STORYTELLER DICE ◾ ORQUESTRA ROBÓTICA
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Fotografia da minha autoria |
Tema 43: Robot + Regador + Megafone
Os modestos cartazes publicitários passavam despercebidos na pequena comunidade das Magnólias, de tão atarefados que estavam os seus habitantes. Alice bem que tentou providenciar uma distração, retirando-os do marasmo em que caíram, mas não sortiu efeito. Portanto, estava na altura de uma medida mais drástica.
Florista por vocação, a jovem portuense mudou-se para esta aldeia perdida no coração do país, porque precisava de se reencontrar. Sempre que pensava nesta imagem, sentia-se quase enojada com o cliché que se tornara a sua vida, mas não existia outra justificação. Não tardou muito até ter a sensação de estar em casa, porém, começou a perceber que, com exceção das tardes de jogos de cartas, no Café Central, pouco mais se passava por ali. E para alguém que adorava conviver - e tagarelar -, esta realidade foi-lhe roubando energia.
A população era adulta, mas sem ser envelhecida, o que a motivou a idealizar diferentes abordagens para dinamizar Magnólias. Conhecida por todos, foi cativando os vizinhos com a sua doce e prestável personalidade, por isso é que ninguém era capaz de declinar os seus convites. Problema: depois, não compareciam, desculpando-se com o trabalho, com contratempos, com a vida no geral. Então, decidiu inovar.
Após fechar a loja, passou pela do Senhor Jorge, comprou todos os regadores disponíveis e deslocou-se até casa. Já confortavelmente de pijama, reuniu todos os pedaços de cartolina que lhe sobraram do último ano da faculdade e canetas de várias cores. Trabalhou, com afinco, até ao nascer do sol. E aproveitou o silêncio da alvorada para dispor todos os regadores. Quando, nos megafones da Junta, se ecoava uma mensagem de bom dia e o anúncio para a Festa Anual da terra, escapuliu-se para um local reservado só para ver as reações.
Umas dezenas de regadores coloriam a praça central com um convite particular: um ensaio único para a Orquestra Robótica, curiosamente marcado para a sala azul do Museu do Robot, na quinta-feira, às 21h. Os rostos foram-se intrigando e ninguém falava de outra coisa, até porque não sabiam quem poderia ser o autor daquela missiva - convenhamos, as pistas estavam todas lá, mas julgavam que aquilo era um pouco excessivo até para a Alice. Apenas o Senhor Jorge estava convicto da resposta, mas manteve-se em sigilo absoluto.
A comunidade compareceu em peso no ensaio, movida pelo desejo de descobrir o responsável. E a jovem surpreendeu-a com uma sala cheia de instrumentos, partituras e um discurso comovente acerca do quanto é maravilhoso sermos parte ativa de um grupo. E foi assim que nasceu um movimento cultural regular na aldeia.
Adorei este texto, fiquei mesmo curiosa para saber mais :)
ResponderEliminarParabéns, querida, pela tua criatividade.
Beijinho grande!
Muito obrigada, minha querida!
EliminarQue historia tao encantadora *.*
ResponderEliminarAgradeço, de coração *-*
EliminarGostei do que li.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Muito obrigada, Francisco!
EliminarContinuação de uma ótima semana
opah sempre com histórias encantadoras
ResponderEliminarhttp://retromaggie.blogspot.com/
Tão querida! Muito obrigada *-*
EliminarQue acaba por ser uma história bastante bonita
ResponderEliminarBeijinhos
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Muito obrigada, Sofia!
EliminarQue bonito! Adorei :)
ResponderEliminarMuito obrigada *-*
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