Entre Margens

Fotografia da minha autoria



«A vida é feita de momentos colecionáveis»


Fevereiro trouxe-me momentos serenos, de descoberta e de aconchego, mas parece de um extremo egoísmo mencioná-los, quando reflito sobre tudo o que tem acontecido nos últimos dias. Porque é gritante a desumanidade. Porque são demasiadas as vidas perdidas às mãos de gananciosos. Porque é sufocante a quantidade de famílias desfeitas e futuros destruídos. Mantenho-me em silêncio, com os pensamentos a ecoarem a angustia e as lágrimas que nada resolvem, mas que não ficam indiferentes aos testemunhos de dor, de medo e de desnorte, pois creio que nenhuma palavra apazigua este terror. Para onde caminhamos? Embora seja maior o sentimento de impotência, resta-me ter noção do privilégio que é abraçar estes pedaços de paz, procurando, da forma que me é possível, proporcioná-la a quem, inocentemente, perdeu a sua.



⚓ MOMENTOS
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Aniversários
O segundo mês do ano conta com dois aniversários especiais: o do meu pai e o do T. Para celebrar mais um ano de vida do meu Super Herói predileto, visitamos Dornes e regressamos a Tomar, aumentando o álbum de memórias felizes. Quanto aos anos do T., como ainda não foi possível matarmos as saudades fisicamente, reencontramo-nos numa vídeochamada de Miguxos, que encurtou distâncias e estreitou os nossos laços.

       

Terceira Dose da Vacina
Confesso que não estava à espera que o agendamento para a minha faixa etária fosse tão cedo, mas conforta-me saber que, agora, estou um pouco mais protegida. Tirando um pouco de febre, foi tudo bastante tranquilo.


Conhecer o Insensato Café-Livraria
Este espaço, localizado na Rua Silva Magalhães, no centro histórico de Tomar, nasceu de um sonho antigo e transversal a duas pessoas. E o que o distingue é a união das duas paixões de ambas: livros e comida. A visita a este café-livraria não estava planeada, mas quis o destino que parasse em Tomar, no passado dia 5. Por isso, seria bastante insensato da minha parte não aproveitar para o conhecer. E fiquei fascinada! Embora não tenha conseguido usufruir da parte do café - porque foi uma paragem rápida -, viajei pela lista dos livros disponíveis e, claro, não voltei para casa sozinha: comigo vieram, então, O Chão dos Pardais, de Dulce Maria Cardoso, e Casos do Beco das Sardinheiras, de Mário de Carvalho [e a preços muito mais simpáticos].




📚 LEITURAS
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Com Os Copos, Miguel Esteves Cardoso
Alma Lusitana ◾ Aveiro

O General No Seu Labirinto, Gabriel García Márquez
Clube Leituras Descomplicadas ◾ Colômbia


Outras Leituras do Mês
Apenas Miúdos [Patti Smith], Isto Acaba Aqui [Colleen Hoover], 
Rio das Flores [Miguel Sousa Tavares] e Livro do Desassossego [Fernando Pessoa]



📺 FILMES & SÉRIES
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Sem novidades neste segmento, aproveitei para rever: 
🎬 Mestres da Ilusão 2; 
🎬 A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha; 
🎬 Orgulho & Preconceito.



✏ PUBLICAÇÕES
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Mensagens Importantes d' O Sítio das Coisas Selvagens
Recentemente, assisti à adaptação cinematográfica inspirada nesta obra - O Sítio das Coisas Selvagens - e, tal como o livro, permite-nos refletir acerca de mensagens, de aprendizagens, que moldam o nosso caráter.


Manuscrito em Construção ◾ Era Uma Vez
A memória mais antiga que eu guardo, nesta esfera de escrita, sou eu na marquise, com um caderno de capa preta aberto e folhas pautadas, a espreitar pela janela à procura de inspiração para criar versos e rimas. E, como se as palavras fossem uma autêntica extensão da minha identidade, começou cedo a minha história.


Adele: Uma Artista Única
Um dos motivos que me fascina em Adele não é o alcance vocal. Ou, melhor, não é apenas esse fator. O que me desarma é a intensidade com que o faz, como se levasse o mundo inteiro no peito. Portanto, torna-se uma experiência visceral escutá-la, lendo-nos a alma. E aquilo que eu pretendo, enquanto eterna amante desta arte, é ter artistas de referência que interpretem todas as minhas dores, por mais que os nossos percursos divirjam.


Sétima Arte ◾ Causa Própria
O antigo hospital termal, no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, foi um dos palcos da nova aposta televisiva da RTP - cujo último episódio foi exibido no passado dia 16. No entanto, os holofotes direcionam-nos para uma das zonas do jardim público, mais concretamente, perto do lago, porque apareceu o corpo de um jovem assassinado. Terá sido um caso isolado? Com que motivações? É isso que procuraremos descobrir.




🍴 À MESA
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Regressei ao restaurante O Siciliano. E que bem que me soube o pão com alho e a pizza Rowenta.

       

Como não poderia deixar de ser, não faltou a francesinha do Bibó Porto [por duas vezes].

       

Ainda houve tempo para um bolo de laranja com cobertura de chocolate.




📌 ENTRE LINHAS
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Kit Blume Journaling
A escrita é terapêutica. Por essa razão, adquiri o baralho criado pela Catarina Alves de Sousa - o Kit Blume Journaling -, cujo principal objetivo é, durante 31 dias, potenciar a nossa auto-estima e o nosso bem-estar através de momentos para escrever. Tinha pensado iniciá-lo no primeiro dia de março, mas não resisti e já comecei a viagem. Está a ser mesmo interessante, porque permite-me refletir e dedicar-me a algo que adoro.


#twitterchatpt
A Joana Rita Sousa é fundadora e moderadora do #twitterchatpt. Embora não acompanhe esta dinâmica com a maior regularidade, acho-a mesmo interessante e pertinente, até porque promove aprendizagens e conversas esclarecedoras. Na 65ª edição, convidou a Magda Cruz, do podcast Ponto Final, Parágrafo, para falar sobre livros e, claro, podcasts. Não consegui participar, mas li, posteriormente, todas as partilhas enriquecedoras.



📌 JUKEBOX
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A Surpresa: Asfalto [João Couto, Emmy Curl & José Sequeira]
Melhor Duo: Senhora de Si [Ivo Lucas & Carolina Deslandes]
A Diferentona: Jardim [Russo]
As Favoritas: Ondas [Firgun] e 
Mundo ao Contrário [Mimicat & Filipe Gonçalves]
Artista Revelação: Mariana Dalot


Álbuns: Phalasolo [New Max], Vai e Vem I [Vai e Vem], Bandua 
[Bandua, Tempura The Purple Boy & Edgar Valente], Sem Olhar ao Tempo [Manuel Maio], 
Heartbreak Mixtapes [y.azz], Agora [Teresinha Landeiro], Amor em Água Ardente [Galo Cant'Às Duas]



🎥 VÍDEOS & PODCASTS
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✨ GRATIDÃO
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«Sem empático é comparecer
É sofrer por ver alguém sofrer
É a ferida no corpo dum outro
Que insiste em doer»

Consciente do caos que se abateu na Ucrânia, só posso estar grata por estar em segurança, por ter um teto e comida na mesa, por poder abraçar e ser abraçada pelos meus. Quem me dera que todos os inocentes que estão a sofrer neste momento estivessem no mesmo patamar de conforto. Que lhes seja devolvida a paz.


Como foi o vosso mês?


«Quem me dera não ter pressa de mudar de vida
E deixar o carro estacionado no meio da via
Tentava só mais uma vez provar que conseguia
Mas os acasos e as escolhas no final obrigam
A abrir caminho sem saber para onde vou
A arrastar um fardo que ainda não me deixou
Com sorte isto há-de ir tudo ao lugar
Não quero andar mais de marcha-atrás

[...]

Quem me dera não andar a conduzir sozinho
Mas é o preço a pagar para achar o meu destino
A estrada alonga-se de mais, perdi noção do perigo
Talvez eu volte a ter de novo a sensação
De estar realizado como no passado
Até lá guardo quem eu fui
Não posso andar mais de marcha-atrás

Desta rota já não me safo
Esta estrada é como um mar alto
Então mando a âncora para o asfalto
Como é que eu encontro um atalho
Neste trilho acidentado?
Mando a âncora para o asfalto»

Fotografia da minha autoria



Tema 36: Autocarro + Carro + Gelado


O silêncio fez-se alto
E eu parti por essa estrada fora
Ao volante de um carro descapotável
De sonhos e de fronteiras

Queria ver o mundo ao meu redor
Que se desvanece como um gelado
Em pleno verão ardente
E queria falar das memórias
Que sorvem as cicatrizes que exaltam o tempo

Por um trilho incerto
Por onde corro à procura do sol
Nunca regresso a casa
Sem apanhar o autocarro na curva
Como se esperasse o meu olhar
Dizendo-me adeus numa esperança enfraquecida
À beira do abismo de uma chávena fria

O silêncio fez-se de um grito
Incompreensível
Que me devolve a lugar nenhum
Por entre contratempos atípicos
Que me obrigam a fugir

Fechei a porta
Sem saber para onde vou
Mas por esta estrada fora
Talvez encontre a direção
Que me envolva
Nesta doce e louca sensação de pertencer
A uma promessa que já não dói

Fotografia da minha autoria



«A morte tudo dissolve»


A pacatez de um lugar pode ser abalada quando menos se espera, colocando a população em alvoroço. E a sensação de desnorte agrava-se perante o choque e a falta de respostas que advêm de um crime violento, hediondo. Se calhar, «a província não é um lugar calmo». Se calhar, é mesmo um recanto «cheio de nervos», no qual os silencios tornam-se ensurdecedores e a realidade nunca mais será a mesma - nem poderia ser.


CAUSA PRÓPRIA: O CONTEXTO

O antigo hospital termal, no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, foi um dos palcos da nova aposta televisiva da RTP - cujo último episódio foi exibido no passado dia 16. No entanto, os holofotes direcionam-nos para uma das zonas do jardim público, mais concretamente, perto do lago, porque apareceu o corpo de um jovem assassinado. Terá sido um caso isolado? Com que motivações? É isso que procuraremos descobrir.

Da autoria de Edgar Medina e de Rui Cardoso Martins, esta série leva-nos a enfrentar um dilema bastante difícil [como se fosse nosso], atendendo a que a sua narrativa apresenta contornos delicados e sombrios.


A NARRATIVA ALTERNATIVA

O processo central vai-se complicando, mas não é o único a merecer cuidado, porque Causa Própria tem uma narrativa alternativa, baseada nos livros Levante-se o Réu e Levante-se o Réu Outra Vez, de Rui Cardoso Martins. Partindo das suas crónicas, somos transportados «para os bastidores dos tribunais portugueses».

Desde os casos mais insólitos aos mais dramáticos, são retratadas histórias de «crimes reais, que aconteceram em algum ponto do país» e que nos deixam a questionar a competência da nossa justiça, as estruturas de apoio que tantas vezes falham às famílias e a própria natureza imprevisível do ser humano.

Os textos serviram, então, de mote para as sessões no tribunal, onde decorre um julgamento particular, que se sobrepõe a todos os outros pela sua magnitude, e as pontas, aparentemente soltas, se começam a unir.


VIOLÊNCIA, HOMOFOBIA E BULLYING

A tentativa de encontrar o verdadeiro culpado aproxima-nos de temas muito pertinentes e que continuam a necessitar de atenção, porque é urgente consciencializar para as suas consequências. Assim, confronta-nos com violência, homofobia, bullying, desigualdades sociais, alcoolismo, famílias desestruturadas/negligentes, relações tóxicas, preconceito, corrupção, entre tantos outros que detetamos nas entrelinhas. Porque o crime ocorrido, sem perder destaque, permite explorar vários aspetos, sobretudo, por ser tão centrado no comportamento humano - enquanto individuo e enquanto parte de uma sociedade - e nas suas intolerâncias.

Em simultâneo, através da figura da juíza Ana, compreendemos o quanto pode ser ténue a linha que separa os nossos valores morais e a necessidade de protegermos quem amamos. Visto que o filho é implicado no caso, como é que se mantém a racionalidade, o lado profissional, quando as emoções permanecem à flor da pele?

É este exercício dicotómico, que nos exige empatia, que nos proporciona um desenrolar angustiante, sentindo o sufoco e uma dúvida constante, ao mesmo tempo que nos mostra que a vida não é uma linha linear: há, de facto, muitas áreas cinzentas a toldar o nosso discernimento, alterando-se com situações mais pessoais.


O MELHOR E O MENOS CONSEGUIDO DA SÉRIE

Causa Própria conquistou-me de imediato, por vários motivos. Ainda assim, houve algo que não funcionou.

 O MENOS CONSEGUIDO 

O Contexto da Ação: A série pretende mostrar o efeito que um crime desta natureza tem num meio mais pequeno. Contudo, existiram aspetos que não acompanharam esse ambiente. Prolongaram-se mistérios que não durariam tanto tempo, caso acontecessem numa cidade pacata, onde todos se conhecem, porque tudo se saberia com maior rapidez. Sem querer, de todo, perpetuar estereótipos, creio que certos pontos não passariam despercebidos. Além disso, houve um acesso a recursos que não se coadunam na nossa realidade.

 O MELHOR 

A Emoção das Personagens: Explorada de um modo natural, mas intenso, envolvendo-nos na sua dor.

A Realização: A fotografia/a imagem da série é soberba, usufruindo de um jogo de escuridão, nevoeiro e espaços físicos sombrios, aprofundando o tom misterioso do argumento, que nos arrepia e evidencia as nossas fragilidades. Por outro lado, também consegue criar pontos de conforto, equilibrando a energia dos episódios.

O Elenco: O grupo é extraordinário, mas destaco dois nomes: Maria Rueff, cuja interpretação dramática trouxe outro brilho à narrativa, potenciando momentos reflexivos, e Afonso Laginha, com uma personalidade desconcertante e uma calma que me deixou sempre no limbo, a sentir que esconde algo muito mais profundo.

Não sei o que o futuro reserva, mas acredito que seria interessante investir numa segunda temporada, já que há questões em suspenso. Independentemente disso, pois reconheço que pode ser um desejo pessoal, Causa Própria é mais uma prova que investir na Cultura é o caminho, porque produções assim acrescentam-nos.


Acompanharam a série?

Fotografia da minha autoria



«Este livro contém o pulmão indiviso»


Diego de Torres Villarroel, distinto Catedrático de Matemática, numa viagem que antecedeu a defesa perante o Claustro da Universidade de Salamanca, adquiriu um «conjunto de globos de grandes dimensões, terrestres e celestes» para enriquecer a biblioteca da Universidade. Embora criticado, chamou-os de «libros redondos», de modo a que não se estranhasse a presença dos mesmos na imensa coleção de obras literárias. E foi nesta designação - e na perceção de repetição do movimento - que Catarina Nunes de Almeida se inspirou.


O CÍRCULO, O CICLO, O [IN]COMPLETO

Livro Redondo é uma travessia poética, composta por cinco partes e cujas divisões nos parecem mostrar fases específicas da nossa jornada, nesse desenrolar em círculo, mas sempre incompleto, respeitando os ciclos que amadurecem, porque a forma como observamos - e vivemos - as situações vai sofrendo metamorfoses.

«Sim, quando um homem dorme ele invade uma escrita»

Nos versos que constituem esta obra, há dúvidas, desejos, quimeras e sedução. Há asas, pés descalços, cegueira e [in]sensatez. E há, inclusive, uma certa religiosidade e um romper de fronteiras humanas.


UMA ALEGORIA

Livro Redondo percorre crenças, filosofias de vida, avanços científicos e mitos. Colocando o Homem no centro de cada poema, estabelece uma alegoria com a criação do mundo, interligando o profano e o sagrado.

«pudesse eu chegar a mim o meu coração»

A escrita, ora simples, ora camuflada em várias camadas, aproxima-nos da complexidade da nossa existência.

Fotografia da minha autoria



É impressionante como um mesmo sinal nos confunde tanto. 
Será um infeliz acaso ou uma provocação intencional?


🌿


Há quem adie promessas e quem nunca tenha tido vontade de as cumprir.


🌿


Se somos instantes, quero pertencer aos felizes, aos intensos, aos que me 
abanam por dentro e que me ajudam sempre a crescer.


🌿


És um labirinto, em céu aberto, de rotas incertas, 
em permanente estado lastimável de desordem.

Fotografia da minha autoria



«O livro é a minha viagem»


O meu passaporte de sonho, enquanto não voo para outras paragens, tem a forma de um livro e transporta-me para várias partes do mundo sem que saia do sítio. É natural que viver os lugares tenha um encanto singular, porque contactamos com realidades distintas, mas imaginá-los através das palavras dos autores traz aconchego, sobretudo, quando esse destino é distante e o encontro pouco provável no nosso horizonte.

Embora não seja a pessoa mais aventureira, sinto-me sempre entusiasmada para embarcar em histórias com viagens, porque existe algo de mágico na possibilidade de saber um pouco mais sobre determinado local. E, assim, vou encurtando distâncias, permitindo-me marcar novas viagens no mapa. Além disso, mesmo que muitas vezes não seja esse o cenário descrito, acho poético viajar de mochila às costas, num compromisso intimista, mas não sei se teria essa coragem. Por isso, perco-me, antes, nas narrativas que me levam para longe, mantendo-me na minha bolha, a suspirar pelo momento em que alcançarei o outro lado da margem.

A bela cidade de Coimbra será o ponto de partida, neste tema do Alma Lusitana, para percorrermos trilhos desconhecidos. Para auxiliar no processo de escolha, reuni 15 livros que podem ser autênticos guias turísticos.


 O QUE VOU LER 


Mami Geographic, Mami Pereira: «São cinco anos de grandes aventuras e quase cem relatos cómico-heroícos, tão suados como inspirados que dão para rir, abrir o apetite, aprender umas coisas exóticas e quiçá fazer rolar uma lágrimazinha de beleza...  Enfim, literatura de viagens como deve ser, sem aquelas estopadas épicas à Lua-de-Mel alheia e advérbios à Camilo Castelo Branco. Além de serem o presente ideal para oferecer a quem sabe ler, servem ainda como roteiro de vários países da América Central, Sudeste Asiático e África. Fica a saber as melhores dicas sem teres que passar pelos perigos malvados e pelas dores de barriga. E o melhor de tudo é que, além das letras, também têm bonecos - magníficas colagens de Margarida Girão».


 OUTRAS SUGESTÕES 

  
 
No Teu Deserto, Miguel Sousa Tavares: «Vinte anos após o fim de uma longa viagem (física e interior) pelo Sahara, uma fotografia antiga motiva Miguel Sousa Tavares a escrever No Teu Deserto. Este livro continua a marcar os leitores pela belíssima homenagem ao silêncio e à imensidão do deserto, à amizade e à vida».

O Retorno, Dulce Maria Cardoso: «A descolonização instiga ódios e guerras. Os brancos debandam e em poucos meses chegam a Portugal mais de meio milhão de pessoas. O processo revolucionário está no seu auge e os retornados são recebidos com desconfiança e hostilidade. Muitos nao têm para onde ir nem do que viver. Rui tem quinze anos e é um deles. Durante mais de um ano, Rui e a família vivem num quarto de um hotel de 5 estrelas a abarrotar de retornados - um improvável purgatório sem salvação garantida que se degrada de dia para dia. A adolescência torna-se uma espera assustada pela idade adulta: aprender o desespero e a raiva, reaprender o amor, inventar a esperança. África presente mas cada vez mais longe».

As Estradas São Para Ir, Márcia: «Numa altura em que ficou sem poder cantar, devido a um problema numa corda vocal, Márcia encontrou, no meio do seu silêncio, um outro som precioso: a poesia. Este livro é um encontro íntimo com esta voz interna de Márcia. Um conjunto de poemas, de pensamentos soltos...».


  

Uma Viagem à Índia, Gonçalo M. Tavares: «É um livro cheio de fantasmas, fantasmas d’Os Lusíadas, fantasmas do homem contemporâneo, uma viagem, uma anti-epopeia, e é um livro extraordinário. Estou convencido de que dentro de cem anos ainda haverá teses de doutoramento sobre passagens e fragmentos».

Leva-me Contigo, Afonso Reis Cabral: «Durante vinte e quatro dias, completamente sozinho, deixou que a estrada o guiasse: cruzou montanhas e planícies, mergulhou em rios, caminhou debaixo de tempestades e sob o sol ardente. Mas sobretudo parou para conversar com quem encontrava. No fim de cada dia, publicava na sua página de Facebook um diário escrito no telemóvel relatando os principais eventos da viagem».

Viagem a Portugal, José Saramago: «Entre outubro de 1979 e julho de 1980, José Saramago percorreu o país lés a lés a convite do Círculo de Leitores, que comemorava o décimo aniversário da sua implantação em Portugal. Disse o autor após essa deambulação, misto de crónica, narrativa e recordações, que "o fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já..."».


  

Para Onde Vão os Guarda-Chuvas, Afonso Cruz: «O pano de fundo deste romance é um Oriente efabulado, baseado no que pensamos que foi o seu passado e acreditamos ser o seu presente, com tudo o que esse Oriente tem de mágico, de diferente e de perverso. Conta a história de um homem que ambiciona ser invisível, de uma criança que gostaria de voar como um avião, de uma mulher que quer casar com um homem de olhos azuis, de um poeta profundamente mudo, de um general russo que é uma espécie de galo de luta, de uma mulher cujos cabelos fogem de uma gaiola, de um indiano apaixonado e de um rapaz que tem o universo inteiro dentro da boca. Um magnífico romance [...] que se desdobra numa sublime tapeçaria de vidas».

Luanda, Lisboa, Paraíso, Djaimilia Pereira de Almeida: «Chegados a Lisboa, Cartola e Aquiles descobrem-se pai e filho na desventura. Até que num vale emoldurado por um pinhal, nas margens da cidade mil vezes sonhada pelo velho Cartola, encontram abrigo e fazem um amigo. Será esta amizade capaz de os salvar?».

Sinal de GPS Perdido, Gonçalo Cadilhe: «Neste novo livro, Gonçalo Cadilhe desafia o leitor a ir para lá dos lugares-comuns da narrativa de viagens: hoje, o que faz com que uma viagem seja original não é o facto de ser desconhecida para muitos ou de estar reservada a poucos - é a perspetiva do viajante».


  

Dentro do Segredo, José Luís Peixoto: «Desde o interior da ditadura mais repressiva do mundo, desde um país coberto por absoluto isolamento, Dentro do Segredo. Em abril de 2012, José Luís Peixoto foi um espectador privilegiado nas exuberantes comemorações do centenário do nascimento de Kim Il-sung [...] Também nessa ocasião, participou na viagem mais extensa que o governo norte-coreano autorizou».

A Terceira Índia, Íris Bravo: «Sofia tem 32 anos, é professora num colégio em Lisboa e casada com um arquiteto de uma família nobre ribatejana. Ele conservador e ela liberal, não tinham nada em comum quando se apaixonaram numas férias de verão dez anos antes. Viveram um namoro feliz seguido de um casamento de sonho, desgastado pela sua obsessão por uma gravidez. Quando descobre que foi traída, aceita uma proposta para substituir a sua mentora e viaja para Moçambique [...] e irá descobrir tudo aquilo de que é capaz».

As Rotas do Sonho, Tiago Salazar: «Da América à Ásia, da Europa a África, todos os caminhos vão dar a viagens inesquecíveis. Tiago Salazar guia-nos por praias de sonho, refúgios distantes, por cidades turísticas com histórias por contar, leva-nos até ao Nepal e à herança de Buda, descreve-nos o céu, único, de África e recupera o romantismo de Veneza. De país em país somos levados na bagagem do viajante que atravessa o mundo distante, mas que regressa sempre à Europa, esse velho continente que ainda não nos contou tudo».


 

O Vento dos Outros, Raquel Ochoa: «É um relato apaixonante de uma viagem à América do Sul. Uma viagem exterior e interior na escrita de Raquel Ochoa, autora vencedora do Prémio Agustina Bessa-Luís».

Viagens Contadas, Maria João Ruela: «"As montanhas são sempre tristes e gélidas antes de o nascer do sol. A neve sem luz exala um desconforto frio, que dá vontade de fugir em vez de me aproximar. Foi assim que olhei, pela primeira vez, para as pirâmides sentinela dos Annapurnas, massas gigantes de neve e gelo (…)". Maria João Ruela viaja sempre com um caderno de notas na mochila. O seu bem mais preciso. É aí que vai anotando tudo o que os olhos registam, lugares que encontra perdidos no mapa e que lhe marcam a alma, paisagens que a deixam sem fôlego, o preço de um café em determinado canto do Mundo, o nome de um vinho que acompanha uma refeição especial, as pessoas com que se cruza, as palavras trocadas».


 CONSIDERAÇÕES 

📖 Podem ler qualquer género e em qualquer formato;
📖 O tema pode aparecer representado de várias maneiras [e não só de um modo literal, com viagens físicas];
📖 A lista anterior é um mero guia de apoio, caso estejam sem ideias para as vossas leituras, mas podem ler outra obra do vosso agrado, desde que, naturalmente, respeite o tema central e seja de um autor português;
📖 Não há prazos, obrigações, nem meses fixos. E podem ler mais do que um livro.
📖 Utilizem a hashtag #almalusitana_asgavetas para que consiga acompanhar o que estão a ler.


O Alma Lusitana tem grupo no Goodreads. Se quiserem aderir, encontro-vos aqui.

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O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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