Entre Margens
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«E amanhã não seremos o que fomos. Nem o que somos», Ovídio


O relógio da sala está quase a bater as doze badaladas. O tempo corre. Sinto-o a passar por mim a uma velocidade que nunca conseguirei acompanhar. Fecho os olhos. E penso. E relembro tudo aquilo que me foi possível viver durante um ano inteiro.
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Somos pétalas
Que voam
Sem destino

Somos reduzidos
A fragmentos
A sucessivas divisões irreversíveis 

Somos sonhos
Em suspenso 
No medo

Somos
Apenas 
Mas nunca por inteiro.
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Trouxeste de volta os meus fantasmas. Aceleraste a fundo nessa estrada sem retorno. E remexeste num passado que não conhecias tão turbulento. Há uma névoa que paira nas minhas memórias e tu retiraste-lhes a película que as impedia de levitar e retomar o sentido inverso para onde as enviei. O caminho é demasiado incerto. Intoxicante. É um abismo. Uma sentença. E não sei por quanto mais tempo irei aguentar não me perder nessa escuridão que amargurou a minha vida em silêncio. Contigo do meu lado. Sem perceberes os sinais da minha luta. E da minha derrota interior. Tornei-me mestre a esconder a parte sombria da minha alma. A ocultar a forçada empatia. A ausência de sentimentos. Fui, simultaneamente, monstro e presa fácil. Vacilei. Vacilei tanto e tu nem deste conta. Até ao dia em que a minha ironia profunda, como se de uma doença se tratasse, colocou um ponto final nessa tua benevolência. Bateste a porta com a máxima força. E eu senti que esse embate era para me atingir. Resultou. Caí sete palmos abaixo do chão e permaneci imóvel. Sobrevivi numa redoma de infortúnio. E agora, tendo-me novamente perto do abismo, irrompeste pela madrugada. Agarraste-me como se fosse um sopro. Salvaste-me sem pronunciar qualquer palavra. Estão de volta os meus fantasmas. E tu!

«Quem vem e atravessa o rio...», Rui Veloso


O Porto tem encantos infinitos. Cada detalhe é precioso. E quanto mais descobrimos, mais queremos conhecer. Há locais de paragem obrigatória. E outros que, mesmo não tendo tanto destaque, merecem uma visita igualmente demorada. Em 2013, durante mais um dos meus passeios, precisei de ir ao Via Catarina e qual não foi o meu espanto quando entrei e vi a cidade... em miniatura! 
Imagem retirada do facebook de Mickael Carreira

A final do The Voice aconteceu no passado domingo, dia de natal. E eu não podia ter acabado a noite mais feliz. Afinal, o concorrente que eu mais queria sagrou-se vencedor! 
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Como correu o vosso Natal?

... Amor. Família. Magia. É acordar de sorriso largo, de coração acelerado e não baixar a adrenalina até às doze badaladas. Natal é sinónimo de abraços, de recordar momentos à volta da mesa, de ver uma sala inteira desarrumada e coberta de papel de embrulho. É trautear músicas, mesmo com o rádio desligado. É ficar em silêncio no meio de gargalhadas estridentes e mil conversas paralelas, observando os olhares iluminados daqueles que nos são tanto. O meu Natal é um misto de presente e de saudades. É tudo aquilo que me conforta e que me emociona. É o reflexo daquilo que somos durante um ano inteiro. É a minha paz e os meus momentos de euforia. O meu Natal, que tem tanto de igual, como de diferente de todos os outros, será sempre uma parte muito minha, que guardarei com todo o carinho, dentro desta caixa-forte. Porque o Natal são as luzes. As histórias intermináveis. E as pessoas. E eu não saberia viver esta época com um carisma tão próprio se me faltassem os essenciais. Mesmo que as vozes já não sejam audíveis, mesmo que o número de pratos diminua, mesmo que sejam mais as estrelas no céu e menos as cadeiras ocupadas, continuaremos a estar todos. Porque o Natal, o meu Natal, só faz sentido assim. Permitam-se sonhar. Acreditar. Viver. Concretizar. E nunca perder o verdadeiro significado deste dia. As datas são aquilo que fazemos delas. Façam desta a altura mais bonita. Porque Natal é ser. Sem filtros. Por inteiro. 


Desejo-vos a todos um excelente Natal!
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«Naquela noite eu não dormi direito...», Martha Medeiros


Estou cansada. As minhas olheiras denunciam as noites mal dormidas; as voltas intermitentes que dou na cama quando sou invadida por pequenos rasgos de memória.

Baralhas-me o coração e tiras-me o sono. Menosprezei-te, porque achei que nunca terias tanto poder sobre mim. Mas aqui estou eu, sem dormir há dias, interrogando-me sobre o teu paradeiro e o estado em que te encontras. Mesmo longe, continhas a fazer com que me preocupe contigo. Não queria. Mais do que isso, não devia. Ainda assim, é isso que acontece. Vou voltar a fechar os olhos. E tentar dormir. Nem que seja por apenas cinco minutos. Preciso desse tempo inerte, apagado, sem que nada perturbe o meu silêncio. Dá-me essa paz, imploro-te. Pela última vez!


M, 22.02.2015
Imagem retirada do google

Um dos meus programas favoritos é ver séries. Adoro o facto de ter um dia fixo para cada uma delas, porque é uma forma de me abstrair de tudo e ter um momento só meu. Naturalmente, tenho algumas de eleição, mas há sempre espaço para novas. Divido-me entre o AXN, o AXN White e a Fox Life, muito raramente vejo a Fox, mas depois de ontem até isso irá mudar!

«You say the words I wanna hear
But they are as empty as the air
Just like you mean it
But you didn't mean it
At all
Imagem retirada do site d' Os Quatro e Meia

Ver Os Quatro e Meia ao vivo! Este grupo transborda talento. E não há uma única música - original ou versão - que não me deixe fascinada. Hoje e amanhã atuarão na Casa da Música, com o seu espetáculo «Acústico Como Sempre». Infelizmente, não poderei estar presente, mas tenho a certeza absoluta de que quem for não ficará desiludido.  
Imagem retirada do google

Estágio, um trabalho para entregar na quinta, uma reflexão e uma planificação para entregar na sexta, aulas e escrever um capítulo do relatório que é para entregar na segunda. Dia 20, chega rápido, por favor! Preciso de férias (mesmo que não o sejam integralmente).

Sou apaixonada por magia, por isso fico sempre rendida quando vejo truques deste género. O Mário Daniel é extraordinário e tem mesmo o dom de nos prender a tudo aquilo que faz. Acompanhei o seu programa «Minutos Mágicos» religiosamente e não havia um que não ficasse boquiaberta. Escusado será dizer que adorava ir ver o seu espetáculo «Fora do baralho».  

«(...) Foi pelo sabor do seu caminho
Que ela acabou por se convencer 
Que avançava mais indo mansinho 
Que em passos altos a combater 

Onde plantou o azevinho 
Cresceu o dom de saber ver crescer 
Linda a promessa do destino 
Se houver vontade de a manter 

(...)
Imagem retirada do google

Não sei de mim
Quando permaneço inerte
Nessa bolha de nostalgia
Que se propaga pelo meu corpo
No momento em que te vejo
Ao longe
A seguir um caminho oposto
Aos sonhos que escrevemos a dois.
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A vida muda mesmo num ápice! E quanto mais achamos que estamos a contar com o próximo passo, mais somos apanhados de surpresa - e o nosso mundo desmorona como um baralho de cartas. O que me angustia é esta sensação de impotência perante os acontecimentos, sobretudo quando sei que os meus precisam de mim.
Imagem retirada do google

«Meu coração está sombrio demais para se importar», Slipknot


Não sou de ferro. Hoje quero permitir-me perder a fé, a força e a esperança. Sinto que preciso de quebrar e deixar que as lágrimas rolem pelo meu rosto. Quero tanto aguentar - por mim e pelos meus - que me esqueço que não sou invencível. Também tenho os meus momentos negros, cujo objetivo é apenas deprimir.

«(...) Yeah I know it's stupid
But I just got to see it for myself

(...)
Imagem retirada do google

Vou-me permitir sonhar com tudo aquilo que afastei com medo que te afastasses de mim.

#divagações #medo #sonhar #afastamento #liberdade #permissão

...
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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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asgavetasdaminhacasaencantada
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