Entre Margens

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«A vida é feita de momentos colecionáveis»


Julho foi cansativo, tendo a minha concentração cumprido serviços mínimos. E eu que gosto tanto de ler à noite, senti-me a navegar na mesma página uma dúzia de vezes. Por falar em livros, abracei o desafio de não comprar mais nenhum até à Feira do Livro [e, durante o evento, tentarei ser comedida, embora esteja a pensar aproveitar a altura para estruturar a edição de 2023 do Alma Lusitana]. Para além disso, foi um mês de passeios interessantes, de ter um susto com o Goji [que saltou da janela, mas está bem] e de ir abrandando.


⚓ MOMENTOS
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Os primeiros quinze dias do mês incluíram manhãs de praia e parte do meu cansaço deve-se a essa logística.

   

Tive a oportunidade de visitar a Quintinha Pedagógica, a Estação Litoral da Aguda e o Onda Play.


O Cultura Curto Espaço celebrou o seu sexto ano de existência e soube mesmo bem marcar presença na sua festa de aniversário. Depois de dois anos intensos, em que curtamos muitas atividades, é maravilhoso ir recuperando estes traços de normalidade, sobretudo, para elevar projetos que merecem o maior sucesso.

   

Outros apontamentos bonitos do mês: o jogo de apresentação do Porto, receber o livro do IV. Christian Marr's, a festa de S. Tiago, assistir a vários concertos dos festivais de verão, graças às transmissões online.


📚 LEITURAS
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O Conto da Ilha Desconhecida, José Saramago
Alma Lusitana ◾ Sintra

Bom Dia Camaradas, Ondjaki
Clube Leituras Descomplicadas ◾ Angola

Lições de Química, Bonnie Garmus
Clube do Livra-te

A Inveja das Aves, IV. Christian Marr's


Outras Leituras do Mês
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban - versão ilustrada [J. K. Rowling], Uma Mulher Aparentemente Viva [Cláudia R. Sampaio], A Rainha do Norte [Joana Estrela], Casos do Beco das Sardinheiras 
[Mário de Carvalho] e Jalan Jalan [Afonso Cruz]


📺 FILMES & SÉRIES
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✏ PUBLICAÇÕES
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Livros Com Humor
Ter a capacidade de aliar humor e literatura parece-me, então, uma receita infalível para, assim que sentirmos esse impulso, irmos quebrando a tristeza, o drama, a negatividade. Neste que é o Dia Internacional da Piada [data não oficial], achei por bem criar uma modesta lista de exemplares que privilegiam esse traço cómico.


Bebe-se Um Café, Escreve-se Um Refrão
O processo criativo de um artista fascina-me, porque há um traço de vulnerabilidade e de metamorfose que antecede a obra de arte. Ter o privilégio de acompanhar essa dinâmica permite ter maior consciência daquilo que pretende transmitir e de todos os encontros e desencontros que o encaminharam para a sua rota. Por isso, acho especial cada partilha que nos remeta para os bastidores por onde, dificilmente, podemos deambular. Foi, então, com redobrado interesse e entusiasmo que tive conhecimento do novo projeto do Carlão.


10 Autores Nacionais Que Me Fazem Apaixonar Pela Língua Portuguesa
No dia 10 de junho, no qual se comemora o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, dei por mim a pensar em nomes que me fazem apaixonar pelo nosso dialeto. E, deste modo, cheguei a uma lista de dez autores - cinco masculinos e cinco femininos -, ciente que tantos outros poderiam figurar nesta seleção.




🍴 À MESA
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Continuo na missão não oficial de experimentar os gelados da Mercadona e o resultado tem compensado. Este mês, provei o de pistácio, o de caramelo salgado e a imitação dos Bounty. Só posso dizer maravilhas de todos, mas, embora seja difícil selecionar um favorito, acho que o de caramelo salgado leva um ligeiro avanço.

      



📌 ENTRE LINHAS
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Boas Novas #3
A Rita da Nova é uma das pessoas que mais gosto de ler, portanto, fico sempre curiosa quando partilha algo novo. No número mais recente da sua newsletter, partilhou aquilo que gostava que acontecesse quando morrermos e eu dei por mim a concordar com a maioria dos tópicos. Caso ainda não tenham subscrito este conteúdo, recomendo que o façam. Embora não tenha uma periodicidade definida, vale a pena esperá-lo.


📌 JUKEBOX
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A Surpresa: Afio a Língua [Salto]
Melhor Duo: Mbappé - Afro Tropical [Ivann & Dino d'Santiago]
A Diferentona: Indigo [Firgun]
A Favorita: Sem Ninguém [S. Pedro] & Por Enquanto [Plutonio]
Artista Revelação: Hércules


Álbuns: Timequake [Manteau], Filha da Tuga [Irma], Já Agora [A Sul], Primeira Volta de Saturno [João Mesquita], Em Ponto Morto [Victoria] e Caixa de Ritmos 2 [Sam The Kid]


🎥 VÍDEOS & PODCASTS
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✨ GRATIDÃO
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«As mesmas coisas vistas com um novo olhar»

No meio de um ambiente algo caótico, julho teve apontamentos bastante bonitos, que me permitiram equilibrar a energia que foi esmorecendo. Tendo, inconscientemente, sido um mês de alguns balanços, percebi que era necessário recuar, abrandar e recentrar. Acho que me estou a descobrir, a perceber melhor qual a voz que quero nas minhas plataformas e a aprender a gerir todas essas emoções. Portanto, a gratidão deste mês talvez seja mesmo pela certeza de ter ramificações pelas quais quero continuar a lutar - porque me acrescentam.

      

      

      

Como foi o vosso mês?

Fotografia da minha autoria



«O que eles deixaram no manicómio»

Avisos de Conteúdo: Linguagem Explícita, Doenças Mentais, 
Tentativa de Suicídio, Aborto, Violência


O lugar de onde partimos pode ter vários propósitos. Porém, nem sempre alcançamos o destino que tínhamos no pensamento, porque, por força das circunstâncias, dos obstáculos ou das necessidades, compreendemos a urgência de fazer um desvio. E foi mais ou menos isso que aconteceu com este livro de Catarina Gomes.


UMA CAIXA COM HISTÓRIA

Coisas de Loucos tinha uma intenção prévia definida, mas a premissa final nasceu de uma forma acidental; nasceu de um acaso que tem tanto de belo, como de desconcertante. Aquando da sua visita ao primeiro hospital psiquiátrico português, o Miguel Bombarda, a autora encontrou uma caixa de cartão com objetos de antigos pacientes. E abraçou a missão de descobrir as vidas dos seus donos e de contar as suas histórias.

«O problema é que o optimismo terapêutico inicial não se cumpriu, e estas 
instituições acabaram por se tornar armazéns sobrelotados de desesperança»

A investigação da jornalista foi bastante minuciosa e permitiu estabelecer uma ponte não só com estes protagonistas esquecidos, mas também com as técnicas terapêuticas, os tratamentos e os preconceitos enraizados na sociedade. Numa época em que se sabia tão pouco acerca da saúde mental e da área psiquiátrica, prevaleceram abordagens torturantes e uma ampliação daquilo que era considerado uma doença.

«São imagens de não-identidade, embora todas tenham o nome no verso»

O retrato dos oito pacientes desta obra - que servem de espelho para tantos outros - pretende resgatá-los do sótão do antigo Rilhafoles e envolvê-los na humanidade que lhes foi roubada. Sem qualquer condescendência ou romantização, deu-lhes voz, um passado e um contexto. Porque cada uma destas pessoas teve uma jornada, até serem isoladas, marginalizadas e confinadas num espaço que não tinha como as proteger.


DIGNIDADE E LEGADO

As perguntas foram-se multiplicando e, por isso, há um paralelismo com a história do hospital e da psiquiatria, em Portugal. Recorrendo a testemunhos de profissionais, que nos possibilitam uma melhor compreensão dos procedimentos, a escrita de Catarina Gomes é de uma sensibilidade e dignidade comoventes. Ainda assim, a leitura desta narrativa não é fácil. Aliás, consegue ser um murro no estômago constante, porque é inconcebível o modo como tantos pacientes foram tratados. Por outro lado, é gratificante ver o quanto a medicina evoluiu.

«Mas às vezes não basta ter tempo»

Coisas de Loucos quebra estigmas [dentro e fora da área de intervenção] e incentiva-nos a refletir sobre liberdade e sobre a sensação de tempo suspenso. Através daquilo que oito pessoas deixaram no manicómio e deste livro que as resgata do esquecimento, há um legado que deixou de estar perdido numa caixa de cartão.


Disponibilidade: Wook | Bertrand

Nota: O blogue é afiliado da Wook e da Bertrand. Ao adquirirem o[s] artigo[s] através dos links disponibilizados estão a contribuir para o seu crescimento literário - e não só. Muito obrigada pelo apoio ♥

Fotografia da minha autoria



Tema 41: Ananás


Quisemos recuar no tempo
Voltar à época em que o topo das palmeiras
Nos lembrava o cocuruto dos ananases
Extraviados pelo avô do quintal da Ermelinda

Mas se o tempo nos foge
A memória aquece a saudade
E o olhar que hoje me direcionas
Traz a inocência do que perdemos
Quando nos encontrávamos em todas as horas erradas

Fotografia da minha autoria



«Galeria de névoa e luz»

Avisos de Conteúdo: Referência a Morte, Tortura, Violação; Linguagem Explícita


A literatura, escreveu Afonso Cruz em Jalan Jalan, amplia a vida de cada leitor. Portanto, quando nos consentem a descoberta de novas vozes, essa partilha só pode ser transformadora. E foi isso que a Adelaide Books Portugal fez comigo, assim que me propôs a leitura da obra poética de estreia de IV. Christian Marr's.

«Em mim há muito não estou presente
E pouco nele me iguala!»

A Inveja das Aves assume um tom melancólico, muitas vezes antagónico, explorando pensamentos introspetivos e/ou focados na sociedade. Dividido em três partes, quase como se estivéssemos na presença de sujeitos distintos, mas interligados, o autor deambula pela noção de pertença, pelo tempo, pelos comportamentos humanos e pela noção de si. Deste modo, posiciona-se num espaço que o permite observar o outro, enquanto analisa o eu. E sem cair na condescendência, tece rotas que marcam uma jornada emocional.

«A liberdade é a sombra que trazes»

Este livro, creio, foi crescendo e revelou-se uma surpresa bastante interessante, visto que há silêncios que conversam connosco e porque nos incentiva a pensar na solidão de outros ângulos. Embora a definamos sempre com sinónimos de névoa, não poderá, também, ser um porto de abrigo? Não poderá ser o impulso que nos falta, quando o ruído exterior se torna ensurdecedor? A resposta é complexa e não pretende, de todo, romantizar os efeitos do isolamento. No entanto, percebemos através destes versos que existem alternativas.

«O meu sonho é o outro lado
Ali ao brotar um, muito mais se desflorou»

A Inveja das Aves é uma catarse. É o renascimento depois de um voo picado até aos recantos da nossa alma.


Adquirir livro na Adelaide Books Portugal

Fotografia da minha autoria



«Quando as raízes são profundas, não há razões para temer o vento»


O pilar que sustenta cada passo que eu dou tem vários nomes agregados à sua essência, mas a melhor designação para os definir a todos é família. Por esse motivo, são a minha fortaleza, o meu norte e a casa onde regresso sempre. E mesmo quando receio o vento, sei que as raízes que nos entrelaçam são fortes o suficiente para não cair - e, caso aconteça, são fortes o suficiente para me permitirem brotar e reerguer.

Quando abraço uma nova história literária, aprecio que explore este traço familiar, este vinculo umbilical que ultrapassa os laços de sangue, nas mais diversas perspetivas. Porque acho interessante a pluralidade de vivências e emoções. E a verdade é que compreendemos muito daquilo que é o mundo através das suas dinâmicas: entre portas, escondem-se muitos recantos, mas também existem espelhos a refletir paradigmas.

Portanto, para esta viagem ficcional até Bragança, o Alma Lusitana apanha boleia de livros de/sobre famílias.


 O QUE VOU LER 


O Funeral da Nossa Mãe, Célia Correia Loureiro: «Quando, aos 58 anos, Carolina Alves decide pôr termo à vida, deixa um pedido concreto às suas três filhas: que se reúnam na festa em honra da padroeira da vila e que recuperem os laços de sangue que as consagram irmãs».


 OUTRAS SUGESTÕES 

      

Princípio de Karenina, Afonso Cruz: «Um pai que se dirige à filha e lhe conta a sua história, que é a história de ambos, revelando distâncias e aproximando-se por causa disso, numa entrega sincera e emocional. Uma viagem até aos confins do mundo, até ao Vietname e Camboja, até ao território que antigamente se designava como Cochinchina, para encontrar e perceber aquilo que está mais perto de nós, aquilo que nos habita».

O Lugar das Árvores Tristes, Lénia Rufino: «Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe».

Brincadeiras de Irmãs, Maria José da Silveira Núncio: «Partindo da morte de um antigo primeiro-ministro, figura prestigiada e reconhecida na sociedade, desvendam-se os segredos familiares que, em noites longas e corredores escuros, engendraram a complexa relação entre duas irmãs, presas numa teia de silêncios e entreditos, em que se confundem amor e raiva, medo e culpa, vingança e perdão».


      

O Meu Irmão, Afonso Reis Cabral: «Com a morte dos pais, é preciso decidir com quem fica Miguel, o filho de 40 anos que nasceu com síndrome de Down. É então que o irmão - um professor universitário divorciado e misantropo - surpreende (e até certo ponto alivia) a família, chamando a si a grande responsabilidade. Tem apenas mais um ano do que Miguel, e a recordação do afecto e da cumplicidade que ambos partilharam na infância leva-o a acreditar que a nova situação acabará por resgatá-lo da aridez em que se transformou a sua vida e redimi-lo da culpa por tantos anos de afastamento. Porém, a chegada de Miguel traz problemas inesperados - e o maior de todos chama-se Luciana».

O Bairro das Cruzes, Susana Amaro Velho: «Conta a história da Luísa. E da Rosa. Conta a história das cruzes que carregamos desde a infância e que condicionam escolhas futuras. Caminhos que se seguem e outros que se evitam (...) atravessa o tempo. O espaço. Mistura comunistas e PIDE e sobrevive às cheias de Lisboa. Carrega um fardo pesado e agarra à terra quem lá nasceu. Quem de lá quis sair, mas regressou. Porque o sangue pode pesar tanto quanto a pedra. E pode ser mais pesado que uma cruz».

Margarida Espantada, Rodrigo Guedes de Carvalho: «Margarida Espantada é sobre família. Sobre irmãos. É sobre violência doméstica e doença mental. É um efeito dominó sobre a dor».


      

Os Maias, Eça de Queiroz: «Lisboa, finais do séc. XIX. Afonso da Maia fixa-se em Lisboa com o seu neto, Carlos. Descendente e herdeiro de uma família da nobreza beirã, Carlos, jovem belo e dotado, vive num mundo de luxo e fausto. Até que conhece Maria Eduarda, igualmente jovem, igualmente dotada. E o amor surge. Um amor impossível, que tudo fará para saltar barreiras, como se se esquecendo que nem o verdadeiro amor poderá transpor todos os obstáculos».

Três Mulheres no Beiral, Susana Piedade: «Neste cenário tenso e desumano desenrola-se a história de Três Mulheres no Beiral, que é também a de uma família reunida por força das circunstâncias, mas dividida por sentimentos e interesses: Piedade, que trata a casa como gente; José Maria, o filho incapaz de se impor e tomar decisões; Madalena, a neta que regressa com a filha ao lugar onde foi criada para reviver episódios marcantes do seu passado; e Eduardo, o neto egocêntrico e conflituoso que sonha ser rico desde criança e a quem a venda da casa só pode agradar».

Onde Cantam os Grilos, Maria Isaac: «Ainda bebé, Formiga foi deixado num cesto nos degraus da casa da Herdade do Lago. O mistério da sua chegada é apenas mais um na longa história da herdade e das várias gerações dos Vaz, que a assombra de lendas e maldições: uma fonte inesgotável de mistérios fascinantes para a imaginação do rapazinho cabeça de vento».


      

Ensina-me a Voar Sobre os Telhados, João Tordo: «Algures entre o sonho e a mais pura realidade, Ensina-me a voar sobre os telhados é um lugar onde um pai e um filho aprendem a amar-se,é um espaço onde se procura aceitar dores antigas e abraçar a fragilidade humana».

Família de Retalhos, Rita Tavares: «O Hugo conta-nos, através do seu mundo de fantasia, a história da sua família de retalhos. Ele fala-nos da separação dos pais, de quando conheceu o padrasto e a madrasta, do nascimento do meio irmão e de todos os sentimentos e medos que o atormentaram durante esta aventura».

Uma Família Inglesa, Júlio Dinis: «Os dias de Carlos Whitestone, jovem herdeiro de um lucrativo negócio de exportações, são passados em pleno devaneio boémio nas ruas, nos cafés e na noite da cidade do Porto. Por alturas do Carnaval, num baile de máscaras, Carlos apaixona-se por uma rapariga belíssima, cuja identidade desconhece, mas que irá descobrir tratar-se de Cecília, filha do modesto e obediente guarda-livro...».


   

Gente Feita de Terra, Carla M. Soares: «Conta a história de duas mulheres, mãe e filha, dos anos 60 até ao início do século XXI. A mãe parte jovem de um Alentejo sem futuro, perseguindo um amor na Angola colonial portuguesa, que de princípio a recebe como se lhe pertencesse, para depois a expulsar, como a todos, em desespero (...) A filha é uma jovem viúva que habita a Lisboa suburbana do nosso século, rápida e desenraizada, e que na história da mãe tenta perceber a que lugar pertence».

Famílias em Construção, Margarida Fonseca Santos: «A Clara encontra-se numa encruzilhada: a sua vida será, a partir daquele momento, repartida entre a casa da mãe e a casa do pai, com a sua nova mulher e o filho dela, Miguel, que não pretende tornar a vida de Clara fácil. Também para ele não é uma mudança desejada. O Bernardo vê a sua família em turbilhão e o Pedro vai ter de se adaptar a um novo país, porque a sua família vai emigrar. Aos poucos, todos eles vão descobrir que as suas vidas estão constantemente em construção».


 CONSIDERAÇÕES 

📖 Podem ler qualquer género e em qualquer formato;
📖 O tema pode ser interpretado de várias maneiras: ser um livro escrito por familiares, ter a palavra família no título, ser sobre as famílias que escolhemos, estar na vossa família há vários anos; ou, então, ter outra interpretação que vos pareça mais relevante;
📖 A lista anterior é um mero guia de apoio, caso estejam sem ideias para as vossas leituras, mas podem ler outra obra do vosso agrado, desde que, naturalmente, respeite o tema central e seja de um autor português;
📖 Não há prazos, obrigações, nem meses fixos. E podem ler mais do que um livro;
📖 Utilizem a hashtag #almalusitana_asgavetas para que consiga acompanhar o que estão a ler.


O Alma Lusitana tem grupo no Goodreads. Se quiserem aderir, encontro-vos aqui.


«Cada um no seu canto
Ficamos por enquanto
Dormimos entretanto
Não confias em mim
Eu não confio em ti

E quando me levanto
Não sei se quero tanto

[...]

Queres entrar no espaço
O chão é escorregadio
Coração quebrado
Eu já nem sei quem partiu»

Fotografia da minha autoria



«Olha para o mundo e diz-me/Onde tudo começa»

Avisos de Conteúdo: Morte


A Poetria fez nascer a Fresca, uma editora de poesia que pretende dar voz a novos autores, proporcionando-lhes uma plataforma de ascensão. Foi na Feira do Livro do Porto, de 2021, que tive conhecimento deste projeto maravilhoso e, aguçando a minha curiosidade, uma das promessas que quis descobrir foi Maria Brás Ferreira.

«a sina lê-se de dentro das coisas tocadas»

Rasura conversa com o leitor, implicando-o nas suas divagações e premissas. Através de versos que expõem toda a complexidade e pluralidade humanas, sentimos o amor, o desamor, as saudades, os vícios, as inseguranças, os sonhos e as perdas do sujeito poético. Ademais, somos incentivados a observar o que nos rodeia e a estar presentes - nos momentos e nas memórias. Há, por isso, muito mundo dentro destes poemas.

«Interrompo o voo em meios de céu
e dou ao amor a eternidade que há em aspirar cobrir»

Amores-Perfeitos, António e Maria, Jasmim e A Manhã de Derrida conquistaram o lado esquerdo do meu peito. Porém, a escrita da autora é belíssima no seu todo, tornando a obra especial e a transbordar de camadas subtis e relacionáveis. Mostrando-nos a urgência dos nossos recomeços e da superação, Rasura estabelece uma ponte com outras expressões artísticas. E percebemos que este livro é um pulsar de vida: intenso e sábio.

«E subitamente arranco o corpo à asa do vento
e anseio a tudo poder galopar»

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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


o-email
asgavetasdaminhacasaencantada
@hotmail.com

portugalid[arte]

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