ENTRELINHAS // A NOITE EM
QUE O VERÃO ACABOU
QUE O VERÃO ACABOU
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Fotografia da minha autoria |
«Em Chatlam nada é o que parece»
O traço camaleónico de um autor entusiasma-me, porque acredito que o seu talento não se esgota num único registo [mesmo que manifeste uma preferência]. Isso não significa que seja excelente em todos, mas acho louvável que corra o risco de sair de uma zona de suposto conforto. Portanto, foi de peito aberto que acolhi o thriller de João Tordo, cuja escrita conquistou-me em Ensina-me a Voar Sobre os Telhados.
«Mas quem é que, naquela idade, não se põe a sonhar com coisas impossíveis?»
A Noite em Que o Verão Acabou apresenta dois planos narrativos - Portugal e os Estados Unidos - e dois planos temporais - 1998 e 1987. Porém, há algo a uni-los: Pedro Taborda, a família Walsh e dois homicídios. E é a forma como esses caminhos se cruzam, primeiro com uma certa inocência, que proporciona uma leitura visceral e tão vertiginosa, visto que tem camadas emocionais e morais que nos desorganizam por dentro. Além disso, mantendo o nosso pensamento em alvoroço, incentiva-nos a formular hipóteses para desvendar o mistério, desconstruindo-as de seguida. Porque nada é o que aparenta.
«Todas as histórias nascem do mesmo lugar»
Neste jogo de probabilidades e muitos enganos, não encontramos um segundo de sossego. Não só pelos crimes que necessitam de ser resolvidos, mas também por nos confrontar com a disfuncionalidade familiar, a solidão, o abandono, a vingança, o medo e a tristeza. E por, simultaneamente, demonstrar as feridas que permanecem em aberto, o poder dos nossos sonhos e as decisões singulares que podem mudar todo o curso da nossa vida. Resgatando aflições credíveis, compreendemos que o apego tem a capacidade de toldar o nosso discernimento, sendo fundamental libertarmo-nos de preconceitos, de quimeras e dos fantasmas do passado, para sermos capazes de evoluir.
«Os comités liberais das faculdades quiseram fazer de
mim um exemplo de como o dinheiro não compra tudo»
O número de páginas de uma obra não me intimida, até porque há casos que nos envolvem num sopro. E sinto que, neste exemplar em concreto, são todas necessárias para sermos absorvidos no enredo. E é fascinante como João Tordo consegue criar a ilusão de ser uma história verídica, com inúmeros detalhes, sinais e pontos de vista. Sem qualquer quebra de ritmo, fiquei agarrada a este labirinto de reviravoltas geniais.
«Entregou-me um envelope branco com o meu nome escrito na parte da frente.
Abri-o. No interior havia uma folha de papel A4, com uma frase escrita a lápis»
A Noite em Que o Verão Acabou é quase um livro dentro de outro livro. Sustentando-se num fio condutor sólido, divide-se em questões bastante pertinentes, conversas sobre amor e novas oportunidades. E mostra-nos que o nosso percurso pode acolher várias falhas. No entanto, sem abdicar de quem somos, há uma verdade que nos impulsiona a recomeçar.
«Aquele caso era, na verdade, uma história de amor. Ou mais de uma»
// Disponibilidade //
Ainda não li este livro do João Tordo um autor que muito aprecio.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Tendo essa oportunidade, recomendo a leitura. É um livro viciante, Francisco!
EliminarObrigada e igualmente
Este livro foi a minha estreia com o autor e fiquei fascinada, é um livro incrível cheio de mistério. Adorei descobrir o trabalho do autor.
ResponderEliminarBeijinho grande, minha querida!
Sento que nem damos pelas páginas a avançar, tamanha a envolvência no enredo. Está fantástico *-*
EliminarNão conhecia, mas acho que ia gostar de o ler :)
ResponderEliminarAcredito que sim :)
EliminarVou tomar nota da sugestão!
ResponderEliminarBoas leituras!
EliminarConfesso que sempre que venho cá conheço novos livros, esse ainda não tinha ouvido falar
ResponderEliminarBeijinhos
Novo post
Tem post novos todos os dias
Fico contente por ajudar nesse sentido :)
EliminarJá o tenho na minha lista há algum tempo. Espero poder lê-lo em breve. Nunca li nada de João Tordo, só que todas as sinopses dos livros dele me conquistam sempre e me deixam numa curiosidade imensa de poder descobrir as suas histórias. Beijinho
ResponderEliminarSou suspeita, porque fiquei fascinada com a escrita de João Tordo logo na primeira obra que li. Até à data, li quatro dele e recomendo.
EliminarEspero que consigas, minha querida, acho que vais adorar :)
É um livro maravilhoso pra ler, ainda não conhecia o livro, perfeita indicação de livro, bjs.
ResponderEliminarhttp://www.lucimarmoreira.com/
É mesmo viciante, Lucimar :)
EliminarExcelente livro para começar a ler Joao Tordo 🧡
ResponderEliminarAcredito que sim :)
EliminarÉ curioso porque nunca li nada do autor, nem senti o apelo, mas agora ao ler a tua review fiquei com vontade.
ResponderEliminarFoi bom ler o teu post.
Beijinhos
Coisas de Feltro
Há autores que nos chamam mais à atenção do que outros, é natural :)
EliminarBem sei que sou suspeita, mas recomendo imenso!
Muito obrigada
Nunca li João Tordo e não consigo perceber porque existe alguma relutância em pegar em certos autores.
ResponderEliminarBom fim-de-semana
Também é algo que me deixa sempre intrigada, porque há autores que me despertam todo o interesse e outros que me passam despercebidos.
EliminarObrigada e igualmente, Magui :)
Olá Andreia,
ResponderEliminarAinda não tive a oportunidade de ler algum livro do autor, mas já vi algumas indicações que me despertaram o interesse. Gostei demais da sua resenha, da forma que descreveu a escrita e o tipo de história, se encaixa muito bom com o tipo de livro que gosto, sendo talvez um bom livro para conhecer o autor.
Beijo!
www.amorpelaspaginas.com
Recomendo imenso João Tordo. Tem uma escrita fantástica, Ray. Se tiver oportunidade, acho que é uma ótima aposta :)
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