ENTRELINHAS ◾ A CRIANÇA EM RUÍNAS
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Fotografia da minha autoria |
«na hora de pôr a mesa, éramos cinco»
Avisos de Conteúdo: Morte, Luto
A perda, em todas as suas ramificações, dilacera, desfragmenta-nos, porque há uma parte de nós que quebra e que parte para um lugar incerto. Embora permaneçamos, visualmente, inteiros, existe um vazio interior que nos grita no peito, para que ressoe a ausência. E, por isso, custa a edificar; custa a unir as peças para sentirmos a vida a seguir. Mas nunca avança com o mesmo sentido, como lemos no livro de José Luís Peixoto.
EMERGIR DOS ESCOMBROS
A Criança em Ruínas tem um tom bastante intimista, levando-nos a deambular pela dor, pela melancolia, pela desintegração da família e pela passagem do tempo. Priorizando memórias de infância, não se coíbe de ser um espelho das várias fases de crescimento do autor, que não só se viu confrontado com a morte de alguém tão próximo, sangue do seu sangue, como também necessitou de emergir dos escombros do luto e da solidão.
«há o silêncio circunscrito à tua volta
e no entanto a tua pele é o silêncio»
Este exemplar lê-se num fôlego, mas deixa-nos sem ar, por transmitir tantas imagens dolorosas e por ser tão palpável a perda de felicidade. No entanto, faz uma travessia muito sensível e emocional pela metamorfose que permite encontrar o amor e abraçar uma espécie de redenção. É por essa razão que estes versos apresentam traços dicotómicos, mostrando que a nossa jornada é feita de luz e escuridão, utopias e certezas, paixões e tragédias. E é o ponto de equilíbrio que comprova que tudo deixa marcas coladas à nossa história.
«entre mim e o meu silêncio há um desentendimento»
A Criança em Ruínas é a ponte para exorcizar males, fragilidades e saudades. E, de modo a colmatar os espaços que ficam ocupados na nossa alma, socorre-se da pluralidade e versatilidade da poesia para mostrar a imensidão dos nossos sentimentos. Direcionando o nosso olhar para o eu que cresce na penumbra, entendemos que qualquer um dos nós, em algum momento, será esta criança: desfeita, a resistir ao caos.
«há muito tempo que te espero. há muito tempo que não vens»
|| Disponibilidade ||
Sou um bocadinho suspeita, porque adoro o autor. Mas a sua poesia é fantástica. Esse livro deixa-nos com um aperto no coração.
ResponderEliminarBeijinho grande, minha querida!
Deixa mesmo! Tenho de me aventurar em mais obras poéticas do autor.
EliminarBeijo grande, minha querida 💛
É um excelente livro de poemas do José Luís Peixoto.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
É mesmo!
EliminarObrigada e igualmente, Francisco
Acredito que seja um livro fascinante de ler.
ResponderEliminar.
Cumprimentos cordiais … um dia feliz
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Vale mesmo muito a pena, Ricardo
EliminarVou guardar a sugestão!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Boas leituras, Isa!
EliminarAinda não li, mas estou quase a chegar lá...
ResponderEliminarContinuação de boa semana, amiga Andreia.
Beijo.
Aconselho, Jaime!
EliminarObrigada e igualmente
Uma leitura triste mas necessaria. Muito obrigada pela partilha, minha querida <3
ResponderEliminarSim, de facto é, até porque ajuda-nos a refletir/conversar sobre temas delicados
EliminarAinda não li, mas estou muito curiosa!
ResponderEliminarBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Aconselho, Teresa!
EliminarDeste autor, li o "O Livro" e gostei.
ResponderEliminarTenho curiosidade em ler esse!
EliminarQue é mesmo mais uma excelente opção para conhecer, vou acabar por lever mais uma vez a sua sugestão
ResponderEliminarBeijinhos
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Espero que te surpreenda pela positiva 😊
EliminarConfesso que não conhecia. Nunca li nada do autor. Por enquanto ainda não me cativou para tal.
ResponderEliminarSe algum dia te cativar para, este é uma excelente companhia :)
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