ALMA LUSITANA:
UM LIVRO SOBRE NATUREZA

Fotografia da minha autoria



«É a nossa segunda casa»


A enigmática e deslumbrante vila de Sintra fez parte do meu imaginário durante muito tempo. Porque, à semelhança das palavras que partilhei nesta publicação, parece ter saído de um conto de fadas. E apaixonada pela paisagem envolvente, encontrei um novo tema para sustentar esta viagem plural do Alma Lusitana.

A simbiose entre Homem e Natureza, preservando o que é da terra, foi o mote para compreender que estas duas vertentes conseguem ser tão distintas e tão transversais. Portanto, privilegiando este seu duplo dialeto por excelência, vamos à boleia de Sintra para ler um livro sobre Natureza. E eu trago 15 sugestões literárias.


 O QUE VOU LER 


O Conto da Ilha Desconhecida, José Saramago: «Situada num tempo e num espaço indeterminados, a história do homem que queria um barco para ir à procura da ilha desconhecida promete ser a história de todos os homens que lutam contra as convenções em busca dos seus sonhos e de si próprios».


 OUTRAS SUGESTÕES 

      

Livro do Desassossego, Fernando Pessoa: «Obra-prima póstuma, retrato da cidade de Lisboa e do seu retratista, compõe-se de centenas de fragmentos, oscilando entre diário íntimo, prosa poética e narrativa, num conjunto fundamental para compreender o lugar de Pessoa na criação da consciência do mundo moderno».

A Árvore Que Não Fazia Sombra, Gonçalo Câmara: «Reflete o fascínio de Gonçalo Câmara pela poesia japonesa e é com esse fascínio que constrói este livro de Haikus, oferecendo ao leitor a aventura de um encontro com o exotismo de breves poemas, captações momentâneas de experiências intelectivas. Em serenos pensamentos sobre o tempo, o campo, o mar e o que designa por espuma dos dias, a obra de Gonçalo Câmara é contemplativa, simples e despojada, mas plena de sentido existencial».

A Floresta, Sophia de Mello Breyner: «"Confia nas crianças, nos sábios e nos artistas". Seguindo esta recomendação do Rei dos Anões e com a ajuda de Isabel e do professor de música, o Anão vai conseguir cumprir a missão de que estava incumbido, transformando o tesouro numa possibilidade de partilha».


      

Contos de Cães e Maus Lobos, Valter Hugo Mãe: «Estes contos são para todas as idades e são feitos de uma esperança profunda. Entre a confiança e o receio, cães e lobos são apenas um símbolo para a ansiedade perante a vida e a fundamental aprendizagem de valores e da capacidade de amar. Entre a confiança e o receio estabelecemos as entregas e a prudência de que precisamos para construir a felicidade».

A Espera de Fernanda, Maria Cláudia Rodrigues: «Manhã do dia 6 de Junho de 2001. Fernando da Cruz, 24 anos, despede-se dos pais e mete-se no carro com destino ao local de trabalho, localizado a menos de uma hora de distância de casa. Quando tornam a ver o filho, quatro dias depois, já ele está a ser preparado para o funeral. Suicídio, aprontam-se a dizer as autoridades, mas Fernanda, a mãe, não aceita a conclusão e, rapidamente, enceta uma investigação por contra própria para apurar a verdade por detrás da morte do único filho. Contra a lentidão da Justiça, Fernanda espera, luta e resiste a uma inesperada e assustadora conspiração arquitectada por funcionários do Estado».

Finisterra, Carlos de Oliveira: «Ancorada no areal da gândara, uma casa em falência. Em seu redor, o halo lucilante protege o terreno antes da execução da hipoteca. Imagens difusas povoam a paisagem de dunas a perder de vista, tentando capturar o que resta do real: a criança sentada num osso de baleia, o pai premindo o obturador, a mãe na senda da alquimia das gisandras, o tio aperfeiçoando a fórmula da porcelana etérea. E o silêncio atemorizador ao longo dos dias: o executor fiscal, os peregrinos de cabeça em chamas ameaçando a harmonia do reino mineral».


      

Novos Contos da Montanha, Miguel Torga: «Esta obra retrata a dureza do mundo rural português recorrendo a uma linguagem simples mas cuidada. Histórias que giram em torno de personagens duras e terrosas que têm como cenário de fundo a paisagem transmontana que ilustram o confronto do homem contra as leis divinas e terrestres que o aprisionam».

Aqui Há Mel, Fabiana Couto: «O que a vida quer de nó/é a coragem de conhecermos/a alma que mora aqui».

A Rainha do Norte, Joana Estrela: «Ser estrangeiro num país longínquo não é fácil e ser feliz para sempre também não. Que o diga a rainha desta história. No seu caso, a tristeza já durava há tanto tempo que o rei começou a ficar seriamente preocupado. Habituado a comandar exércitos e a enfrentar inimigos com a sua espada, desta vez, porém, o rei não sabe contra quem lutar. Afinal que mal é este que tira todas as forças à rainha? E como o combater? A partir da Lenda das Amendoeiras em Flor, Joana Estrela cria uma história para todas as idades que deixa entrar solidão, saudade e tristeza, e também a reaprendizagem que é preciso fazer para seguir em frente».


         

Senhor Mar, André Carrilho: «Chegaram os dias de ir à praia, apanhar sol e mergulhar no mar. Pode a menina brincar com o mar sem parar? Não sem o pai primeiro escutar! Senhor Mar é uma história ternurenta sobre uma menina e a sua família que vão passar um dia na praia. A alegria é imensa e acompanhada de avisos às crianças: é preciso ter cuidado com o mar e também é preciso cuidar dele. O que parece forte também pode ser frágil. Esta é igualmente uma história de amor: pelo mar, pela natureza, pelos filhos».

Terras do Demo, Aquilo Ribeiro: «Este romance transporta-nos ao coração da geografia sentimental de Aquilino Ribeiro, ou não fosse este o lugar onde nasceu, por onde andou durante uma grande parte da sua juventude e ao qual reiteradamente regressou. O seu profundo conhecimento do espaço e das suas gentes apetrecham-no abundantemente para esta digressão por terras «bárbaras e agrestes» que se foram mantendo «à margem da civilização». Um romance que nos convida à descoberta de um Portugal que, apesar da República em Lisboa, ressuscitava velhos fidalgos e onde a emigração permitia sonhar futuros melhores».

A Pesca da Baleia e Outras Narrativas, Raul Brandão: «Embarca na vida árdua dos pescadores dos Açores no início do século XX, na grandiosidade de um dos momentos mais importantes da comunidade insular - a pesca da baleia - e na beleza serena do oceano que banha as ilhas e lhes dá a vida. Deixa que Raul Brandão te revele as imagens; capta os sons; sente os sabores; e inala os aromas do arquipélago».


   

Diccionario da Linguagem das Flores, António Lobo Antunes: «O novo romance de António Lobo Antunes, Diccionario da Linguagem das Flores, tem como personagem principal Júlio Fogaça, membro proeminente do PCP nos anos trinta do século passado. Ao longo de vinte e quatro capítulos, numa escrita disruptiva a que Lobo Antunes já nos habituou, o leitor é levado a interrogar-se sobre a verdadeira identidade desse protagonista. Temas como o tempo, a memória e a identidade, caros ao autor, estão também presentes neste romance. Todavia, a verdadeira pedra angular da narrativa é a descoberta de um livro antigo, que está na origem do título do romance, e que origina uma surpreendente oscilação gráfica entre o português atual e o português do final do século XIX».

Herbário, José Guardado Moreira: «Esta é uma escuta da terra, exercício telúrico que coloca o humano diante do advento imparável, paulatino e culto, da Natureza (...) Este Herbário é mais do que elogio ao funcionamento poderoso das coisas naturais, é uma aspiração à harmonia, à inclusão do humano nesse universo do qual, por prepotência suicida, tantas vezes tendemos a querer vermo-nos excluídos».


 CONSIDERAÇÕES 

📖 Podem ler qualquer género e em qualquer formato;
📖 O tema pode ser interpretado de várias maneiras: assumir a natureza enquanto elemento ou optar pela natureza humana; pode ser através de um título que vos remeta para esse ambiente ou de uma personagem; pode ser por causa da capa ou de um parágrafo; pode ser um livro de ficção ou algo mais didático;
📖 A lista anterior é um mero guia de apoio, caso estejam sem ideias para as vossas leituras, mas podem ler outra obra do vosso agrado, desde que, naturalmente, respeite o tema central e seja de um autor português;
📖 Não há prazos, obrigações, nem meses fixos. E podem ler mais do que um livro;
📖 Utilizem a hashtag #almalusitana_asgavetas para que consiga acompanhar o que estão a ler.


O Alma Lusitana tem grupo no Goodreads. Se quiserem aderir, encontro-vos aqui.

12 Comments

  1. Estou indecisa entre a Floresta e o livro do António Lobo Antunes. Porém, acho que vou optar pela Floresta, para voltar aos meus tempos de escola, quando analisamos a obra nas aulas. *.*
    Beijinho grande, minha querida!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quero muito reler A Floresta e fiquei mesmo curiosa quando li a sinopse do novo livro do Lobo Antunes!
      Boas leituras, minha querida

      Eliminar
  2. Levo algumas das tuas sugestões que parecem bem interessantes!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube

    ResponderEliminar
  3. Imagino ser um livro muito interessante de se ver e ler
    .
    Cumprimentos cordiais.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
  4. Que acaba por ser uma boa sugestão para podemos conhecer, mas confesso que nem todos que falou conhecia
    Um bom fim de semana
    Beijinhos
    Novo post
    Tem Post Novos Diariamente

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se leres algum, diz-me o que achaste :)
      Obrigada e igualmente, Sofia

      Eliminar