Dia da criança

junho 01, 2014

«Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura, pelo que é, e respeito pelo que pode vir a ser», Louis Pasteur

Ser criança é ser tanto em tão pouco tempo. É ver o mundo no pedaço mais pequeno de chão. É cair e levantar. É brincar até cansar. É sorrir até doer as bochechas. É rir. Rir muito. Fazer disparates. Fazer a maior quantidade de perguntas em segundos - e sobre as coisas mais impensáveis. É dar asas à imaginação e viver numa bolha de felicidade.

Ser criança é ser livre. É correr, saltar, brincar. É ter um brilho no olhar tão intenso que nos aconchega. É ser doce. É sonhar infinitamente. É abraçar sem pedir. É beijar a qualquer hora. É perdoar. É viver o presente, sem preocupações futuras e desnecessárias.

O importante é esfolar os joelhos. Chegar a casa com a roupa coberta de terra e de lama. É jogar futebol na rua. É brincar às bonecas. É fazer corridas de carros. É pintar os dedos, as paredes, os sofás e tudo o que mais houver. É pegar numa folha branca e dar-lhe mil significados. É criar amigos imaginários. É cuidar. Deles e de nós. É ter dentro de si força, genuinidade, amizade, amor, humildade, confiança suficientes para nunca parar. Para crescer e tornar-se num grande homem ou numa grande mulher.

São elas que nos ensinam a amar sem receios e sem filtros. A ser destemidos. A ver em tudo uma oportunidade. A ser felizes da forma mais verdadeira possível. São elas que nos mostram o quanto é bom viver. O quanto não nos devemos levar tão a sério. Como é bom sermos nós, sem máscaras. E que devemos preservar sempre a criança que fomos - que ia para o jardim brincar com minhocas e bichos de conta e achava a maior graça do mundo; que acordava cedo só para ver os desenhos animados; que nunca queria ir cedo para a cama; que achava que leite com cereais era a melhor comida do mundo; que corria atrás das borboletas;

Uma criança é como um pequeno tesouro, que guardamos com cuidado. É um sonho que nunca para de sonhar. É a vida em movimento. E a energia que nunca se esgota. Precisamos de ter resistência para as sabermos acompanhar. Mas, sobretudo, precisamos de nos colocar ao lado delas, pensar como elas, porque para a criança é tudo claro. É preto no branco, ainda que o seu mundo seja pintado de todas as cores. E a inteligência que têm, digna de pequenos génios, é surpreendente. Deixa-nos de queixo caído. E com esperança de que os adultos não as estraguem e as deixem ser livres o suficiente para não ligarem o complicómetro.

Ser criança é ter o mundo na mão. Abraça-lo. E partir. Porque nesse coração hospedeiro e aventureiro, que só elas carregam com tanto amor, existirá sempre a convicção de que há mais um recanto para descobrir.

Feliz dia da criança!