as coisas maravilhosas de outubro

Fotografia da minha autoria



Outubro não foi bem o outono que esperava e eu já estava pronta para vestir mais camadas e pedir bebidas mais quentes. Ainda assim, depois dos primeiros dias de inquietação, passou leve, com planos mais caseiros e sessões de escrita que escalaram para sessões de «ventilação do coração».

Curiosamente, foi um mês com menos eventos culturais na agenda, mas não sinto que tenha demorado a passar. Além disso, sinto que a maior conquista foi mesmo conseguir maturidade emocional suficiente para fechar ciclos e despedir-me do entre o verso e o silêncio com as palavras que precisava.


as coisas maravilhosas de outubro


 os fragmentos aleatórios

A Taylor Swift lançou The Life Of a Showgirl e, mesmo sem ter ouvido o álbum, comprei o vinil na pré-venda da Fnac, porque fazia-me todo o sentido ficar com esta recordação. Adorava ter conseguido comprar a versão em roxo, mas esta universal também é lindíssima e tem tocado com alguma regularidade.

O Diogo Piçarra comemorou dez anos de carreira e, para assinalar esse marco, convidou dez artistas emergentes para reinterpretarem dez temas à sua escolha, o que resultou num cd. Uma vez que é um dos meus artistas de eleição, é claro que também não perdi a oportunidade de comprar o álbum. E que bem que ele fica perto dos outros que tenho na estante.

Nunca me deslumbrei muito com maquilhagem, mas os batons sempre foram uma perdição. Atualmente, estou mais alinhada com os lápis de lábios e rendi-me por completo aos da Essence, porque acho que a relação qualidade-preço é excelente.

Um jantar de amigas foi a oportunidade ideal para descobrir, finalmente, o Maria Morcona, um restaurante a transbordar identidade portuense. Hei-de falar-vos mais detalhadamente sobre ele, mas achei tudo maravilhoso e é claro que quero regressar.

      

   

Outros fragmentos aleatórios: o autocolante oferecido pela minha professora de português do básico, o batom Superstay Matte Ink na cor 35, as chamadas de aniversário surpresa menos surpresa da história.


 as músicas e os álbuns

Sinto que outubro esteve recheado de música que me encheu as medidas, com muitos lançamentos novos a deixarem marca. Claro que regressei sempre aos artistas do costume, mas fui alternando, permitindo-me descobrir registos distintos.

As músicas que marcaram o mês: Santa, Mimicat | Mentira, Gama WNTD | Armadura, Zarko | Addicted, Haley Joelle | Maré, Ricardo Ribeiro & Ana Moura.

Os álbuns que marcaram o mês: The Life Of a Showgirl, Taylor Swift | After The Sun Goes Down, Khalid | DEZ, Diogo Piçarra.


 as publicações

As publicações têm sido mais escassas e espaçadas, porque continuo à procura da voz que quero para este projeto. Ainda assim, destaco duas:



 os filmes, as séries e os podcasts

Para este segmento trago um making of, um episódio de podcast, um vídeo de homenagem e uma série.

Filmar Para o Boneco: A nossa convivência já é longa o suficiente para que não seja segredo o quanto adoro o plano dos bastidores, o quanto me entusiasma compreender a origem e, quem sabe, os detalhes que só conhecemos quando nos abrem esta porta. Por isso, é claro que fui ver Filmar Para o Boneco, o making of da série de televisão FELP. Desde o início do projeto «até à gravação da cena final, realizador e argumentistas, técnicos e atores desvendam os segredos de uma série em que humanos e bonecos interagem num mundo de ficção, mas com muitas semelhanças com o nosso quotidiano». Sou suspeita, mas vale a pena.

Margarida Santos no Geração 90: A voz da Margarida Santos é muito necessária, uma vez que comunica saúde nas redes sociais com conhecimento e de forma clara e acessível. Recentemente, foi convidada do Geração 90 e, entre outros assuntos, realçou a importância de se promover literacia na saúde, de se adotar um discurso direto, para que não existam tantas assimetrias. É fundamental que as pessoas compreendam o que estão a ouvir e, por isso, adequa a sua linguagem para que qualquer um a entenda. Além disso, em conversa com Júlia Palha, refletiu sobre consumismo, sobre a importância de termos um propósito e qualidade de vida, porque isso também afeta a nossa saúde — por exemplo, está documentado o impacto que a cultura tem nessa área da nossa vida, portanto, não faz sentido que seja algo de luxo. Com um tom franco, creio que ficamos todos mais sãos por a ouvirmos.

Homenagem GNR - Pronúncia do Norte: Os GNR celebram 45 anos e a Rádio Comercial reuniu 29 artistas nacionais para uma homenagem à banda. A música escolhida foi a inigualável e comovente Pronúncia do Norte, o que pode ou não ter-me deixado em lágrimas — claro que deixou, quem é que quero enganar? É um dos meus temas favoritos e acho sempre mágicas estas ligações.

Casa-Abrigo é inspirada em histórias reais de mulheres vítimas de violência doméstica: Vera, Madalena, Conceição e Gabriela têm percursos distintos, mas une-as o passado doloroso. A viveram juntas na mesma casa, auxiliam-se na tentativa de redescobrirem o lugar que ocupam, ao mesmo tempo que procuram «conquistar a independência e a segurança» necessárias para recomeçarem as suas vidas noutro sítio. Cada episódio é dedicada a uma das mulheres e a Joana, a psicóloga que as acompanha e gere a casa de abrigo. Contudo, é claro que em todos eles existirá uma partilha cruzada de vivências.


 os livros

A tbr foi aumentando ao longo do mês, enquanto a lista de livros por ler foi diminuindo, deixando-me com uma margem maior para dar uma resposta mais imediata aos que estão na estante e permitindo-me começar a explorar novas opções através do Kobo Plus e da BiblioLED.

Os favoritos do mês: Enquanto o Fim Não Vem, Mafalda Santos | Conduz o Teu Arado Sobre os Ossos dos Mortos, Olga Tokarczuk | Catarina e a Beleza de Matar Fascistas, Tiago Rodrigues.

Outros livros lidos: Lavores de Ana, Ana Cláudia Santos | Um Dedo Borrado de Tinta, Catarina Gomes | A Rapariga Com Gelo nas Veias, Karin Smirnoff | Uma Vida Incrível e Maravilhosa, Emily Henry | À Escuta dos Amantes, Júlio Machado Vaz | Atos de Desobediência, Helena Magalhães | Este é Um Livro Sobre Amor, Paula Gicovate | O Último Avô, Afonso Reis Cabral.


 os momentos

A tradição mantém-se e o Terapia de Casal volta a ter um novo espetáculo ao vivo em ano ímpar. Neste reencontro na cidade Invicta, não os fomos ver ao Hard Club, porém, estivemos a ver o Guilherme Fonseca e a Rita da Nova no Teatro Sá da Bandeira.

      

Fnac Talks com Manel Cruz

A estreia de Manel Cruz, em nome próprio, aconteceu com Vida Nova, em 2019. Este álbum, «eleito um dos melhores do ano pela crítica», leva-nos numa viagem por tudo o que falta revelar, pelas origens e pela «vontade de voltar ao estúdio e aos palcos». Em 2025, recebe uma nova edição, assim como o primeiro álbum de Foge Foge Bandido — agora em formato vinil triplo, «contendo o alinhamento original da obra» em questão.

Quase que o evento de apresentação destes dois trabalhos nos passava despercebido, mas ainda fomos a tempo de assistir à conversa conduzida pelo irmão de Manel Cruz, que foi interligando apontamentos intimistas e memorísticos com algumas reflexões acerca do meio artístico, das expectativas criadas e da identidade individual e coletiva.

   


Novembro, sê gentil 

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