Entre Margens

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«A vida é feita de momentos colecionáveis»


Julho foi um mês de saudades, de algum descanso e, sobretudo, de muito amor, celebrado num compromisso para a vida. Além disso, reservou-me a estreia nos testes rápidos e uma conquista que traz um pouco mais de esperança para este normal que nos virou do avesso. Li mais do que ponderei e alinhei ideias para o Alma Lusitana e para a Portugalid[Arte]. E, claro, concentrei-me em tudo o que estes dias trouxeram de inspirador.


⚓ MOMENTOS
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O Casamento do Meu Primo
O grande momento já era para ter acontecido, mas a pandemia obrigou a várias mudanças e reagendamentos - nem quero imaginar o quanto a situação foi desgastante, mas terminou no inigualável final feliz. Assim, no passado dia 18, na Quinta Vale do Corga, reunimo-nos para fazer parte deste marco, que assinala um novo capítulo dos noivos. E foi mesmo de coração a transbordar que vi o meu primo, que é quase um irmão mais velho, a dar este passo. A cerimónia foi descontraída e inesquecível. E nem tenho palavras suficientes para descrever o encanto da sala, da festa, do ambiente. Repetia a experiência, só para os ver tão radiantes.

               

Como um casamento era pouco, na semana seguinte, tive outro. E adorei cada segundo!


Primeira Dose da Vacina
Na minha cabeça, assim que abriu o agendamento para a minha faixa etária, só ouvia a ecoar o mítico discurso do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa: «esperávamos, desejávamos, conseguimos. Vitória!». Porque é um feito de máxima importância. Portanto, foi com entusiasmo que me desloquei, no dia 22, para o local da vacinação. Tomei a Moderna e, felizmente, não tive qualquer sintoma adverso, para além do braço um pouco dorido. Continuo a manter os mesmos cuidados, mas é inegável a sensação de esperança e de segurança.


📚 LEITURAS
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Entre o Deserto e a Montanha, Gonçalo Câmara
Alma Lusitana || Sintra

Um Amante no Porto, Rita Ferro
Uma Dúzia de Livros 2021 || Julho

Corpo Casa, Rupi Kaur
Ler a Diferença || Positividade Corporal

Cito, Longe, Tarde, Francisco Geraldes
Alma Lusitana || Sintra


Outras Leituras do Mês
Na Memória dos Rouxinóis [Filipa Martins], Contra Mim [Valter Hugo Mãe], 
Rio do Esquecimento [Isabel Rio Novo], Esse Cabelo [Djaimilia Pereira de Almeida], 
Aqui Há Mel [Fabiana Couto] e As Estradas São Para Ir [Márcia]


📺 Filmes & Séries
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Friends The Reunion
Quando soube deste episódio especial, rejubilei de felicidade, pois voltaria a cruzar-me com pessoas que, direta ou indiretamente, foram uma fonte de aprendizagem, de catarse e de lucidez. Contudo, demorei a ver a reunião porque há muitas emoções acumuladas. Porque há uma imagem que pretendo preservar. E porque abriria a porta à nostalgia. Por outro lado, implicaria uma nova despedida - para a qual não estaria preparada. Mas como as saudades bateram mais forte, só poderia embarcar nesta aventura. Se compensou? Totalmente!

Morangos Com Açúcar
Esta série fez parte do meu crescimento, por isso, guardo-a com um carinho especial. Naturalmente, houve temporadas que me marcaram mais do que outras, mas ainda paro para ver os episódios, caso estejam a ser transmitidos no Biggs. Apesar disso, nunca tinha visto o filme, mas aproveitei que o AXN Movies o ia transmitir para colmatar essa falha. Não delirei, até porque o encanto já não é o mesmo, porém, foi uma belo reencontro.


✏ PUBLICAÇÕES
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Estou Careca de Saber
O cancro do ovário é muito silencioso. Ao ponto de ser, geralmente, detetado numa fase já avançada. Portanto, é fundamental prestarmos atenção ao corpo e a qualquer sinal estranho que ele possa vir a manifestar. Com o intuito de promover a sensibilização à monitorização de prevenção de cancros ginecológicos, a Vernissavage Club lançou uma t-shirt exclusiva - Estou Careca de Saber. Todos os lucros obtidos através da venda das mesmas serão doados, na totalidade, à MOG - Movimento Oncológico Ginecológico -, que é uma organização sem fins lucrativos. Além disso, é a única em Portugal dedicada a mulheres que sofrem de cancros ginecológicos, sendo este apoio extensível às respetivas famílias e, também, a profissionais de saúde.


Um Semestre de Leituras
A nossa pegada livrólica é sempre distinta: não só pela diversidade de manuscritos e autores, mas também pela predisposição que se manifesta quando selecionamos ou preterimos determinados livros. Por isso, embarcando nesta viagem de descoberta, resolvi recuperar uma publicação inspirada na Sofia Costa Lima e compilar as histórias que me acompanharam durante este primeiro semestre, agrupando-as nos seus projetos.


Gira-discos || CAOS'A
Rita Vian tem sido uma das vozes mais impactantes neste caminho de autoconhecimento, fazendo da sua arte um palco para questões que nos movem e inquietam a todos. Concentrando-se no seu quotidiano e «na crueza de escrever sobre a sua vida», lançou o EP CAOS'A, que é uma evidente demanda «por algo que nos faça sentir que existe um propósito». No mesmo compasso, ainda que privilegie um traço mais intimista, não deixa de explorar, nas suas letras, uma certa portugalidade, levando-nos por uma viagem transversal e identitária.



🍴 À MESA
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Pudim Escangalhado de Café
Considerando que o ingrediente de julho, para o Páginas Salteadas, era o café, pensei logo numa sobremesa. E o livro Contra Mim, de Valter Hugo Mãe, revelou-se o mote perfeito para a confecionar. Porque recordou-me uma das fortalezas da minha vida: a minha avó materna. Entre todos os valores que me incutiu e as aprendizagens que me proporcionou, sem esquecer o aconchego do seu colo, passou-me o gosto por pudim. De aspeto, não ficou espetacular, mas repetirei esta receita, porque o sabor fica absolutamente delicioso.



📌 ENTRE LINHAS
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Rowenta Precious Curls
Houve uma fase da minha vida em que desejei ter cabelo liso, talvez por não saber tirar o melhor partido dos meus caracóis. Felizmente, passou e, agora, dispenso esticá-lo. Em resultado disso, já há algum tempo que queria investir num modelador, para conseguir um penteado diferente, sem perder, por completo, a sua forma de base. Depois de ler/ouvir várias opiniões, resolvi adquirir este modelo da Rowenta e não podia estar mais satisfeita. É muito prático e intuitivo. E, principalmente, permite-me chegar ao resultado que pretendia.


Acessórios
Com os saldos a decorrer e tendo em conta que necessitava de acessórios para os casamentos, perdi-me no site da Parfois. Contudo, foram compras bem ponderadas, até porque se adaptam a vários eventos.



📌 JUKEBOX
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A Surpresa: Estou Por Tudo [Miguel Araújo & Cláudia Pascoal]
Melhor Duo: (Des)Conversa [Francisco Sequeira & Rita Sanches]
A Diferentona: Changes [Sneakbo & Richie Campbell]
As Favoritas: Oh Meu Amor [Janeiro] e Este Meu Jeito [Elisa]
Artistas Revelação: Bia Maria e Rita Borba


Álbuns: Buraka 4 Ever [Buraka Som Sistema], Agua del Carmen [The Lemon Lovers], 
Home [M.A.F.], Perspective [Left] e Reunion Day [The Miami Flu]


🎥 VÍDEOS & PODCASTS
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Prémios Play
Houve duas atuações que me marcaram durante a emissão dos Prémio Play, quer pela mensagem, quer pela harmonia. É por representações destas que a música tem um lugar tão especial na minha vida. Portanto, convido-vos a ouvir a interpretação da Carolina Deslandes e a d' Os Quatro e Meia com a Bárbara Tinoco.


✨ GRATIDÃO
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«É isto o amor: uma predisposição natural para se favorecer 
alguém. Ser, sem sequer se pensar, por outra pessoa»

Este mês estou bastante grata por ter estado presente em duas cerimónias tão cheias de amor e, também, por ter sido vacinada com a primeira dose. Só encontro motivos para transbordar de felicidade e eternizar.

               


Como foi o vosso mês?

Fotografia da minha autoria



«Uma história de fascínio, amizade e amor mútuos»

Avisos de Conteúdo: Depressão, Suicídio, Violência doméstica, 
Negligência parental, Relações abusivas


As relações humanas conseguem ser complexas, porque temos todos maneiras distintas de encarar a vida e porque nem sempre nos encontramos no mesmo nível de compromisso. Portanto, é nesta ambiguidade que nos movimentamos, fortalecendo laços que nos complementam. No entanto, por mais que tentemos que resultem, há ligações que se revelam pouco saudáveis: como a que conhecemos no livro de Sally Rooney.

«Receia ficar sozinho com ela como está agora, mas também 
imagina coisas que lhe poderia dizer para a impressionar»

Pessoas Normais conta-nos a história de um casal adolescente, que tanto procura crescer em sintonia, como tenta distanciar-se, compreendendo a dificuldade que se encerra nesse passo. Porque, por maiores que sejam as diferenças, existem sentimentos inquebráveis. Com uma narrativa coesa, que nos embala em várias sensações, emoções e traumas, é percetível que esta relação reflete o impacto de uma comunicação débil, que constrói inúmeras barreiras e que acaba por condicionar o lado mais sóbrio e puro das nossas interações.

«Nunca acreditou que fosse possível ser amada por alguém»

Creio que este retrato não se esgota no plano literário. Antes pelo contrário, é muito fidedigno ao contexto real. E, como tal, divide-se por temas de máxima importância: saúde mental, violência doméstica, depressão, monoparentalidade, manipulação e a mudança de identidade [para corresponder às necessidades dos demais]. Além disso, é interessante verificar como, durante o desenrolar da ação, há uma inversão de papéis. Por entre falhas e acertos, medos e frustrações, sentimos o desconforto de certas situações, porque é tudo credível.

«Eu perdoo-te, disse»

Confesso, apesar de tudo, que não me revejo na abordagem dos protagonistas, atendendo a que considero demasiado precioso manter um diálogo franco com aqueles que amamos. Não obstante, é esta filosofia que os permite crescer, uma vez que se veem forçados a assumir compromissos, a gerir feridas passadas e a entender qual o caminho que pretendem seguir e que tipo de relacionamento querem manter. É por essa razão que a ligação entre ambos tem tanto de natural, como de complicada: porque se estão a descobrir como indivíduos e como casal. E, não tão raras vezes assim, são os silêncios que influenciam as suas atitudes.

«Espero que possamos apoiar-nos sempre um ao outro»

Pessoas Normais mostra-nos as consequências de um amor codependente, submisso, e dos elos familiares disfuncionais. Em simultâneo, alerta-nos que a química sexual é fundamental, porém, uma relação sólida vai muito para além desse fator. E, sobretudo, leva-nos a repensar o verdadeiro significado de amar e ser amado.

«O mundo será um lugar tão preservo que o amor não se 
distinga das formas mais abjetas e mais ultrajantes de violência?»


// Disponibilidade //

Wook: Livro | eBook
Bertrand: Livro | eBook

Nota: O blogue é afiliado da Wook e da Bertrand. Ao adquirirem o[s] artigo[s] através dos links disponibilizados estão a contribuir para o seu crescimento literário - e não só. Muito obrigada pelo apoio ♥

Fotografia da minha autoria



«Um ponte de fuga na minha rota»


Tu evitas a fuga em correria
Mas quando te chamo
Partes de mim
E nas minhas lágrimas
Sinto o vácuo da tua presença

Não vens, vais de mim
Sem voltas e sem despedidas
E eu vou esmorecendo
Que nem botão de rosa
Que não chega a florescer

E, então, corres
Quando me ouves
Para longe de onde estou

Fotografia da minha autoria



Tema: Um livro de poesia

Avisos de Conteúdo: Ansiedade, Depressão, Pressão Social


A cadência de um verso encaminha-nos para a voz tão própria do seu poeta. Porque a sua alma espelha-se naquela sequência de palavras e na mensagem - mais ou menos biográfica - que preservam. Por essa razão, voltei a fazer paragem em Sintra, para o Alma Lusitana, descobrindo a obra de estreia de Francisco Geraldes.

«Um último abraço que é solto com tremenda saudade intrínseca»

Cito, Longe, Tarde - com prefácio de Pilar del Rio - combina dois anos de escrita poética, levando-nos numa viagem bastante intimista, atendendo a que se concentra em questões que inquietam a nossa existência e que procuram descobrir um sentido para a jornada que palmilhamos. Além disso, faz-nos refletir sobre a necessidade de sermos inteiros: não só no que fazemos, mas no que sentimos também. Por outro lado, mostra-nos o impacto que a ansiedade e a pressão assumem no nosso quotidiano e nas nossas decisões.

«O que somos,
se formos privados de ser?»

Sinto que estes poemas merecem ser desfrutados devagar. E que exigem que os revisitemos, porque nos descrevem. Partindo de pensamentos soltos, que potenciam análises ora simples, ora complexas, este livro revelou-se uma excelente surpresa, pois tem uma escrita visual. Cito, Longe, Tarde reacende dúvidas e apazigua a melancolia. Tudo no mesmo compasso. Porque a vida é aquilo que procuramos de dentro para fora.

«Brindemos ao silêncio»


Disponibilidade: Wook | Bertrand

Nota: O blogue é afiliado da Wook e da Bertrand. Ao adquirirem o[s] artigo[s] através dos links disponibilizados estão a contribuir para o seu crescimento literário - e não só. Muito obrigada pelo apoio ♥

Fotografia da minha autoria



Ingrediente do mês: Café


O regresso à infância implica sempre várias paragens, porque há aspetos que requerem a nossa atenção - pelo carinho, pela saudade e pelos intervenientes. E algumas das memórias que mais me confortam têm cheiro e sabor, atendendo a que me transportam, em simultâneo, para pessoas e lugares que me marcaram tanto. É que a comida tem esta magia de combinar na mesma receita os seus condimentos e o amor dos nossos.

Considerando que o ingrediente de julho, para o Páginas Salteadas, era o café, pensei logo numa sobremesa. E o livro Contra Mim, de Valter Hugo Mãe, revelou-se o mote perfeito para a confecionar. Porque recordou-me uma das fortalezas da minha vida: a minha avó materna. Entre todos os valores que me incutiu e as aprendizagens que me proporcionou, sem esquecer o aconchego do seu colo, passou-me o gosto por pudim.

A escolha, portanto, só poderia ser uma. Assim, viajando através de uma narrativa que recua à infância do autor, recuperei partes da minha e fiz uma homenagem a alguém que me será sempre imprescindível.


🍴 PUDIM ESCANGALHADO DE CAFÉ


Ingredientes
- 1 lata de leite condensado;
- 1/2 chávena de leite;
- 3 ovos;
- 3/4 da lata de leite condensado de café filtrado e frio.

Modo de Preparação
- Juntar todos os ingredientes e bater por 5 minutos;
- Caramelizar a forma com a calda;
- Despejar o creme batido;
- Levar ao forno - pré-aquecido nos 180ºC - por 50 minutos.

Calda
- Colocar açúcar numa panela e levar ao fogão em lume baixo;
- Quando começar a caramelizar, mexer com uma colher até derreter o açúcar;
- Pôr água e deixar ferver por completo [cerca de 10 minutos]

Nota:
- Visto que não tinha forma de pudim, improvisei com uma retângular;
- Não caramelizei a forma, nem fiz a calda e talvez tenha sido um erro;
- Utilizei óleo de coco para barrar, mas, se calhar, contribuiu para que o preparado ficasse mais gorduroso.


Costumam fazer pudim? Como é a vossa receita?

Fotografia da minha autoria



«Quem lê transporta-se para outros mundos»


A minha predisposição está quase sempre pronta para apanhar boleia de um livro. Porque não preciso de muitas desculpas para ler. Aliás, qualquer altura é propícia para o efeito e faço por diversificar os géneros com que me cruzo. Além disso, tento manter um ritmo constante, pois é uma maneira de cuidar de mim. No entanto, parece que há algo neste tempo veranil que me inspira a deambular por um número maior de histórias.

Creio que a leveza das férias, por si só, desperta essa consequência. Em simultâneo, existe o dialeto tão próprio do nosso estado de espírito, uma organização mais ampla e, sobretudo, uma procura por novos contextos e paisagens que nos permitam viajar na companhia de exemplares especiais. Portanto, aproveitando para embarcar em narrativas descomplicadas ou, pelo contrário, que exijam um pouco mais de nós - e que, por esse motivo, ficam em espera, na estante -, talvez necessitemos de uma lista de leituras personalizada.

Confesso, ainda assim, que não costumo fazer uma grande diferenciação literária entre estações, porque depende do quanto o livro me atrai, da simbiose entre a sinopse e a minha vontade de a desvendar ao pormenor. E é desta forma que transito de uma obra para outra. Observando os títulos que habitam cá em casa, há seis que se afiguram como prioritários e quatro que acredito proporcionarem leituras transformadoras.


 QUATRO LIVROS QUE LI E RECOMENDO 


Devem ler O Que Dizer das Flores, de Maria Isaac, porque:
📖 O enredo caracteriza bem a essência do nosso Portugal rural;
📖 A escrita da autora é envolvente;
📖 Tem um ritmo alucinante e misterioso;
📖 As personagens são tão credíveis e carismáticas, que dificilmente as esqueceremos.

Devem ler O Lugar das Árvores Tristes, de Lénia Rufino, porque:
📖 Coloca a tónica no quanto as vítimas, sobretudo se forem mulheres, ainda são tratadas como culpadas;
📖 Mostra-nos que o amor é o nosso maior impulso;
📖 Tem uma caracterização social coesa e fantástica;
📖 Faz-nos refletir sobre uma série de questões fraturantes.


Devem ler Heartstopper Volume 1 e Heartstopper Volume 2, de Alice Oseman, porque:
📖 O casal é amoroso;
📖 A história é muito credível e proximal;
📖 Coloca uma bandeira na comunidade LGBTQIA+, na aceitação das diferenças, na entreajuda e na necessidade de sermos mais empáticos com os nossos pares;
📖 Leva-nos numa viagem de autodescoberta.


 SEIS LIVROS QUE QUERO LER 


Esse Cabelo, Djaimilia Pereira de Almeida
«Esta é a história de uma menina que aterrou despenteada aos três anos em Lisboa, vinda de Luanda, e das suas memórias privadas ao longo do tempo, porque não somos sempre iguais aos nossos retratos de infância; mas é também a história das origens do seu cabelo crespo, cruzamento das vidas de um comerciante português no Congo, de um pescador albino de M’banza Kongo, de católicas anciãs de Seia, de cristãos-novos maçons de Castelo Branco - uma família que descreveu o caminho entre Portugal e Angola ao longo de quatro gerações com um à-vontade de passageiro frequente» - este exemplar, na realidade, já comecei a ler.

Jesus Cristo Bebia Cerveja, Afonso Cruz
«Uma pequena aldeia alentejana transforma-se em Jerusalém graças ao amor de uma rapariga pela sua avó, cujo maior desejo é visitar a Terra Santa. Um professor paralelo a si mesmo, uma inglesa que dorme dentro de uma baleia, uma rapariga que lê westerns e crê que a sua mãe foi substituída pela própria Virgem Maria, são algumas das personagens que compõem uma história comovente e irónica sobre a capacidade de transformação do ser humano e sobre as coisas fundamentais da vida: o amor, o sacrifício, e a cerveja».

O Pecado de Porto Negro, Norberto Morais
«Porto Negro, conhecida entre os marinheiros do mundo como a Cidade do Amor Vadio, é um lugar remoto, plantado no coração dos trópicos, onde, durante o dia, dizem, cheira ao suor da vida dos homens e, à noite, ao perfume das mulheres da vida [...] é um mosaico de histórias que se vão encadeando para construir um romance sobre o carácter circular do tempo e aquilo que em nós há de mais primitivo, profundo e humano».


Flecha, Matilde Campilho
«Este é um livro de histórias. Narrativas que foram surgindo um dia depois do outro, às vezes durante a tarde, outras logo pela manhã, e a maioria delas quando a noite já havia caído. Talvez o escuro seja mais propício às histórias. Seja como for, de uma maneira ou de outra, todas quiseram chegar-se à luz. Nem que fosse por um segundo. Umas chegaram-se tanto que passaram a ser, elas mesmas, a candeia que iluminou uma noite inteira. Nestas páginas estão retratos imaginários, e dentro desses retratos podem inscrever-se, à vez, coisas como: uma paisagem; um objeto; uma pedra; um bicho; um fogo; um gesto; um instrumento musical; um rosto; um deus. Por vezes, essas coisas vivas e mortas misturam-se num só retrato, como acontece na vida».

O Prisioneiro do Céu, Carlos Ruiz Zafón
«Barcelona, 1957. Daniel Sempere e o amigo Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, regressam à aventura, para enfrentar o maior desafio das suas vidas. Quando tudo lhes começava a sorrir, uma inquietante personagem visita a livraria de Sempere e ameaça revelar um terrível segredo, enterrado há duas décadas na obscura memória da cidade. Ao conhecer a verdade, Daniel vai concluir que o seu destino o arrasta inexoravelmente a confrontar-se com a maior das sombras: a que está a crescer dentro de si».

O Que Veem as Estrelas, Nuno Camarneiro
«Quando uma menina chamada Rita, um cão chamado Bernardino e um cientista chamado Alfredo se encontram num jardim, todas as perguntas são possíveis. De olhos fechados e com as ideias muito abertas é possível observar o universo inteiro, mesmo planetas em forma de cachimbo, girafas marrecas...».


O mais fantástico é que esta lista pode [e está] sempre a renovar-se ♥


«[...] mostra-me o teu lado mais leve
Meu abrigo é simplesmente não pensar em nada
E é contigo que a minha mente fluorescente apaga
E finalmente consigo, contigo, não pensar em nada
Imagino uma estrada sem saída que te leva a casa
Tudo o que eu quero é dar-te asas

[...]

Oh meu amor
É que eu amo-te tanto
É que eu quero-te tanto
É que eu quero-te ver feliz»

Fotografia da minha autoria



... Máscara de Pestanas!

[A minha relação com a maquilhagem é, como sabem, muito distante. No entanto, a par dos batons, há um artigo que utilizo com alguma frequência: as máscaras de pestanas. Porque aprecio o efeito e a praticidade. Além disso, creio que fazem toda a diferença no nosso rosto e sinto-me sempre um pouco mais confiante, poderosa, quando as uso. Portanto, vou estando atenta às novidades, para descobrir a melhor opção. Graças à partilha da Cátia Rodrigues - The Pink Elephant Shoe -, descobri a minha máscara favorita do momento: a Sky High, da Maybelline. Mas também gosto da Size Up, da Sephora. E, durante anos, foram as da Essence a ocupar um lugar de destaque. Marcas à parte, gosto mesmo deste mimo que confiro à minha autoestima].

Fotografia da minha autoria



«Fotografar é uma maneira de ver o passado»


Só pode ser um pedaço de poesia este céu de mil cores quentes, este eterno traço de chuva, as folhas que esvoaçam e amparam as flores que nascem. Só pode ser um pedaço de poesia a Natureza que se estende para além do meu olhar curioso e sempre ansioso por eternizar estes fragmentos aleatórios, que me aconchegam a alma. Mais do que isso, só podem ser versos que me sabem a casa. E a memórias felizes.













Fotografia da minha autoria



«(...) desvendar o maior segredo do mundo»


A vida dentro de quatro paredes pode ser muito distinta nas suas dinâmicas, mas creio que há mistérios transversais a todas as famílias. E, por mais que se tente desvendá-los, parece que ninguém consegue descobrir o segredo. Concentrando-se num flagelo que tanto nos inquieta, Margarida Porto lançou o seu primeiro livro. Não só por ser um sonho de criança, mas também por ter a resposta que todos procurávamos.

«(...) só os sonhadores mais audazes são capazes de o descobrir»

Para Onde Vão as Meias que Desaparecem? é indicado para um público leitor infanto-juvenil. Contudo, pela mensagem que transmite, deve ser lido por miúdos e graúdos. Inspirada na bisavô da autora, «que tricotava meias para toda a família», esta história coloca-nos perante alguns desafios, encorajando-nos a arriscar, a respirar fundo e a acreditar nos nossos sonhos, mesmo quando o caminho carece de luz. Porque o escuro pode reservar coisas mágicas, se aprendermos a ver de olhos fechados, abrindo a porta da nossa imaginação.

«Nos sonhos e na vida, és tu quem escolhe o caminho a seguir»

Quando viajamos para lá do medo, há um mundo de possibilidades que nos permitem crescer e, sobretudo, preservar as lembranças da criança que fomos. Assim, Para Onde Vão as Meias que Desaparecem? leva-nos a compreender o sentido da entreajuda, a audácia de escutarmos o coração e a importância de sabermos acolher, respeitar e auxiliar os demais. Porque este livro é, na sua essência, sobre aceitar as diferenças, ter empatia e ser colo. No fundo, é sobre o lado mais puro do amor - mas sempre com uma pitada de fantasia.

«O mais importante é nunca nos esquecermos de quem somos»

Fotografia da minha autoria



Tema 29: Flor + Refeição + Sol


O aroma da pequena flor amarela, esquecida no muro pintado de fresco, do outro lado da estrada, embala-me numa onda de nostalgia. Porque sinto-me bastante estranha. Afinal, nunca imaginei que ver-te ir embora fosse recompensador. Ou, melhor, permite-me reformular: nunca pensei que fosse um momento tão libertador.

A verdade é que te amei com tudo de mim. E foi tão forte o que senti, que cheguei a temer pela minha saúde - física e mental. Cheguei a crer que cegava de encanto. Esta doce ilusão que o coração nos faz viver é perigosa, mas, ao mesmo tempo, tem o seu charme. E eu caí nestas amarras de me sentir tão presa a ti, que nenhuma tempestade poderia romper os nós que atamos um ao outro. Como estava enganada! E não foi preciso a ameaça de o mundo virar do avesso para que os nossos laços se quebrassem. Eu tratei do assunto.

Acabou o fascínio. O amor. Assim de repente, como se nem tivesses chegado a ser-me tanto. Como é que nos afastamos tão rápido? Será que nunca nos aproximamos verdadeiramente? Com a pressa de te querer uma vida inteira, fiz-te maior do que eras. E tu, sem teres alcançado o meu coração, tinhas demasiadas sombras.

Caminhei até ao portão da quinta que me acolhe sempre que, em mim, o tempo se afigura enevoado. Há, porém, um pedaço de sol a espreitar, convidando-me a desfrutar de uma refeição serena. Porque, quando o peito bate num compasso de paz, são pequenos raios de luz a encaminhar-nos para a rota da esperança.

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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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