ALMA LUSITANA:
LIVROS DE REGRESSOS/RECOMEÇOS

Fotografia da minha autoria



«Recomeços são essenciais»


O mês de setembro, motivado pela faceta de estudante, sempre teve uma energia particular, porque soa-me a regresso, a recomeço; soa-me à possibilidade de retomar aquilo que ficou em pausa. E a verdade é que eu aprecio esta dinâmica de voltar a um contexto de conforto, por vezes familiar, para escrever novas memórias.

Embalada por esta perceção, tendo consciência que nem todos os regressos são felizes, mas que há recomeços necessários, decidi que o Alma Lusitana faria paragem na minha cidade - Vila Nova de Gaia -, para fazermos uma leitura que privilegie esta temática. Para auxiliar, reuni 15 livros de regressos/recomeços.


 O QUE VOU LER 


Lugar Para Dois, Miguel Jesus: «Depois do sucesso da inauguração do Metropolitano de Lisboa, Daniel Stoffel, responsável financeiro do projeto, parece poder escolher o futuro que quiser. Porém, a morte da filha num acidente estúpido enche-o de uma culpa da qual não se consegue libertar».


 OUTRAS SUGESTÕES 

      

Recomeça, Sofia Castro Fernandes: «Prepara-te para tudo o que precisas de saber sobre o verbo recomeçar. Todas as etapas. Todos os riscos. Todas as pessoas a manter e a afastar. Todos os medos, todos os ses, todos os mas. Todas as estratégias. Todas as causas. Tudo o que move e tudo o que demove. Precisas de estar preparado. Precisas de querer arriscar. Mesmo que tenhas medo. Remove essas camadas do medo. Devagar. Não te compares com o tempo dos outros. É a tua vida, não é a dos outros».

Demência, Célia Correia Loureiro: «Numa pequena aldeia beirã, duas mulheres de gerações diferentes leem o seu destino nas mãos de um mesmo homem: Letícia foi vítima de um marido ciumento e manipulador, e Olímpia é a mãe extremosa desse agressor».

A Terceira Índia, Iris Bravo: «Sofia tem 32 anos, é professora num colégio em Lisboa e casada com um arquiteto de uma família nobre ribatejana. Ele conservador e ela liberal, não tinham nada em comum quando se apaixonaram numas férias de verão, dez anos antes. Viveram um namoro feliz seguido de um casamento de sonho, desgastado pela sua obsessão por uma gravidez».


      

A Noiva do Tradutor, João Reis: «Destroçado com a partida da sua noiva, um jovem tradutor entra num elétrico a caminho de casa. À sua volta, pessoas que são o retrato de uma cidade — e de uma vida — que ele abomina: mesquinha, cruel, injusta e, de algum modo, ridícula. Sozinho, confuso e sem chapéu, apercebe-se de que chegou o derradeiro momento de encontrar uma saída, algo que o afaste para sempre de editores ardilosos, inquilinos bizarros, da senhoria e dos seus insuportáveis guisados — custe o que custar».

Deixa-me Entrar na Tua Vida, Margarida Fonseca Santos: «Duas mulheres vivem separadas por uma parede, mas unidas pelo sentimento de perda, pelos laços familiares e por um hall comum. Luísa não quer perder alguém que se destrói, dia após dia, através do álcool. Alda atravessa a vida envolta numa perda da qual não se consegue libertar, que não quer perder, talvez. Duarte acompanha-as, de fora mas querendo entrar, observando sem poder agir, espartilhado, também ele, naquilo que pode vir a perder. Esta é a história de três pessoas, três vidas entrelaçadas, três formas de lidar com a vida, os desgostos e os desafios».

Uma Menina Está Perdida no Seu Século à Procura do Pai, Gonçalo M. Tavares: «Marius encontra uma menina perdida à procura do pai. Hanna, rapariga, cabelos castanhos, olhos pretos, catorze anos. Hanna fala com dificuldades, entende mal o que lhe acontece, não percebe o raciocínio dos outros. Está perdida. Marius está com pressa mas muda o seu percurso, acompanha-a. A sua busca leva-os até Berlim, a um hotel com corredores que lembram fantasmas da guerra — e os dois circulam entre as obsessões e os escombros».


      

Os Regressos, Pedro Moura: «Madalena está de regresso à pequena aldeia onde viveu e cresceu com a avó, entretanto falecida. Se a visita a Corvelo serve para tratar de assuntos mundanos, é também tentativa de virar uma página e fechar o passado, que se recusa libertá-la. Os segredos da sua infância reaparecem, mostrando sofrimentos, reativando feridas, mas ao mesmo tempo revelando uma dimensão inesperada».

Se Eu Fosse Chão, Nuno Camarneiro: «Num grande hotel, as paredes têm ouvidos e os espelhos já viram muitos rostos ao longo dos anos: homens e mulheres de passagem, buscando ou fugindo de alguma coisa, que procuram um sentido para os dias. Num quarto pode começar uma história de amor ou terminar um casamento, pode inventar-se uma utopia ou lembrar-se a perna perdida numa guerra, pode investigar-se um caso de adultério ou cometer-se um crime de sangue».

O Rapto, Dora Fonte: «A autora do livro estava em Angola, em 1984, quando a UNITA atacou a cidade. Foi feita prisioneira com o marido, um casal de búlgaros, todos professores no Instituto Médio de Petróleos, uma médica búlgara e dois outros portugueses trabalhadores da construção civil, todos moradores no mesmo prédio (...) O livro é um relato pormenorizado de toda essa longa viagem, em cativeiro, até à libertação».


      

Baiôa Sem Data Para Morrer, Rui Couceiro: «Quando um jovem professor decide aceitar a mão que o destino lhe estende, longe está de imaginar que, desse momento em diante, de mero espectador passará a narrador e personagem da sua própria vida. Na aldeia dos avós, no Alentejo mais profundo, Joaquim Baiôa, velho faz-tudo, decidiu recuperar as casas que os proprietários haviam votado ao abandono e assim reabilitar Gorda-e-Feia, antes que a morte a venha reclamar. Eis, pois, o pretexto ideal para uma pausa no ensino e o sossegar de um quotidiano apressado imposto pela modernidade».

O Luto de Elias Gro, João Tordo: «Numa pequena ilha perdida no Atlântico, um homem procura a solidão e o esquecimento, mas acaba por encontrar muito mais. A ilha alberga criaturas singulares: um padre sonhador, de nome Elias Gro; uma menina de onze anos perita em anatomia; Alma, uma senhora com um coração maior do que a ilha; Norbert, um velho louco que tem por hábito vaguear na noite; e o fantasma de um escritor».

A Magia do Acaso, Tiago Rebelo: «Sofia, secretária num escritório de um famoso advogado, casada com André, um bem-sucedido administrador de uma empresa do ramo imobiliário, e eterna sonhadora, sente-se insatisfeita com a confortável vida que leva. Num encontro improvável conhece Bernardo, um fascinante homem de negócios. Apesar do charme inebriante deste e da inesperada atracção que sente não se decide a pôr em causa o seu casamento. Mas um acontecimento inesperado encarregar-se-á de fazer tremer os pilares da vida monótona que hesita em deixar. Após inúmeros encontros e desencontros, peripécias e reviravoltas, Sofia consegue finalmente fazer uma ruptura total com a vida que levou até aqui, virar a página e entregar-se por completo a Bernardo. Os sonhos e a magia do acaso vencem sempre».


   

Entre Mulheres, Maria José Núncio: «Quatro mulheres, todas elas a meio dos seus quarenta anos, e antigas colegas de liceu, encontram-se, como fazem todos os anos, para um jantar de Natal, numa Lisboa trendy e pretensamente cosmopolita. Por entre as memórias e os segredos de uma amizade, talvez demasiado longa, vivem uma noite que mudará, para sempre, as suas vidas».

Regressar a Casa com Manuel António Pina, Inês Fonseca Santos: «É um objecto composto por paredes, portas e escadas, que se podem abrir e fechar, subir e descer, consoante o plano em que se quiser posicionar quem por aqui passar. São ainda as paredes, as portas e as escadas da casa que Manuel António Pina abriu para uma conversa com Inês Fonseca Santos e Pedro Macedo e as da obra que construiu para o leitor habitar. Reúne, por isso, uma entrevista ao escritor, um ensaio sobre a sua obra poética e uma curta-metragem documental sobre o tema da casa».


 CONSIDERAÇÕES 

📖 Podem ler qualquer género e em qualquer formato;
📖 O tema pode ser interpretado de várias maneiras: ter a palavra regresso/recomeço no título, ser sobre mudanças de vida, implicar retomar atividades profissionais, voltar a lugares ou memórias; a abordagem pode ser mais evidente ou mais subtil, logo que consigam reconhecer o propósito desta viagem;
📖 A lista anterior é um mero guia de apoio, caso estejam sem ideias para as vossas leituras, mas podem ler outra obra do vosso agrado, desde que, naturalmente, respeite o tema central e seja de um autor português;
📖 Não há prazos, obrigações, nem meses fixos. E podem ler mais do que um livro;
📖 Utilizem a hashtag #almalusitana_asgavetas para que consiga acompanhar o que estão a ler.


O Alma Lusitana tem grupo no Goodreads. Se quiserem aderir, encontro-vos aqui.

Comentários

  1. Tenho a trilogia do João Tordo cá em casa, acho que vou optar por essa escolha :)

    Beijinho grande, minha querida!

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    1. Só tenho O Luto de Elias Gro, mas quero ver se o leio no próximo mês, porque só oiço maravilhas desta trilogia

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  2. Acredito que sejam todos bons livros de ler
    .
    Cumprimentos cordiais
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Há alguns que ainda não li, mas tenho imensa curiosidade!

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  3. Hum, acredito que seja mais uma boa opção para se conhecer
    Beijinhos
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    Tem Post Novos Diariamente

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  4. Andreia livros fantásticos, você trouxe boas sugestões bjs.

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  5. Boas sugestões Andreia.
    Amanhã vou ver novidades na feira do livro em Lisboa .
    Beijinhos, boas leituras

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    1. Obrigada, querida Amélia!
      Boa Feira :) eu também devo passar pela do Porto

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  6. A Sofia Castro Fernandes vale sempre a pena ler. 😉

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