Entre Margens

Com este título podia estar a referir-me ao filme que conta com Sandra Bullock e Ryan Reynolds como protagonistas - para quem ainda não o viu aconselho a fazê-lo pelo elenco e pela história. Mas não, este «The Proposal» é protagonizado por dois anónimos e não é por isso que deixa de ser incrivelmente fascinante. 

Justin decide pedir a sua namorada Emily em casamento. Para isso, pede-lhe que vá ter com ele ao Blu Jam Café, onde tiveram o seu primeiro encontro, pois tem uma surpresa. Apesar de ser um gesto romântico, não é algo fora do comum para nos deixar sem palavras e completamente sem fôlego. Só que tudo muda quando ele lhe liga a avisar que vai chegar atrasado e que o restaurante abriu só para ela. Antes de Emily chegar instalou câmaras para ver a sua reação e assim que ela se sentar na mesa que tinham reservado há uma televisão à sua frente que lhe dará conta daquilo que o seu futuro noivo andou a preparar.

A maior parte das meninas sonha com o dia em que será pedida em casamento. Pensa no local, na roupa, no estado do tempo e, se for preciso, até cria o diálogo que gostaria de ouvir. Embora acabemos por crescer e algumas deixem de fantasiar com todos esses pormenores, por percebemos que o mais importante é termos alguém que nos ame por inteiro, nunca perdemos esse lado mágico e inocente de sermos surpreendidas com um pedido original e que se relacione com o conto de fadas que estamos a viver. Por muito que a idade avance, o amor não deixa de ter essa vertente utópica. E, na verdade, nunca perdemos esse lado em nós, esse lado de menina que imagina como será o dia em que o seu príncipe chega montado num cavalo branco e lhe pede para passar o resto da vida consigo. 

Ainda que sem coroa e cavalo branco, nem nosso sonho mais complexo e rebuscado imaginamos algo assim. Ora vejam. Vale mesmo a pena!   



«O amor está antes e depois de tudo porque há sempre uma nova forma de o viver. O amor está em cada gesto que fazemos, tem as cores da amizade, da devoção, da maternidade, da família, do trabalho, da casa, da vida de todos os dias».

«Conhecemos um homem pelo seu riso; se na primeira vez que o encontramos ele ri de maneira agradável, o íntimo é excelente». (Fiodor Dostoievski)

«Eu amo as pessoas que me fazem rir. Sinceramente, acho que é a coisa que eu mais gosto, rir. Cura uma infinidade de males. É provavelmente a coisa mais importante em uma pessoa» (Audrey Hepburn)

«Um dia sem rir é um dia desperdiçado». (Charles Chaplin)


Sempre ouvi dizer que rir é o melhor remédio. E não há nada melhor do que um grupo desta qualidade para rirmos até ficarmos com as bochechas doridas e a barriga colada às costas. Para quem não conhece, deixo alguns vídeos em baixo. 

Vejam, vale mesmo a pena. É daqueles que vocês dizem «vou ver só um» e acabam a ver vinte. E não conseguem parar! 









Escrever é a cura para todas as dores do coração. 

Há dias em que as saudades fazem marcação cerrada e não deixam a nossa caixa forte descansar, nem nos permitem ter força suficiente para aguentar as lágrimas que teimam em sair. Mas também há dias em que nos fazem explodir o coração do peito, por terem a certeza que serão reconfortadas pelo abraço que tanto anseiam, ou pelo beijo terno que aprenderam a guardar com todo o carinho. Só que o coração não sofre só de saudades. Sobre de angustia, de ausência, de desgosto, de tristeza, de raiva e por amor.

Passei a tratar o papel e a caneta por tu quando aprendi as primeiras letras. E comecei a partilhar os meus segredos assim, no meio de frases inventadas e palavras escolhidas à sorte, como se colocasse uma quantidade imensa de pequenas folhas dobradas em dois com palavras aleatórias no interior de um saco de veludo e as fosse tirando à vez, para depois as juntar a todas numa espécie de puzzle de mil peças. E foi na altura em que ainda não sentia o tempo a escapar por entre os meus dedos que percebi o quanto escrever me fascinava, completava e acalmava. 

Anos mais tarde, passei a juntar a música ao meu processo de escrita. Agora quando me quero abstrair do mundo para me perder no meio das minhas histórias inventadas ou das minhas dores camufladas em realidades que pareço não viver ligo o rádio ou vou ao youtube, e escolho a música que me fará sair a alma do corpo e me leva a viajar enquanto ocupo aquelas folhas em branco com os meus pensamentos e pedaços de uma história que ainda não acabei.

Há músicas que têm essa capacidade de nos transportar ao passado e nos soltarem os dedos, como se o nosso coração saltasse para fora de nós. E esta sensação de liberdade não a troco por nada. Faz-me bem! Faz-me sentir viva, capaz de percorrer o mundo em bicos dos pés ou com a agilidade de um trapezista. Escrever faz-me sonhar. E sonhar contigo. E por breves instantes é como se estivesses novamente aqui do meu lado, de mãos entrelaçadas às minhas e com esse sorriso de menino que me aconchega. Mesmo que não te possa ter de outra forma, serás sempre parte da minha vida naquelas linhas que te dedico, e onde acrescento um cenário encantado e uma narrativa com príncipes, princesas, dragões e sapatos perdidos. E naquelas linhas tu és meu. O meu porto de abrigo onde farei atracar o meu barco, o meu pilar que me ampara, a minha base que me impede de cair e o meu amor maior, inocente e terno, que me protege para sempre.

Gosto de escrever em papel e a lápis - e isso aprendi contigo - por me fazer ficar mais próxima do que quero dizer. Como se as palavras saíssem mais verdadeiras. Não sei se me continuas a ler, ou se alguma vez o chegaste a fazer, mas quero que saibas que as palavras também nos ligaram. E quer seja para te amar mais ou para te esquecer de vez é a elas que irei recorrer, de todas as vezes em que não conseguir aguentar o coração no peito. A imaginação não tem tempo nem lugar. Entra em nós sem pedir licença, por vezes nas piores alturas. Por isso, comprei um caderno preto para andar sempre comigo. Sinto-me a escrever um diário, mas sem tema em concreto ou factos que se passaram durante o dia. Apenas com frases que se criam na minha cabeça e que tenho a necessidade de guardar antes que me esqueça delas. E assim a minha alma descansa e o meu coração sossega. 

Há músicas que me fazem lembrar-te e palavras que me ajudam a esquecer-te. Por isso concilio as duas neste percurso antagónico e confuso que me invade. E sinto-me tal e qual assim: «Tu gostas muito daquela pessoa, mas ela por vezes tem atitudes que fazem com que tu a odeies. É estranho, é como se desse vontade de lhe dares um tiro e logo a seguir correres na frente para a protegeres da bala...».

E agora se me permites, vou pôr o volume no máximo, pegar no lápis e abrir o caderno de capa preta. É que voltaste a aparecer-me nos sonhos e a remexer no meu coração. E eu preciso de sarar as feridas.




«Tem dias que eu acordo pensando em você, em fração de segundos vejo o mundo desabar. Aí que cai a ficha, que eu não vou te ver. Será que esse vazio um dia vai me abandonar? (...) Eu trocaria tudo para te ter aqui. Eu troco minha paz por umbeijo seu, eu troco meu destino para viver o seu, eu troco minha cama para dormir na sua, eu troco mil estrelas para te dar a lua e tudo que você quiser. E se você quiser te dou meu sobrenome»    

Há algum tempo, não sei precisar o quanto, li uma frase que me deixou a pensar: «Apenas seguir em frente. Primeiro, porque nenhum amor deve ser mendigado. Segundo, porque todo amor deve ser recíproco». Instintivamente concordei. E tento sempre recordar-me dela quando sinto o meu coração a ceder às saudades que o contornam e o tentam distrair.

Amar não faz sentido se não for dessa forma livre, cúmplice, intensa e reciproca. Se não for assim, então não é amor. E enquanto deambulo por entre os meus pensamentos, inevitavelmente, lembro-me de outra frase que me deixou atenta: «Não sejam tolos, não falta amor - falta amar».

E eu, que nada percebo de amor, acho que falta mesmo isso. Saber amar pelas razões certas. Sentir aquela urgência de ter o outro aconchegado no nosso abraço, com a cabeça encostada ao nosso peito; querer sair de casa à noite para roubar as estrelas do céu, pois o amor faz-nos querer cometer loucuras. Por mais loucas que pareçam aos demais. Amar é isto, é ter a noção plena de que há alturas em que fazemos as figuras mais ridículas, mas não querermos saber, porque a única coisa que nos importa é que o outro seja feliz. E enquanto a nossa metade estiver disposta a aturar os nossos disparates e, melhor, nos continuar a amar por isso, então é porque estamos no caminho certo. 

Não concordo nada que amor rime com dor. Quem dizer, em bom português até rima, mas esquecendo as rimas que aprendemos a construir na primária, o amor é demasiado belo, fascinante e mágico para provocar em nós tamanha deceção. Em boa verdade, essa dor que sentimos é provocada apenas por nós e não pelo amor. Apenas por nós, repito, porque temos os valores trocados e preferimos trocar o eterno pelo momentâneo, e porque caímos no erro de desistir à primeira adversidade. Por isso, atrevia-me a dizer não sejam tolos, o amor não magoa - o que magoa é a nossa estupidez de não saber cuidar, proteger, ceder, lutar e deixar de lado a máscara para nos entregarmos a alguém sem receios. 

Quem ama aprende a andar na corda-bamba, a ser trapezista, a saltar de cabeça, a correr contra o tempo, a criar oportunidades quando os outros só vêem entraves, mas nunca aprende a desistir. Por mais que lhe recortem o coração em fragmentos incertos que dificultem a colagem. Porque quem ama sabe que vale a pena, e que algures no caminho acabará por encontrar alguém capaz de ajudar a juntar as peças. Será aí, nesse exato momento, que compreenderemos o porquê de nunca ter resultado antes e de termos caído tantas vezes. Nada acontece por acaso. E há alturas em que o nosso amor se desvia do caminho, como uma carta que se perde na entrega ou porque o remetente não estava certo. Mas há-de chegar. E quando nos bater à porta vamos recebê-lo em festa e protegê-lo com todo o cuidado que conseguirmos ter.      

A vida ensinou-me que o amor também chega ao fim. Sempre defendi que quando é verdadeiro não termina, mas comecei a perceber que, por vezes, também tem prazo de validade e não é por isso que deixa de ser amor. Foi enquanto durou, enquanto ambos souberam vivê-lo com o coração entregue na palma da mão do outro. Mas a vida dá tantas voltas que, no meio da entrega, o coração é capaz de cair noutras mãos, onde será ainda mais feliz. Só temos é de lidar com isso de forma madura, sem dramas e conscientes de que não fizemos nada que magoasse a outra pessoa, porque não há nada pior do que brincar com os sentimentos de alguém.  

A visão romantizada de não conseguirmos viver sem o outro quando esse amor chega ao fim tolda-nos o pensamento. Verdade seja dita, nós conseguimos, porque continuamos a conseguir respirar, a fazer as mesmas coisas que fazíamos antes; somos capazes de comer, saltar, dormir, cantar. Mas precisamos sempre de fazer essa espécie de luto, para nos mentalizarmos que acabou, que não regressa e que temos que ser fortes o suficiente para superar e fazer com que os nossos passos encontrem o caminho certo. E esse caminho é a estrada que nos leva até àquele que nos fará feliz. 

«Se vocês tem que correr atrás, então é porque a pessoa está fugindo de você». Foi das frases mais acertadas que já li até esta altura da minha vida. Primeiro, porque é verdade. Segundo, porque faz todo o sentido (se calhar o primeiro e o segundo motivo até dizem o mesmo, mas é preciso reforçar para entender e interiorizar, sobretudo quando o que está em causa é falar de amor). Se a pessoa realmente quiser ficar connosco caminha ao nosso lado, senta-se connosco na areia para ver o sol a pôr-se e leva-nos a ver o amanhecer de perto, talvez num lugar especial para ambos. Há uma sintonia perfeita. Nem um corre de mais nem o outro corre de menos. Vão no compasso certo. E esperam, sempre, encontrar-se novamente no dia seguinte, apaixonando-se pela mesma pessoa todos os dias. E pode ser assim até ao fim da nossa vida, que ninguém se importa!  

Para mim, amar é isto. Por isso, coração, não corras mais. Espera que, pelo menos desta vez, seja outra pessoa a correr atrás de ti. 

Muito do meu amor ao clube nasce por pessoas como tu, que sempre o souberam defender com todo o coração. E desde o início me habituei a olhar para a baliza com um enorme respeito, porque lá estavas tu e porque incontornavelmente eras dos melhores profissionais que algum dia tive o privilégio de ver jogar, ainda para mais vestindo as cores que tanto orgulho me dão.

Futebol Clube do Porto também se escreve com o teu nome. E muito do que somos é por ti, que fizeste parte dos nossos anos de glória e nunca nos deixaste cair. É fascinante recordar a mestria com que defendias as nossas redes. Fazia-lo como ninguém. E por mais que o tempo passe, ninguém será capaz de ser como tu. 

Recordarei sempre a sorte que foi um dia ter-te ao meu lado, ainda que por breves instantes, carregado de simpatia e um coração do tamanho do mundo. Acho que é isto que te distingue de tantos outros. É que para além do profissional exemplar, és também um ser humano fantástico. E é bom quando a opinião que temos de alguém é corroborada quando surge a oportunidade de a encontrarmos pessoalmente. Desse dia restam as memórias, as palavras, os sorrisos e o autografo que guardarei sempre com um enorme carinho. 

Acima de tudo, de todos e de todas as situações, serás sempre o melhor do mundo. E o teu lugar é ali, no relvado, a defender a nossa baliza como nenhum outro. Com o teu nome também aprendi a escrever saudade e gratidão. Para sempre!
 
Parabéns, Gigante Baía. O nosso eterno 99 coracao azul Emoticons Secretos do Facebook



«Seja de noite ou de dia,
No Dragão ou em qualquer estádio,
99 é o BAÍA,
Defende o PORTO em todo o lado!

Aqui saltando, estamos torcendo,
Aqui cantando, vamos torcendo,
Aqui gritando, sempre torcendo por ti... Baía!»

«Dono de café suspeito de estrangular ex-empregada matou-se com veneno

O dono de um café, de 61 anos, e uma ex-empregada, de 21, foram encontrados mortos este domingo de manhã no "Ferreira das Francesinhas", em S. Mamede de Infesta, Matosinhos. Os bombeiros testemunharam um cenário estranho e encontraram vestígios de pesticidas e uma garrafa de gás aberta na casa de banho. A jovem aparenta sinais de estrangulamento.

A Polícia Judiciária está a investigar o caso para tentar perceber como ocorreram as mortes. A tese das autoridades, neste momento, aponta para um caso de homicídio seguido de suicídio.

O corpo de uma das vítimas, uma mulher de 21 anos que era ex-funcionária do estabelecimento, apresentava "marcas de estrangulamento" e foi encontrado atrás do balcão. O segundo corpo, do proprietário do café, um homem de 61 anos, foi encontrado perto da casa de banho.

O pedido de auxílio foi feito, às 11.40 horas, pelo filho do dono do café. Estranhou a ausência do pai e dirigiu-se ao estabelecimento, que estava encerrado e com as grandes exteriores corridas. Alertou, então, as autoridades que procederam à abertura de portas e encontraram as duas vítimas já sem vida. O INEM confirmou o óbito.

Os Bombeiros Voluntários de S. Mamede de Infesta e a PSP prestaram ajuda no local, o café "Local de Encontro", conhecido como "Ferreira das Francesinhas", na rua professor Serafim Silva Lopes.

Ao que o JN apurou, a jovem tem 21 anos e tinha acabado a universidade este ano. A família deu-a como desaparecida ontem e os amigos tinham-se mobilizado para a procurar, este domingo, sustentando que não era vista desde o meio-dia de sábado e que tinha o telefone desligado».



Nestas alturas, a proximidade fica um pouco para segundo plano. Claro que ninguém sente tanto a perda como aqueles que lhe eram próximos - a família que está de coração partido e os amigos que com ela viveram tanta coisa. Mas a brutalidade de notícias como estas não nos deixa indiferentes, sobretudo quando o rosto não nos é nada estranho. 

Talvez toda a força do mundo não chegue para consolar aqueles a quem lhes foi arrancado um pedaço de si, mas talvez se todos tivermos um bocadinho dessa força para transmitir seja mais fácil para aconchegar e superar. 

Independentemente de termos mais ou menos histórias para contar, perdemos uma de nós. A ESE ficou mais pobre e mais triste. E acho que ainda nenhum de nós acredita no que aconteceu. É demasiado estranho, cruel, doloroso e penoso. Por isso, unimo-nos todos, ainda que possamos estar separados fisicamente, pela família e pelos amigos. 

Ninguém merecia partir tão cedo. Nem desta forma. Descansa em paz, Mafalda!

«Ser criança é acreditar que tudo é possivel.
É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias
Ser criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser».


É por elas que sempre sonhei ser educadora de infância. 

O amor, a genuinidade, o coração gigante, o brilho nos olhos, os mimos, as palavras certas nas horas certas (e mesmo quando não o são), o gosto de viver, de brincar, de fazer sorrir, fazem delas seres humanos fantásticos.

Temos tanto a aprender com estas pessoas de palmo e meio. Ensinam-nos muito todos os dias. E cativam-nos pela sinceridade estampada no rosto, que nos atropela constantemente através de gargalhadas ou sorrisos. E os abraços? Aconchegam-nos a alma. 

São o nosso futuro. O que temos de melhor. Triste daquele que ainda não percebeu isso.






  
«Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças» 
(Fernando Pessoa)
 

Sou fascinada por leitura! 

Não posso dizer que este gosto nasceu comigo, até porque quando era mais pequena não tinha o hábito de ler. Só escrever. E tenho pena de o ter adquirido mais tarde do que aquilo que gostaria. Sempre ouvi dizer que mais vale tarde do que nunca, concordo, mas adorava que este interesse tivesse despertado em mim uns anos antes, assim teria aproveitado o entusiasmo que cada frase de uma nova história me proporciona. E ter-me-ia perdido muito mais cedo neste mundo de fantasia e realidade camuflada em tantas palavras. 

Aprendi que a escrita e a leitura estão intimamente ligadas. Ler não nos permite apenas cultivar o nosso pensamento com conhecimento fidedigno e incrivelmente interessante. Ler permite-nos viajar, sonhar, pensar, imaginar, equacionar, desvendar mistérios, solucionar problemas; viver, amar, aproveitar, desfrutar, conhecer e... tantas coisas mais que se fosse a descrever não teria palavras suficientes. A sensação de pegar num livro cuja história é totalmente desconhecida e deixarmo-nos levar por isso é tão libertadora que se pudesse acho que passava a vida a ler. 

À custa de começar a tratar a leitura por tu e os livros com carinho e proteção, resolvi criar a minha mini biblioteca, que espero ver aumentada ao longo da minha vida. E quem sabe se um dia tiver filhos lhes consiga transmitir este amor e eles próprios a continuem. Mas ainda é demasiado cedo para colocar essa hipótese, por isso vou eu própria fazer essa tarefa sozinha ou com a preciosa ajuda dos meus, que entre prendas e surpresas me vão ajudando a aumentar o número de livros cá de casa. E quem me oferece um livro tem, com toda a certeza, um lugar no meu coração. 

Não gosto da urgência de ler um livro. A obrigatoriedade que se impõe em acaba-lo até determinada data. Isso faz com que não possa acompanhar cada palavra como se a saboreasse lentamente para que nunca acabe. Mas tenho que confessar que se não fosse assim no décimo ano, quando fiz o meu segundo contrato de leitura para apresentar um livro escolhido por mim à turma, talvez não ficasse a conhecer os livros de Torey Hayden. Às vezes esta urgência até é produtiva, mas prefiro evitá-la. Gosto mais da espontaneidade de escolher um livro só porque sim e saber que o posso ler até quando me apetecer. Sem pressas, sem correrias, apenas com a tranquilidade suficiente para me perder na história durante tempo indefinido. Prefiro assim, até porque se a história for realmente envolvente acabarei por ler o livro num dia só. Mas isso é bom, porque foi uma escolha e não uma imposição. E aquilo que não nos é imposto sabe-nos sempre melhor. 

Irremediavelmente sou uma romântica, por isso adoro ler histórias de amor. E nunca me canso. Também gosto de histórias verídicas, por muito que me custe lê-las, e de crónicas. Ah! E agora ando a ler Germano Silva, que nos faz um retrato apaixonante da história do Porto, por isso também já me rendi a este género de livros. No fundo, o que eu gosto mesmo é de ler, independentemente do estilo, pois acabamos sempre por descobrir novos mundos e novas paixões. 

Um livro, a meu ver, é algo pessoal, que pode falar muito sobre nós, por isso tenho uma mania que não sei se mais alguém tem, mas é provável. Não me importo minimamente de emprestar um livro, mesmo que saiba que posso não o voltar a ver tão cedo, mas não gosto de os pedir emprestados, pela simples razão de que os meus estão todos marcados com etiquetas coloridas. Custa-me riscar um livro, por isso opto por uma solução menos dolorosa, e quando há alguma citação que me prende o pensamento marco-a com as tais etiquetas. E um dia mais tarde posso voltar a lê-las e ficar a pensar nelas novamente. 

Para uma leitora incurável, saber de iniciativas como a Book Stock Fair é uma delicia. Até porque os livros começam a ser um luxo, quando, na realidade, deviam estar ao acesso de todos. Em parte já estão. Felizmente há bibliotecas que nos permitem ficar horas a desfrutar da brilhante companhia de um bom livro, mas acredito que há mais pessoas como eu que preferem comprar o seu e levá-lo para casa, para depois o exibirem numa estante ou simplesmente o guardarem como um tesouro, sabendo que o terão sempre ali para quando a saudade de o ler bater à porta sem aviso.

Ontem, o Porto «acordou com uma supresa: à porta de infantários, bibliotecas, lojas, cafés e padarias, no metro e mesmo em paragens dos STCP estavam pequenas torres de livros para todas as idades – uma oferta da Calendário de Letras, entidade que organiza o Book Stock Fair, uma feira com mais de 500 mil livros com descontos até 80%, durante todo o mês. O objectivo da campanha é comunicar a 3ª edição de um evento que marca a agenda cultural no Porto e uma oportunidade única de adquirir obras de 150 editoras com preços entre os 3€ e os 5€.» (ler o resto da notícia aqui)

A mim encontrar-me-ão por lá, perdida no meio daquele mundo de livros para todas as idades e todos os gostos. E em família (iniciativas como estas também servem para isso: passar um dia diferente em família)! Para quem como eu prefere, muitas vezes, a companhia de um livro à companhia de certas pessoas, talvez nos encontremos pelo Palácio de Cristal. 

Boas leituras! 




«500 MIL LIVROS COM DESCONTOS ATÉ 80% NA 3ª EDIÇÃO DO PORTO STOCK FAIR

O MAIOR FESTIVAL DE LIVROS DO PORTO VOLTA À CIDADE, DURANTE O MÊS DE OUTUBRO, E PROMETE TRAZER MAIS DE 500 MIL LIVROS AOS LEITORES.

Trata-se da 3ª edição de um evento que marca a agenda cultural no Porto e uma oportunidade única de adquirir obras de 150 editoras com descontos até 80%.

Livros a preços baixos e um programa cultural pensado para todos os públicos são a proposta da Calendário das Letras para a edição de 2013 do Porto Book Stock Fair, que se realiza, de 3 a 27 de Outubro no Pavilhão Rosa Mota/ Palácio de Cristal, no Porto. A abertura acontece quinta-feira, dia 3, pelas 15h00.

Livros a preços muito, muito baixos

Livros e descontos a perder de vista fazem do maior festival do livro do Porto paragem obrigatória para os mais novos e para os mais velhos, à procura de uma oportunidade de actualizar as leituras. Os preços baixos, imagem de marca do evento já desde há três anos consecutivos, são ainda mais convidativos na actual conjuntura económica do país. “O livro é um produto cultural de valor mas também é um objecto caro”, explica Francisco Curralo, da Calendário das Letras, empresa que promove o evento. “Esta é, portanto,” uma forma de permitir aos leitores terem acesso aos livros que desejam ler”, continua.

Romance, BD, Ensaio, Poesia, Literatura infantil e juvenil, álbuns, obras dedicadas ao turismo, alimentação, desporto e outras especialidades ocupam uma área de2.000 m2 de exposição, com horários alargados para permitir aos leitores uma visita demorada, todos os dias, entre as 10h00 e as 20h00.

A uma oferta de mais de 26 mil títulos junta-se um programa cultural e de animação que presta homenagem ao livro e com momentos-chave pensados em colaboração com a Associação Portuguesa de Osteoporose. Destaque para as Conferências “Dia Mundial da Alimentação”, no dia 16, e “Dia Mundial da Osteoporose”, no dia 20 de Outubro, num evento que integra também uma corrida organizada pela APO em que participarão mais de 5.000 pessoas.

Para os mais pequenos, há um conjunto de iniciativas imperdíveis, desde oConcerto do Coro Infantil da Academia de Música Vilar de Paraíso, em que participam mais de 150 crianças, a uma demonstração de Patinagem que promete deliciar os leitores. A Hora do Conto conta com a presença de escritores como Anabela Mimoso, Clara Carrapatoso, Ana Oliveira e Isabel Magalhães»


(Texto de Miguel Esteves Cardoso - Gosto de palavrões - lido por Miguel Guilherme. Podem ler o texto aqui)


«A literatura é uma arte misteriosa e profunda; talvez a mais eficaz, influente e universal de todas as manifestações artísticas, na medida em que permite ultrapassar as fronteiras espaciais e temporais e chegar facilmente a qualquer região do globo. Este é outro dos seus grandes valores para qualquer leitor».

«O Dia Mundial da Música comemora-se anualmente a 1 de Outubro.

A data foi instituída em 1975 pelo International Music Council, uma instituição fundada em 1949 pela UNESCO, que agrega vários organismos e individualidades do mundo da música (Calendar r)».



No meu mundo, música será sempre sinónimo de terapia, forma de expressão e refúgio. É a ela que recorro quando me faltam as palavras certas. Ou quando o meu estado de espírito está pior que a bateria fraca do meu telemóvel. Ou apenas porque sim! Ninguém precisa de um bom motivo para ouvir música. Ouvimos porque nos faz bem. 

Sossega-me a alma e aconchega-me o coração. Quando me perco nas palavras cantadas de um artista que me fascina é uma sensação inexplicável e incrivelmente bela. Faz-me viajar sem precisar de levantar os pés do chão. Inspira-me. Faz-me sorrir e viver feliz. Há poucas coisas no mundo que me permitem ficar neste estado de deslumbramento continuado. É que todos os dias me surpreendo com aqueles que ouço desde sempre e com os novos que vão chegando ao meu ouvido, e que permanecem para o resto da vida.

Tenho um ouvido acolhedor e curioso. Talvez por isso passe o dia a ouvir música e queira sempre descobrir novos artistas e novos temas. E encanta-me esta passagem repentina de um estilo musical para outro, consoante o que sinto no momento. Tão depressa ouço rock como a música seguinte é uma balada. Mas daquelas mesmo lamechas para confortar a caixa-forte que guardo no lado esquerdo do peito. Naturalmente que há estilos que ouço repetidamente e outros que é raro fazê-lo. Não sou grande apreciadora de ópera, mas adoro Fado. E este último tem a particularidade de ser nosso, talvez por isso lhe tenha ainda mais carinho. Se bem que acho que o fado nos caracteriza em tudo aquilo que transmite. 

Não se admirem, por isso, se disser que sou fã de programas como a Operação Triunfo, Ídolos, A voz de Portugal, entre outros. É que Portugal pode ser um país pequeno, mas é gigante a nível de talento. O que me entristece é que nem sempre seja dado aos artistas o reconhecimento que merecem. Como sou otimista por natureza, acredito que um dia isto muda e eles chegarão ainda mais longe. Até lá, continuarei a ser uma sortuda por ter o privilégio de ouvir todos os dias aquilo que Portugal tem de melhor. E por ver aparecer artistas com ainda mais qualidade.   

No dia mundial da música, não podia deixar de recordar os nossos, homenageá-los e felicitá-los pela qualidade com que nos brindam. Não seria capaz de sentir tanto a música se não fosse por eles. Por isso, festejo este dia em português e com artistas portugueses, que sentem com a alma nas mãos e o coração preso a este amor. É um amor com retorno. E um orgulho interminável.

Um dia sem música é um dia perdido. E como eu não quero perder nem um bocadinho daquilo que me faz bem, deixo-vos algumas das minhas preferências musicais. Espero que gostem!


















Muitos outros mereceriam destaque (desde Mariza a Xutos e Pontapés, passando por Rita Guerra, Carminho, Camané, Homem ao mar, Valter Lobo...), mas hoje ficam só alguns exemplos daqueles que me preenchem o coração. E vocês que música(s) escolheriam para celebrar este dia?


«A música pode ser o exemplo único do que poderia ter sido - se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das palavras, a análise das ideias - a comunicação das almas» (Proust).
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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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