O que fala ao coração #18


«A minha ideia é que há música no ar, há música à nossa volta, o mundo está cheio de música e cada um tira para si simplesmente aquela de que precisa», Edward Elgar


Não passo um dia sem ouvir música. Esta semana continuamos a ter a casa cheia, uma vez que temos mais um grupo para descobrir. Num estilo que associo muito ao verão, apesar de os ouvir o ano inteiro, os Souls of Fire são, talvez, uma das bandas que ouço há mais tempo. E nunca pararam de me surpreender.
 
Conheceram-se na praia de Leça da Palmeira e uniram-se pela amizade e pelo projeto musical que pretendiam desenvolver. Não é segredo para ninguém que a música pode ser uma excelente plataforma de intervenção social. E é esta uma das bases que sustenta o trabalho deste grupo, que alia o seu reggae cantado e tocado de forma exímia às mensagens que querem transmitir. Com uma energia muito própria, nunca deixaram de abordar vários temas, o que, a meu ver, os permite chegar a várias pessoas. A força das letras e a descontração da banda são a chave do sucesso.  
Quando se juntaram «não tinham, propriamente, formação musical», mas isso não os fez desistir. A vontade de permanecerem neste meio fez com que trabalhassem para evoluir. Se, primeiramente, tocavam como hobbie e mera diversão, rapidamente as coisas se tornaram sérias. E foi aí que perceberam que podiam «levar isto para outro campeonato». Adquiriram mais experiência, mas o espírito continua o mesmo. Encararam esta realidade com muita mais responsabilidade, mas a alegria com que fazem música continua igual ao dia em que começaram. Acho que o facto de nunca terem perdido essa identidade os fez crescer muito mais, porque mantiveram-se na música pelas razões certas. E quando se faz o que se gosta é tudo mais fácil. Isso passa para quem os ouve. É por isso que, ao fim de tantos anos, continuo a reconhecer-lhes a alma com que sempre nos brindaram. 

«O reggae faz sentido enquanto soa a verdade e é isso que define a nossa música». É essa verdade que eu tanto admiro. E que espero que nunca percam. Cresci a ouvi-los e espero continuar a fazê-lo, porque acredito mesmo que ainda têm muito para mostrar. São uma autêntica caixinha de surpresas. E cada música é mais uma gaveta aberta, que se guarda com cuidado, mas que se quer mostrar a todos os que estão à nossa volta. Mesmo que foquem aspetos que precisam de ser melhorados, têm a capacidade de me transportar para um mundo à parte e acalmar. Música assim vale a pena. Vale mesmo! E nunca me cansarei de dizer isto. 

Nem sempre trabalhar com tantas pessoas dá bom resultado, mas o facto de estarem todos focados no mesmo objetivo permite que façam coisas «boas e interessantes». Não cantam apenas em português, mas, ainda que seja suspeita, é na nossa língua que mais gosto de os ouvir. Contudo, não lhes alterava nada. Conheço os Souls of Fire assim, iguais a eles próprios, e só espero que o futuro lhes reserve o melhor. 

«A história de Souls of Fire conta já com muitos capítulos ao longo de 10 anos de existência. Com os primeiros encontros em 2000, a vontade de dar maior voz ao reggae nacional levou o grupo a formar uma banda. Desde o início, até ao presente, os anos foram passando, assim como vários membros, amigos, lugares e muitas palavras que se traduziram em aprendizagem. Todos deixaram a sua marca e contributo, e assim se construiu um caminho com base na partilha de música e palavras de união.
Com 3 álbuns editados (Comunicar-2006, Subentender-2009 e Pontas Soltas-2012), Souls of Fire trazem na bagagem muitos concertos por todo o país e a sorte de ter tido encontros com as maiores influências da banda, tais como: The Wailers, Alpha Blondy, I Jahman, Groundation, Ponto de Equilíbrio, Skatalites, Don Carlos, The Gladiators, Black Uhuru, Natiruts, Gentleman, entre muitos outros.

Hoje, Souls of Fire mantêm a chama acesa com a fé e a persistência de que todos os dias são bons para escrever um novo capítulo».










Já conheciam? O que acharam? Qual a música que mais gostaram? Contem-me tudo!

15 Comments

  1. Mais uma vez não conhecia. Sinto-me inculta musicalmente! Excelente banda :)

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  2. Talvez fosse melhor se não o soubesse. Fica mesmo!

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  3. Gosto muito do ritmo Reggae e desconhecia o grupo.

    Uma bela descoberta aqui na tua gaveta.

    beijinhos

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  4. Não conhecia. Já estou mais rica hoje.

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  5. Gostei muito de conhecer este grupo (ainda não conhecia). Gosto deste estilo de música, então no Verão parece que ainda dá mais gosto ouvir

    MORNING DREAMS

    Sofia Silva

    Beijos*

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  6. Não conhecia e gostei bastante deste talento português :)
    Beijinhos*

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  7. Olha não conhecia o Sols of Fire, muito bom, hein!

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  8. Também não conhecia a banda e adorei, muito bons mesmo, excelente partilha. Muito obrigada querida <3

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  9. R: oh eu espero que sim, gostava tanto!

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  10. Gostei muito tanto do que escreves te como das musicas, como sempre gosto. Admiro a tua forma de escrita. Um beijinho de boa semana

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  11. Não os conhecia e penso que nunca os ouvi, apesar de não ser o meu estilo musical gostei das letras.
    http://retromaggie.blogspot.com/

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  12. Mais uma banda que tenho para conhecer :p Vou já actualiza-me :)

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  13. Oh Jesus! Também os adoro passei por cá e por sorte escolhi o 18 não sei porquê. Tão bom ler alguém que sabe o que diz!
    Xoxo

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