Entre Margens

Dois mil e treze. Mais um ano que se encontra a poucas horas de acabar. Quando me sento no parapeito da janela, com uma chávena de chá de menta, e me recordo do que passei no decorrer destes doze meses arrisco-me a dizer que levo mais coisas boas no coração do que más. A culpa também pode ser minha, porque desde cedo me habituei a guardar só o que é bom de guardar; e também porque aprendi que as coisas menos boas (ou realmente más) fazem parte de um processo de crescimento. São lições de vida, que eventualmente acabamos por ver como tal. A idade vai-nos dando sabedoria, não porque lhe esteja inerente, mas porque passamos a olhar para as coisas com mais responsabilidade. 

Dois mil e treze foi o ano dos meus vinte e um. E ainda que tenha um longo caminho de aprendizagem, acho que vieram camuflados de novos saberes, de uma nova calma e de uma nova noção de vida. Acrescentaram mais um pouco de peso na palavra «adulta» e obrigaram-me ainda mais a comportar-me como tal. Ainda estou longe, muito longe, de ser um pequenino exemplo de uma grande mulher, mas começo a sentir que vou dando pequenos passos para conquistar o meu espaço. Mesmo que caia muitas vezes. 

Em dois mil e treze ri. Ri muito. Mas também chorei. Muitas vezes. Por vezes à noite, sozinha, quando ninguém conseguia ouvir o som das minhas lágrimas. Mas também guardei umas quantas, porque me recusei a chorar, porque tinha que ser forte o suficiente para engolir a dor e virar o jogo a meu proveito. E quando finalmente compreendi que a única pessoa que me pode impedir de avançar sou eu mesma peguei na caneta, virei a página e comecei tudo de novo. Também abracei muito. Sobretudo os meus. Dei beijos na testa, nas bochechas, na cabeça, só me faltou na boca – mas quanto a isso talvez dois mil e catorze me traga uma surpresa. Fiz asneiras, disse disparates, gargalhei num som estridente e vivi. Muito. Ainda que tenha ficado alguma coisa por fazer, acho que aproveitei aquilo a que me propus. 

Este também foi um ano onde senti amizades a evaporarem-se do meu coração de mansinho, para eu não sentir a falta delas. E nesse instante senti o meu mundo desabar pela perda, pela realidade dolorosa, pelo vazio que se foi instalando. «Na vida tanto se ganha como se perde», ouvi algumas vezes. E a verdade é que senti a pancada forte da perda: entrou de rompante, sem meias medidas. Só que também senti o doce sabor da vitória quando todos os dias vi a vida a preservar do meu lado as melhores amizades que construí ao longo do tempo, solidificando as mais recentes. Nada na vida acontece por acaso, sempre acreditei nisso, e acho que este ano tive a prova disso mesmo. Citando Daniel Oliveira, «quando alguém diz que quer ir, já foi». Alguns não disseram sequer, foram logo. Mas eu aprendi a colmatar a ausência, porque também sempre ouvi dizer que «só faz falta quem cá está». E ainda que não concorde com isso a cem porcento há alturas em que temos que colocar a nossa armadura mais pesada, apenas para não nos magoarmos mais. Continuarei aqui, de braços abertos, porque nunca soube guardar rancor nem virar as costas, mas entre esperar e ver o tempo passar por mim preferi continuar a minha viagem. Em frente. Inevitavelmente, em frente. E quem quiser é sempre bem-vindo a bordo. 

Dois mil e treze também foi um ano de festivais de tunas e de um cortejo como fitada. Foi um ano onde tive que superar os meus medos, os meus nervos e a minha ansiedade na faculdade, pelo estágio anual onde a matemática seria a minha prova de fogo no segundo ciclo. Mas também ficou marcado pela frustração de ter que ficar um quarto ano com três cadeiras de matemática em atraso. Tira as forças e a motivação saber-nos superar as dificuldades no estágio, mas depois não conseguir o mesmo nos exames. Custa não entrar em mestrado e saber que alguns avançam e nós ficamos para trás. Só que isso também se supera e eventualmente torna-se em motivação acrescida. 

A nível de futebol sofri muito. Senti o meu coração num ritmo bastante acelerado. Não controlei os nervos, mas acreditei sempre até ao fim. Sofri pelo Futebol Clube do Porto, porque o amor é maior a cada dia. E em Maio, depois de muita luta, lá estivemos todos no Dragão a festejar o Tri Campeonato. Eu estive lá. Gritei, festejei, cantei, fiz rodopiar o meu cachecol ao sabor do vento, saltei, vi os Heróis de Azul e fui feliz, como só o Porto me faz ficar. E também de Azul vibrei com as vitórias nas nossas modalidades, que não são menos importantes. Também sofri pela Seleção e pela possível não qualificação para o Mundial. E festejei ainda mais quando carimbamos a nosso viagem ao Brasil. Os Sub-21 deram-me igualmente alegrias, por começarem a traçar um caminho de gigantes com uma qualidade impressionante. Dois mil e treze também foi o ano da inauguração do nosso museu: Museu Futebol Clube do Porto by BMG, que espero visitar brevemente. E é também o ano de regressos. Do meu regresso mais aguardado: Ricardo Quaresma, que espero encontrar no primeiro treino do ano.  
Passei umas férias espetaculares. Passeei sem me fartar. Descobri novos cantos e novos recantos. Tirei imensas fotografias. Li tudo o que consegui. Vi séries até mais não. Vi filmes. Deixei-me levar pela preguiça. Criei dois novos blogues, que são dois projetos que me enchem o coração. Estipulei objetivos. Estruturei novas ideias e novidades. Escrevi. E quero escrever ainda mais. Inscrevi-me no voluntariado (G.A.S Porto) por insistência de uma amiga, mas, principalmente, para crescer, para olhar para a vida com uma nova cor e para preencher os dias com algo útil. Vi o meu afilhado entrar para a escola primária e pensei que o tempo passa demasiado rápido. Joguei bowling pela primeira vez. Senti saudades de pessoas que já partiram. Vi partir pessoas que não conhecendo admirava pelo talento e pelo trabalho desenvolvido. 

Em dois mil e treze sorri. Ri. Vivi. Aprendi. Cresci. E só quero que dois mil e catorze, se não poder ser melhor, que seja assim, porque, apesar de todas as quedas, dois mil e treze até foi um ano do caraças. E nenhuma palavra é suficiente para descrever todos os momentos bons e intemporais que passei durante estes meses. Voltemos ao principio, mas sempre com amor, com vontade de voar, de alargar horizontes, mantendo os pés a uma distância confortável do chão, para evitarmos querer mais do que aquilo a que temos direito. E aquilo que desejo para mim desejo para os meus. Mas numa porção infinitamente maior. E para vocês que me acompanham todos os dias (ou quase todos) também, porque este espaço não era o mesmo sem a vossa presença e sem os vossos comentários. 

Estão a ver aquelas palavras que formam a imagem? Amor. Sonho. Abraço. Festa. Porto. Paz. Magia. Família. É o que eu desejo para este ano. E se for possível acrescentar umas quantas, como felicidade, realização, superação, acreditar, lutar, não desistir, sorrir, ainda melhor. Troquem só «Porto» pela vossa cidade (se não a for) ou pelo vosso clube (dependendo da perspetiva), porque embora eu viva do outro lado da ponte sempre senti o Porto como um bocadinho meu. Não só o clube, a cidade também. E sejam felizes. Muito! 

Quando soarem as doze badaladas, ainda que seja um típico cliché, entrem com o pé direito. Não! Entre com os dois. Arrisquem. E que dois mil e catorze vos traga tudo o que mais desejam. Sem filtros. Como tem que ser. Mas cheio. E que faça transbordar a caixa das memórias e o coração. Feliz Ano Novo! 


«A vida ensina-nos a olhar para a frente e, já agora, de frente para a vida, deixando de lado o que não conseguimos deixar para trás. E quem quiser que nos siga».

«Uma história de emoções à flor da pele»

Daniel Oliveira. Habituei-me a esperá-lo ao sábado, na sic, no programa Alta Definição. E por mais que soubesse que todas as entrevistas acabariam com a pergunta «O que dizem os teus olhos?» nunca saberia o que responder de imediato. Quedava-me uns segundos em silêncio nos pensamentos e só depois partia para a formulação de uma resposta. Uma afirmação muda que só eu ouvia.

Para quem estava em casa a assistir, como sempre foi o meu caso, era impossível não olhar para aquela entrevista como uma conversa. Como se os intervenientes fossem amigos de longa data a recordarem momentos passados. E em todas elas, sem exceção, emocionei-me. Fiquei de lágrimas à porta, indecisas entre permanecerem brilhantes ou rolarem pelo meu rosto. E chorei! Como se a história me tocasse na primeira pessoa. Como se aquele alguém fosse uma parte do meu coração. E se houve alguma coisa que aprendi no meio de tudo isto é que aquelas pessoas, por mais que as olhemos como um exemplo e achemos que são intocáveis, são iguais a nós. Têm histórias de vida que, muitas vezes, estamos longe de imaginar. E há alturas em que sabemos exatamente o que significam determinados fragmentos do seu passado por serem, ainda que em pequenas proporções, idêntico a um fragmento de um passado que é nosso. 

Um profissional que consegue transpor a formalidade de uma simples entrevista e nos faz chegar toda a familiaridade de uma conversa, sem perder o foco do que realmente importa, é, sem dúvida, alguém que quer marcar a diferença. Além disso, é alguém que sabe muito bem o que faz. Que respeita o trabalho que tem em mãos. Mas que consegue, ao mesmo tempo, mostrar-nos o melhor de alguém. E isso, muitas vezes, pode significar episódios não tão agradáveis da vida do entrevistado. Só que o respeito com que toda a informação é tratada é de um enternecimento que só nos leva a admirar ainda mais aquele ser humano que se sentou pronto a falar de si, sem filtros. E eu acho que é precisamente por toda a suavidade e humanidade com que as perguntas são feitas, sem haver qualquer tipo de julgamento pela possível resposta, que leva as pessoas a falar de coração aberto. 

Eu gosto desse lado genuíno. Da frontalidade dos pormenores. Da verdade dos factos. Gosto quando a minha admiração por um profissional é corroborada não só pelo talento do mesmo, mas também pelo lado humano que o caracterizam. E gosto ainda mais quando do outro lado está um entrevistador como o Daniel Oliveira. Fiquei a conhecer o seu trabalho no Alta Definição e não mais o deixei de acompanhar. Foi com surpresa e grande expectativa que tomei conhecimento do seu primeiro romance. E não podia esperar mais até o ter nas mãos. O risco de ficar desiludida era grande. É que quando admiramos o trabalho de alguém temos tendência para esperar que seja bom em todas as áreas. E o facto de ser um grande entrevistador não significa que seja um grande romancista. Mas sabia perfeitamente que se escrevesse tão bem como faz entrevistas o produto final só podia ser algo de cortar a respiração. Pela envolvência. Pela criatividade. Pela positiva. Sempre pela positiva.

Recebi o livro como prenda de Natal. Comecei a lê-lo no dia vinte e cinco à tarde. Reconfortei-me na poltrona da sala, em casa dos meus tios, e deixei-me envolver nas palavras. Da primeira à última página. Agora que penso, acho que não me mexi durante quatro horas, mas a história não me permitia pousar o livro. A vontade de saber o que vem depois, o que acontece a Camila, era demasiado apaixonante para fechar o livro e interromper a leitura. Por isso mantive-me ali, sozinha, acompanhada por aquele livro de capa vermelha e pela história de uma mulher que se lembra de tudo ao mais pequeno pormenor. Que não se esquece, por muito que tente e que queira. E que nos deixa mesmo com as «emoções à flor da pele».

Não parei de ler. Li de coração aberto. Apeteceu-me chorar em algumas partes, enquanto noutras o desejo era saltar para dentro do livro e dar uma abraço apertado àquela personagem fictícia de seu nome Camila. A história é desconcertante, leva-nos a ler com cuidado para perceber cada palavra, para acompanhar a sequência de acontecimentos, para compreender o que vai na cabeça de alguém que, à partida, não se encaixa em nós, por não termos histórias de vida semelhantes ou que em nenhum ponto se tocam. Dei por mim a tentar colocar-me no papel da Camila, a tentar perceber o que faria se a minha vida apresentasse os mesmos obstáculos, e a verdade é que não sei. 

No final da leitura, o meu livro ficou assim: todo marcado por setas coloridas. Por serem passagens da história que me marcaram a mim. Por serem, em muitos casos, uma chamada de atenção. Mas também há partes que nos fazem sorrir. E talvez rir. Pelo diálogo engraçado e provocador. Mas lá no fundo é a história de alguém que podia estar neste exato momento ao nosso lado. É a história da vida de alguém, ainda que esse alguém só exista ali, naquelas duzentas e trinta e oito páginas.    

Quanto aos outros não sei, mas eu persistirei para que este livro não me saia da memória. 



Uma (das muitas) passagem do livro que me marcou:

«- Nem eu sou o que fui, nem tu és o que foste, Camila. Somos outro a cada momento. - Disseste
- E vais assim embora, sem mais nada? Num dia está tudo bem e no seguinte é o inferno. Tudo o que aconteceu entre nós não vale de nada?
- Não é isso que está em causa, claro que vale. Farás sempre parte da minha vida, assim como eu da tua. A forma como ficarás cá dentro só a mim diz respeito mas, como já te disse, as pessoas mudam e tu não és diferente.
- Claro que sou, sempre fui a mesma contigo, não mudei.
- Claro que não és, ninguém é. Eu sou tudo o que vivemos, mais o que deixei por viver. Sou a soma dos anos, dos risos e das angústias. Não posso ser o que fui quando não sou o que era. Nem tu podes querer que eu seja a pessoa que tu gostavas que fosse.

Resignei-me no fosso do teu silêncio. Um silêncio a que a evocação obriga agora a regressar. Levantei o rosto e olhei-te mais fundo do que julgava conseguir, lembras-te? Tudo o que disseste, já se vislumbrava nos teus olhos. Desatei as cordas que te amarravam a mim e que já estavam cortadas sem termos percebido.

Deixo-te ir. Abro as mãos e podes voar.»

Estávamos no ano dois mil e o Pai-Natal lá de casa era uma menina de oito anos. Em dois mil e treze, a menina de vinte e um já não veste o fato vermelho e branco, mas o sino que traz na mão ainda hoje enfeita a árvore. É que há coisas que, por mais que o tempo passe a correr, não se alteram. As tradições, a vontade de estar em família, as gargalhadas, as recordações, a curiosidade em saber o que vinha dentro de cada embrulho permanecem. E o Natal é independente da idade. Só é dependente da família, que permanece unida todos os dias, mesmo que já comecem a faltar algumas pessoas à mesa. É aí que entra o papel das estrelas, porque há sempre uma ou outra que brilha com mais força para nos proteger e nos mostrar que estamos juntos, mesmo que em planos de vida diferentes. 

Já passaram treze anos desde que tirei esta fotografia, mas lembro-me tão bem da magia destes dias. É a mesma que me acompanha ao longo dos anos. É que treze anos depois continuo a mesma criança, agora adulta, feliz e de coração cheio.

O meu Natal sempre foi assim: Feliz. Mágico. Na melhor companhia. E ainda que ache que as crianças da família o vivem da forma mais genuína que pode existir, o Natal é de todos. É meu! Porque alimento esta fantasia. Porque faço questão de manter o mesmo espírito. E é de todos! Porque tudo isto só é possível quando a partilha é feita na mesma proporção. 

O meu coração está quente. De amor. E quero que todos sinto o quanto é possível ser assim todo o ano. Sem filtros. Sem hipocrisia. Sem nos esquecermos do que realmente é importante. Chego à conclusão que adoro o Natal precisamente por viver os valores que lhe estão inerentes o ano todo. E isso devo-os aos meus. Aos que me acompanham desde mil novecentos e noventa e dois. Aos mesmo que estiveram do meu lado em dois mil. E que permanecem em dois mil e treze.

O sino já toca. É hora de regressar para junto da família e viver o dia de Natal. Com o mesmo olhar brilhante e o mesmo entusiasmo que reconheço nesta fotografia. Feliz Natal!


O pior de se esperar ansiosamente por uma data é que, depois, passa a correr. Mas o bom de tudo é que a memória permanece, independente do tempo e da idade. O Natal já passou, mas levo comigo no coração todas as gargalhadas, todas as conversas, os beijinhos, os abraços, a troca de prendas, o bacalhau (que só como cozido nesta alturas), os doces, as fotografias, o aconchego da lareira, o aconchego da família. Levo tudo, porque só sei viver assim: guardando com todo o carinho as coisas que vivi com os meus. 

Agora, em fotografias, mostro-vos alguns dos pormenores de Natal: o look escolhido (que está na fotografia anterior), a mesa de Natal, as decorações e os presentes. 

A mesa cá de casa:




A mesa e os detalhes de Natal em casa dos tios:





Os presentes:




A Véspera de Natal é sempre uma correria, mas o dia é muito mais tranquilo. Ontem à tarde aproveitei para pôr a leitura em dia e o livro do Daniel Oliveira que recebi à meia noite de dia vinte e quatro foi o escolhido para tal momento. Quatro horas depois estava lido. Ou devorado, como preferirem. A história envolve e é impossível parar. E eu não parei, li de coração aberto, emocionei-me, apeteceu-me chorar em algumas partes, enquanto noutras me apetecia saltar para dentro do livro e dar um abraço apertado à Camila. Aconselho a ler, sem dúvida. 

Só tenho momentos bons a guardar deste Natal, porque só isso importa. Ver a árvore decorada de fotografias antigas, onde me pude recordar de alguns momentos foi, sem dúvida, das melhores surpresas que pude receber. Ainda que não fosse exclusivamente para mim, era para todos, são estas pequenas situações que fazem a diferença. E é com elas que sou feliz. Ainda à mesa disse: adoro abrir presentes, saber o que está escondido atrás do embrulho, imaginar o porquê de aquela pessoa me ter oferecido o que ofereceu. Não preciso de nada extravagante, pode ser apenas um postal, o significado não está no bem material, mas na intenção da pessoa. E é a isso que dou valor. 

Agora contem-me tudo: como é que foi o vosso Natal? O Pai Natal foi generoso? Aproveitaram muito? Comeram muitos doces? Não se inibam. Para mim, o Natal ainda não acabou. É que a melhor amiga está cá, por isso vou aproveitar a tarde para matar saudades e entregar a minha última prenda.


«A vida é tudo o que existe, defendia, mesmo o que só persiste na memória. As lembranças não deixam de o ser pelo jugo do tempo. Logo, a realidade é sempre muitas mais».
("A persistência da memória", Daniel Oliveira)

«Feliz, feliz Natal, a que faz que nos lembremos das ilusões de nossa infância, recorde-lhe ao avô as alegrias de sua juventude, e lhe transporte ao viajante a sua chaminé e a seu doce lar!» 
(Charles Dickens)


Espero que tenham um dia recheado de boas surpresas, de grandes momentos em família, com amigos, com aqueles que vos aconchegam e preenchem o coração. Abusem dos sorrisos, das gargalhadas, dos abraços, das histórias, das memórias, das brincadeiras. Cuidem-se, sejam felizes, e não se esqueçam que o que se leva daqui são mesmo as recordações de dias assim: fantásticos, surpreendentes. São as recordações das pessoas, das mãos entrelaçadas, dos abraços apertados. 

À meia-noite, quando o relógio der sinal das doze badaladas, espero que o Pai-Natal seja generoso com todos vocês. E amanhã, quando já tudo não passar de mais um fragmento do passado, olhem à vossa volta e sintam que valeu a pena cada momento. Hoje não há lugar para tristeza (ainda que existam), porque neste mundo ou no outro as pessoas não deixam de estar juntas - há um lugar que se chama coração e que não permite outra coisa se não mante-las perto. Junto a nós. E lembrem-se de todos aqueles que fazem falta. E olhem para o céu, há uma estrelinha (ou várias) que estará a cuidar de cada um. 

Que seja sempre repleto de amor. E que se estenda a todos os outros dias do ano. Feliz Natal




Não, não venho apregoar sobre castanhas, ainda que também morra de amores por elas. Venho mesmo mostrar-vos o resultado final da receita que experimentei hoje. 

É rápida, fácil e, ao mesmo tempo, uma boa oportunidade para passar momentos em família. São deliciosas! E já as coloquei numa taça para irem para a mesa da sala, bem protegidas pelo pão-de-ló e pelo queijo da serra, que os meus pais adoram e eu não suporto sequer o cheiro. 

Estão mais que aprovadas. O sabor a banana misturado com o chocolate negro ainda morno é divinal. Já diz o ditado: «é de comer e chorar por mais». Parece-me que é uma receita a repetir muito brevemente. É que a primeira fornada sai sempre a medo, é a experiência, o mote para melhorar. Por isso, prefiro deixar estas cá em casa e depois faço mais para oferecer à família. Da segunda vez sairão ainda melhor e serão feitas com ainda mais amor, por isso só têm a ganhar. 

Para primeira vez, modéstia à parte, acho que não me saí nada mal. Talvez tenha que melhorar a técnica de finalização, para que as bolachas fiquem mais ou menos do mesmo tamanho. Apesar disso, e como eu sempre aprendi que o que conta é o sabor, estão muito boas, de deixar água na boca. E o cheirinho mal saem do forno? É absolutamente fantástico. Dá vontade de as voltar a colocar lá dentro e retirar novamente, apenas para sentir o aroma que se espalha pela cozinha. Também apetece devorá-las na hora, mas é preciso algum controlo. 

O meu pai, que para os doces também tem umas mãos de ouro (nesse aspeto tenho imensa sorte, porque tenho uma família de cozinheiros de mão cheia, só não são profissionais do ramo, de resto cozinham que é uma maravilha. E no meio disso tudo eu é que saio a ganhar), diz que estão ótimas. A minha mãe concorda. E se eles o dizem, eu acredito.   

Podem ver a receita aqui. Experimentem, não se vão arrepender.





Vou é deixar de olhar para elas, para não cair na tentação de ir tirar mais uma. É que assim nem chegam ao Natal!

Antes que acabem, são servidos? 

Encontrei a receita dos biscoitos de banana com pepitas de chocolate no blog Sem Jeito Nenhum, mais precisamente aqui, e soube logo que tinha que experimentar. 

A minha fruta favorita, desde pequena, é a banana e adoro chocolate preto (acompanhado com menta ainda melhor). Bolachas que juntem os dois? Se já estão a imaginar que será uma perdição para mim imaginam bem, porque será mesmo. A minha mãe ainda me disse que esta altura não é para se fazerem bolachas (e tem a sua razão, ainda para mais com tanto doce na mesa não é preciso mais uma tentação), mas lembrei-me que, a ficarem boas, podia sempre oferecer à família quando amanhã estiver a fazer a distribuição das prendas. Assim, embrulhadinhas, entrego nem que sejam duas ou três a cada um (divido o mal pelas aldeias, ninguém se chateia e não engorda só uma pessoa. Engordamos todos, afinal de contas somos uma família unida).

Entre acabar uma prenda que me falta e ajudar a embrulhar o resto dos presentes, vou arranjar tempo para experimentar esta receita. Mais logo venho dar-vos conta do resultado, através de fotografias. Não sou muito ligada à cozinha, mas adoro experimentar novas receitas, sobretudo se pertencerem à parte das sobremesas, confesso. E como fotografar é também uma das minhas paixões nada melhor do que conciliar as duas vertentes.  

Façam figas!  

Último dia de aulas. Qual a melhor forma de começar as férias de Natal? Ir ao cinema. Na altura de escolher o filme a opinião foi unânime: 7 Pecados Rurais. É que não há mesmo nada que aconchegue mais o coração do que reunir amigos e dar umas boas gargalhadas. Juntos. Como deve ser sempre!

O talento do elenco é inquestionável. E se o Zé e o Quim por si só já enchiam o ecrã com humor de qualidade imaginem quando dão realmente vida ao famoso Curral de Moinas e lhe juntam atores fantásticos como os que dão vida a esta história. Quem nunca acompanhou as peripécias de Quim Roscas e Zeca Estacionâncio talvez não compreenda a origem de tudo isto, mas acreditem que não é impeditivo para acompanharem a trama. 

É um filme para rir. Muito. Quase ao ponto de não aguentar as boas dores de barriga. Sim, porque as dores podem ser boas, para isso basta que o motivo as supere, como foi o caso. É imperdível e hilariante. É humor do bom, com pessoas talentosas e, sobretudo, apaixonadas por aquilo que fazem. Talvez existam filmes melhores, com mais classe, melhores técnicas e argumento, mas eu prefiro a humildade e genuinidade de um grupo de pessoas que se junta para fazer os outros rir e, nem que seja por hora e meia, os fazer esquecer dos problemas. Além disso, é nacional. E perdoem-me aqueles que não acreditam, mas, para mim, «o que é nacional é bom».   

Vão rir ou vão perder? Se quiserem um conselho, percam-se a rir.
 



«Quim e Zé vão buscar duas primas afastadas de Lisboa, que pretendem reviver o Verão louco de há dois anos em Curral de Moinas, mas esbardalham-se fatalmente num rebanho de ovelhas. 
Quando chegam ao Céu, Deus oferece-lhes uma segunda oportunidade de voltar a Curral de Moinas. Terão de lhe provar que abdicarão de uma vida amoral e libertina, renunciando aos sete pecados capitais: luxúria, gula, ira, inveja, avareza, soberba e preguiça. 
Isto, por si, já seria um desafio quase impossível mas, para tornar tudo mais animado, cada vez que Quim e Zé vacilam perante o pecado são chamados "lá acima" ou vem Deus "cá abaixo". 
Será que Quim e Zé resistem à avalanche de tentações que lhes são oferecidas? Está tudo nas mãos de Deus. Entre o Céu e Curral de Moinas, prepare-se para a mais hilariante das aventuras!»


Apresento-vos algumas das personagens:

Quim - Lavrador de Curral de Moinas: «A estupidez em forma de homem com toques de urso na zona das virilhas».

Zé - Nativo nº 143 de Curral de Moinas: «Um homem com 92 quilos de colestrol e o olhar sensual de uma osga».

Célia Careca - Ninfomaníaca de Curral de Moinas: «Uma "sex-bomb" movida pelo amor e pelo calor na zona das cuecas».

Aniceto Rui - Presidente da Junta de Curral de Moinas: «Um politico corrupto com o charme e "sex appeal" de um panado».

Sargento Mealha - Chefe da GNR de Curral de Moinas: «Um homem preparado para enfrentar o perigo, violar a lei e várias garrafas de vinho». 


 
«- Ira
- Não vou a lado nenhum!»

«Você tem aqui uma aldeia que foi considerada património da própria aldeia»

«- Cinco eurios e mostro o cue
- Ó Célia, tu és estúpida ou quê? Achas... Alguma vez que eu te vou dar dinheiro para te ver o cu?  
- Nãaao! Que lá isso, então? Até me ofendes. Não senhoura. Então, eu é que dou os cinco eurios e mostro o cue»

co-ra-gem 
(francês courage)
substantivo feminino
1. Firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses, os sofrimentos.
2. [Figurado] Constância, perseverança (com que se prossegue no que é difícil de conseguir).


Há pessoas corajosas. De uma coragem maior que a vida. E eu admiro pessoas assim: que enfrentam as maiores adversidades com o sorriso mais bonito e largo que conseguem. Mesmo quando sabem que, à partida, a probabilidade de vencerem é bem mais pequena do que serem vencidos. Mas não importa, porque, apesar disso, não desistem e lutam, e fazem-nos acreditar num dia melhor. Tenho para mim que a frase «amanhã é um dia melhor» só foi inventada porque houve alguém corajoso o suficiente para acreditar que amanhã é mesmo um dia melhor.

Ao longo da minha ainda curta caminhada tive a honra e o privilégio de conhecer pessoas de uma coragem intemporal. E sei que por elas aprendi a olhar para a vida com uma perspetiva diferente. É por isso que, para mim, o copo está sempre meio-cheio ao invés de estar meio-vazio. Até há alturas em que faço questão de esquecer o significado da palavra «pessimista» ou «pessimismo». Não fui educada assim: a desistir ao mais pequeno obstáculo, a olhar para as coisas e acreditar que não sou capaz, a prever sempre o pior de cada situação e de cada pessoa. Muito pelo contrário. Cresci a saber que mais vale cair pelo cansaço de lutar do que viver na incerteza de que se tivesse tentado talvez tivesse conseguido. 

Não, nunca fui uma super-mulher. Não sou sempre segura de mim. Nem sempre acredito em contos de fada e finais felizes. E há dias em que isso parece absurdo, transcendente, inconcebível. Precisamente por isso: porque há dias melhores do que outros. Mas a partir do momento que tenho ao meu lado alguém que vê a vida do avesso porque a saúde lhe falha e, mesmo assim, não espera que a vida lhe passe à frente, sendo capaz de ir a correr para a ultrapassar, eu não posso baixar os braços. Não posso por mim, porque seria demasiado inconsciente. Nem posso pela pessoa, seria demasiada falta de consideração. Se alguém me prova que é possível seguir em frente, não posso simplesmente abandonar o barco e virar as costas. 

As minhas avós foram as pessoa mais corajosas que já conheci, por serem grandes mulheres e por terem lutado sempre por elas e por nós, mesmo quando a vida lhes deu todos os motivos para desistirem. Nunca as vi esperar pela morte, muito pelo contrário, foram rijas o suficiente para a fazer esperar. E com exemplos assim ainda querem que eu me preocupe em olhar para a vida com os binóculos voltados para o negativismo? Não consigo, porque o meu percurso de vida não me deixa. Porque para além das minhas avós tenho uma família recheada de corajosos. Coragem não é o nosso nome do meio, mas até podia ser. Nem sempre o sou, confesso, mas talvez seja pela força da idade. O certo é que nunca serei capaz de desistir. E isso devo-o a elas. Às guerreiras da família. À família de guerreiros. Onde tive a sorte de nascer.

Quando soube que a minha avó paterna tinha cancro o mundo desabou. Foram dias intensos e desgastantes. Foram demasiadas viagens para o IPO do Porto, várias noites mal dormidas. Foi grande o medo de ouvir o telefone tocar. Foi muito pior para ela, mas sempre que a visitava o sorriso que aparecia na pele enrugada pelo tempo era luminoso e aconchegante. No dia trinta e um de setembro quando a minha mãe me ligou a dizer que a minha avó materna tinha ido de urgência para o hospital tornou-me a cair o mundo. Acho que o chão se abriu por baixo dos meus pés e o coração deixou de bater por segundos. A convivência com ambas era diferente, até porque sempre vivi com a minha avó materna, por isso a nossa ligação era muito mais forte. E ouvir que ia ser operada por causa de uma perfuração no estômago deixou-me em pânico. 

Seja qual for a doença, os medos são sempre os mesmos: que o outro sofra, que não tenha um fim de vida digno e descansado. E esse sempre foi o meu maior medo. Mas quando todos os dias chegava ao hospital e te perguntava se tinhas dores a tua resposta era sempre a mesma: «não». Não sei se em todas elas disseste a verdade ou se não querias que me preocupasse. Mas nunca te vi desistir. A vida é que te levou para longe. Não por ti. Mas talvez porque estivesse na hora. Confesso, há dias em que ainda me sinto revoltada por te terem levado de mim tão cedo. Por aos dezoito anos ficar sem um dos meus pilares. Por chegar ao fim do ano e a mais uma imposição das insígnias e não te ter lá. Isso tira-me a força, deixa-me triste e zangada. Não contigo, que lutaste até ao último minuto. Mas com o facto de já não estares aqui. Com o facto de já não estarem aqui!

Há pessoas corajosas e eu aprendi a sê-lo porque foi isso que sempre me ensinaram. E porque levo comigo tudo aquilo que partilhamos. E porque acredito que caminhamos sempre lado a lado. Não me lembro do nosso último abraço, mas isso é porque não chegamos a dar o último. Porque algures nesta vida ainda nos havemos de encontrar e aí sim partilharei todos os abraços que guardei desde o dia que partiram. 


Como há textos que nos roubam o coração e nos fazem eriçar a pele, deixo-vos o de António Lobo Antunes. Que é mesmo sobre pessoas de coragem. E que deve ser lido de coração aberto.


«O último abraço que me dás

Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele


O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, onde a elegância dos doentes os transforma em reis. Numa das últimas vezes que lá fui encontrei um homem que conheço há muitos anos. Estava tão magro que demorei a perceber quem era. Disse-me

- Abrace-me porque é o último abraço que me dá

durante o abraço

- Tenho muita pena de não acabar a tese de doutoramento

e, ao afastarmo-nos, sorriu. Nunca vi um sorriso com tanta dor entre parêntesis, nunca imaginei que fosse tão bonito.

Com o meu corpo contra o dele veio-me à cabeça, instantâneo, o fragmento de um poema do meu amigo Alexandre O'Neill, que diz que apenas entre os homens, e por eles, vale a pena viver. E descobri-me cheio de respeito e amor. Um rapaz, de cerca de vinte anos, que fazia quimioterapia ao pé de mim, numa determinação tranquila:

- Estou aqui para lutar

e, por estranho que pareça, havia alegria em cada gesto seu. Achei nele o medo também, mais do que o medo, o terror e, ao mesmo tempo que o terror, a coragem e a esperança.

A extraordinária delicadeza e atenção dos médicos, dos enfermeiros, comoveu-me. Tropecei no desespero, no malestar físico, na presença da morte, na surpresa da dor, na horrível solidão da proximidade do fim, que se me afigura de uma injustiça intolerável. Não fomos feitos para isto, fomos feitos para a vida. O cabelo cresce-me de novo, acho-me, fisicamente, como antes, estou a acabar o livro e o meu pensamento desvia-se constantemente para a voz de um homem no meu ouvido

- Acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento

porque não aceito a aceitação, porque não aceito a crueldade, porque não aceito que destruam companheiros. A rapariga com a peruca no braço da cadeira. O senhor que não olhava para ninguém, olhava para o vazio. Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele. Vi morrer gente quando era médico, vi morrer gente na guerra, e continuo sem compreender. Isso eu sei que não compreenderei. Que me espanta. Que me faz zangar. Abrace-me porque é o último abraço que me dá: é uma frase que se entenda, esta? Morreu há muito pouco tempo. Foda-se. Perdoem esta palavra mas é a única que me sai. Foda-se. Quando eu era pequeno ninguém morria. Porque carga de água se morre agora, pelo simples facto de eu ter crescido? Morra um homem fique fama, declaravam os contrabandistas da raia. Se tivermos sorte alguém se lembrará de nós com saudade. De mim ficarão os livros. E depois? Tolstoi, no seu diário: sou o melhor; e depois? E depois nada porque a fama é nada.

O que é muito mais do que nada são estas criaturas feridas, a recordação profundamente lancinante de uma peruca de mulher num braço de cadeira. Se eu estivesse ali sozinho, sem ninguém a ver-me, acariciava uma daquelas madeixas horas sem fim. No termo das sessões de quimioterapia as pessoas vão-se embora. Ao desaparecerem na porta penso: o que farão agora? E apetece-me ir com eles, impedir que lhes façam mal:

- Abrace-me porque talvez não seja o último abraço que me dá.

Ao M. foi. E pode afigurar-se estranho mas ainda o trago na pele. Durante quanto tempo vou ficar com ele tatuado? O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria onde a dignidade dos escravos da doença os transforma em gigantes, onde só existem, nas palavras do Luís, Heróis.

Onde só existem Heróis. Não estou doente agora. Não sei se voltarei a estar. Se voltar a estar, embora não chegue aos calcanhares de herói algum, espero comportar-me como um homem. Oxalá o consiga. Como escreveu Torga o destino destina mas o resto é comigo. E é. Muito boa tarde a todos e as melhoras: é assim que se despedem no Serviço de Oncologia. Muito boa tarde a todos e até já, mesmo que seja o último abraço que damos» (aqui)

Entre estudar para frequências, jantar de curso, reuniões de voluntariado (que vos falarei depois) e as típicas compras de Natal, o tempo não tem sido muito. Mas hoje deixo-vos uma crónica que não me deixou indiferente, por ser tudo aquilo que eu penso. E por isso mesmo não preciso de fazer qualquer comentário: está tudo ali, conforme sinto e conforme defendo, só não foi escrito por mim, mas até parece que a autora me leu os pensamentos.

Vamos viver felizes para sempre? Então comecemos já. No amor não há tempo a perder, porque amar também é ter tempo. E como eu continuo a acreditar que «não falta amor, falta amar», sim, mais do que viver, quero ser feliz para sempre. Com amor! 



«Até que a utopia nos separe

Essa coisa de amar alguém tem um botão de “on” e “off” e andámos todos a desligá-lo da corrente nos últimos anos? É isso?

Ouve-se por aí: “Amor? Já não acredito em nada disso.”.

Mas… como assim? Quer dizer que deixaste de acreditar que tens a capacidade de gostar de pessoas e de partilhar coisas bonitas com elas? Então mas… controla-se, isso?

Essa coisa de amar alguém tem um botão de “on” e “off” e andámos todos a desligá-lo da corrente nos últimos anos? É isso? Eu acho que o problema é que antes se embalavam as crianças ao sabor de histórias onde os protagonistas usavam coroas e rasgavam os céus montados em cavalos brancos. Agora, como já pouco se brinca com esse imaginário, e são também raras as histórias que ainda terminam com o triunfal “felizes para sempre”, parece que se declarou a morte ao amor. Pois bem, ele existe, está de boa saúde, come legumes e verduras e pratica desporto três vezes por semana. É um amor da vida real.

As utopias são isso mesmo, utopias. Só existem em paralelo com outra realidade, caso contrário não existem. Ou seja, o amor não anda montado em cavalos. E as pessoas não usam coroas ou vestidos de seda e tule bordado para ir trabalhar no dia-a-dia. O “felizes para sempre”, sabes quando é que ele aparece num livro ou num filme? No fim. Alguém teve de escrever tudo o que está para trás. Há uma história repleta de peripécias e também com algumas bruxas — sim, das que têm verrugas — e um ou dois dragões que cospem fogo pelo meio.

É uma história que se vive a um compasso duplo, lado a lado, a dois. São as músicas que se ouvem e cujas letras ambos conhecem de trás para a frente, os planos para amanhã que se tornam em programas de hoje e que se prolongam noite dentro. Os lábios a saber a mar que se enlaçam no Verão, o chapéu-de-chuva que se partiu mas que não é por isso que deixa de servir para abrigar os dois e os pequenos-almoços com direito a torradas queimadas porque se deixaram ficar na cama mais um bocadinho naquele domingo.

Mas isto dá trabalho. Escrever um livro inteiro, entrelaçar tantos episódios, tantos capítulos, pontuar sem tirar o sentido das frases, evitar o uso excessivo de reticências, transformar pontos finais em pontos e vírgulas…! Uff! É obra. Talvez seja por isso que a grande maioria de nós acaba por criar blogues ou escrever rubricas para jornais de quando a quando. Dá menos trabalho, não requer tanta imaginação, tanto tempo disponível.

Mas o amor não se presta a essas coisas da disponibilidade. O amor é prosa, é narrativa, é poesia. São as histórias que escrevemos a dois, e dão mesmo trabalho, e levam-nos mesmo muito tempo. Por isso, se quiseres chegar ao final da tua história e pontuá-la com um majestoso “vivemos felizes para sempre, SIM”, tens muito que escrever.

Que se deixem as personagens que usam varinhas de condão para as utopias, que se retire a declaração de óbito ao amor, se faz favor!» (aqui)

«Ricardo Quaresma está de regresso ao FC Porto
A RTP sabe que o internacional português é reforço do campeão nacional a partir de janeiro, estando tudo acertado para um contrato válido por dois anos e meio. Quaresma jogou no Porto entre 2004 e 2008, tendo na altura ganho a alcunha de Harry Potter. Para que o regresso se torne oficial falta apenas que o jogador acerte a desvinculação definitiva do Al Ahly dos Emirados Árabes Unidos, o que pode acontecer nos próximos dias, embora o clube árabe ainda não tenha chegado às pretensões do atleta quanto aos números da rescisão de contrato. Quaresma deve começar ainda este mês a treinar às ordens de Paulo Fonseca» (vídeo aqui)

«Quaresma já rescindiu
O extremo está livre para assinar pelo FC Porto. É esperado em Portugal muito em breve. O Al-Ahli confirmou a rescisão de um contrato que terminava em 2015
Rob Aykten, diretor do Al-Ahli, confirmou a notícia por que os portistas esperam: "Quaresma já rescindiu, está tudo esclarecido. O clube vai emitir um comunicado logo que possível", disse, a O JOGO online.
Como a edição de papel de OJOGO adiantou, em exclusivo, há duas semanas, Quaresma no FC Porto era mesmo uma questão de tempo. O atleta, de 30 anos, vai apanhar um voo direto do Dubai para Lisboa e dali seguirá para o Porto, uma viagem prevista para o mais breve possível.
Quaresma é uma aposta com carimbo presidencial, acreditando-se que o extremo chegará para inverter a curva descendente em que a sua carreira parecia mergulhar» (aqui)

«Vitor Baía: "Quaresma não desaprendeu"
Ex-jogador acredita que o FC Porto vai retomar o caminho das vitórias e fica a torcer pelo regresso do extremo.
Vítor Baía, cuja fundação a que dá o nome teve na manhã desta sexta-feira, na freguesia da Sé, no Porto, uma ação de beneficência junto da Associação Banco da Esperança, através da distribuição, entre outras ofertas, de suplementos alimentares a crianças, considera, falando do atual momento do FC Porto, que Quaresma será um reforço importante para a equipa.
"Fico feliz se o regresso de Quaresma se confirmar. É um miúdo de que gostamos muito e espero que traga qualidade, porque não desaprendeu e ainda está numa fase boa em termos de idade para colocar em prática a sua capacidade. Fico a torcer por ele" (aqui)

«Bebé aprova ex-colega Quaresma: "Quem diz que não é o mesmo engana-se"
Vê Quaresma a resolver os problemas de Fonseca com as alas e lembra que teve sucesso no Besiktas
Bebé avaliza a contratação de Quaresma pelo FC Porto. A julgar pelas palavras do avançado do Paços de Ferreira, o extremo está na plenitude das suas capacidades e continua a ter a mesma magia nos pés. A garantia foi dada a O JOGO por Bebé, que se cruzou com Quaresma no Besiktas há menos de dois anos.
"Quem disser que ele já não é o mesmo jogador está enganado. Quem percebe de futebol sabe que ele é excelente, bem acima da média. Poderá custar-lhe um pouco recuperar o ritmo, mas vai muito a tempo de ajudar o FC Porto e mostrar que não se enganaram", respondeu (aqui) 

«Quaresma já está no Porto
Estrutura portista nem sabia que ia aparecer, mas a ansiedade falou mais alto: extremo está ansioso por começar
já não há como esconder o evidente: Quaresma vai ser reforço do FC Porto e, provavelmente, até mais depressa do que se imaginaria. O extremo já está no Porto, hospedado num hotel da cidade, e muito próximo de assinar, o que permitirá que comece a treinar ainda este ano civil, antes de poder ser inscrito na Liga de Clubes, em janeiro. Ou seja, terá tempo para ir recuperando a melhor forma, talvez até ainda antes da visita à Luz, agendada para o segundo fim de semana de 2014» (aqui)

«Os melhores momentos de Quaresma em 2013
Não sabe como está Quaresma? Então veja este vídeos com alguns dos melhores momentos do extremo no Al-Ahli. Próximo destino: Estádio do Dragão».


O meu coração tem estado assim: expectante, impaciente, desejoso, cheio e igualmente cauteloso. Não seria a primeira vez que o teu regresso estaria quase certo e à última da hora tudo ficava sem efeito. Mas acho que desta vez é diferente. Pelo menos assim o espero. Que seja verdade. Que tu chegues e eu te possa receber no Dragão, com a camisola que me acompanha há anos - o teu nome estampado nas costas e o número que, para mim, será sempre o teu. 

Eu permaneço assim: à tua espera. Desde que te vi sair. Ansiosa por te ver regressar. E aqueles que me conhecem sabem o quanto espero por este momento. E hei-de esperar sempre. Mesmo quando o destino nos troca as voltas e te leva para longe. Há qualquer coisa de mágico só de pensar em voltar a nossa casa, sentar-me numa daquelas cadeiras azuis de amor com a camisola vestida e o cachecol ao pescoço e ver-te novamente ali, entre nós. Saber-te ali é saber que o emblema que carrego ao peito será defendido com honra, dedicação e paixão. 

Talvez não sejas portista como eu. E nunca o venhas a ser. Talvez o amor que eu tenho ao Futebol Clube do Porto não seja o mesmo que tu tens. Mas não tem que ser. Porque eu sei que, independentemente disso, pertencerás sempre ao grupo daqueles que mais honram essa camisola. Acredito que não nasceste portista, e mesmo que não sintas o Porto como eu irás sempre senti-lo à tua maneira. E isso descansa-me, pois sei que contigo cá, com o nosso emblema sobre o coração, o meu clube, que também será sempre teu, não podia estar melhor representado.

Perdoem-me todos aqueles que se vestem de azul dia após dia e lutam para manter a mística, aumentar em glórias a nossa história e elevar o nosso nome. Mas há ali um espaço que pertence ao meu melhor do mundo. E por mais respeito que tenha a todos eles (que o tenho), vê-lo regressar é redobrar a esperança. É acreditar ainda mais. É sossegar o coração. O clube não se faz de nomes nem de números. Um dia os jogadores vão embora, mas o clube fica. Um dia também verei as minhas referências despir a camisola e pousar as chuteiras e, mesmo assim, o clube continuará de pé. A ganhar. A ser melhor. A conquistar o mundo. Mas enquanto houver tempo para o ver jogar, por mais que seja a última oportunidade, sabe-lo de regresso é saber que voltará a casa um dos nossos. E ele pertencerá sempre a esta família azul e branca. 

Escrevi-o a azul de saudades, com um azul de amor. O nosso amor azul constante, de todos os dias. Com branco ou só azul, de saudades ou só de amor. E o meu coração espera. Esperará sempre. Por ti. Por te ver de azul. Por te ver chegar mais longe de Dragão ao peito. E por entre as saudades, o amor, o orgulho e o respeito, eu acredito em ti. Como desde o primeiro dia. Até ao fim. 

«Para Quaresma, na verdade, o prazer não está no fim da linha, mas na forma de lá chegar».





Não são muitas as memórias que tenho do Natal enquanto ainda conseguia contar a minha idade pelos dedos. Nem são muito específicas. Talvez precisamente por isso: por ser criança e muito daquilo que passei não me acompanhar à medida que fui crescendo. Gostava de fechar os olhos e transportar-me para o passado, apenas para ver como era a magia da época pelos olhos de uma menina de olhos castanhos e cabelo aos caracóis da mesma cor.

Sou uma pessoa de toque e de cheiros. Adoro abraços e a tranquilidade que alguns cheiros me trazem, por me fazerem lembrar pessoas e momentos. E por muito que as minhas memórias desse tempo sejam fugazes há coisas que nunca serei capaz de esquecer: a família sempre reunida, eu a fazer de pai natal, o barulho dos presentes, os aromas das sobremesas, as luzes e as tradições. 

Há uma tradição, que não sei se era objetivo sê-lo, que faço intenção de manter. Além da família sempre presente (o que não acontece só no Natal), recordo-me de fazer a árvore e colocar as decorações no dia oito de dezembro. Por isso hoje lá andei de volta do pinheiro, do presépio, das luzes, das velas, dos enfeites para colorir a casa. Adoro este momentos, também pelo facto de ser mais um em família. E querem que vos conte um segredo? Não o troco por nada. Independentemente do que tenha para fazer, não abdico deste dia. O resto pode esperar. Isto não. Bem sei que as decorações não vão fugir, que talvez seja irrelevante fazer um dia antes ou um dia depois, mas para mim faz toda a diferença. O dia oito já não era o mesmo se não tivesse a mesa da sala cheia de sacas para escolher o que colocar na árvore, nas prateleiras, nas portas e nas janelas. 

Agora que olho para o trabalho final, e ainda que faltem as prendas e faltem uns dias para a noite de Natal, já começo a sentir o cheiro do bacalhau, das batatas cozidas, do pão-de-ló, do bolo rei, das rabanadas e de todas as outras doçarias. E parece que já ouço as vozes dos meus e sinto os abraços. E parece que o relógio da sala já se prepara para bater as doze badaladas e por isso reunimo-nos todos na sala para distribuir os presentes. E como por magia invadem-me as memórias de tantos momentos felizes. 

Para mim o Natal é isso mesmo: momentos felizes. Família. Amor. E ainda que me faltem algumas pessoas, que sei que estarão sempre comigo, só me faz sentido passar esta data em casa, no aconchego de uma manta, rodeada dos melhores seres humanos que conheço, a partilhar gargalhadas, sorrisos, histórias. E o Natal também é partilha. Aprendi isso muito cedo, e acho que continuarei a senti-lo até ao resto da vida.  

Agora se me permitem, vou só iluminar a árvore e dar por concluído o dia oito. Já falta pouco para o dia vinte e cinco. E aqui em casa já cheira a Natal.  

«Não basta a minha língua para dizer amo-te. 
Por isso repito-o em todas as línguas do mundo. 
Para que o sintas todos os dias da tua vida».


Quando peguei neste livro e o comecei a desfolhar, como quem tenta descobrir um segredo sem procurar, lembrei-me de uma notícia que li há uns tempos: duas militantes do BE que queriam proibir os piropos na rua. E lembrei-me disto porque numa das línguas, e por línguas entendemos idiomas, encontrei a seguinte tradução: «A tua mãe só pode ser uma ostra para cuspir uma pérola como tu». Qual é a língua em que «amo-te» se traduz por esta expressão? Precisamente... trolhês!

Questionei-me na altura qual a utilidade de criar uma lei para acabar com os piropos. E naturalmente não encontrei uma resposta clara e fidedigna que me fizesse acreditar que tal ação fosse benéfica. Eu entendo onde queriam chegar, até porque o que estava em causa era a violência verbal, que tantas vezes cria mais danos do que a física. Só acho é que há exemplos que não são, de todo, os mais pertinentes, precisamente por nos levarem a lugar nenhum.

Se acabassem com os piropos na rua - e aqui ainda me questiono como o iriam fazer, se colocariam um chip que apitava sempre que alguém tentava lançar o seu charme com uma palavra ou frase em nada charmosas ou se tinham outra solução qualquer em construção - perderíamos, muito possivelmente, pérolas como estas e não teríamos piadas para contar aos amigos entre uns tremoços e um jogo de futebol, no intervalo da novela ou numa outra situação que se proporcionasse gozar com tal expressão. O fundamental é que seja sempre com amigos, pois terá ainda mais graça. 

Sim, é um facto de que nem sempre o trolhês tem expressões que nos fazem rir, por ultrapassarem aqueles que consideramos ser os limites do bom senso - que muitas vezes falta às pessoas. Mas parece-me que o melhor nesse momento seja mesmo rir ou fazer de conta que não se ouviu. Ou então colocarmos a nossa máscara de pessoa mal encarada e mandá-los para a puta que os pariu (sem ofensa às mães, obviamente), seguindo com a nossa vida. Se isso não nos satisfizer, podemos sempre responder à letra com ironia. Não há melhor do que deixar as pessoas sem resposta. E seguimos caminho, com um sorriso maléfico e eufóricos por dentro, por não levarmos tudo tão a sério e tão a peito. Às vezes costumo dizer que «para chicos-espertos temos que ser chicos-espertos e meio». É que a inteligência é uma jogada perigosa, deliciosa e infalível. Sobretudo para quem se acha muito esperto, mas depois não tem jogo de cintura suficiente para dançar a lambada. 

Descobri «Amo-te em todas as línguas» hoje, encostado a outro livro que nada tinha que ver com este. Quase que me forçou a olha-lo, por ser de um tom vermelho garrido que não passa despercebido a quem passa. Só àqueles que não param para ver livros mesmo quando não têm intenção de aumentar a biblioteca pessoal. Aqueles que levam a vida a correr, como se todos os dias jogassem contra o tempo e estivessem na iminência de perder. Esses pertencem ao grupo de pessoas que se levam demasiado a sério. E que por isso não tiveram tempo de reparar nesta pequena chama de amor, nem tiveram que se controlar como eu na secção dos livros para não se rirem à fartazana quando abri a página dedicada ao trolhês e li «A tua mãe só pode ser uma ostra para cuspir uma pérola como tu».

Já é antigo. Já me ri muitas vezes à custa deste piropo a cair para o ridículo. Mas não deixa de ter a sua piada. E se o juntar ao «ó jóia, anda cá ao ourives», ao «ó febra, anda cá ao grelhador» ou ao «não sabia que as flores andavam» o esforço para não me rir é ainda maior. É que «amo-te» em trolhês pode ter várias designações. E, acreditem, é cada uma mais hilariante que a outra. Isto quando sabemos utilizar a jogada da inteligência e derrubamos possíveis abusos com a mestria de um riso ou do desprezo. E as duas juntas, para mim, serão sempre as melhores armas para derrotar quem se acha a última pepsi-cola do deserto. 

Conheci o livro hoje e fiquei fascinada pela ideia. E pela frase maravilhosa da contra capa. E mesmo que o livro seja apenas a tradução do «amo-te» em várias línguas parece-me uma ótima prenda para se dar e receber. Se quiserem surpreender alguém acho que o conseguem com nota elevada. Já pensaram como seria a vossa reação se ao desembrulharem um presente lessem «Amo-te em todas as línguas»? Quanto a vocês não sei, mas eu acho que ia ficar da cor do livro. 

Meu amor, não sei como te chamas, de onde vens, nem se tens cavalo branco. Mas se te quiseres dar a conhecer podes sempre enviar-me um exemplar destes. Eu vou compreender quando ler «Não basta a minha língua para dizer amo-te. Por isso repito-o em todas as línguas do mundo. Para que o sintas todos os dias da tua vida». É que eu própria sinto que também sou capaz de te amar em todas as línguas e que o meu amor por ti também não cabe num idioma só. Só não te conheço, mas assim que estiveres disposto a chegar terei as portas de minha casa, os meus braços e o meu coração abertos para te acolher e aconchegar.

Ah! Podes dizer «amo-te» na língua que te apetecer, não sou esquisita. Além de que terei todo o tempo de mundo para te surpreender noutro idioma qualquer. E juntos poderemos entrar neste jogo infantil que nos parecerá a coisa mais romântica do mundo. É que se é para aparvalhar que seja contigo, que serás o meu melhor amigo e o meu coração por inteiro.

Começo eu: «ti amo», estejas a chegar ou ainda perdido no caminho. Vês? Não custa nada. Agora é a tua vez. Fico à (tua) espera. 


«(...) Amo-te. A mais bela palavra do mundo.
Abre portas, conquista corações, termina guerras, une vidas. Nunca será demais repeti-la. 
Amo-te. Amo-te sempre e de todas as maneiras. 
E amo-te em todas as línguas do mundo».
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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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