As minhas viagens de metro #18


«(...) O primeiro amor ocupa tudo. E inobservável. E difícil sequer reflectir sobre ele. O primeiro amor leva tudo e não deixa nada. Diz-se que não há amor como o primeiro e é verdade. Há amores maiores, amores melhores, amores mais bem pensados e apaixonadamente vividos. Há amores mais duradouros. Quase todos. Mas não há amor como o primeiro», Miguel Esteves Cardoso


O primeiro amor nunca se esquece. É tão intenso. Vivemos tudo à flor da pele. Estamos tão longe de saber como se constrói um grande amor que acabamos por querer experimentar tudo em modo «já», em vez de saborearmos lentamente os momentos. Falta-nos a maturidade para saber esperar, por isso atiramo-nos de cabeça e não esperamos outra coisa a não ser que a outra parte de nós salte sem paraquedas.

Não há tempo, quebramos o relógio porque queremos estar sempre juntos. Entregamo-nos de mais. Exigimos de mais. E o nosso mundo pára em dois planos de vida distintos que se parecem alinhar para que nada nos falhe. Habituamo-nos à presença e tudo dói quando não a sentimos perto de nós. Deixamo-nos consumir pela ânsia de termos histórias para contar. E sentimos medo que, se não o vivermos assim, se percam momentos. E uma porção desse amor. Aquilo que não compreendemos é que só perdemos se o continuarmos a sufocar dessa forma. Vivemos a correr, por isso é que tantas vezes chega rapidamente ao fim. Mas o segredo é ir devagar. Quase em câmara lenta.

No primeiro vive-se tudo em proporções desmedidas e desleais. É por essa razão que o primeiro amor nunca se esquece, por ter sido o nosso teste de fogo. Depois crescemos e percebemos que a magia está em deixar acontecer. Em dar um passo de cada vez, porque a outra pessoa não vai a lado nenhum. E se for é de mãos dadas connosco.


M, 17.03.2014

Comentários

  1. Mais um texto lindo :)

    Fiz like na tua página do FB. Nem sei como é que ainda não tinha feito!

    Estou a pensar mudar o meu blogue, usar um design mais bonito e assim e gosto muito de coisas que aqui tens. Tenho de te enviar um e-mail para descobrir como isto se faz :p

    Beijinhos *

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  2. É verdade, ainda hoje não esqueci o meu primeiro amor. Mas não pelas melhores razões...

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  3. é mesmo fiquei tão frustrada s:
    pensar positivo é achar que é muito difícil não entrar em nenhuma das 6 opções.

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  4. Eu já só tenho os meus avós maternos. Os meus avós paternos, o meu avô não cheguei a conhecer e a minha avó faleceu em Dezembro. Mas é como dizes, aproveitar ao máximo o tempo que tenho com eles, para poder compensar o tempo que não podemos estar juntos :)
    Beijinho* <3

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  5. És um amor! É um prazer ter alguém como tu a fazer parte da minha vida, ainda que de forma virtual :) Acredita que também eu estarei à tua disposição sempre, para o que der e vier :) <3

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  6. A amizade não se agradece, linda :) São pessoas como tu que me enchem o coração! Gosto muito de ti <3

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  7. R. Sim linda pediram, mas depois nunca mais me responderam e acho que ainda nem estou na TAB do Facebook deles :s

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  8. Que lindo o texto, a sério, Andreia. E fica mais "marcante" com a musica que tens no blog :)

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  9. Estou completamente apaixonada por aquela placa de madeira :o

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  10. Não sei...

    Comigo foi diferente.

    Não tive um primeiro amor como o descrito.

    Porém, penso que sei a que se refere o caro MEC.

    Gosto muito da escrita dele e das tuas reflexões sempre tão propositadas.

    beijinhos

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  11. R: Desculpa minha querida, desculpa! Neste momento é aquilo que tenho de fazer, por muito que me custe. Se eu criar outro PROMETO que serás das primeiras pessoas a saber <3 Obrigada por tudo, és um amor de pessoa!

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  12. Que óptimas palavras que usaste para descrever o primeiro amor.
    beijinhos
    http://retromaggie.blogspot.pt/

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  13. O primeiro amor fica sempre marcado....

    Bjxxx

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  14. adorei o texto *.*
    resp: é mesmo, a vida é demasiado curta por isso devemos arriscar. Correr riscos falta parte, e faz-mos crescer enquanto pessoas

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