Entre Margens

«(...) Não te vi e tentei voltar a dormir, sabendo que a Ásia ainda estava longe. Mas como não chegaste fiquei preocupado. Nada nas notícias, porque é que não estou a receber uma chamada tua? Devias estar a chegar. Estiveste tão longe e agora deves estar a chegar»


Estava a chegar. Chegou. E trouxe consigo mais uma prova do talento daqueles que são, para mim, um dos grupos que mais me enche o coração: os Aurora. 

Caminhando por aí, seguindo diferentes direções, mas sem nunca perderem o Norte, vão dando passos certos rumo a um futuro que, já sendo de sucesso, tem tudo para ser ainda mais brilhante. Admiro-lhes a capacidade de nunca pararem e de fazerem acontecer. Na passada quarta-feira, durante a emissão do Boa Tarde, na Sic, presentearam-nos com a novidade de serem padrinhos de um projeto que pretende animar e mimar aqueles que estão a passar por momentos mais complicados a nível de saúde. Integrado na iniciativa «Música nos Hospitais» (sobre a qual podem saber mais aqui), a Sic Esperança, em parceria com os Armazéns do Chiado, conseguiu financiamento para que se levasse música ao Hospital Dona Estefânia. E os Aurora farão parte desta causa tão nobre. Só que as surpresas não ficam por aí e esta semana, mais concretamente ontem, apresentaram-nos o seu primeiro vídeo oficial. 

Tenho a certeza de que não falo só por mim quando afirmo que é mesmo gratificante perceber que a imagem do profissional e da pessoa por trás desse profissional corresponde inteiramente ao que pensávamos. Nunca perderam a humildade, por isso é que tocam tantas pessoas, de várias gerações. E a maturidade e responsabilidade com que abraçam os projetos só demonstram que vivem para isto. Mais do que quererem fazer, eles fazem. Sem rodeios. Por mais desafios que apareçam durante o seu percurso, acredito que serão capazes de dar um salto de gigante, conquistando o espaço que tão bem merecem no nosso panorama musical. 

Quando é o trabalho de alguém que admiramos as expectativas são sempre elevadas, inevitavelmente. E a ansiedade não pára de aumentar. Como vem sendo hábito, até porque eles não sabem fazer outra coisa que não seja surpreender-nos pela positiva, superaram todas aquelas que eu tinha. O vídeo está a ser um êxito. E que seja o primeiro de muitos!

A música que escolheram é, na minha opinião, das mais bonitas que alguma vez se fizeram. Muito bem escrita, a letra está sensacional e fica no ouvido. É um privilégio ouvir os Aurora a interpretar com tanta alma e tanto talento uma das músicas que mais gosto: «Deves estar a chegar», dos Oioai. Serei incondicionalmente suspeita, mas não me importo minimamente com isso, sobretudo porque acho mesmo importante realçar a qualidade que eles têm. Partilhar o trabalho deles é uma consequência natural, porque nunca desiludem. E sendo algo feito por eles é impossível não gostar, uma vez que vem com selo de qualidade.

Está simples, sem grandes distrações, mas muito especial, permitindo-nos focar no que realmente importa: as vozes, as guitarras, a cumplicidade, a música. O cenário lindíssimo onde foram feitas as gravações não podia ter sido melhor escolhido. A paz e tranquilidade que nos transmite é reconfortante, mostrando, uma vez mais, que o nosso país tem sítios absolutamente encantadores. A versão da música está extraordinária, bem ao jeito deles. Tenho a certeza que se os Oioai a ouvissem ficariam orgulhosos por verem o seu trabalho reinventado com tanto respeito. Aquilo que ninguém estava à espera era que no vídeo aparecessem imagens dos concertos. O que nos mostra, não só toda a energia que neles se vive, mas também o cuidado que têm com todos aqueles que os seguem. Foi uma ideia genial e muito bem conseguida, que combinou na perfeição com o resto do vídeo. Estão de parabéns, por esse pormenor que ninguém esquecerá e pela conjugação de todos os elementos presentes.

Estão a crescer. Como profissionais e como pessoas. E é mesmo um orgulho enorme ver tudo isso acontecer, ainda que à distância. Não imagino todo o trabalho que foi conseguir que aqueles três minutos ficassem exatamente como pretendiam, mas vendo o produto final só posso dizer que foi mais uma etapa superada com sucesso. E outra coisa não seria de esperar. Elevaram a fasquia, mas têm correspondido com inteligência, empenho e uma vontade imensa. Sempre fiéis a eles próprios, genuínos e criativos, subiram mais um degrau. No vosso caminho e nos nossos corações. 

A pergunta que se impõe é: para quando o video oficial dos originais que já nos deram a conhecer? Eu espero, até porque valerá sempre a pena fazê-lo por eles. Principalmente quando se tem a certeza de que será ainda melhor do que aquilo que foi até aqui. Não estranhem, é mesmo possível, porque com o talento que têm são capazes de tudo. O mundo é vosso!



Já tinham visto? O que acharam? Partilhem muito e deixem as vossas opiniões. Quero que me contem tudo!
«A minha ideia é que há música no ar, há música à nossa volta, o mundo está cheio de música e cada um tira para si simplesmente aquela de que precisa», Edward Elgar


Não passo um dia sem ouvir música. Como tem sido uma constante, a escolha desta semana volta a ser em português. No masculino. E com sotaque portuense. Com um género que se encaixa na eletrónica/pop, o grupo que hoje vos apresento tem uma identidade muito própria, que não deixa ninguém indiferente e que facilmente os deixa reconhecer. Torna-se imperativo ouvi-los todos os dias, pela qualidade inesgotável com que trabalham e fazem música.

«Nunca pensei que seria tão difícil dizer adeus». 


Foi o que aconteceu contigo. Connosco. Deixei de saber de ti. Deixaste de dar sinais sobre o caminho que escolheste. Apagaste as pegadas. Deixei de te seguir. De te procurar. Deixei de sentir a tua falta, ainda que, por vezes, sinta a recaída que o vazio cria no meu coração. Deixaste de me fazer falta. Porque te ausentaste. Partiste. E eu virei à esquerda, para o lado oposto por onde o meu caminho se podia cruzar com o teu. Não me fazes mais falta. Não mais. E como é bom desprendermo-nos daquilo que nos sentimos a prender ao passado. Tão simples quanto isso, adeus. Sem rancor ou qualquer tipo de ódio. Só com a cicatriz que me fará recordar todos os dias o corte que a nossa amizade teve. Até qualquer dia. Ou até nunca mais. A primeira escolha foi tua. O adeus definitivo é meu!


«Aprenda, menina, quem não te procura não sente sua falta», Caio Fernando Abreu


Mentiria se dissesse que esta falta de conversa não me incomoda. Mas talvez me incomode mais o facto de que para ti seja indiferente. A mim ainda me custa, e talvez custe para sempre, o esquecimento onde caí, desamparada, sem um único sinal de que seja temporário. Talvez porque não o seja, já percebi...

«Rumo ao sul, sem amor, devagar o meu sonho faz-se ao mar. Sem amor rumo ao sul, o meu céu perdeu o azul»


Noites como estas enchem-me o coração. Nem a chuva que se fez sentir ao início demoveu a beleza de uma Avenida cheia a cantar Fado. Ana Moura é, para mim, a melhor no que faz. Com uma beleza inconfundível e um talento gigantesco. A alma com que canta, pois tem o coração na voz, é impossível de descrever. É mesmo uma honra estar tão perto e presenciar a magia de um momento tão único. Faltou-me «O que foi que aconteceu», mas ouvir da segunda fila aquela voz rouca e aconchegante, de uma generosidade e humildade ímpares, capaz de encher um palco sozinha, e uma avenida inteira, compensou por todas aquelas com que se apresentou em palco. E os músicos que a acompanham são extraordinários. Que qualidade! Sentir «Os Búzios» e a «Desfado» assim, bem de perto, é impagável. O obrigado será sempre pouco depois de um concerto tão incrível.

Após esta oportunidade, que julguei comprometida por causa do tempo, ficam as memórias, os vídeos e as fotografias. Os segundos já estão a carregar no meu canal do youtube, os mesmos que depois partilharei na rubrica «Minutos com história». Mas enquanto não estão disponíveis, deixo-vos com as fotos que consegui tirar durante o concerto. Não ficaram com a melhor qualidade possível, mas espero que vos transmitam a elegância de uma noite sem igual. E a promessa mantém-se: marcamos encontro para um dia muito breve, para vos contar pormenorizadamente a experiência vivida em cada um dos Concertos na Avenida. 








































































Espero que tenham gostado desta viagem fotográfica. Hoje é dia de ter a casa cheia. E se o São Pedro permitir, depois do jantar, vou aproveitar e viver o «São João Bonito», porque hoje também é dia de festa. A festa mais bonita da cidade do Porto. Quem vai?
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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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