Os meus 7 clássicos da literatura
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Fotografia da minha autoria |
«Ler é ganhar asas para o mundo»
Um livro é considerado um clássico pela inspiração que provoca a quem o lê. Pelo exemplo. Pela qualidade inegável da sua narrativa. Pela influência que tem numa determinada cultura. No fundo, é aquela obra que todos deveríamos conhecer, independentemente da altura em que o fizéssemos. Contudo, as pessoas são tão singulares nos seus gostos, que nem sempre partilham o mesmo apreço por aquilo que parece ser uma verdade irrefutável. E é esta diversidade que nos permite refletir. Porque, ainda que as suas conceções se assemelhem, há muitos pontos onde, certamente, acabarão por divergir. Existem histórias incontornáveis. Que se prolongam no tempo. Porém, será que nos despertam o mesmo interesse? Ou, ainda, será que nos marcam da mesma forma?
Naturalmente, existem parâmetros que nos permitem catalogar os livros segundo esta designação. E Fernando Pessoa, inclusivamente, chegou a citar que «um livro torna-se um clássico por falar essencialmente de sentimentos humanos, que são os mesmos em qualquer parte do mundo», o que facilita «a identificação da mensagem. Simultaneamente, «representam uma sociedade da época em que foi escrito», mas também «registam e inventam a complexidade do seu tempo». Apesar disso, esta definição não deixa de ser um pouco volátil, precisamente pela sua subjetividade. Pois existe uma procura constante em conciliar o lado mais histórico do enredo com o lado pessoal do leitor.
Foram publicados estudos que demonstram que estas obras-primas «estimulam mais o cérebro do que a literatura mais simples». E eu acredito, porque têm uma base mais densa, talvez mais distante e que nos leva, inevitavelmente, a uma pesquisa suplementar, ao mesmo tempo que nos faz refletir acerca das nossas experiências. Pessoalmente, sinto que há uma ocasião própria para cada leitura, que é diretamente proporcional à nossa maturidade. Por isso é que só compreendemos o significado de algumas mensagens quando, anos mais tarde, as relemos e outras deixam de pertencer à nossa lista de indispensáveis. Assumidamente apaixonada por esta arte tão nobre, tenho sete livros que me marcaram profundamente. Mesmo que, alguns deles, nunca venham a ser considerados grandes obras literárias, serão eternamente os meus clássicos da literatura:
O Principezinho: É a minha história favorita de sempre. E é uma das que faço questão de revisitar regularmente. Porque, como referi aqui, é carregada de magia, de valores, de ternura nas palavras. Além disso, apela à nossa imaginação e à vontade de sairmos da nossa bolha de conforto; reforça a importância da amizade e de confiarmos no nosso discernimento; e ajuda-nos a lidar com a angustia e a dor da perda. É daqueles livros que deve ser lido por miúdos e graúdos, porque a mensagem aplica-se a todos. E é extremamente poderosa na sua simplicidade!
A Desumanização: Foi amor à primeira vista [aqui]. Pela capa lindíssima. Pela temática. Pela reflexão que nos inquieta. Honestamente, acho que nunca li uma obra que falasse da morte com tanta beleza. O que pode ser estranho. No entanto, a dor de quem fica é retratada com tanto cuidado, que chega a ser poético. Simultaneamente, descreve o quanto a morte nos altera, a consequente sensação de vazio, as memórias que nos atormentam e a saudade que nos consome diariamente. Principalmente quando quem partiu nos era tão próximo. Fica a culpa. E a certeza de que há uma certa desumanização do ser humano durante as suas horas de maior sofrimento.
Como é Linda a Puta da Vida: Miguel Esteves Cardoso é um dos autores que mais me inspira. Porque a sua escrita é pertinente e mordaz. Foge do politicamente correto. E sabe fazê-lo com inteligência e brilhantismo. No Entrelinhas #27, mencionei que li muitas das suas crónicas. O que fez com que a minha vontade de conhecer as suas obras fosse cada vez maior. E a minha primeira escolha foi, precisamente, o título que mencionei anteriormente. E aquilo que me cativou foi o seu lado mais familiar, intimista, que nos fala ao coração. O sarcasmo não é tão evidente. E há uma certa melancolia. Mas o lado tão próprio e genuíno de MEC continua a estar bem presente.
A Criança Que Não Queria Falar: É baseado numa história verídica. E tem uma carga psicológica dura, desgastante e revoltante. Por outro lado, retrata uma ligação bastante comovente entre uma aluna e a sua professora. Torey Hayden trabalha com crianças que apresentam dificuldades mentais e emocionais, cujas vidas, muitas vezes, são marcadas por maus tratos e negligencia familiar. Precisei de respirar fundo para ler determinadas passagens, por serem dolorosas e chocantes. Chorei - e não tão pouco assim. Mas também sorri, porque foi uma batalha ganha, onde se criaram laços fortes. Poderia destacar outras obras da autora, mas esta foi a primeira que li. E que me permitiu conhecer o trabalho de uma profissional fabulosa!
Diário da Tua Ausência: É uma verdadeira carta de amor, que comove e que apaixona. A escrita de Margarida Rebelo Pinto fascina-me, pela sua leveza, pelos seus múltiplos pensamentos e por preferir falar sobre amor [aqui]. E, neste livro em concreto, tudo flui com bastante naturalidade. Há tanta verdade nas suas palavras, que facilmente conseguiríamos associar esta narrativa à vida de alguém. Tem, por isso, um contacto bastante próximo com o leitor. Paralelamente, não deixa de ser uma lição para quem ama. E a demonstração clara das repercussões de uma ausência e do quanto a esperança nos acalenta e nos alimenta a espera.
Orgulho & Preconceito: É, para mim, uma das histórias mais incríveis de sempre [e também poderia ter incluído o filme na lista dos que marcaram a minha vida]. A escrita de Jane Austen prende-nos do início ao fim. E o enredo está cheio de «equívocos, julgamentos apressados, que conduzem à mágoa e ao escândalo, mas também ao auto-conhecimento e ao amor». Por nos transportar para uma época específica, ficamos a conhecer alguns maneirismos e rituais da altura, na qual se destaca a importância do estrato social. É impossível ficarmos indiferentes a Elizabeth, cuja personalidade vincada e nada submissa levam à quebra de certos preconceitos; a Darcy, cuja arrogância não faz justiça à sua essência; e à história de ambos, que enfrentará algumas reviravoltas. É, de facto, um clássico. E uma obra verdadeiramente apaixonante!
Trilogia Millennium: Li os três primeiros volumes desta saga num só fôlego. Stieg Larson [que faleceu em 2004] tem um estilo «minucioso, detalhado e lento», e uma sensibilidade extraordinária, que faz com que cada parte da história encaixe na perfeição. A narrativa apresenta «um olhar extremamente perspicaz no que diz respeito às várias patologias da mente do homem e da mulher contemporâneos». Fortemente marcado pelo género policial, seremos sistematicamente confrontados por uma onda de mistério, suspense e crime. Nem sempre é fácil manter o mesmo nível de interesse de umas obras para as outras, mas nestas isso não será um problema. Cada novo acontecimento deixa-nos alerta. Além disso, nada é o que parece. E as personagens, tão bem construídas, adensam a imprevisibilidade do enredo. Neste momento, estou ansiosamente à espera que os últimos dois volumes [escritos por David Lagercrantz] sejam lançados em edição de bolso.
Quais são os vossos clássicos da literatura? Leram algum(ns) destes?
Muito interessante o seu blog e muito bem escrito.
ResponderEliminarGostei daqui.
: )
"Orgulho e Preconceito" é o próximo da minha lista, mas vou tentar ler em Inglês..
EliminarDa tua lista li: O diário da tua ausência, Como é linda a puta da vida, O Principezinho e a desumanização.
ResponderEliminarE os meus clássicos são: "A Lua de Joana", "Cal", "A Saga de um Pensador" e "Prometo Falhar".
Beijinhos!
Dessa lista tenho de admitir que orgulho e preconceito é um dos meus preferidos. E claro, trilogia milennium! Mas os clássicos HP e LOTR também devia estar aí XD
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Destes todos só li o Principezinho e gostei bastante.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Ando para ler Diário da tua Ausência a algum tempo mas entretanto pus outros livros à frente ;)
ResponderEliminarLi O Principezinho! Agora estou a ler «Crime e Castigo» de Dostoiesvki, numa edição de 1968 :)
ResponderEliminar*«O Principezinho»
ResponderEliminarO Principezinho e dos meus favoritos, ca em casa temos duas versões, a inglesa e a aquela que foi sugerida aqui por ti do Jose Luis Peixoto, as ilustrações estao lindas :) Adoro MEC e o meu marido e fã de Valter Hugo Mae :)
ResponderEliminarQuero mt ler esse A Criança Que Não Queria Falar :)
Muitos bjinhosss
https://matildeferreira.co.uk/
Gosto tanto de Orgulho e Preconceito *_* Já leste o Persuasão da mesma autora? É fantástico. As irmãs Brontë também seguem um género literário semelhante e escrevem maravilhosamente.
ResponderEliminarTambém li A Criança que Não Queria Falar e o seguimento, quando a menina já é adolescente. Vale a pena.
E, claro, O Principezinho é aquele clássico que nos deixa mergulhados nas mais diversas cogitações e emoções. Adoro-o, quero arranjar outras versões do livro para fazer uma colecção.
Beijinho*
Eu já li "Orgulho e Preconceito" e gostei muito, bem como do "Principezinho" que já li diversas vezes e que ganhou ainda mais significado com a idade.
ResponderEliminarQuero ler "A criança que não queria falar", apesar de saber que me vai custar
O "Principezinho" é um clássico e é um livro fantástico! :D
ResponderEliminaramarcadamarta.blogspot.pt
A literatura é a ginástica do cérebro. Eu li milhares de livros (o Pacheco Pereira deve ter lido muitos mais eheheh) e até há bem pouco tempo, não dormia sem ler um capítulo de um livro. Penso que o facto de ter lido bastante me deu conhecimentos e uma maneira de olhar para as coisas que não é muito normal em pessoas da minha idade e do meu estrato social. Talvez por isso eu diga coisas que deixa as pessoas a olharem para mim com cara de quem acha que não bato bem da bola. eheheheh
ResponderEliminarDe longe " o Principezinho" é o meu favorito, não só dos que referes mas também de tudo o que já li. Já voltei a ler muitas vezes, e tenho a certeza que voltarei a ler muitas mais!
ResponderEliminarComo já tinhamos falado noutro post li o livro do MEC, também já ti o principezinho (clássico dos clássicos) e em casa da minha mãe tenho essa trilogia que já estive para ler :b
ResponderEliminarBeijinhos,
DEZASSETE ▪ INSTAGRAM
Já tive que ler tanto na vida que agora até me custa ler. Mas a verdade é que ler são os momentos do meu dia a dia. Não livros, mas projectos.
ResponderEliminar* Vivências de Amor - Volúpia Incerta *
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Desejos de um dia feliz
Escolheste 7 magníficas obras.
ResponderEliminarContinuação de boa semana, amiga Andreia.
Beijo.
Boas sugestões de livros, gostei muito de conhecer, você tem um bom gosto em livros Andreia bjs.
ResponderEliminarO Principezinho, o Diário da tua Ausência e o Orgulho & Preconceito são livros que adoro e que também considero clássicos. Adorei a Trilogia Millenium idem, está absolutamente espectacular. Falta-me ler a Criança que Não Queria Falar que me lembro perfeitamente que uma amiga adorava na escola e eu fiquei sempre com o livro atravessado. Tenho mesmo de ler princesa, claramente <3
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE // Ganha um cabaz de novidades da Nyx!
Os que eu ainda não li, vou levar a sugestão!
ResponderEliminarBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Já li "O Principezinho" há muitos anos, pelo que queria muito reler, só que infelizmente não encontro o livro cá em casa.
ResponderEliminarPenso que já enumeraste "Como é linda a puta da vida" aqui pelo blog, porque eu tenho-o apontado e tenho ideia que fiquei tão curiosa como agora, também fiquei curiosa com "A Criança que não queria falar", parece-me mesmo interessante.
Um dia destes peço-te para ler alguns ahah, trazes sempre livros maravilhosos. Agora a sério, tenho mesmo de começar a apostar nos livros. Sei que costumas comprar em feiras, mas há mais algum sítio\site onde sejam minimamente acessíveis? :)
Um dos meus preferidos de sempre é "O Diário do Anjo da Guarda" e outro que li há muito muito tempo, que me emprestaram e lembro-me da história mas não me lembro do nome do livro. Assim que me lembrar, partilho contigo :)
Escolheste, sem dúvida, ótimos clássicos! Eu adoro o principezinho! Acho que todas as pessoas o deviam ler!
ResponderEliminarBeijinhos
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Não li nenhum ahahah até parece mau. Mas fiquei com curiosidade em ler Diario da Tua Ausência. Ótimo post como sempre! Beijinhos <3
ResponderEliminarTambém li esse livro da criança que não queria falar e adorei o trabalho dela e claro adoro o princepezinho
ResponderEliminarhttps://retromaggie.blogspot.pt
Destes livros que falas-te apenas li o principezinho :)
ResponderEliminarOi flor tudo lindo no teu blog, bjs
ResponderEliminarOrgulho e Preconceito é bom demais! Os outros não li. Um clássico que já li três vezes e daqui a pouco vou para a quarta é Cem Anos de Solidão! ;)
ResponderEliminarbeijos!
https://ludantasmusica.blogspot.com.br
Tão bons, que favoritei seu post!
ResponderEliminarhttp://juliamodelodemodelo.blogspot.com.br/
Obrigado, meu bem :D
ResponderEliminarSiiim, pelo menos fica-te mais pertinho eheh :D
O Principezinho digo sempre que é o meu livro da vida, sem margem para dúvidas! Dos restantes, não conheço nenhum, embora tenha ficado muito (muuuito) curioso com o Como é Linda a Puta da Vida!
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Olá li " O Principezinho " e a " Trilogia Millennium ", inesquecíveis de tão bons!
ResponderEliminarBjs
https://atitica.wordpress.com/
eu só conheço o principezinho :p
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