Entre Margens

«O papel tem mais paciência do que as pessoas»


Só sei escrever com o coração. Nem sempre é mágico, de beleza gratificante, claro ou lógico. Talvez existam dias em que seja totalmente confuso, nada apelativo e tudo menos claro. Mas é a forma mais verdadeira que tenho para comunicar. E essa serei sempre eu, de coração aberto, sem máscaras. Citando Fernando Pessoa: «eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo». E eu escrevo assim: sem filtros.

E se, para além das crónicas que vou partilhando aqui, passasse também a escrever os textos que guardo no meu caderno preto de fita, que apelidei de «As minhas viagens de metro»? O que acham da ideia de ir intercalando esses textos mais pessoais (que não têm necessariamente que ser sobre acontecimentos vividos na primeira pessoa) com as músicas, as histórias, as fotografias que vou deixando neste meu refúgio?

Estou a pensar abrir mais uma gaveta da minha casa encantada, mostrando-vos parte do que sou. O que vos parece? 




«Lembra-se dos últimos anos com o seu filho? As noites de Natal. As festas de aniversário. As passagens de ano. As férias de verão. Os inícios de aulas. Os invernos e verões. Foram dias cheios de acontecimentos. Foram anos de novidades, surpresas, gargalhadas e travessuras. Lembra-se dos últimos anos com o seu filho?

- Eu não! O Pedro hoje faz... vinte e sete anos. Não o vejo desde os onze. Nunca o vou desistir de o procurar. 

Se tiver alguma informação que possa ajudar a encontrar o Rui Pedro, por favor diga-nos! Nunca é tarde para ajudar. Foi o filho da Filomena, mas podia ter sido o seu. Há ainda em Portugal mais de sessenta crianças e menores desaparecidos. São traficadas para exploração sexual todos os anos mais de três milhões de crianças. O tráfico verifica-se em todos os países do mundo e está a aumentar»


Dezasseis anos. Não dezasseis dias. Nem dezasseis semanas ou meses. São dezasseis anos de sofrimento. Angustia. Dor. Ausência. Uma força incalculável, que acredito ter escapado algumas vezes debaixo dos pés com a mesma facilidade com que se estalam os dedos. Esperança, porque confio que ser mãe é nunca deixar de acreditar naquela luz ao fundo do túnel. E coragem, precisamente por ter fé nessa luz mesmo quando toda a gente parece ter desistido de a procurar. Mãe é sinónimo de luta constante. E esta senhora é uma verdadeira Guerreira. 

Não tenho filhos. E o que tenho de mais próximo para me sentir um bocadinho mãe é saber que tenho um afilhado de seis anos que me é tudo. Conjeturar a minha vida sem as suas travessuras, o seu sorriso, a sua gargalhada, os seus abraços é cruel. Imaginar-me privada de o ver crescer é igualmente assustador. Mesmo que não passe de uma hipótese. A realidade que se cria automaticamente tem o efeito de um murro no estômago, um choque em cadeia, tamanha é a brutalidade e o peso da solidão que invade cada recanto do nosso corpo. Não tenho filhos. Mas não preciso de os ter para compreender que em mil novecentos e noventa e oito esta mãe sentiu o mundo ruir numa mágoa que ninguém será capaz de compensar.

Seis anos. Era a idade que eu tinha quando todo este drama começou. Não me lembro do seu início, das histórias que saíram nessa altura, dos rostos marcados, ao mesmo tempo, pelo desalento e pela esperança de não passar apenas de um susto. Fui crescendo. Assim como cresceu o Rui Pedro. Assim como cresceu a dor desta família por ver o tempo avançar a trezentos quilómetros por hora sem obter qualquer resposta positiva. Passaram dezasseis anos e muita coisa aconteceu entretanto. Mas o rosto daquela mãe, por mais notícias que se sobreponham, ficará para sempre gravado na minha memória. 

Filomena, quase que me atrevo a tratá-la por tu por tantas vezes a ter visto na minha caixa mágica, em diferentes canais, em vários horários, durante todos estes anos. Lembro-me de a achar uma mulher lindíssima, apesar de toda a tragédia que pairava à sua volta. Ainda lhe consigo reconhecer essa beleza. Mas o seu rosto é marcado pelos traços cruéis de uma luta que parece não ter fim. O seu olhar é determinado e carregado de amor por um filho que não pode ver crescer. E ainda que o tempo lhe tenha envelhecido as expressões, ainda que os anos lhe tenham absorvido as palavras e a força, ainda que lhe tenham retirado a oportunidade de criar novas recordações, continua a ser mãe. E isso é um compromisso que nem dezasseis anos de um vazio insuportável conseguem apagar. 

Admiro-a! Muito. Pela resistência. Por se ter mantido de pé quando todo este drama ganhou proporções ainda maiores. Por nunca ter desistido. E por ser a imagem de tantas mães que, todos os dias, procuram desesperadamente os filhos que desapareceram sem saberem como. Este sofrimento é desumano, nota-se pela voz trémula e pelo olhar amargurado que ainda hoje carrega. Não sou mãe. E não preciso de o ser para perceber que o que aconteceu a estes pais foi um golpe cruel do destino. É impossível ficar indiferente ao sofrimento. Aos dados estatísticos. À revolta do silêncio que não deixa encontrar pistas que permitam fechar este caso numa caixa e deitar a chave ao mar, para que nunca mais se repita. Permitindo que esta família tenha um pouco de paz. Aquela que lhes foi roubada quando lhes roubaram um filho. 

Um dia ensinaram-me que os Guerreiros nunca baixam os braços nem pousam as armas. Lutam mesmo quando as forças desvanecem. Esta Mulher de «eme» grande é uma mãe Guerreira, uma mãe Coragem, que merece um dia voltar a sorrir.  

«Eu não sei o que se passou na praia do Meco há 40 dias, mas devo ser um dos poucos cidadãos portugueses que o afirma sem reservas. Eu não sei se as praxes tiveram alguma coisa a ver com a morte de seis jovens universitários, mas muita gente à minha volta parece saber. Comentadores insuspeitos de arroubos mediáticos como Pacheco Pereira ou Vasco Pulido Valente discorreram sobre as praxes com se elas fossem o caminho direto para a degradação da juventude. E eu, uma vez mais, não sei se serão.

Sei que há praxes violentas e praxes engraçadas. Sei que há praxes humilhantes e praxes apenas risíveis. Sei, sobretudo, que no mundo esterilizado e assético a que a maioria parece aspirar, não há lugar para a folia, para o exagero, para a caricatura, para a troça. As praxes também são isto, como o Carnaval (festa que não é da minha simpatia) também é. Como na Idade Média mais funda, hoje o riso parece voltar a ser subversivo.

Eu nunca participei numa praxe nem nunca usei capa e batina, porque isso eram coisas de Coimbra. Em Lisboa, na Universidade de Lisboa, nada disso existia no meu tempo. Porém, a praxe e a capa e batina em Coimbra têm uma história que quem lá andou conhece melhor do que eu. A capa destinava-se a ocultar a proveniência regional e diferenças classistas entre os estudantes. A praxe era uma espécie de iniciação integradora dos mais novos (recém-chegados) pelos mais velhos.

Nada disto tem alguma coisa de mal. Há praxes militares; há praxes em clubes e associações e nas mais diversas profissões. Havia praxes nas redações de jornais. O mal foi a boçalidade que certas faculdades e Universidades permitiram. Ontem, o ex-diretor da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto e ex-presidente da ERC, Azeredo Lopes, escreveu no Facebook que aplicara restrições às praxes de tal forma que qualquer abuso das regras resultava em expulsão. Fez bem. É exatamente isto, e não as praxes em si, que se deve combater.

Mas nesta sociedade de manada e histeria (em certo sentido todas as manadas são histéricas e todas as histerias funcionam em manada) confunde-se tudo. Reparemos no tanto que já foi escrito e dito sobre o assunto; quase não há lugar para dúvidas. Desconfiava-se de um rapaz de quem se dizia que tinha amnésia e seria o Dux Veteranorum das praxes. Afinal, revela ontem a edição semanal do Expresso, esse mesmo rapaz foi salvo pela Polícia Marítima num estado de pré-afogamento. Afinal não tem amnésia nenhuma e fontes da PJ (o processo já está no célebre segredo de justiça de forma a se poderem dizer as maiores enormidades sem contraditório) dizem que será chamado em breve à investigação. A PGR diz que ainda nenhuma família se constitui assistente (ou parte acusatória) do processo

Mas as praxes, sejam elas quais forem, já são apelidadas de fascistas, de assassinas, de abjeções, de tudo! Isto é um país que há de ir do 8 ao 80, sem que quase ninguém reflita um milésimo de segundo sobre o significado das coisas. Há razões para haver praxes, ou pode haver (embora pessoalmente não simpatize com a coisa); há praxes que deviam ser proibidas pelas universidades e pela lei. Não por serem praxes, mas por serem atentados à dignidade ou à liberdade dos alunos. É apenas isto que está em causa, no caso das mortes do Meco terem alguma em concreto a ver com as praxes.

Porque é isso que não se sabe, embora seja isso que todos discutem» - Henrique Monteiro, aqui



Praxe é tradição. Não humilhação. Ainda que rimem não são sinónimos. A praxe que eu conheci e conheço todos os dias é carregada de simbolismo. Feita de pessoas conscientes, que guardam momentos que não mais esquecerão, que se permitem ensinar e integrar quem pela primeira vez pisa uma faculdade. É uma família que acolhe, que se preocupa com os seus. Uma família que, tal como outra qualquer, nem sempre se entende, que erra, mas que o reconhece. Esta é a minha praxe. A que eu vejo em minha casa. A que eu sei existir noutras cores que não as minhas. A praxe é dura, mas ainda não é motivo para que alguém morra por causa dela. Os verdadeiros académicos podem ser duros, mas ainda não são assassinos.  

Entrei no meu primeiro ano de faculdade convicta de que queria fazer parte disto. Disposta a aproveitar aquele que sempre me disseram ser o melhor ano da minha vida. Fui sozinha, sem conhecer as pessoas que se sentavam ao meu lado. Mas fui e não me arrependo. Porque sempre defendi que só posso recusar alguma coisa se primeiro passar por ela. Sabia que a possibilidade de desistir no primeiro dia não era remota, mas, pelo menos, se isso acontecesse tinha a consciência tranquila de ter tentado. Fiquei o primeiro dia. O segundo. O terceiro. Uma semana inteira de receção. Um mês. Até hoje. E quando olho para o meu traje, para a minha capa, para a minha pasta que carrega as fitas, sei que o tempo passou demasiado rápido. Que ainda ontem vestia t-shirt e usava orelhas e hoje sou fitada, quartanista. E se pudesse voltar atrás voltava a aceitar viver isto novamente.

Nunca fui um exemplo enquanto caloira e sei que não o sou enquanto académica. E ainda que não me orgulhe disse sei reconhecê-lo. Porque antes de tudo o resto tenho a plena noção do que faço. E também sei que não aproveitei aquele que devia ter sido o melhor ano da minha vida. Porque, se querem que vos seja sincera, foi o pior. Não por ter sido caloira. Mas por ter convivido de perto com a perda de alguém que sempre foi um dos meus maiores pilares. E tenho realmente pena de ter sido caloira no ano em que a minha avó entrou de urgência no hospital, acabando por falecer três meses depois. Poucos académicos souberam disto, mas os que souberam, ainda que tenham feito o papel deles para me convencerem a aparecer nas atividades, nunca me faltaram ao respeito. Nem me berraram. Nem me insultaram. Acredito, sobretudo, que compreenderam que a minha família estava acima de tudo. E está. 

Quem veste preto não deixa de ser um ser humano. E por maior que fosse o distanciamento no trato não deixam de lá estar para quando existem problemas. Numa altura em que se fala tanto de inconsciência, nunca me esquecerei da quarta-feira da semana de receção, quando ao subir para a Serra do Pilar não me estava a sentir bem. Desculpem se vos choca, mas foi um académico que se prontificou a saber se precisava de alguma coisa. E não descansou enquanto não teve a certeza disso mesmo. É certo que a ingenuidade da nossa idade, por vezes, nos faz ficar calados. Talvez exista medo em recusar. Às vezes de falar. Mas quem está do outro lado não é o inimigo. Nós é que tantas vezes somos inimigos de nós próprios. Porque se há coisa que um académico ainda não consegue ser é adivinho. 

Passei um ano a olhar para o chão. Mas nunca me fecharam a porta. E se houve coisa que me ensinaram logo no primeiro dia foi que tinha total legitimidade para recusar quando algo fosse contra os meus princípios físicos e/ou morais. E eu recusei. Talvez não da forma mais correta, mas não foi por isso que desistiram de mim. Eu também não desisti, ainda que tenha havido alturas em que o cansaço e a tristeza eram de tal forma grandes que tinha sido mais fácil largar tudo aquilo. Mas não o fiz. E sei que fiquei a ganhar: cresci, conheci pessoas fantásticas, superei-me, adquiri novos valores e fiz amigos para a vida. Passei um ano a olhar para o chão e quando passei a tribuna cada um dos abraços que dei teve ainda mais significado. As lágrimas que deixei rolar pelo meu rosto foram de gratidão e de saber que tinha conseguido. 

Tenho excelentes exemplos ao meu lado. Pessoas que realmente sabem o que é estar em praxe, que se preocupam em manter a tradição, em transmitir os valores corretos. E ainda que eu esteja longe de ser um exemplo assim, sempre estive porque quis estar. Não porque alguém me tenha obrigado. E orgulho-me disso. De estar. E também de ter a oportunidade de aprender com aqueles que sempre estiveram dispostos a ensinar. Porque praxe, além de ser tradição, a meu ver, é também integração. Ensino. Educação. E tenho pena que se esqueçam tantas vezes do lado solidário que consegue ter. 

Há maus praxistas e más praxes, como há maus pais e maus filhos. Maus patrões e maus empregados. Maus cidadãos. E isso não tem que ver com a praxe, tem que ver com o caráter de cada um. Os maus momentos da praxe não existem por causa da praxe em si, mas porque existem pessoas mal formadas que se julgam donas do mundo quando vestem um traje. Como se todos os outros se tornassem súbditos. Infelizmente ainda as há. Mas a praxe não tem culpa. Porque não são esses os valores que transmite. Tive a sorte de calhar numa casa que vive o verdadeiro espírito do academismo. E mesmo que não concorde com muitas das decisões, em nenhum momento vi qualquer tipo de atentado à integridade física e psicológica de quem veste t-shirt. Nem de quem veste preto. Porque, principalmente, há respeito. E isso não se deve apenas ao facto de andarmos numa Escola Superior de Educação. Deve-se, antes de mais, ao facto de todos termos tido uma educação verdadeiramente saudável antes de lá entrarmos.

A culpa é da praxe. Será sempre da praxe. Sobretudo se continuarem a criticar sem saberem o que é. Se insistirem na ideia de julgar por atos isolados e de juntarem tudo no mesmo saco. Eu compreendo, é mais fácil arranjar algo para culpar do que reconhecer que as pessoas é que fazem os maus exemplos. A mim assusta-me a estupidez, assusta-me a generalização, assusta-me que nem sequer se dêem ao trabalho de compreender, preferindo tomar uma posição extrema de oposição. Cada um é livre de ter opinião. Mas, pelo menos, procurem informar-se antes de apontar o dedo. Está na altura de quebrarem o preconceito.

O que se passou no Meco foi uma tragédia. Foi horrível. Não imagino a dor daquelas famílias. O sofrimento angustiante. O luto que não se pode fazer na totalidade enquanto não se souber o que se passou. Eu não estive lá e muito menos sei o que aconteceu. Só sei que aquilo não é praxe. Porque pertencer à praxe não é fazer parte de um grupo secreto, de uma seita, que põe em causa a vida do indivíduo. A praxe é pelo indivíduo e não contra ele. Entristece-me é que este incidente trágico que vitimou seis jovens tenha perdido o foco principal: perceber o que realmente ocorreu naquela noite. Em vez disso aproveitam-se para, mais uma vez, fazer uma caça acérrima à praxe, tentando denegri-la ao máximo. Tenho pena que em causa não estejam as pessoas, mas os interesses pessoais. É que há muito tempo que aqueles jovens deixaram de ser a peça mais importante desta história. O fundamental passou a ser mostrar uma imagem daquilo que a verdadeira praxe não é!

Hoje visto o meu traje e traço a minha capa. E a porta por onde entrei e que me acolheu há quatro anos será a mesma por onde um dia irei sair. Talvez deixe o casaco, a saia, a camisa, as meias, a gravata e os sapatos em casa, mas nunca deixarei de traçar a capa. Mesmo que seja de forma simbólica. E por maior que seja a nossa luta nunca será em vão. Porque vale a pena lutar pelos nossos, pelos que sentem, pelos que vivem, pelos que sabem e pelos que se preocupam. É que nesta «capa negra de saudade» levo o mundo e guardo-o no coração.

«No Dragão, difícil é aguentar sentado». Sem qualquer margem para dúvidas. Mas na impossibilidade de estar no nosso estádio ontem, permitam-me alterar a frase e afirmar que «a ver o Futebol Clube do Porto, difícil é aguentar sentado». Não o consigo porque a emoção de ver os meus é mais forte. Porque o apoio será sempre incondicional. E porque os nervos também assim não o permitem. 

Há amores assim: maiores do que nós. Que nos ocupam o coração por inteiro. O meu é assim. Sempre foi. Por mais do que uma vez afirmei, com todo o orgulho que isso representa, que sou portista desde que me lembro que sou gente. Atrevo-me a corroborar que ser Porto já nasceu comigo, como se essa informação viesse nos genes, como se da cor dos olhos ou do cabelo se tratasse. Nasci portista e morrerei da mesma forma. E por mais estranho que possa parecer, o mais certo é continuar adepta deste clube muito depois disso. Porque há amores que nunca morrem. E este é um deles. 

Foi um jogo de nervos. Sobretudo porque não começamos bem. A dominar. A mostrar a raça do Dragão. Em contrapartida, tínhamos um Marítimo que chegou para mostrar de que massa é feito, criando problemas e aproveitando-se bem das oportunidades. Vi um Marítimo forte e um Porto a ter que mostrar que realmente queria vencer. Nunca duvidei disso. É impossível. Porque acredito em vocês. Ainda que, por vezes, possa não parecer, eu sei que deixam tudo em campo e lutam por esse emblema como se fosse vosso. De coração. A tranquilidade que senti no nosso primeiro golo - e que acabou minutos depois - veio da classe da jogada com que foi construído. Foi a prova de que mesmo nos piores momentos mostramos a qualidade que temos. E permitam-me falar em «nós» e não em «vocês», porque sinto cada momento como se estivesse em campo ao vosso lado. Porque ser Porto é sermos um só. Em tudo. 

Estremecemos, mas não caímos. Mesmo quando parece que caminhamos por cima de uma linha de trapezista. Porque nesta casa aprende-se desde cedo que se luta até ao fim. Até ao último segundo. Até acabarem todas as possibilidades de alterarmos o resultado. «Esqueceram-se que o Porto também jogava». Mas estávamos lá. E lutamos até as forças nos faltarem. E a prova disso foram os cinco minutos finais, onde a raça do nosso amor foi maior do que tudo o resto. A segurança do Josué transportou-me automaticamente para 2004 quando o Pedro Emanuel marcou o penálti decisivo que nos deu a vitória na Taça Intercontinental. Não é possível comparar os dois momentos, não só por serem jogadores distintos, mas também pela competição em si. Mas comparo o sangue frio que é preciso ter nessas ocasiões, precisamente por serem «o todo ou nada». A responsabilidade pende apenas para um lado. O peso de carregar aquele emblema junto ao coração é infinitamente maior. É por isso que é incondicionalmente melhor quando a bola entra na baliza. E o grito de amor é também ele infinitamente mais alto. 

Ontem perdemos. Não o jogo. Mas um dos nossos maiores jogadores. Enchi-me de esperança ao ouvir André Villas-Boas dizer que estava na sua cadeira de sonho. Mas depois tive que aguentar o facto de se ir sentar noutro banco. Longe do clube de coração. Longe de nós. Ouvi todas as frase carregadas de esperança que davam conta da permanência do Quaresma. E tive que aguentar quando no último dia rumou ao Inter de Milão. Não escondi as lágrimas nem o peso da despedida, mas mantive-me forte para aguentar a ausência que deixou. Voltei a sentir o coração reconfortado quando li que o Lucho ponderava acabar a carreira no Futebol Clube do Porto. E agora confesso que não aguentei ver novamente a reviravolta. Talvez haja mágoa nas minhas palavras, não por terem decidido outro futuro, mas por vos ver sair. Não contava. Fiquei perplexa. De coração ferido. Mas sabes que a ti, enorme Comandante, só te tenho a agradecer por tudo aquilo que fizeste por nós. Muito daquilo que nós somos também o devemos a ti. À tua entrega constante. Ao teu talento. Ao teu espírito de liderança. Ao exemplo que sempre foste. Um clube não se faz de nomes porque, como já o disse uma vez, os jogadores vão, mas o clube permanece. Só que o Porto é a tua cara. É a tua casa. E sabes que serás sempre bem-vindo se, quem sabe, ainda estiveres disposto a regressar. O agradecimento é constante. E sê-lo-à sempre. Ainda para mais quando na hora da morte do teu pai fizeste questão de entrar em campo e lutar por nós. Havemos de nos reencontrar. Como reencontrei o Quaresma. Como espero reencontrar o Villas-Boas. E acredito que a vitória de ontem também tenha sido por ti. Por tanto tempo teres sido por nós. Até já, Guerreiro.

Paulo Fonseca, acredita quando digo que gosto de ti, que acredito na tua capacidade de liderança, nos teus conhecimentos e que tens todo o mérito para estar neste clube. Devo ser das poucas, mas não me importa, porque acredito em ti e vou estar do teu lado até ao momento em que também tu rumares para novos destinos. Mas permite-me discordar de ti quando dizes que ontem foi uma vitória «à Porto». Não foi. Nem tem sido. Este Porto não é o meu Porto. Reconheço que enquanto adeptos estamos mal habituados, porque conquistamos o mundo e não nos contentamos com menos do que isso. E ainda que acredite que estes jogadores têm tudo para jogarem à Porto, o meu Porto nunca esperou até aos últimos cinco minutos para demonstrar que realmente é feito de uma qualidade inatingível. Não. O meu Porto prova isso desde que entra em campo. Ontem faltou-nos essa segurança. Faltou-nos a nossa essência. E acredita quando te digo que me custa horrores reconhecer isso. Porque enquanto portista é-me difícil reconhecer quando a minha equipa joga mal, porque o meu Porto não o sabe fazer. Mas estamos de acordo quando afirmaste que se esqueceram que ainda estávamos a jogar e que já havia quem fizesse festa pela passagem do Sporting. É uma realidade. Tocaste na ferida e houve quem não gostasse. Ainda que esta competição não seja, de todo, a mais importante para nós, se lá estamos é para ganhar. É para conquistar. Agora vêm as meias-finais e espero que seja com uma vitória «à Porto». Porque quero mesmo concordar quando o dizes. Quero sentir que o foi. Porque mais do que ninguém temos capacidade para isso.     

Bruno de Carvalho, não sabes, mas a nossa relação nunca foi a melhor. E tudo começou quando chegaste de peito feito a dizer que querias ser recebido no ambiente mais hostil no Estádio do Dragão. Tenho que concordar quando dizes que se os jogos estão marcados para a mesma hora têm que começar ao mesmo tempo. Certo. Tens toda a razão nesse aspeto. Mas deixa-me relembrar-te que isso não significa que tenham forçosamente que acabar ao mesmo tempo. Não deves ter visto o nosso jogo e talvez a informação que te tenha chegado não tenha sido a mais correta, mas se te tivesses informado primeiro talvez descobrisses que o constante anti-jogo do Marítimo e o tempo perdido com a assistência a um dos jogadores da equipa adversária era motivo suficiente para termos mais dez minutos de jogo. Se calhar dez é um exagero, mas é só para compreenderes que mesmo que o jogo começasse ao mesmo tempo nunca iria acabar na mesma altura. Já não estava à espera de outra coisa a não ser ouvir-te frustrado a disparar em todas as direções. Eu sei, custa perder um apuramento assim. Mas ninguém vos mandou festejar antes do tempo. Só faltou mesmo dizeres que não era penálti! Não, espera, mas isso foi precisamente o que tu fizeste. Realmente não existiu um penálti. Existiram dois, só que a falta sobre o Carlos Eduardo não foi assinalada. Se calhar esqueceram-se. E agora que penso, se calhar querias que deixassem de marcar grande penalidade só porque o vosso jogo já tinha terminado. Já ouvi dizer que também vocês têm motivos para se queixarem de um penálti que ficou por marcar. Não vi o vosso jogo, mas acredito. E aí ficaríamos empatados com o mesmo número de golos, mas vocês passavam pela média de idades. Mas se calhar preferias um apuramento assim. Talvez te pareça mais justo. Fica para a próxima. Não acreditas em coincidências? Eu também não. E o certo é que o Paulo Fonseca pode errar em muitas coisas que diz, mas numa tem toda a razão: «se for o FC Porto vai dar uma semana de falatório». Vocês trabalham, não andam a brincar? Nós também não andamos a brincar, ainda que queiras passar essa imagem. Só tenho pena é que os teus critérios mudem conforme te convém. 

Nunca subestimem a nossa raça e o nosso querer. É quando nos julgam derrotados que nos reerguemos da chama e chegamos ao topo. Ao lugar que nos pertence. «No peito, a chama arde sempre mais forte». Nós somos sempre mais fortes. Contra tudo e contra todos. Desde o primeiro dia. Até ao último. Porque somos Porto. Até ao fim! 

«À entrada, os clientes recolhem um relógio para apontar o tempo de entrada e saída para pagar no final. De resto, tudo é de graça.


É um café, pode servir como escritório, também funciona como clube social e tem uma vertente de centro cultural. O novo café londrino Ziferblat parece ser de difícil classificação, mas a sua abertura, apesar de recente, já está a causar sensação entre a imprensa local.

À entrada, os clientes recolhem um relógio para apontarem o tempo de entrada e saída - o pagamento é feito no final. De resto, tudo é gratuito. Neste café, localizado no bairro de Shoreditch, só se paga o tempo de permanência no espaço, porque a internet, impressora, bebidas e pastelaria não são cobrados.

O conceito foi lançado por Ivan Mitin há dois anos na Rússia e a partir daí já foram inaugurados dez estabelecimentos em Moscovo, São Petersburgo e Kiev, capital da Ucrânia, entre outras cidades.

Tendo em conta o elevado nível de vida de Londres, os preços praticados nem são muito altos. Uma hora custa cerca de 2,20 euros, enquanto um minuto fica por 4 cêntimos.

"Aqui, tudo é grátis, excepto o tempo que aqui passas; e ao pagar pelo tempo, estás a fazer uma doação com o objetivo de desenvolver esta experiência social", pode-se ler no comunicado divulgado pela empresa.

"Estamos preocupados, primeiro, com o individualismo e a liberdade interior. Providenciamos algo como um refúgio numa cidade de impostores. É como uma casa na árvore para adultos. As pessoas reúnem-se para construir um lugar para si próprias, para serem abertos uns com os outros, para se esconderem dos adultos", disse Ivan Mitin à revista online Animal». (notícia aqui)


Criatividade. Capacidade de inovar. São as primeiras impressões que tiro deste novo conceito. É preciso pensar em grande. Arriscar. É preciso atrair as pessoas para novas realidades e proporcionar-lhes momentos diferentes. É preciso saber. E quando há alguém que pensa para lá dos limites, sabe automaticamente que, se primeiro vem a desconfiança, a seguir vem a constatação de que há ideias que devem mesmo passar do papel para a construção física, em vez de ficarem perfeitamente edificadas na nossa imaginação. E ir por diante. 

Nem todos os momentos criativos dão origem a ideias brilhantes. Até podemos estar perante algo completamente inovador, mas que peca por não ser funcional. Um café onde tudo é gratuito menos o tempo é funcional. É criativo. É inovador. É uma nova forma de «obrigar» as pessoas a sair de casa, mesmo que seja para se voltarem a esconder nos recantos de um espaço confinado a quatro paredes. Um espaço acolhedor, que nos fará sentir como se fosse nosso, mas onde nos acabaremos por envolver num ambiente totalmente novo, permitindo que outras pessoas cheguem, se acomodem e desfrutem dos encantos e da companhia, mesmo que sejam puros desconhecidos. Quem sabe se não acabaremos por conviver entre um café e uma risada que foge depois da última dentada numa fatia de bolo de chocolate. Tudo é possível se nos permitirmos a tal. 

Agora que paro para pensar, há uma vontade que se cria: ver algo assim em Portugal. Porque não? Talvez não fosse funcional pela nossa necessidade de viver a correr. A urgência de nunca parar, de olhar para o relógio como se fosse um inimigo. O hábito de comer de pé. Por vezes em passo acelerado. De rosto fechado e alheio a tudo o resto. Inundado de pensamentos que se multiplicam consoante as tarefas agendadas. Mas talvez esta ideia não se fortalecesse pelo triste hábito que ainda existe de «se é de graça, então, vou experimentar tudo o que puder». Só que como ainda acredito nas pessoas e na sua capacidade de acolher quero acreditar que, um dia, será possível ir a passear por uma dessas ruas portuguesas e encontrar um espaço assim.

Nunca tive uma casa na árvore, mas agradou-me a comparação. Até porque quase que posso arriscar que faz parte do imaginário de casa um. Agrada-me a ideia de ser um refúgio. Um lugar de convívio com amigos. Um esconderijo nem que seja para pensar. Com a grande diferença de que não se encontra no nosso jardim, nem as portas são abertas unicamente a conhecidos. O tempo é precioso. As pessoas também. E enquanto houver ideias que nos desafiem a sair da nossa zona conforto para o ir procurar noutro espaço nunca nos será possível esquecer que a nossa casa será sempre onde o nosso coração se sentir bem. 

«Eu acredito nas pessoas e acima de tudo no amor. Homossexuais ou não, pouco me importa, o que me importa é que são pessoas que amam e podem amar. E muito.


Sou psicóloga. Já me perguntaram qual é a minha a opinião sobre a adopção/co-adopção por casais homossexuais. E a minha resposta é tão natural como o facto de me levantar todos os dias. Sou a favor! E há quem faça um ar espantado e até chocado. E pronto! Começa aqui a bola de explicações de pontos de vista.

Há certos assuntos, que não me atrevo a comentar, sem pensar e reflectir sobre eles. Considero-os demasiado sérios, para serem falados que nem conversa de café. Para além disto, estes assuntos, e principalmente a opinião que temos sobre eles, definem uma parte do que somos e queremos ser enquanto seres humanos neste mundo. Por isso, só depois de algumas conversas com os meus botões é que comecei a dar a minha opinião sobre este assunto.

Sou a favor da adopção de crianças por casais homossexuais, tal como sou a favor de qualquer casal ou pessoa, que decide num dos maiores gestos de amor que existem, adoptar uma criança e torná-la sua. Tão sua, que as relações de amor fazem esquecer qualquer não relação biológica.

Acredito que o amor é a base de tudo. Como tal, apoio as pessoas que alimentam com amor o crescimento de uma criança. Aliás, não digo nada que não tenha sido enunciado na teoria da vinculação de Bowlby e Ainsworth, que realçam a ligação entre a qualidade da vinculação durante a infância e as várias áreas do desenvolvimento social, cognitivo e emocional. A vinculação, neste contexto, é a necessidade de os indivíduos desenvolverem ligações afectivas de proximidade, com o objectivo de atingirem a segurança, que permite a exploração do eu, dos outros e do mundo, com confiança. Este processo influencia o desenvolvimento em geral e a saúde mental em particular.

E dizem vocês: “Isso é muito bonito, mas e quando as crianças forem para a escola? Vão ser vítimas de preconceito!”. Talvez. Mas cabe a nós, ao sistema social e à escola combater o preconceito e lidar com a questão de uma forma simples. Porque não juntar os meninos para fazer um trabalho sobre famílias, ou porque não contar uma história em que o/a protagonista, são filhos de pais homossexuais, ou só de um pai? Porque não explicar que todos somos diferentes?

Eu gosto de pão, o Zé não. Eu gosto de rapazes com pinta de surfistas, a Ana de raparigas com ar intelectual. E vocês acrescentam: “Mas se a criança tem pais homossexuais, vai ser homossexual” E vocês? São iguais aos vossos pais? Gostam de tudo o que eles gostam? Dizem tudo o que eles dizem? Então os filhos de pais criminosos, drogados, médicos ou advogados, também o vão ser, certo?

Concordo com uma análise e um acompanhamento de todos os casos de adopção, no sentido de ver se a família, seja de que tipo for, está preparada e tem condições para fazer crescer saudavelmente uma criança. Não estou de acordo com o facto de as crianças ficarem institucionalizadas, muitas vezes sem carinho, amor e sem perspectivas de futuro.

Eu acredito nas pessoas e acima de tudo no amor. Homossexuais ou não, pouco me importa, o que me importa é que são pessoas que amam e podem amar. E muito». (Isabel Cunha, aqui)


Muito pouco haverá a acrescentar. E posso afirmar que tudo aquilo que defendo não acrescenta algo de novo, apenas representa a mesma ideia só que por outras palavras. Mas sinto que é preciso reforçar que a base de tudo isto é mesmo o amor. Não a cor de pele, dos olhos, a altura, o peso, a orientação sexual. Mas sim o amor. Puro e incondicional. O amor que nos faz agir com o coração aberto e disponível para receber e cuidar de alguém. 

Sou a favor! Porque também acredito no amor. Porque também acredito nas pessoas. E porque também acredito que adotar é das atitudes mais nobres e mais cheias de humanidade que podem existir. E isso é independente da orientação sexual, porque ninguém é menos humano por ser homo ou heterossexual. Os valores não são inerentes a isso. E por muito que alguém se ache digno de julgar seja o que for, não cabe a nenhum de nós pôr em causa o amor de alguém só porque quebra estereótipos. Porque não fazem parte daquilo que é considerado a realidade «normal». Aquilo que, para mim, não é normal é pôr-se em causa o futuro de uma criança porque em pleno século vinte e um ainda se tem uma mentalidade pré-histórica. 

Nunca conseguirei compreender que sociedade é esta que prefere ver crianças institucionalizadas a deixá-las viver numa casa que possa ser chamada de lar. Onde encontrem amor. Proteção. Compreensão. Carinho. Um futuro. Uma família. Numa das cadeiras de opção que tive no terceiro ano de faculdade um dos tópicos de debate era precisamente este. E uma das questões que me acompanhava na altura é a mesma que ainda hoje permanece: porquê? Porquê privá-las disso? Se me dizem que uma criança que seja educada por pais homossexuais tem tendência a ser também ela homossexual, a minha pergunta continuará a ser «e quantas crianças criadas por pais heterossexuais são, efetivamente, homossexuais?». Posso concordar que a tendência seja tentar reproduzir aquilo que nos é mais familiar, mas se partirmos dessa ordem de ideias, e como foi referido na crónica de Isabel Cunha, o filho de um criminoso seguirá as tendências do seu progenitor. O que não é necessariamente verdade. 

Optamos por viver dentro de uma bolha e escolhemos refugiarmo-nos em desculpas em vez de tentarmos quebrar barreiras. As pessoas conseguem ser genuinamente más e pouco dadas a mudanças, talvez por isso nos continuemos a esconder atrás de argumentos como «a sociedade não está preparada». Não está ou não quer? Cada vez mais me convenço que é a segunda opção. Enquanto adultos cabe-nos a nós lutar pelo bem das nossas crianças. E por melhores condições que uma instituição apresente não acredito que seja a opção mais favorável. Todos nós gostamos de ter uma família, alguém que nos acolha quando o dia corre mal, que nos limpe as lágrimas quando a dor é demasiado forte, que ria connosco sem motivo aparente, que nos abrace quando a saudade aperta, que nos chame à atenção quando erramos, porque isso é sinal de interesse, preocupação, amor. As crianças institucionalizadas também. Não são diferentes daquilo que nós somos. Só não tiveram a mesma sorte. Mas até isso pode mudar se realmente nos preocuparmos mais com o seu bem-estar do que com as aparências. E no que se trata a este tema, infelizmente, continuaremos a ficar mal vistos.

Caímos estupidamente no erro de recusar uma nova realidade a compreende-la. Apresentamos falsas preocupações quando o que nos preocupa não é o facto de a criança vir a ser vítima de preconceito na escola, mas sim a nossa auto-estima. Que não quer ser ferida ao reconhecer que há várias formas de amor e que a nossa, seguramente, não é a única. Naturalmente que, quando falo no plural, não me refiro a todas as pessoas, porque felizmente há quem tenha uma mentalidade suficientemente aberta para compreender que acima do seu ego e das suas inseguranças está algo muito mais importante. E a adoção, seguramente, é mil vezes mais importante que isso, por ser um assunto sério e sem margem para brincadeiras.  

Uma criança, ainda que esteja institucionalizada, não deve ser entregue a qualquer família, como se se tratasse de um saco de compras que uma empresa leva a casa quando o cliente assim o solicita. O acompanhamento deve ser feito, para realmente se compreender até que ponto aquela família está preparada para acolher aquela criança. Mas isso deve acontecer sempre, porque é a segurança daquele ser humano que está em causa. Não deve só ser feita porque o casal que se predispõe a adotar, curiosamente, é do mesmo sexo. Assim como os valores não se reconhecem através das roupas de marca, dos carros último modelo guardados na garagem, o amor também não é menor se a família em questão for homossexual. Não é isso que descredibiliza, que tira o mérito, que nos torna melhores ou piores pessoas. Isso é o nosso caráter que o faz. E quando as pessoas têm caráter não há nada a temer.

O processo de adaptação só é complicado se assim o permitirmos. Mas as crianças são resilientes. E ainda que não acredite, de todo, que ser adotado por um casal homossexual seja motivo de trauma, as crianças são capazes de recuperar se tiverem um sistema de apoio que lhes permita isso. Além de que muitas vezes nos esquecemos de um aspeto fundamental: mesmo que as crianças também consigam ser más, são muito mais livres de preconceitos do que nós. E aceitam com muito mais facilidade a mudança e novas realidades, desde que lhes sejam explicadas convenientemente. Nós é que tendemos a dramatizar, a colocar problemas onde não existem, e com isso acabamos por pôr em causa o futuro de alguém.    

Quero acreditar num futuro onde passaremos a discutir os direitos humanos na vertente onde realmente importa. Porque a mim assusta-me muito mais que se faça de conta que não existe exploração infantil, crianças a serem maltratadas a toda a hora, muitas vezes pelos pais biológicos, abandonadas, sem condições de futuro; esquecidas e impedidas de sonhar. Não me incomoda nem me assusta se um dia for passear na rua e vir um casal homossexual com uma criança nos braços, muito pelo contrário. Ficarei mais descansada, porque é sinal de que estamos a evoluir, a crescer, a lutar por e pelas pessoas. E este é o país onde quero viver, sem preconceitos, onde a diferença faz a diferença por ser sinal de avanço e não de retrocesso.      

Adotar é amor. E eu acredito no amor. E acredito que, por maior que seja a causa, vencerá sempre. Independentemente de opiniões politicas, aspeto físico ou orientações sexuais. Porque valerá sempre a pena lutar por amor.   

Tenho um armário cheio de filmes que me lembro de ver horas e horas seguidas. E em todas elas era como se os visse pela primeira vez. Recordo-me de chorar em muitos deles, mas também de me rir até não aguentar as dores de barriga. A maior parte é da Disney e sei que, independentemente da história, todos eles me fizeram sonhar. 

Walt Disney significa magia, mas também infância. Significa a magia da minha infância. As horas que passava em frente à televisão a viver aquelas histórias como se fossem parte de mim. Todas as lágrimas que se formavam nos meus olhos, a gargalhada estridente em todas as patifarias, a vontade de abraçar cada uma das personagens, de as proteger, de as mimar. Significa inocência e um desejo imenso de voltar atrás no tempo. 

Ainda que não goste de viver do passado, precisamente porque já passou e o que interessa é o agora, sempre fui bastante saudosistas. Porque há alturas da vida que, por terem sido tão bonitas, faz bem ao coração relembrá-las. E eu gosto de tudo aquilo que me faz recordar momentos felizes. Nem que sejam cinco minutos. Serão os melhores, por serem sobre algo que faz eriçar a pele pelo encanto. Por nos prender a atenção. Por nos transportar para um mundo extraordinariamente fabuloso. 

Cinco minutos e quarenta e sete segundos foram suficientes para me fazerem viajar a toda a velocidade para uma parte da minha vida que guardo com imenso carinho. Fechei os olhos e senti-me novamente criança. Senti o coração a palpitar com mais intensidade. E sorri, por toda a felicidade que aquelas músicas representam. E se há filmes que queremos ver vezes e vezes sem conta, há vídeos que seguem o mesmo caminho. Por serem igualmente mágicos. 

«Aumenta o volume. Fecha os olhos. E viaja!»

  

«Depressa! O tempo foge e arrasta-nos consigo. O momento em que falo já está longe de mim»


Já não é a primeira vez que o digo: há dias em que sinto o tempo a desaparecer por entre os meus dedos. Com o tempo fui compreendendo que isso não é, necessariamente, algo que nos deva preocupar. Passa porque tem que ser assim. Porque os ponteiros do relógio não deixam de rodar eternamente. E é bom quando não se cai no erro de contar as horas e se espera que, por qualquer razão, o tempo se atrase e nos deixe presos na ilusão de durar mais um bocadinho. O tempo avança para nos fazer avançar. E quando, futuramente, relembrarmos um momento que em tempos nos encheu o coração compreenderemos que permanecem além das doze badaladas. E são mais aqueles que nos esperam. Por isso o tempo foge: para sabermos viver sem nos prendermos ao relógio.

Quinta-feira foi dia de festa académica, organizada pela Cantuna (Tuna Feminina da Escola Superior de Educação do Porto). Em jeito de preparação para Maio, organizaram a Queima d'Inverno. E como «o que se passa na Queima fica na Queima» só vos digo que a noite não podia ter sido melhor. E em melhor companhia. Sexta-feira à tarde fui à minha primeira visita no voluntariado. Mas sobre isto, tal como já vos tinha prometido, falarei noutra altura, com o devido foque. Além disso, segunda tive frequência e hoje também, por isso a semana foi preenchida.

Andei um pouco ausente, mas aquece o coração cá voltar e ver que tenho uma surpresa à minha espera. O Liebster Award é atribuído por bloggers a outros bloggers. Só que há uma particularidade, é que esses blogues têm que ter menos de 200 seguidores. O objetivo é ficar a conhece-los, assim como à pessoa que o escreve. E consiste no seguinte: partilhar 11 factos sobre ti e responder às 11 perguntas que a pessoa que te nomeou fez; depois disso nomeias outros 11 blogs que tenham menos de 200 seguidores e fazes tu as tuas próprias perguntas.

Quero agradecer à Magda Carvalho, do blog Rêtro Vintage Maggie, à Daniela Marinho, do blog Infinity e à Patrícia P., do blog A minha pequena vogue por me terem nomeado. Foram muito queridas e é sempre bom receber estes mimos, pois dão ainda mais vontade de continuar por aqui. Como a Magda não deixou nenhuma pergunta, não estranhem só verem as respostas às que a Daniela e a Patrícia fizeram. Tenho que vos confessar uma coisa: nestes desafios nunca consigo destacar um blog em vez do outro, porque todos me dizem alguma coisa. Caso contrário não estaria a segui-lo. Portanto, nomeio-os a todos, com todo o meu coração, mesmo que tenham ultrapassado o limite de 200 seguidores. E as perguntas são as mesmas que me fizeram a mim (podem escolher as primeiras 11 ou as segundas)

Após a explicação, deixo-vos o que realmente importa.


Onze factos sobre mim: 
1º Desde pequena que quero ser educadora e/ou escritora.
2º Adoro chocolate (de preferência preto com menta).
3º As minhas cores favoritas são o azul e o verde.
4º Não gosto de praia.
 5º Adoro dançar.
6º Emociono-me com facilidade, seja a ver um filme (até pode ser infantil), uma série ou a ler um livro.
7º Quero muito aprender a tocar guitarra.
8º Se pudesse (além de ter uma biblioteca em casa), tinha uma vasta coleção de relógios. Quanto maiores forem melhor. É por isso que gosto tanto de relógios de homem (além de gostar de alguns perfumes). 
9º Escrever e fotografar são mesmo duas paixões que me completam.
10º Quero comprar uma Canon 600D. Tornar-me sócia do Futebol Clube do Porto. Comprar a nova camisola do Quaresma (não necessariamente por esta ordem).
11º Não passo um dia sem ouvir música.


Vou começar pelas perguntas da Patrícia: 

1 - Qual a tua peça de roupa preferida do armário?
Apesar de não o usar muitas vezes, o vestido dos meus 18 anos. 

2 - O que gostas mais do país em que moras?
Gosto das pessoas, porque sabem acolher; das paisagens que nos tiram o ar, por toda a sua beleza; da gastronomia, que nos faz sentir em casa.

3 - Qual o filme da tua vida?
«A walk to remember». 

4 - Qual é o teu maior defeito?
Sou muito teimosa (o que nem sempre é um defeito), mas também me entrego demasiado às pessoas (o que nem sempre é uma qualidade). 

5 - Qual a maior qualidade que admiras numa pessoa?
A sinceridade. A capacidade de permanecerem mesmo quando as coisas não correm bem. Saberem rir-se de si próprias, não se levando tão a sério. (façam de conta que não enumerei três qualidades, mas apenas uma como era pedido)

6 - Qual é a melhor oferta que te poderiam dar agora?
Se for a nível de lazer, um bilhete para ir ver o jogo do Porto (ou a camisola do Quaresma, ou até mesmo a Canon); se for a nível profissional, uma vaga num infantário como educadora assim que terminar o curso. 
7 - Qual é o teu maior medo?
Levar-me demasiado a sério, não saber aproveitar a vida da melhor maneira (com os meus sempre por perto) e olhar para trás e arrepender-me do que não fiz. 

8 - Qual é a maior certeza da tua vida?
Que sou feliz e tenho a melhor família e os melhores amigos que podia desejar. 

9 - Qual o homem de sonho?
Sincero, divertido, que não se impeça de sonhar e tenha objetivos de vida; com uma boa gargalhada e um sorriso largo. Pode ter muitos defeitos, mas que tenha acima de tudo um bom coração e que me ame na mesma proporção que eu. 
10 - Sapatos altos ou sapatilhas?
Sapatilhas, sem dúvida.

11 - Qual o perfume que te identifica?
Dolce & Gabbana Light Blue


Agora vêm as da Daniela:

1- Qual o impacto do blogue na tua vida?
É um refúgio. Onde posso desabafar, se me apetecer, ou apenas partilhar algo que goste, os meus textos, o que me vai coração. 

2- O que sentes quando recebes comentários que vão, exatamente, de encontro aquilo que quiseste expressar?
Para além de sentir que fui clara no que escrevi, também é sinal de que a pessoa perdeu algum do seu tempo a ler, que compreendeu e que se preocupou.

3- Qual o teu maior medo?
A resposta é a mesma que dei na terceira pergunta da Patrícia. 

4- Se pudesses escrever um livro sobre a tua vida, que título darias?
Sempre quis escrever um livro, mas na realidade nunca pensei num nome. A primeira ideia que tive foi o nome do meu outro blog: «Parte do que sou», mas agora talvez fizesse mais sentido «As gavetas da minha casa encantada», porque aquilo que escrevo, além de ser parte de mim, vem de cada uma das partes do meu coração. E mesmo que feche uma gaveta no final do texto ele continua lá, assim como tudo o que lá escrevi.

5- Qual a música da tua vida?
«Nunca me esqueci de ti», de Rui Veloso.
6- Gostarias que a vida tivesse opção de "replay"? Porquê?
Há alturas em que sim, porque gostava de reviver momentos que significaram imenso, ou, então, situações que gostava de alterar. Por outro lado, penso que deixariam de ter tanto impacto se os pudesse viver sempre que quisesse. E aquilo que sou hoje deve-se a todas as decisões que tomei nessas situações, foi com elas que aprendi. 
7- Acreditas no amor à primeira vista? E em amores de verão?
Acredito em química à primeira vista. Amor não. O amor é demasiado complexo para crescer assim. Quanto aos amores de verão não sei bem o que pensar. À medida que vou crescendo vou acreditando que há grandes amores que chegam ao fim, mas isso não significa que não tenham sido amores verdadeiros. Foram enquanto duraram. Talvez os amores de verão se possam enquadrar aí, mas também depende da história de cada um.  

8- Para ti, o copo está meio vazio ou meio cheio? Que achas desta expressão quando aplicada à vida?
Maioritariamente, está sempre meio cheio. Claro que há dias em que parece que está completamente vazio, mas não consigo ser pessimista, sou otimista por natureza e é assim que gosto de viver a minha vida, vendo o melhor lado de tudo o que acontece. Esta expressão aplicada à vida? O copo devia estar sempre meio cheio, para todos. Completamente cheio também não, porque precisamos de equilíbrio, mas meio cheio sem dúvida

9 - Qual a cor que melhor te caracteriza?
Azul e verde. Dependendo do azul e do verde, adoro ver estas duas cores juntas. 

10 - Qual a prenda que mais gostaste ou a que gostarias de ter recebido e nunca te ofereceram?
Na minha infância gostava de ter recebido o carrinho dos gémeos e/ou um carro telecomandado. É difícil dizer a que mais gostei, porque são várias. 

11- O que farias para mudar o mundo?
O importante, e talvez seja o passo mais fácil, é nunca pensarmos só em nós. Se eu estou bem os outros não importam. Não! Não podemos pensar assim. Se nos tratássemos como uma grande família, mesmo com todas as desavenças, talvez muitas coisas fossem evitadas e solucionadas a tempo. Acredito que só conseguimos isso quando estamos bem connosco, porque, de outra forma, não damos o nosso melhor. Mas se aprendermos a olhar para o lado para ver quem nos acompanha, se nos tratarmos de igual para igual, acreditarmos que juntos somos mais fortes (porque o somos), talvez possamos fazer a diferença. E tornar o mundo melhor. 

«Goleada com o cunho de Quaresma e Jackson

Só destoou o golo de cabeça em vez da trivela do costume

A FIGURA: Quaresma 
Está feliz, está motivado e mais solto do que se poderia julgar. O resto, e o resto é tão importante, continua onde sempre esteve. O seu futebol é e sempre será uma hipérbole. O risco está presente em todas as ações, a atração pelo drible é inseparável do seu pé direito. Todos conhecemos o estilo de Quaresma e o reportório entusiasmante do extremo. Se mantiver os níveis de entusiasmo e recuperar a condição física, o FC Porto passará a ser uma equipa perigosíssima. Para já, está a exceder as expetativas. 

MOMENTO DO JOGO: Mustang com cabeça
Minuto 11, desvio fantástico de Ricardo Quaresma com a cabeça e o regresso aos golos de dragão ao peito. O cruzamento de Josué é ótimo também, mas a execução do Mustang supera-o pelo elevado nível de dificuldade».


«Gostei do Quaresma. Face ao que tem sido o trabalho ainda curto que tem sido realizado, gostei. Mas há muito a evoluir, o Quaresma pode e vai render muito mais. Era importante dar-lhe minutos de jogo, depois naquelas condições do terreno considerámos melhor não arriscar e tiramo-lo de campo. Mas estou contente com a resposta dele e de todos os outros jogadores" (Paulo Fonseca)»


«"Estou pronto a ajudar o meu clube"

O regresso de Quaresma ao Estádio do Dragão e à titularidade no FC Porto acabou por ficar marcado por um raro golo de cabeça do Mustang.

"É bom voltar a este estádio, é bom voltar aos golos, às boas exibições, mas o mais importante era voltar às vitórias depois de uma derrota difícil para nós. Nada melhor do que uma vitória e uma boa exibição, apesar das condições difíceis, acho que os jogadores deram tudo o que tinham a dar e é com esta atitude que temos de continuar".

"Sinto-me cada vez melhor de dia para dia, sinto que estou pronto para ajudar a equipa, o meu clube, e é para isso que trabalhamos. Agora é continuar a lutar e ajudar a minha equipa".

"Ando há dois anos à procura de um golo de cabeça e consegui. Mas o mais importante era voltar às vitórias. Pensamos jogo a jogo, este já acabou, agora é pensar no Setúbal, que tem vindo a fazer um bom campeonato, tem bons jogadores, um bom treinador, e é com esta atitude que temos de continuar a jogar para voltar aos títulos"».




Ricardo? Quaresma! Ricardo? Quaresma! Ricardo? Quaresmaaaa! (a jogada completa e o golo, também, aqui).

Parece que, afinal, o gordo, o velho, o reformado, o próximo Liedson ainda não está acabado e sabe como se faz. E sabe! Melhor do que ninguém. Porque quem sabe nunca esquece. E o talento que tem, para além de ser inigualável, não desaparece. E eu sei que ainda há muito caminho a percorrer, mas chegarás lá. Sem qualquer dúvida, porque és maior do que todas as críticas. A tua irreverência e imprevisibilidade em campo são os pontos chave para o sucesso. Nunca esperei outra coisa. Nunca esperei menos vontade do que aquela que tens em ser melhor. Todos os dias. E já o és. 

Raça. Querer. Ambição. Assim se faz um Guerreiro. E isto é só o começo! De Dragão ao peito. Orgulho incondicional. Amor maior coracao azul Emoticons Secretos do Facebook

«Cristiano Ronaldo é o melhor do mundo

Primeiro português a vencer dois troféus de melhor jogador do Mundo (2008 e 2013)

A Bola de Ouro é mesmo de Cristiano Ronaldo!

O jogador madeirense é primeiro português a ganhar duas Bolas de Ouro, depois da primeira em 2008, quando ainda estava ao serviço do Manchester United, superando Eusébio (1965) e Luís Figo (2001).

O extremo do Real Madrid, com 69 golos em 2013, destacou-se à frente de Lionel Messi (Barcelona), vencedor das quatro edições anteriores, e de Frank Ribéry (Bayern Munique), entre os jogadores mais votados neste prémio conjunto da FIFA e da revista «France Football».

«Não há palavras para descrever este momento», começou por destacar um Cristiano Ronaldo visivelmente emocionado, com as lágrimas a caírem-lhe dos olhos e as palavras a ficarem presas na garganta, mas com esforço prosseguiu. 

«Obrigado a todos os meus companheiros do Real Madrid e da Seleção. É um orgulho enorme, as pessoas que me conhecem sabem o que fiz para ganhar esta bola. Quero também mencionar os nomes de Eusébio e Madiba [Mandela], que foram importantes para mim, a minha mulher e o meu filho que, pela primeira vez me vê a ganhar uma Bola de Ouro. Se me esqueci de alguém, peço desculpa, mas é um momento muito emocionante para mim e não consigo falar», destacou ainda entre lágrimas». (ver notícia completa, que inclui o vídeo, aqui)


Emoção. Pela conquista. Pela humildade. Pelas lágrimas que o coração não consegue controlar. Pela garra. Por ser um exemplo de luta constante, que nem as dificuldades foram capazes de travar. É desta massa que se fazem os Guerreiros. Desta junção de persistência com ambição, sem esquecer as raízes. E é assim que se conquista o mundo: com talento, com inteligência, com a qualidade inegável que só se associa aos Gigantes. E o Cristiano Ronaldo é o maior. É o melhor. É o primeiríssimo. E por isso mesmo se volta a escrever o seu nome numa Bola de Ouro. Com toda a justiça e todo o mérito. 

Já o disse mais do que uma vez: gosto de jogadores rebeldes. Irreverentes. Que não se conformam com a banalidade. E mesmo que sejam tantas vezes incompreendidos são sempre capazes de se erguerem mais fortes. Gosto do jogo bonito, da habilidade de reinventar cada jogada, da raça com que se disputa o jogo e do amor com que se defende a camisola. E o Ronaldo é isso. E muito mais. É o melhor. E é português. 

Parabéns. Não só pela Bola de Ouro. Mas por tudo. Principalmente por seres português e por teres em ti uma vontade imensa de ser sempre mais do que aquilo que já és. E obrigada. Por levares o nosso nome além fronteiras, por teres em ti o enorme talento que tens e por nunca desistires. És um orgulho. Daqueles que não se pode medir. Mas que é dos grandes. E que nunca para de crescer!


É das imagens mais bonitas. Por todo o sentimento. Pelo momento que foi. Pela humanidade inerente que caracteriza os Gigantes e comove os restantes. Um homem não se faz só de títulos. Faz-se também de momentos em que o coração se torna maior que tudo o resto. E ele, seguramente, nunca será apenas uma Bola de Ouro. Ou duas. Será sempre mais do que todos os troféus que ganhou. Porque o «Puto Maravilha» que chegou da Madeira veio para conquistar, não só o País, mas o Mundo. E conseguiu-o todos os dias. Porque pensa em grande. E só quem pensa assim é capaz de conquistar. E escrever a história mais bonita que nos irá acompanhar ao longo de uma vida inteira. 


«Ro-nal-dooooooo! É o melhor dos jogadores (...) Com o mundo a seus pés, gritamos mais uma vez, o melhor do mundo é Português» (aqui)
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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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      • Rui Pedro: Dezasseis anos de dor!
      • «Praxes: o país das histerias»
      • Coração pintado a tons de azul e branco
      • «Neste café londrino tudo é gratuito menos o tempo»
      • «Adoptar rima com amar»
      • Cinco minutos e quarenta e sete segundos de magia
      • Liebster Award
      • «Quaresma sem tirar nem pôr»
      • E a Bola de Ouro vai para...
      • «A viagem sem fim de Gunther Holtorf»
      • Jimmy Fallon with classroom instruments
      • All of me
      • «Quaresma volta a ser o 7» e não é a única novidade!
      • 1º Treino do Ano. Estádio do Dragão
  • ►  2013 (52)
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