duas amigas vão para fora), nada melhor do que nos juntarmos para um até já, que será mais prolongado do que o costume. Mas como eu não acredito em "adeus" nem "até um dia", digo um até já, porque por mais prolongada que seja a ausência elas estarão sempre comigo, ali bem protegidas na minha casa do lado esquerdo do peito. 

Entre a indecisão do que deveríamos fazer, e quando deveríamos fazer, lá acabamos por decidir jantar na segunda-feira, acompanhando a saída com um jogo de bowling. Pânico! Não, nada disso, estou a brincar. 

É verdade que nunca tinha jogado, e como boa principiante que sou o primeiro pensamento que tive foi de nem sequer conseguir pegar na bola, ou então não acertar em nenhum pino. É verdade que não acertei em muitos (se bem que numa das tentativas só me falhou um pino para fazer strike), mas consegui pegar na bola e houve tentativas em que até a mandei mais ou menos direita. A falta de talento para esta arte é notória, mas compensei na diversão. É que aquilo é altamente viciante.

O resultado não é o que podem ver na imagem, acabei com uns simpáticos 39 pontos... e acabei em último lugar. Mas nada disso importa quando estamos acompanhados dos nossos, quando nos rimos com os nossos e aproveitamos os momentos da melhor forma. Não tenho jeitinho para jogar bowling (talvez o consiga com treino), mas tenho as melhores amigas do mundo, e isso é o mais importante.

Por isso, vejam lá se voltam rápido. É que eu quero a desforra!


És o meu orgulho e o irmão que nunca tive. 

Para ti nunca saberei escrever, pois nunca o sabemos fazer para as pessoas que amamos. Mas estarei sempre aqui. E se há pessoas que merecem que a vida lhes dê tudo de bom tu és uma delas.

Parabéns, primo <3 
Imagem retirada da galeria d' O Jogo

Vi um Paços de Ferreira a agigantar-se, a deixar tudo em campo, a lutar com garra, sem baixar os braços. Vi uma equipa vestida de amarelo e verde que, em nenhum momento, se deixou amedrontar pelo adversário que lhe calhou em sorte (ou na falta dela).
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andreia morais

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O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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