2021 || 12 MESES, 12 SÉRIES/FILMES

Fotografia da minha autoria



«Fiquei fascinada por me envolver nesta experiência»


O balde de pipocas representa uma viagem simbólica pelo universo das longa-metragens e das obras repartidas em episódios. Sei que me repito, mas as séries continuam a ser, neste panorama, a minha prioridade, porque fascina-me o vínculo duradouro que estabelecemos com as histórias e as personagens. É como se fossem a extensão de uma família alternativa, com todas as emoções inerentes a estas relações.

Pela primeira vez, desde que iniciei as minhas retrospetivas, reuni um número simpático de filmes e séries que justificassem a existência deste top anual. A seleção não foi simples, ainda assim, mas eis os meus favoritos.


JANEIRO


Há uma série de assassinatos violentos a acontecer em Lisboa e a equipa de Isabel Garcia, Inspetora-Chefe da Polícia Judiciária, ficou responsável pelos casos que têm vitimado mulheres. Entre a obsessão de encontrar um culpado e as pistas que os levam a lugar nenhum, existe uma aura misteriosa que nos faz duvidar de vários comportamentos. Em simultâneo, acompanhamos o desnorte de uma adolescente, que apenas procura a aprovação dos seus pais. A premissa é interessante, embora tenha cenas um pouco forçadas/exageradas.


FEVEREIRO


As famílias unem-se na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte se intrometa no caminho. Mas e quando é a vida a fazê-lo? Com várias histórias que se cruzam, acabamos a refletir sobre as inúmeras visões do amor. Privilegiando uma aura nostálgica e cómica, num equilíbrio perfeito, Até Que a Vida nos Separe é muito humana - e, para mim, uma das melhores séries que a RTP lançou [disponível na RTP Play].


MARÇO


Listen [de Ana Rocha de Sousa] expõe a dura realidade de um casal emigrado, que não só se debate com dificuldades económicas, como também se vê na desgastante luta para recuperar os filhos. E é mesmo angustiante acompanhar a intransigência dos Serviços Sociais, que deveriam ser os primeiros a prestar auxílio às famílias. Assisti ao desenrolar da ação com o coração nas mãos e nem sequer sou mãe, o que só demonstra a carga emocional que envolve esta obra cinematográfica. Será que esta luta díspar terá um fim?


ABRIL


A aposta televisiva da SIC junta quatro nomes talentosíssimos - Bruno Nogueira, Salvador Martinha, Nuno Markl e Filipe Melo -, naquele que é, para mim, um dos conceitos mais geniais a que já assisti: pela originalidade, pela liberdade de criação, pela ousadia, pelo despropósito de alguns pensamentos e, claro, por dar palco a profissionais que admiro e que têm a capacidade inspiradora de pensar fora da caixa, sem se levarem demasiado a sério. Além disso, quando vemos amigos a divertirem-se, torna-se contagiante.


MAIO


Esta série de época - Vento Norte - sustenta-se na história dos Mellos, uma família de aristocratas do Minho, e na vida dos seus criados. E interliga dramas políticos e amores impossíveis. Em «plenos anos loucos», num país «à beira da ditadura», tudo pode acontecer. Mais uma excelente aposta! [disponível na RTP Play]


JUNHO

Carlos Coutinho Vilhena tem uma nova websérie, denominada Clube da Felicidade, que estreou no último dia de junho - mas o seu primeiro episódio foi tão impactante, que ofuscou o que aconteceu, antes, neste formato. Partindo da pergunta «e agora?», que surge quando se atinge o sucesso, deambularemos pelo bloqueio, pela síndrome do impostor e pela pressão que se cola à necessidade de corresponder às expectativas criadas.


JULHO


Quando soube deste episódio especial, rejubilei de felicidade, pois voltaria a cruzar-me com pessoas que, direta ou indiretamente, foram uma fonte de aprendizagem, de catarse e de lucidez. Contudo, demorei a ver a reunião porque há muitas emoções acumuladas. Porque há uma imagem que pretendo preservar. E porque abriria a porta à nostalgia. Por outro lado, implicaria uma nova despedida - para a qual não estaria preparada. Mas como as saudades bateram mais forte, só poderia embarcar nesta aventura. Se compensou? Totalmente!


AGOSTO

A RTP tem sido pioneira na capacidade de pensar fora da caixa e de investir em conteúdos que nunca vimos - ou que são pouco usuais na nossa grelha televisiva -, que nos desconcertam e que nos prendem do início ao fim. Por essa razão, assim que me cruzei com o anúncio de Pôr do Sol, anotei a data de estreia, pois não queria perder. Confesso que o primeiro episódio me deixou sem palavras, porque fui às cegas. No entanto, regressei no dia seguinte. E em todos os outros depois desse. Porque a surrealidade do projeto cativa - e vicia.


SETEMBRO

Esta série é uma viagem intimista, visceral, pelo mundo tão complexo das relações humanas. E é, também, uma mensagem sobre a importância de renascermos a cada nova adversidade, atendendo a que nós não somos um só momento. E, mesmo que o coração se fragmente, haveremos de encontrar o nosso lugar - físico e emocional. E de nos redefinirmos nele. Porque aprendemos a cair e a não permanecermos no chão.


OUTUBRO


Acompanhar esta série foi uma montanha russa de emoções. Mas todas fundamentais, visto que nos levam a refletir sobre o que é exposto e o que fica guardado atrás das cortinas, longe dos holofotes do palco. Ao longo de sete episódios, salientam-se as lutas internas e externas, as perdas, as conquistas, os dramas, os medos e a força de cada uma das Doce. Com muito humor à mistura, é um formato que inspira. E que transborda de empoderamento feminino. A banda mais icónica deste jardim à beira-mar plantado fez mesmo história.


NOVEMBRO


A segunda temporada de Auga Seca [uma produção portuguesa e espanhola] começou, este mês, e tem-me conquistado. Creio que está mais intensa que a primeira, até pela forma como tudo aparenta ser evidente e, ainda assim, carecerem as provas. Além disso, tem sido interessante acompanhar a falta de escrúpulos de alguns protagonistas, que estão dispostos a tudo para continuarem a fugir das suas responsabilidades.


DEZEMBRO


O Pintassilgo, adaptação cinematográfica do livro homónimo de Donna Tartt, estava na minha lista de espera, até porque a obra literária tornou-se uma das minhas favoritas de sempre. Com as expectativas em lume brando, para não me desiludir, embarquei nesta aventura alucinante, que faz justiça ao enredo do livro. É verdade que senti falta de mais intervenções do Hobie e da Pippa e que achei algumas passagens demasiado céleres, no entanto, creio que este filme espelha bem o sofrimento, a dor e o desnorte de Theo, enquanto criança. Em simultâneo, é um retrato, a longo prazo, das consequências da tragédia que teve de enfrentar. Explorando temas como o contrabando, a negligência parental e os vícios, O Pintassilgo tem uma carga humana bastante evidente. Por isso é que é tão fácil relacionarmo-nos, principalmente, com o protagonista.


Que séries/filmes marcaram o vosso ano?

Comentários

  1. Quero muito ver o Listen, tenho muita curiosidade.

    O filme que mais me marcou foi O Nosso Milagre, que falei no meu blogue. É simplesmente fantástico. Quanto a séries, começou uma nova temporada do 9-1-1, mas confesso que ainda não vi nenhum episódio.

    Beijinho grande, minha querida!

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    1. É um filme incrível!

      Ainda não consegui ver O Nosso Milagre, mas quero tratar disso. 9-1-1 vou vendo episódios esporádicos

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  2. Que o ano novo te volte a trazer muitas séries e filmes que valham a pena recordar!

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  3. Confesso não ligar muito a filmes e/ou séries. Sou mais por... desporto e documentários sobre algo.
    .
    Continuação de boas festas. Feliz Ano Novo.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Dentro deste panorama [e como se vê pela publicação], sou muito mais de séries :p
      Desporto também gosto muito

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  4. Mal posso esperar pela segunda temporada de Por do Sol <3 Vento Norte ensina-nos tanto. Ate que a Vida nos Separe é uma obra-prima. E viajei ate à minha infancia com Doce <3

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    1. E Listen é um aperto muito grande no coracao :'( <3

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    2. Ainda falta muito para agosto de 2022? :p
      Confesso que comecei a ver Vento Norte sem grandes expectativas, mas surpreendeu-me bastante.
      Acho que Até que a Vida nos Separe merecia muito mais destaque, porque a série está extraordinária.
      Fiquei completamente rendida a Doce

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    3. Sim, é mesmo! Passamos o filme em sufoco

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  5. Andreia uma boa experiência, muitas coisas boa que você assistiu, esse ano não assisti quase nada, bjs.
    http://www.lucimarmoreira.com/

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  6. Ainda acabou por assistir bastante coisas, confesso que algo que não fiz assim muito, mas claro que vou acabar por levar a sua sugestão
    Beijinhos
    Novo post
    Tem Post Novos Diariamente

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  7. Não vejo séries.
    Apenas filmes, mas não me lembro de nenhum que me surpreendesse.
    Obrigado pela companhia neste ano que agora finda.
    Que o novo ano prestes a começar chegue com muita saúde e coragem, pois assim já teremos o suficiente para conseguirmos o resto, nomeadamente paz, felicidade, amor e sabedoria. Que seja um ano iluminado e abençoado.
    Feliz Ano Novo, querida amiga Andreia.
    Beijo.

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    1. Eu já sou ao contrário, vejo mais séries do que filmes :)
      O meu agradecimento por ter estado sempre desse lado, Jaime. Que 2021 traga momentos muito felizes e de maior esperança.
      Desejo-lhe o mesmo

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  8. Ainda não vi nenhuma destas tuas sugestões!

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