À boleia do mundo #1 (Parte 2)
Capitulo 1 (continuação)
27.07.2014
14h15: Ao fim de duas horas e dez dou por concluída a visita. Visitei a Feira de uma ponta à outra, sem deixar que falhasse uma barraca que fosse. Isto é um mundo que merece ser descoberto ao pormenor, talvez por isso goste tanto deste tipo de feiras. A representação de uma realidade que não vivemos, que nos transporta para um tempo antigo, mas que ali parecemos sentir na pele.
O centro histórico, por si só, já é lindíssimo, mas ver as suas ruas preenchidas pelos mais variados tipos de artesanato é extraordinário. Há de tudo: bijutaria, prendas, cristais, incensos, amuletos, produtos esotéricos, roupas medievais, cestarias, chás, licores, compotas, peles, óleos, crepes, gomas em formato XXL, animais, homens estátua e uma infindável oferta de petiscos e iguarias. A música é uma constante e mostram-nos que é tudo pensado ao pormenor: os trajes, a animação, a gastronomia, o acampamento medieval, os jogos, as práticas medievais. Não vi os espetáculos equestres e o teatro - que devem ter sido fantásticos -, mas dei de comer aos cavalos. Só me faltou pegar na águia, mas como faço questão de lá voltar tenho a certeza que numa próxima oportunidade não me faltará a coragem.
É um espaço único e deslumbrante, carregado de magia. Trago o coração cheio, a máquina com 280 fotografias e recordações para juntar às que já tenho: uma caneca alusiva ao evento e um dedal de Caminha para acrescentar à coleção. Além disso, comprei um filtro de sonho (finalmente). Sou apaixonada pela história, pelo formato que têm e pela sensação de leveza e liberdade que transmitem.
Quero voltar. Descobrir ainda mais. E perder-me, novamente, de encanto. Agora é hora de ir embora, a barriga já dá sinal de que é preciso almoçar.
14h20: carro ligado, até à próxima!
(Caminha-Moledo-Vila Praia de Âncora)
Vamos procurando um bom sítio para fazermos o nosso piquenique por entre ruelas onde mal passa um carro, e nas quais acho que o meu pai é genuinamente feliz - se há uma ruela é certo que arranjará forma de ir por lá. Até agora não tivemos sucesso, por isso vou enganando a fome cantando Aurea e mostrando todos os meus dotes vocais inexistentes. Uma coisa é certa: nunca falta animação nas nossas viagens.
(Afife-Carreço-Lugar de Montedor)
Mãe: Tinha uma placa a dizer «Moinhos de Vento».
Eu: Vira para os Moinhos que é lá que vamos arranjar lugar para piquenicar.
Seguindo as placas, fomos à procura dos mesmos, brincando com o facto de que íamos lá chegar e não ver um (já nos aconteceu).
Mãe: O teu pai já gosta de andar por ruelas, mas tu ainda lhe aguças essa vontade.
E é no meio das nossas gargalhadas que percebo que a minha mãe não deixa de ter razão, talvez porque o meu pai me transmitiu esse gosto. Não sei, mas há qualquer coisa de aconchegante em percorrer uma ruela.
(Moinhos de Montedor)
15h25: Finalmente vamos almoçar. Mas é por coisas como estas que adoro viajar com os meus pais: não temos horas para nada, por isso permitimo-nos almoçar tão tarde. Só temos horário para levantar, de resto vamos ao sabor do vento, conforme a viagem o exigir.
Panados, rissóis de frango, bolinhos de bacalhau, frango, azeitonas pretas (uma verdadeira perdição), batatas fritas, pão, água, panaché, fruta e um docinho para a sobremesa. São servidos?
16h00: Acabamos o nosso almoço, onde contamos com a presença de um amigo de quatro patas. Claramente era um cão de rua, apelidei-o de farrusco. Talvez um dia que lá volte o reencontre para mais um almoço a quatro.
Foi mesmo ao lado dos moinhos que encontramos o local indicado para o nosso piquenique.
Situados nas imediações do farol de Montedor, existem dois moinhos: o Moinho do Marinheiro, de velas trapezoidais de madeira, e o Moinho de Cima, de velas de pano. Ambos de pedra, com uma paisagem em redor que nos transmite tranquilidade. Faltou-me visitar o Moinho do Petisco e o Farol, mas ficará para outro dia.
16h15: Está na hora de ir embora, com a certeza de que vou muito mais completa.
Continua...
(qualquer dúvida não hesitem, deixem nos comentários ou mandem e-mail)
15 comments
Eu já tentei mas não gosto de ver as minhas unhas com cores fortes, pelo menos enquanto estão assim roidas :/
ResponderEliminarAchei esta publicação tão encantadora. Fez parecer que estava no local contigo! :)
ResponderEliminarContinuaaa ..
R: Ainda bem que gostaste da minha opinião querida! :)
Sofia Pinto
Morning Dreams
espero mesmo que as coisas melhorem . já não aguento mais esta dor que tenho dentro de mim :c
ResponderEliminarQuerida desculpa a minha falta de tempo, espero que esteja tudo bem!
ResponderEliminarEstou a adorar esta viagem, mesmo!! Apetece-me saltar para o carro e recriar todos os teus passos :)
ResponderEliminarAdoro estes teus roteiros de viagem e ml posso esperar pelo próximo...
ResponderEliminarBjxxx
Mais um excelente texto que só vem aumentar a minha vontade de fazer uma road trip Portugal fora. Obrigada!
ResponderEliminarR: obrigada querida, espero que tudo melhore em breve e obrigada por te disponibilizares*
É apaixonante ler estas tuas viagens :) adorei o primeiro e o segundo texto, que venham mais descrições como estas, fazem-nos sentir que estamos a viajar contigo ;)
ResponderEliminarBeijinhos *-*
Com este texto parece que fui na viagem contigo eheh quero mais :)
ResponderEliminarSendo assim vou ficar à espera...
ResponderEliminarbjxxx
resp: de nada :D
ResponderEliminarAdorei o texto. :)
ResponderEliminarr: acho que o melhor é começar a mentalizar-me antes de as coisas piorem.
ResponderEliminarespero mesmo que esse dia chegue bem rápido então *
ResponderEliminarAdorei viajar neste teu texto :)
ResponderEliminarBeijinhos
http://retromaggie.blogspot.pt/