«Sentir Portugal»


Nunca serei a melhor pessoa para falar dele, até porque não sou a maior adepta de ciclismo. Só que por força maior, isto porque o meu pai é completamente o oposto de mim nesta questão, vou sabendo algumas coisas e alguns nomes importantes. O Rui Costa sempre foi um desses casos que acompanhei de perto. E mesmo que esta modalidade não seja, de todo, a que mais me faz vibrar e ficar com o coração nas mãos, há atletas que merecem todo o meu respeito e força. Como é o caso! 

Habituei-me a sentir um bocadinho este mundo, volto a reforçar, por culpa do meu pai que é capaz de estar um dia inteiro a ver ciclismo, mas também por culpa deste grande senhor. Natural da Póvoa do Varzim, é já uma das maiores referências no ciclismo português. E o mais interessante é que, segundo ele, preferia o atletismo, mas como o pai o «chateou» tanto «foi parar às bicicletas» (saber mais aqui). É caso para dizer: abençoado pai. Acredito que o atletismo ganhasse com esta aquisição, mas o certo é que o ciclismo sairia a perder. Por mais voltas que a vida dê, sinto que as pessoas acabam por fazer aquilo para que foram fadadas. E o destino dele, por esta ordem de ideias, era conquistar o mundo através de pedaladas velozes que o fazem chegar mais longe. Hoje foi só mais uma prova do seu enorme talento. 

É impossível ficar indiferente à conquista e à emoção deste guerreiro quando, no lugar mais alto do pódio, ouviu o nosso hino e se comove. Isto é sentir Portugal da forma mais bonita que eu conheço. E tenho o maior orgulho por saber que foi um português a trazer a taça e a dar-nos, mais uma vez, uma grande lição. Contra mim falo, pois sou uma apaixonada por futebol, mas o nosso país não tem só glórias com uma bola nos pés. Com uma bicicleta também é possível. 

A nossa história ficou mais preenchida e o nosso coração aumentou de tamanho. Obrigada por isso. E parabéns. Não só pelo talento, mas por todos os dias trabalhares para chegares onde chegas, focado na vitória sem nunca perder a humildade. És enorme!




«Rui Costa campeão do mundo de fundo

Ciclista português no momento mais alto da carreira.

Rui Costa sagrou-se este domingo, em Florença, Itália, campeão do mundo de fundo de ciclismo.

O ciclista português bateu ao sprint o espanhol Joaquín Rodríguez, que arrecadou a medalha de prata. Outro espanhol, o experiente Alejandro Valverde, arrecadou o bronze.

A etapa decorreu entre Lucca e Florença, num total de 272,26 quilómetros.

Rui Costa esperou pelo momento certo para atacar, depois de Rodríguez ter tomado a iniciativa cedo de mais. O português esperou que Nibali, que estava com o português na perseguição, fraquejasse, e foi atrás do espanhol. No final, foi mais forte.

O agora ciclista da Lampre - assinou no Verão - já tinha mostrado a sua força este ano ao ganhar duas etapas da Volta a França».


 

«Rui Costa fala de uma vitória que significa «uma vida»

Português confessa que não estava nada à espera de vencer os Mundiais de Ciclismo

Rui Costa confessou no final da vitória nos Mundiais de Ciclismo, em Florença, que este é um dia especial na vida dele. «Não esperava nada, estava em boa condição, mas nunca pensei ganhar aqui», começou por referir.

O triunfo nos Mundiais significa que a partir de agora Rui Costa é considerado o campeão do mundo e veste a camisola aro-íris durante um ano inteiro. 

Ora para o ciclista português poder vestir esta camisola significa «uma vida». «Foi algo que sempre sonhei, mas era difícil de concretizar», acrescentou.

Depois de ter vencido duas etapas na Volta a França, o ciclista da Póvoa de Varzim preparou-se especificamente para o Mundial, uma estratégia que viu este domingo ser recompensada».




Ouvir o nosso hino, por si só, já arrepia e comove. Mas só faz sentido se for vivido assim, com tanta emoção e amor. Porque, afinal de contas, ouvir o nosso hino é isto. É sentir Portugal!

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