Entre Margens

Fotografia da minha autoria



«A vida é feita de momentos colecionáveis»


Junho começou promissor, mas, quando nos tiram o tapete, parece que tudo o que aconteceu de bom fica envolto numa névoa. E ninguém nos prepara para as despedidas, mesmo que sejam inevitáveis. Por isso, o coração fragmenta-se. Nesta reta final, tive de dizer adeus a uma das pessoas mais importantes da minha vida, mas prometo guardar sempre o melhor. Estejas onde estiveres, sei que continuarás a cuidar bem de nós ♥


⚓ MOMENTOS
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A equipa portuguesa de sub 21 fez uma caminhada fabulosa até à final do Euro. Porém, como a história nem sempre protege os audazes, o resultado não foi o que mereciam, mas o orgulho não esmorece, porque tiveram uma entrega memorável. Já a seleção A despediu-se da competição demasiado cedo, para todo o talento que possui. Infelizmente, foi a prova que a falta de ambição - e de sorte - também pesa. Que venha o mundial!

   

Por outro lado, num apontamento mais feliz, o Sérgio Conceição renovou com o Futebol Clube do Porto e a nossa equipa de Andebol - que gigantes - alcançou a dobradinha, com a conquista da Taça de Portugal.

   

Este mês, celebrei 12 anos blogosféricos. Como gosto sempre de assinalar estes marcos, não podia deixar de publicar sobre um traço tão bonito da minha caminhada. Para evitar repetições, podem ler tudo aqui.


[Julho, podes vir. Mas vem sereno]


📚 LEITURAS
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A Vida Oculta das Coisas, Cláudia Cruz Santos
Alma Lusitana || Guimarães

Brincadeiras de Irmãs, Maria José da Silveira Núncio
Uma Dúzia de Livros 2021 || Junho

Heartstopper Volume 1, Alice Oseman
Ler a Diferença || LGBTQIA+

Campo de Sangue, Dulce Maria Cardoso
30 Antes dos 30


Outras Leituras do Mês
O Que Dizer das Flores [Maria Isaac], Vem à Quinta-Feira [Filipa Leal], 
Red [Sara Marques], A Flor Margarida [Inês Vieira Brandão], Krismas: A Aldeia
 Luminosa do Natal [Sandra Monteiro] e Manuscrito [Ana Ribeiro]


✏ PUBLICAÇÕES
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A Menina Que Queria Escrever Poesia


Sofia, sempre irrequieta, tinha entrado no escritório dos pais, onde todos nós sabemos que existem as melhores folhas, as melhores canetas e os melhores lápis, para rabiscar meia dúzia de letras sem sentido. Porque havia qualquer coisa naquelas formigas desenhadas a carvão que a deixava feliz.





Mudanças Que Têm Feito Diferença na Minha Rotina


Com o intuito de respeitar os meus tempos e as minhas necessidades, tenho feito pequenas mudanças. Embora não sejam extraordinárias, sinto que estão a fazer a diferença.







Storyteller Dice || O Que Esconde o Chapéu de Palha


Esvoaça uma memória perdida
Presa ao fio de um balão
Imaginário, de ar quente
Que me leva para longe
De toda a mágoa
Que aperta o meu peito





🍴 À MESA
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Chá gelado de Rooibos e Manga
Tenho de confessar que ainda não decidi se gosto, totalmente, deste chá, porque tem um travo distinto. Apesar disso, desde que, no início do mês, o descobri na Mercadona, tem sido uma escolha mais ou menos regular.


Ir a restaurantes já não era uma prática recorrente, mas agravou-se com a pandemia. A única exceção que faço é em relação ao BibóPorto!, porque sinto-me segura e o atendimento é irrepreensível. Por norma, a minha escolha gastronómica recai sempre na Francesinha, mas, na última visita, arrisquei no Bife Pimentas e fiquei rendida. Tendo em conta que não sou a maior apreciadora de bife, creio que isso diz muito. Estava delicioso!


📌 ENTRE LINHAS
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Sky High
Há dois produtos de maquilhagem que têm o meu coração: batons e máscaras de pestanas. Em relação ao segundo, procuro estar atenta às novidades, porque gosto de, volta e meia, ficar com um belo pestanão. Depois de ler o feedback da Cátia Rodrigues [The Pink Elephant Shoe] sobre a Sky High, da Maybelline, resolvi adquiri-la e não podia ter ficado mais satisfeita com o resultado. Tenho usado e abusado dela!


Todos Temos Um Pouco de Friends
A Marisa escreveu e eu assino por baixo. Como apaixonada que sou por esta série, senti um enorme aconchego ao ler a publicação. E a verdade é que fiquei com mais vontade de assistir a Friends The Reunion.

O Que Escrevemos é Sempre Pessoal?
Acredito que há uma diferença entre ser pessoal e ser biográfico. Isto porque existe muito de mim em todos os textos e poemas que publico, atendendo a que têm a minha visão sobre certas situações, mas nem todos são um espelho do que se passa na minha vida. Foi ótimo refletir sobre esta questão, através da partilha da Sofia.


📌 JUKEBOX
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A Surpresa: Olá, Solidão [Os Quatro e Meia]
Melhor Duo: Vejo-te Aqui [Irma & Tiago Nacarato]
A Diferentona: Gosto de Ti [Nininho Maia]
As Favoritas: 2 da Matina & Pão na Mesa [Plutónio], 
Sou Como Sou [Ana Bacalhau]
Artista Revelação: Bokor


Álbuns: Terra Prometida [Jónatas Pires], Lugares de Memória [O Príncipe], 
Consume & Grow [Vaarwell], Raiz [Rita Onofre] e CAOS'A [Rita Vian].


🎥 VÍDEOS & PODCASTS
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Reset #6 - Capicua
Num novo episódio sobre fracassos, Bumba na Fofinha esteve à conversa com a inspiradora Capicua. E deambulou por todos os seus fracassos enquanto rapper, mãe e «mulheraça do Norte». Que momento incrível!


Eulália
O novo projeto do Agir - Eulália - pretende homenagear e eternizar canções inconfundíveis de nomes que tão bem conhecemos e cujos temas já cantarolamos, mais ou menos afinados, nas mais diversas ocasiões. Na companhia de Manuel Oliveira [piano], Guilherme Melo [bateria] e Rodrigo Correia [contrabaixo], as jam sessions adquirem, agora, um formato audiovisual. E, todos os domingos, há vídeo novo no seu canal.


Programa Cautelar
Filomena Cautela tem um novo programa, ao sábado à noite, na RTP 1. Em traços gerais, combinando humor e análise, o Programa Cautelar apresenta uma premissa que procura desconstruir a realidade de uma forma acessível e divertida, mas sem deixar de nos alertar para assuntos urgentes e de máxima importância.



✨ GRATIDÃO
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«Ficam as lembranças para contar como foi»

Este mês, estou grata por todo o amor que me amparou. Nunca tive dúvidas, mas o meu núcleo duro voltou a mostrar que não me deixa sem chão. Mesmo à distância, conseguiram ser o abraço forte que tanto precisei.

   

Além disso, estou grata pela minha caminhada blogosférica. Sei que encontrei o meu lugar.


Como foi o vosso mês?

Fotografia da minha autoria



«Um romance misterioso e arrebatador»

Avisos de Conteúdo: crime, morte, suicídio, 
sexo, prostituição, linguagem explícita


A ausência de som pode ser ensurdecedora, assim como conversas cruzadas podem despoletar uma sensação de vazio. Porque estarmos rodeados dos nossos pares, ainda que em silêncio, não impede a solidão. Aliás, no Paz Traz Paz, Afonso Cruz lançou a questão: «quantas pessoas são necessárias para que nos sintamos sozinhos?», visto que temos dificuldade em ligarmo-nos aos outros. E, depois, surpreendemo-nos com certos comportamentos, embora os sinais fossem visíveis, tal como no livro de Dulce Maria Cardoso.

«Até lá esperam e cada uma só conhece realmente das outras esse acto de esperar»

Campo de Sangue é um romance com uma premissa intrigante, desenrolando-se numa estrutura que nem sempre é fácil sustentar, uma vez que parece contar-nos tudo. No entanto, as circunstâncias e as motivações permanecem incógnitas. E a autora traçou este caminho com mestria e bastante atenção ao detalhe. Confesso, porém, que não fui cativada como esperava, porque senti a narrativa lenta, repetitiva e demasiado centrada em aspetos secundários, quase como se as personagens estivessem suspensas, perdidas num beco sem saída. Por oposição, a escrita crua e de traços poéticos incita-nos a desvendar o mistério inerente a esta história.

«(...) há frases que só fazem sentido na memória, que se perdem quando ditas em voz alta»

Num ambiente marcado por julgamentos subtis, pela culpa, pela obsessão de um amor exagerado, doentio, e pelo desconhecido, as relações interpessoais apresentam uma densidade muito interessante - e, inclusive, desconcertante. E perante a análise que potenciam, reconheço que foram os capítulos protagonizados pelas figuras femininas que mais me entusiasmaram. Não só por terem propósitos e intervenções distintos, mas também por serem palco para uma crítica social. E por oporem a ingenuidade, a revolta e algum alheamento.

«(...) a maldade é um sentimento que não precisa dos outros para existir, que pode morrer em nós»

O foco na saúde mental é um dos pontos centrais do enredo, fazendo-nos reconsiderar o vazio que tem poder para nos levar à loucura e a questionar até que ponto conhecemos aqueles que nos rodeiam. Porque é notório que há uma realidade que apenas existe na cabeça do protagonista anónimo. E é curioso só existir um nome em toda a sequência narrativa: talvez para mostrar que esta história poderia ser a de qualquer um de nós. Ou, então, para reforçar que, mesmo próximos, há um fosso entre aquilo que observamos e o que apreendemos.

«nesta casa só me pertence o passado»

Campo de Sangue interliga cinco protagonistas e expõe um crime. Contudo, é mais que isso: porque nos faz refletir sobre solidão e sobre dependência emocional, que se manifesta numa procura constante por validação.

«(...) durante muito tempo julguei que o meu amor era suficiente para compensar a falta do teu»


Disponibilidade: Wook | Bertrand

Nota: O blogue é afiliado da Wook e da Bertrand. Ao adquirirem o[s] artigo[s] através dos links disponibilizados estão a contribuir para o seu crescimento literário - e não só. Muito obrigada pelo apoio ♥

Fotografia da minha autoria



«O novo projeto de Agir»


A melodia ecoa no peito e pelas várias divisões da casa. Nesta viagem imprevisível e alucinante que é o nosso crescimento, a música foi sempre um pulsar de pertença, um modo de expressar ou validar sonhos, angustias e pensamentos. Por isso, ainda que tenha um traço intimista, é uma arte que nos une em convicções transversais. Porque todos somos capazes de reconhecer que existem artistas que nos marcaram, mesmo que os nomes não coincidam. E é esta consciência que demonstra toda a influência da cultura na nossa vida.

Eulália surge, um pouco, como consequência da dinâmica supracitada, atendendo a que se concentra em figuras icónicas desta área. O novo projeto de Agir pretende, então, homenageá-las e eternizar canções inconfundíveis de nomes que tão bem conhecemos e cujos temas já cantarolamos, mais ou menos afinados, nas mais diversas ocasiões. Na companhia de Manuel Oliveira [piano], Guilherme Melo [bateria] e Rodrigo Correia [contrabaixo], as jam sessions adquirem, agora, um formato audiovisual. E levam-nos à descoberta das mesmas palavras, porém, com uma nova versão melódica e interpretativa. Porque essa é a magia da Música.

Todos os domingos, no canal de youtube do Agir, celebraremos cantores e autores de Língua Portuguesa. E eu acredito que iniciativas desta magnitude são de máxima importância: pelo legado que preservam e pela ponte que constroem com o futuro. De coração a transbordar, já tirei bilhete para esta viagem tão surpreendente.


 Episódio 1: Rui Veloso 



 Episódio 2: Pedro Abrunhosa 



Já conheciam o projeto?



«Fazias parar o meu tempo
Quando era a dois
Sabias ler o meu pensamento
Dor para depois

Fotografia da minha autoria



... Évora!

[Uma das cidades do meu coração. Porque tem no seu regaço um traço de poesia. Uma luz que aconchega os meus passos, sempre que deambulo pelas suas ruas, e que me faz sentir que também pertenço ali; que cheguei a casa. Além disso, permite-me recuar a memórias de infância/adolescência muito felizes - que saudades das noites quentes na Praça do Giraldo! Mas haveremos de nos encontrar, num futuro que espero próximo, para me voltar a perder nos seus múltiplos recantos].

Fotografia da minha autoria



«A dada altura o fio de água alarga e a paisagem fica mais rica com um lago»


O contacto com a Natureza é um privilégio indescritível. Por isso, quando é possível, gosto de ir caminhar para o Parque da Lavandeira. Aproveitando que o espaço foi «ampliado em mais 30% da sua área atual», levei a minha máquina fotográfica, para captar alguns fragmentos e explorar essa parte nova. Ainda assim, confesso, foram as flores que voltaram a conquistar a minha atenção. Neste álbum de memórias em formato reduzido, reforcei a certeza de me sentir em casa ao deambular por trilhos que já conheço como a palma da minha mão.

Fotografia da minha autoria



«Partindo de um exercício ficcional de evocação da memória infantil»

Avisos de Conteúdo: Violência contra animais


Os livros são portais que nos levam para novos mundos - reais ou imaginários. E é extraordinária a capacidade de, nessa travessia, nos levarem a refletir e a equacionar certos cenários, sobretudo, quando corremos à procura de uma memória mágica ou, então, procuramos mudanças. Assim, apanhando boleia de um jovem adolescente «fascinado pela leitura de Moby Dick», aventurei-me num livro de Luis Sepúlveda.

«(...) a distância apresenta-se-nos na sua real dimensão quando as 
recordações emergem como bóias no mar agitado dos anos mais intensos»

Mundo do Fim do Mundo, pelo seu traço de narrativa de viagem, desperta, em nós, uma vontade de partir. De conhecer. E de não compactuar com comportamentos atrozes. Porque, centrando-se na caça ilegal de espécies protegidas, como as baleias, apela à nossa consciência ecológica. Em simultâneo, expõe a hipocrisia, o poderio económico e os interesses sombrios que sustentam estas práticas. Portanto, no mesmo plano, somos confrontados por aqueles que continuam a contornar as convenções internacionais, para seu benefício, e aqueles que embarcam numa missão de salvamento, protegendo a fauna marítima, que está a ser destruída por vontades puramente criminosas.

«- Temos sonhos diferentes. O nosso sonho é o de mares abertos em que todas as 
espécies possam viver e multiplicar-se em paz e harmonia com as necessidades humanas»

Foi apenas a segunda obra que li do autor, porém, é inegável a envolvência da sua escrita, embalando-nos num misto de peripécias e histórias míticas. Com um tom autobiográfico, que alterna entre os sonhos da juventude e as problemáticas da vida adulta, Mundo do Fim do Mundo cativa os viajantes, alertando-nos para um assunto fraturante. Ao mesmo tempo, opõe a força da Natureza e a ganância do ser humano.

«Caminhámos em silêncio. No meio de um desses 
silêncios que são a melhor forma de comunicação»


// Disponibilidade //

Wook: Livro | eBook
Bertrand: Livro | eBook

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Fotografia da minha autoria



«Lar é onde as nossas histórias são escritas»


A blogosfera é casa. É o refúgio que me desliga do mundo, permitindo-me dar voz à minha criatividade ou expiar anseios, mesmo quando não existe qualquer traço biográfico nas palavras que partilho em rede. No entanto, esse é, para mim, um dos encantos da escrita, pois nem sempre é percetível onde termina a imaginação e onde começa a realidade.

Impulsividade não é um traço da minha personalidade. Ainda assim, existem aspetos sobre os quais pondero pouco, sobretudo, se não tiverem implicações para terceiros. Por isso, aventurei-me na criação de um blogue, num dia quase banal [véspera de S. João], sem ter expectativas para aquele projeto. E sinto que essa dinâmica, num ponto prévio, foi fundamental para marcar o tom daquilo que procurava: um espaço isento de pressões, onde poderia alimentar os meus devaneios.

Doze anos volvidos, o Parte do Que Sou foi o trampolim que validou a viagem e As Gavetas da Minha Casa Encantada o lar que, inconscientemente, procurei construir. E é surreal perceber que já passou tanto tempo desde que, a 23 de junho de 2009, acreditei que tinha de dar este passo por ser apaixonada pelas palavras escritas. E pensar em tudo o que aconteceu aconchega-me, porque me descreve. Como gosto de destacar estes pequenos marcos, desenhei uma lista de 12 termos que resumem, no meu ponto de vista, esta jornada blogosférica.


ARRISCAR
Saltando sem rede para um projeto que podia ter sido curto, porque não teve ponderação, mas que se revelou um autêntico ponto de abrigo.


COMPROMISSO
Acredito que o sucesso e a duração das nossas iniciativas dependem bastante do compromisso com que as abraçamos, atendendo a que implica reconhecer esforço, ao mesmo tempo que implica uma certa dose de dedicação, independentemente de ter um objetivo mais ou menos sério. Portanto, aprendi o quanto é valioso este pacto a longo prazo.


APRENDIZAGEM
Constante. Quer em relação ao que procuro, quer em relação ao que funciona melhor comigo. E, sobretudo, em relação à minha identidade, pois creio que o blogue estabelece várias pontes com a vida offline.


METAMORFOSE
Porque mudar faz parte do processo e não tem de ser um drama, quando já não nos identificamos com as bases com que começamos. Muito pelo contrário, é sinal que crescemos e que nos vamos conhecendo melhor.


LIMITES
Do que considero relevante partilhar e do que já ultrapassa o espaço de terceiros. E isso não implica deixarmos de ser verdadeiros ou que apenas mostramos um lado da moeda, como se procurassemos transmitir que a vida é um mar de rosas. Implica, isso sim, uma gestão consciente do que queremos que os outros saibam e do que queremos manter privado. Além disso, fui eu que escolhi ter esta plataforma, não as minhas pessoas, portanto, preservo-as. E essa barreira é intransponível.


PARTILHA
De ideias, de opiniões, de experiências. É esta interação que também me motiva e que torna a convivência ainda mais especial e com sentido.


COLO
Por mais que eu afirme que continuo a escrever para mim, isto porque só me centro em temas que me fascinam, independentemente do retorno que possa vir ou não a acontecer, a verdade é que o colo e o mimo que vou recebendo transformam esta experiência em algo que não sei qualificar, mas que não esqueço. Por isso é que invisto tanto na interação: porque são as pessoas que também potenciam esta vontade de continuar e que me dão alento para arriscar, uma vez que sei que tenho sempre alguém disposto a dar-me a mão. E sou muito grata por tudo.


ORGANIZAÇÃO
Eu entendo-me bem na minha desorganização, mas estar há tanto tempo na blogosfera mostrou-me que é imprescindível saber organizar o meu foco, para não descurar este projeto que tanto me preenche as medidas.


VOZ
Aprendi que as minhas plataformas podem ser o palco de causas em que acredito. Portanto, faço por usar este espaço com consciência, sabendo que, mesmo que chegue a poucas pessoas, a mensagem pode ter impacto.


GERIR
Expectativas, principalmente. Porque nem sempre o retorno é o esperado, porque nem sempre nos apetece avançar com as nossas ideias, porque nem sempre estamos com a predisposição mais indicada. E está tudo bem. Só precisamos de aceitar estas questões, porque fazem parte.


PROPÓSITO
Por mais simples que aparente ser determinada publicação, há sempre um propósito que a sustenta. Porque nunca me entusiasmou a dinâmica de publicar só para corresponder a um número e apresentar conteúdo. E como esta é a minha verdade, não pretendo funcionar de outra maneira.


AMOR
Às palavras e ao projeto em si. Porque não há impulso mais bonito do que este. Porque é o dialeto que acolhe tudo o resto. Porque é o que me faz sentir aquele nervoso miudinho do primeiro dia e respeitar todas as memórias bonitas que vivenciei nesta caminhada. Seriamos muito pouco sem amor. E eu sinto-o, diariamente, ao entrar nesta casa.


Encontrei o meu lugar.
Aliás, ando há 12 anos a fazê-lo ♥

Fotografia da minha autoria



Tema: LGBTQIA+

Avisos de Conteúdo: bullying, preconceitos, homofobia, assédio


O caminho para leituras mais inclusivas é um processo que pretendo que seja, cada vez mais, consciente e natural. Por isso, participar no Ler a Diferença tem sido tão enriquecedor: não só pelos temas privilegiados, mas também pelos autores e registos que tenho descoberto. No mês em que se celebra o orgulho LGBTQIA+ - cuja luta continua fundamental -, arrisquei na novela gráfica de Alice Oseman.

«Isso não... Eu não... Eu não me apaixono por qualquer rapaz que é simpático comigo»

Heartstopper tem uma das mensagens mais importantes e amorosas com que me cruzei no mundo literário. Porque, para além de se centrar numa relação homossexual, abre caminho para uma série de questões acerca das nossas inseguranças, da adolescência, do peso e da necessidade de rótulos e de sentimentos ambíguos, que nos fazem analisar a nossa essência. Em simultâneo, mostra-nos uma amizade a ser construída com os alicerces certos, o medo da não correspondência e os perigos de viver um romance abusivo. Assim, através de ilustrações que também contam histórias preciosas, abraçamos a descoberta e a aceitação.

«Em todo o caso, é muito rude especular sobre a sexualidade de alguém»

A autora desenhou um romance bastante realista, com representatividade, e que quebra alguns estereótipos. Embora se leia num sopro, é inegável o seu impacto positivo e a sua energia que conforta e que transmite esperança para um mundo mais empático. Estou desejosa de continuar a acompanhar o crescimento de Nick e de Charlie, até porque são a voz de todos aqueles que procuram saber quem são.

«Prefiro ficar contigo de qualquer maneira»


// Disponibilidade //

Wook: Livro | eBook
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Fotografia da minha autoria



Tema 28: Chapéu + Balão + Óculos


Esvoaça uma memória perdida
Presa ao fio de um balão
Imaginário, de ar quente
Que me leva para longe
De toda a mágoa
Que aperta o meu peito



«Primeira pinga bate
Eu sei o que se segue
Não há um chocolate
Que acalme ou sossegue

Fotografia pessoal



... Aparecer pouco em fotografias!

[O meu lado favorito, na altura de registar memórias fotográficas, é atrás da objetiva. Porque gosto de testar as diferentes perspetivas e todos os detalhes que atraem a minha atenção. Por essa razão, é muito natural ter tão poucas fotografias pessoais. Aliás, envolvo-me tanto no momento, que nem me lembro disso. Mais tarde, arrependo-me, porque deambulo pelos vários álbuns e sinto que seria espetacular ter uma imagem minha em determinados locais. Mas passa, visto que, no passeio seguinte, reproduzo o mesmo comportamento. Portanto, de Canon ao peito, observando tudo o que me rodeia, nem equaciono a possibilidade de ser, também, fotografada. Só muito raramente, quando o impulso é ainda maior. Porque sou bem mais feliz neste registo de bastidores].

Fotografia da minha autoria



Aprendi a amar-te, sem entender o que era o amor. Poderia 
ter sido imprudente, mas foi o meu melhor salto sem rede. 
Mesmo que, agora, as memórias não passem de ruínas.


🌿


Há dores que não passam com o tempo. 
Nem com a ausência em nós.


🌿


Desabafo em silêncio 
para me compreender melhor.

Fotografia da minha autoria



«Uma obra polémica, que gerou contestação por parte da igreja católica»

Avisos de Conteúdo: Machismo, relações abusivas/tóxicas


A passagem de testemunho livrólica é, para mim, uma das heranças mais especiais. Porque nos permite deambular por outros géneros e porque nos permite guardar um pouco mais das nossas pessoas. Por isso, ter nas minhas estantes livros que pertenceram às bibliotecas particulares de familiares é indescritível. E este exemplar corresponde à terceira versão de um dos textos mais centrais de Eça de Queiroz, na qual existe uma diferença na conceção, no estilo e na caracterização do protagonista - sendo, inclusive, apresentada uma nova personagem.

«A madrugada rompia. A cidade estava silenciosa, os candeeiros apagavam-se»

O Crime do Padre Amaro surpreendeu-me pela fluidez, - porque não? -pelo seu traço sedutor e, sobretudo, pela pertinência dos temas, uma vez que este romance é muito mais que as infrações de um sacerdote. É uma porta aberta para decifrar os vícios, a corrupção do clero, as desigualdades económicas, os preconceitos e o peso que a religião e a Igreja exerciam na comunidade, toldando o seu discernimento. Além disso, leva-nos a refletir sobre a moral, sobre os contornos da mentira e sobre a questão do celibato. Sem, no entanto, esquecer um comportamento que é, no meu entender, altamente limitador: a imposição de um caminho, camuflada numa falaciosa preocupação em relação ao futuro, que em nada respeita o tempo e as necessidades individuais.

«Tinha constantemente o seu rosto presente, ele entrava sempre nos seus sonhos»

Com uma bandeira nos sentimentos proibidos e na toxidade das relações, expondo o verdadeiro caráter do ser humano e mostrando o impacto das nossas decisões - ponderadas ou obrigatórias, O Crime do Padre Amaro retrata a bisbilhotice, a futilidade, a hipocrisia e a dicotomia entre aquilo que é apregoado e o que é, efetivamente, realizado. Podendo - ou não - interferir com os nossos votos, esta obra aborda a fé. O amor. E todas as áreas cinzentas para as quais ninguém nos prepara.

«(...) é uma bela e grande coisa a paixão! O amor é uma das grandes forças da civilização»


// DISPONIBILIDADE //

Wook: Livro | eBook
Bertrand: Livro | eBook

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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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