As minhas viagens de metro #42


«Sei de ti mais do que queria. Numa palavra diria: sei-te de cor», Paulo Gonzo


Revelo pouco de mim, mas tu conheces cada recanto do meu pensamento. É como se me visses por dentro. E o mais peculiar de tudo isto é que esta invasão calculada da tua parte não me incomoda. Contigo sou um livro aberto. Deixo que folheies os capítulos da minha história; que retrocedas para leres uma frase que não compreendeste tão bem; que observes e decifres os enigmas e as pinturas que guardo no peito. Contigo não sinto necessidade de acumular segredos, ainda que os tenha. Mas, com o tempo, compreendo que já os sabes de cor, apenas te mantens em silêncio em relação a todos eles, tentando perpetuar a privacidade que, aparentemente, me falta ao teu lado. Não me desarmas, nem me deixas ficar mal perante os outros. É quando estamos sozinhos que tu me lês melhor. E eu cedo, porque, no fundo, é isso que eu quero; quero que me conheças até ao último detalhe. E que mais ninguém me conheça como tu!


M, 13.02.2015

Comentários

  1. Só nos abrimos com algumas pessoas, na verdade, as especiais.
    Belíssimo texto, gostei imenso.
    Bom fim de semana, querida amiga Andreia.
    Beijo.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Olá!

    Decidi mudar o nome do meu blogue por achar que, actualmente, o nome anterior não se identifica comigo.

    Por isso, se quiseres continuar a seguir-me, acho que é melhor adicionar o novo link à tua lista de leitura.

    Obrigada!

    http://the-freckled-girl.blogspot.pt/

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  4. Quando nos abrimos assim com alguém significa que a confiança entre ambos está no seu máximo. E isso é do mais belo que há :)

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