À boleia do mundo #2 (Parte 2)
Capítulo 2 (continuação)
03.08.2014
Fátima é o Santuário, o Museu das Aparições, a Igreja nova e todos os seus recantos. Mas é, principalmente, as pessoas, a fé que as move. As promessas que fazem e que cumprem. Estive quase a desfazer-me em lágrimas por ver uma jovem a chorar enquanto dava voltas à capela das aparições de joelhos e com o filho ao colo. Não escondo, mexe comigo. E isto só nos mostra que ali não há idades e que estamos longe de conhecer as histórias de cada um.
Pela primeira vez, pelo menos que me lembre, e enquanto esperava que a minha mãe desse as suas cinco voltas a pé, vi a procissão sair. E tenho que realçar a simpatia de um senhor que pediu à mulher para se chegar mais para ele para que eu me pudesse juntar às grades para fotografar o momento. Acho que era Espanhol, mas aqui o que importa é o gesto, que sendo simples foi suficiente para que não mais me esquecesse.
Antes de ir embora fui comprar mais um dedal para a minha coleção.
12h00: Hora de deixar o local que tantas vezes visito, com a promessa de voltar. Se correr bem em setembro venho trajada, se não em fevereiro voltamos a encontrar-nos. Agora vamos sem destino certo.
(Freguesia de Atouguia-Fontaínhas da Serra-Murtal-Mourã-Atouguia-S. Sebastião)
Ao longe, lá bem no alto, avista-se o Castelo de Ourém.
(Pinhel-Melroeira-Corredoura-Ourém)
A rotunda de Vila Nova de Ourém é toda catita.
(Vale da Aveleira)
12h26: Paragem rápida no Continente para comprar coisas de última hora para o piquenique.
Júlio Magalhães, encontrei um livro teu a metade do preço. Finalmente vamos encontrar-nos literariamente este verão.
12h48: De volta à estrada.
(Lagarinho-Alcaidaria-Freguesia de Alburitel-Alburitel)
Que paz olhar em meu redor e ver os terrenos planos e extensos, casas ao longe pintadas de branco e janelas azuis, o céu coberto de nuvens que mais parecem pedaços gigantes de algodão. Que bom que é fechar os olhos e sentir o cabelo a ondular por causa do vento e o sol a queimar-me a pele. Temos a estrada praticamente só para nós. E a sua imensidão leva-nos para um mundo a descobrir.
Esta paisagem de árvores estrategicamente colocadas, com casas espalhadas nos seus intervalos, é um cenário de luxo para quem gosta de observar. Faltam-me as palavras para descrever com justiça e explicar o quanto é prazeroso ver as casas rurais perfeitamente desalinhadas.
(Tomar)
É-me familiar a sua beleza, o seu jardim, o rio Nabão, o Infante Henrique que nos recebe, o Convento de Cristo que vejo ao longe, o Hospital de fachada deslumbrante, as Matas Nacionais, a Comissão de Iniciativa e Turismo, a igreja de Nossa Senhora da Conceição,...
13h24: Paramos para tirar fotografias ao Convento de Cristo e Castelo dos Templários. É esplendoroso e merece uma visita com mais calma. Tenho que voltar para o percorrer no seu todo. Por ter sido construído ao longo de vários séculos, esta fortaleza apresenta vários estilos arquitetónicos e tem imensos pontos de interesse. Fica-se mesmo fascinado com a sua beleza, o seu espaço envolvente, a sua dimensão e a vista que nos parece abraçar.
13h30: Voltamos a descer, desta vez para almoçar. O local escolhido é a Mata Nacional dos Sete Montes. São servidos?
14h30: Findo o almoço, vamos até ao centro de Tomar passear, tirar fotografias e carregar o coração com mais recordações.
A Mata Nacional dos Sete Montes é um espaço bastante agradável, com um jardim muito bonito, dois parques de merendas (pelo menos) muito asseados, parque infantil e dois caminhos pedestres que, confesso, não sei onde terminam. Um dia descubro.
Saímos rumo ao centro histórico, percorrendo as suas ruelas antigas, de calçada gasta e algumas cruzes da ordem dos templários. Entramos na igreja de São João Baptista e ao sair fui atraída pelo Fado de Gisela João, cujo CD tocava numa loja. A cantarolar, entrei até porque gosto de ver artesanato e porque pretendia comprar mais um dedal. Acabamos por ficar à conversa com a dona do estabelecimento, uma senhora extremamente simpática e atenciosa, e descobrimos que o marido é de S. João da Madeira. A Festa dos Tabuleiros também foi abordada. Para o ano, quem tiver oportunidade (e esperando enquadrar-me nesse grupo), passe por aqui de 4 a 13 de julho, altura da festa, sendo que o dia mais importante é o 12, porque é quando ocorre o cortejo. A única vez que a vi foi pela televisão e vale bem a pena. Prometo voltar!
16h05: Carro ligado, é hora de rumar a outras paragens.
Continua...
(qualquer dúvida não hesitem, deixem nos comentários ou mandem e-mail)
20 comments
Quero saber mais, estou super curiosa!
ResponderEliminarBjxxx
Escreves lindamente!
ResponderEliminarBeijinhos,
The Inside Of Vogue
Penso tantas vezes o mesmo que tu quando vou a Fátima. Tenho uma promessa para cumprir, ir lá a pé!
ResponderEliminarAgradeço imenso o teu comentário tão amoroso! ♥
ResponderEliminarBeijinhos,
The Inside Of Vogue
Que linda a primeira foto :)
ResponderEliminarQuero ver mais ;)
r: sim querida tens razão.
ResponderEliminaragora resta-me ser feliz com o que tenho :)
Estou a adorar estes post's ahaha :)
ResponderEliminarQue grande viagem, hein?
ResponderEliminarBem gostaria de te ser co-piloto.
Gostei muito do itinerário.
Beijinhos
Que viagem gostei, mais uma vez gostei da tua visita guiada pelas tuas palavras
ResponderEliminarbeijinhos
http://retromaggie.blogspot.pt/
A fé é realmente algo tocante. Lindo santuário.
ResponderEliminarSuper Beijo
chuvadecamelias.blogspot.com.br
Opá Portugal tem coisas tão mas tão lindas... E pensar que muitas vezes damos prioridade ao que há lá fora sem ter a mínima noção da riqueza que temos cá dentro... Somos um bocado parvos ;)
ResponderEliminarR: se és romântica acho que irias gostar da série :D
Assim dá gosto ler estes textos, quero a continuação querida, beijinho.
ResponderEliminarObrigada, querida! ♥
ResponderEliminarBeijinhos,
The Inside Of Vogue
Uma colega minha de faculdade é de Tomar e deixou-me o bichinho de visitar esse local. Tu só acabaste de aumentar o bichinho :) Que excelente descrição!
ResponderEliminarR: sem dúvida! Portugal é maravilhoso! Eu sou apaixonada pelo meu país ;) relativamente ao medo... bem, se seria mais feliz ou não eu não sei, mas sei que seria mais livre e talvez ser livre como gostaria de ser e não sou me deixasse mais feliz do que sou agora. Um dia pode ser que descubra :D
ResponderEliminarresp: foi o meu boy que me disse a frase :)
ResponderEliminarBelo relato da tua viagem :)
ResponderEliminarhttp://checkinonline.blogspot.pt/
resp: ele ás vezes tem disto :)
ResponderEliminarAdoro a maneira como descreves as tuas viagens, parece que estou a vivê-las contigo. :')
ResponderEliminarAdoro Fátima e adorava ir lá trajada também
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