as coisas maravilhosas de agosto

Fotografia da minha autoria



Agosto é um mês que anseio leve, descomplicado, com várias memórias de quem passou os dias a tentar abrandar, só a existir ao sabor da maré. No entanto, não sei o que tem acontecido nos últimos dois anos, o cenário não tem sido exatamente esse, porque tem trazido perdas e um peso no peito que fica em surdina. De repente, é como se o céu fosse uma só nuvem.

Eu sei que o tenho citado para tudo, mas a verdade é que o Lhast conseguiu elencar no Violetta vários versos que traduzem o que me vai por dentro. E «sei que até meses cinzentos têm dias verdes» espelha tudo o que senti ao estar nos meus lugares felizes, ao estar perto das minhas pessoas, ao regressar a um dos meus eventos favoritos da cidade, a Feira do Livro do Porto. Apesar de todos os momentos sombrios, de angústia, foram surgindo pontos de luz para equilibrar a esperança.


as coisas maravilhosas de agosto


 os fragmentos aleatórios

A intenção é, gradualmente, aumentar a minha coleção de vinis e desfrutar cada vez mais do gira-discos, porque há um traço de poesia que paira nesta forma de ouvir música - ou sou só eu a romantizar uma tarefa que poderia ser banal. Assim, este mês, acrescentei Casa Guilhermina, da Ana Moura, e SNTMNTL, do Diogo Piçarra. Além disso, comprei um dos meus cd's favoritos do ano passado, Subida Infinita, dos Capitão Fausto.

      

A nova edição da Feira do Livro do Porto trouxe um novo saco de pano e é claro que eu não quis resistir ao modelo em roxo. Tem sido um fiel companheiro nas minhas idas aos Jardins do Palácio de Cristal.

   

Outros fragmentos aleatórios: o íman do careto, o copo d' O Corvo que trouxe da Festa da História de Bragança, a playlist Cata-ventos (que criei com artistas que descobri este ano) e o Camp Video da Sol.


 as músicas e os álbuns



  os filmes, as séries e os podcasts

Salto de Fé: Temporada 2
O jovem padre Tiago, incapaz de mentir, é enviado para uma nova paróquia, a fim de recuperar a fé da comunidade do Rosário. Na teoria, a missão aparenta ser simples, mas, quando chega à aldeia piscatória, percebe que «o rebanho de pecadores» trocou a fé em Deus «pelas previsões de uma vidente sem escrúpulos», afastando-se da Igreja.

Já tinha saudades deste ambiente e da persistência do padre Tiago, que, ainda assim, me parece menos tolerante ou, então, com menos filtro para a estupidez humana. Encontrando na vidente mirolha, Arlinda, a sua principal rival, não há nada que não aconteça pelo Rosário, desde monstros marinhos a noivos abandonados no altar. E, claro, não podia faltar a presença da sua mãe, Isabel, sempre com olho para o negócio.

Plutonio 2025 | Watch.tm
O Watch.tm ativou o modo férias, no entanto, Pedro Teixeira da Mota tem sempre uma surpresa na manga. Desta vez, trouxe-nos um episódio que «desdobra a amizade [com] Plutonio nas várias vertentes que os unem» e, por consequência, podemos observá-los em seis capítulos específicos: passado, presente, futuro, moda, comédia e música.

Sou fã assumida de ambos e acho que conseguem passar uma energia descontraída, sempre que se reúnem. Aliás, para além da qualidade da produção deste vídeo, que está soberba, acho que uma das maiores valências é mesmo o facto de equilibrarem tão bem a discussão de temas pessoais com momentos de entretenimento - e de um modo natural, percebendo-se que aquilo poderia acontecer sem estarem a ser filmados.

Plutonio 2025 leva-nos a descobrir primeiras profissões, a acompanhar desafios e a refletir sobre família, a beleza de vibrarmos com as conquistas das nossas pessoas e as narrativas que não se confirmam. Por outro lado, tem sessões de estúdio, passatempos, críticas e, perdoem-me o spoiler, parte de uma música do Richie que preciso de ouvir na versão integral. Não sabia que precisava tanto deste episódio, mas é ouro sobre azul.


Comecei a acompanhar FELP, a nova aposta audiovisual da RTP, e tenho-me divertido imenso com a energia alucinada de marretas em esteroides, com referiu Manuel Pureza. A crítica social está mordaz e sublime!



 os livros

Os favoritos do mês
  • Verão no Lago, Ann Patchett;
  • Cartas Para a Vila Berta, Miguel Esteves Cardoso;
  • Caruncho, Layla Martínez.

Outros livros lidos: Uma Árvore no Céu de Brooklyn, Betty Smith | Conta-me, Escuridão, Mafalda Santos | O Espião Português, Nuno Nepomuceno | Soco e Sono, Inês Morão Dias | Lugar Feliz, Emily Henry | A Chave de Casa, Tatiana Salem Levy | Contos da Sétima Esfera, Mário de Carvalho | Quando as Montanhas CantamNguyễn Phan Quế Mai | Nome de Mãe, Vários Autores | Todos Devemos Ser Feministas, Chimamanda Ngozie Adichie | Querida Ijeawele, Chimamanda Ngozie Adichie.


 os momentos

Fundação Serralves e piquenique no Parque da Cidade
A última vez que transpus os portões de Serralves foi em 2017, a propósito da Festa do Outono. Na despedida, prometi regressar em breve, mas a vida trocou-me as voltas e acabei por não voltar tão cedo como gostaria. Oito anos depois, com várias tentativas falhadas pelo meio, aproveitamos que a entrada passou a ser gratuita para residentes em Portugal no primeiro domingo do mês e alinhamos agendas para esse reencontro (falarei sobre a visita em breve). Para terminar em beleza, ainda fizemos um piquenique no Parque da Cidade.

      

Voltei à Livraria Arquivo e fui conhecer a Bertrand de Aveiro.

      

As férias propriamente ditas foram passadas entre Bragança, o Lago de Sanabria e Zamora. Estava mesmo a precisar destes dias longe, fora da rotina, para desligar. Confesso, no entanto, que houve uma energia diferente a pairar, porque é sempre estranho regressar a lugares que associamos a pessoas que já partiram. Mas a vida tem sempre formas de nos mostrar que podemos criar memórias que não excluam esse vínculo.

      

      

      

Um dos eventos mais bonitos da cidade do Porto teve início a 22 de agosto e eu estou só a viver a minha melhor fase, porque, felizmente, consegui alinhar a agenda para estar presente em várias sessões do programa da Feira do Livro. Até ao momento, tive a oportunidade de assistir à atribuição da Tília de Homenagem a Sérgio Godinho, à sessão Sérgio Sobre o Porto, ao concerto do Luís Severo, à palestra do Martim Sousa Tavares, ao concerto do Manel Cruz, à conversa com Valério Romão, à conversa entre Rui Couceiro e Alberto Manguel, à apresentação do livro Como Se Não Houvesse Amanhã, de Sérgio Godinho, à conversa entre Inês Meneses e Filipa Leal e à conversa entre Rui Couceiro e Lídia Jorge. E ainda espero aproveitar mais sessões na semana de setembro.

      


Setembro, sê gentil 

1 Comments

  1. Que belo mês de Agosto *.* Por aqui voltamos a Roma para celebrar 20 anos de relacionamento... como assim 20 anos? :) E ainda nao foi desta que regressei ao Porto para visitar a Feira do Livro, quiça no proximo ano ;)
    Feliz recomeço, minha querida *.*

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