Ódio de estimação
«O ódio requer realidades presentes», Miguel Unamuno
Há quem defenda que odiar é algo muito forte, tão forte que nos parece queimar a pele e sufocar as palavras. Concordo. Mas, mesmo assim, há um ódio de estimação do qual não me consigo desfazer: quando dizem/escrevem falecido(a) antes do grau de parentesco ou proximidade. Irrita-me esta mania que as pessoas têm de passar a classificar desta maneira quem perdemos, como se as relações diminuíssem por já não estarem mais ao nosso lado. Recuso-me a aceitar! É lógico que para efeitos legais se utilize esta terminologia, aquilo que não consigo entender é quando nos referimos a alguém durante um diálogo - escrito ou falado - através de um «o/a teu/tua falecido/a...», reduzindo tudo aquilo que foi a um pequeno pedaço de vazio. Os meus avós, por exemplo, continuarão a sê-lo ainda que já não estejam cá para os envolver num abraço apertado ou apenas para lhes perguntar se está tudo bem. Morrer é fechar um ciclo, é uma consequência natural de estarmos vivos. Como sempre ouvi dizer: «ninguém vai ficar cá para contar a história». Mas enquanto a minha jornada não chegar ao fim, permanecerão vivos dentro de mim!
30 comments
Concordo plenamente contigo!
ResponderEliminarBeijinhos Andreia querida <3
Concordo completamente com o texto e enquanto cá andarmos todos aqueles que amamos vivos ou mortos andaram connosco mais que não seja em pensamentos.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
É bem verdades o que dizes.
ResponderEliminarIsabel Sá
https://brilhos-da-moda.blogspot.p
Tão verdade :)
ResponderEliminarNão concordo contigo. Quero dizer, concordo mas não me parece motivo para ódio, ainda que seja um ódiozinho de estimação.
ResponderEliminarÉ apenas uma expressão, um modo de dar a perceber que a pessoa já não está entre nós. Senão arriscamo-nos a terminar a conversa e pessoa mandar beijinhos ou cumprimentos ao falecido, por não saber que já faleceu. Não são meras palavras que nos fazem gostar menos dos nossos entes queridos. :)
Percebo-te tão bem, também detesto quando se referem assim a alguém que partiu.
ResponderEliminarIdentifiquei-me realmente.
Boa terça feira
http://gestoolharesorriso.blogs.sapo.pt/
E eu concordo contigo querida :)
ResponderEliminarr: não gosto de pipocas !
ResponderEliminarEu chamo falecido ao meu ex namorado porque para mim está mais ue enterrado e ja não faz parte da minha vida. Aliás uso a palavra mesmo pelo sentido pejorativo dela porque realmente tal como tu odeio a palavra e acho impensável usar essa palavra com alguém que realmente morreu :S
ResponderEliminarBeijinho*
Perfeita a tua colocação e estou de pleno acordo. Não temos mais o físico mas eles estão vivos dentro do nosso coração
ResponderEliminarUm ótimo dia para você Andreia
Beijos
Artigo esse muito bem escrito,
ResponderEliminaro seu autor falando da realidade
porque é mesmo assim acredito
morre a gente, fica a saudade!
Tenha Andreia uma boa tarde, um beijo,
Eduardo,
Concordo plenamente contigo!
ResponderEliminarUm beijo
Concordo contigo, como sempre minha querida!
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE | FACEBOOK | YOUTUBE CHANNEL |
Verdade em tudo o que você escreveu, Andreia beijos.
ResponderEliminarNão entendo desa forma. Acho que dizemos falecido antes de dizer o grau de parentesco para que a pessoa para quem estamso a falar se situe no tempo e no espaço e que saiba que essa pessoas a quem nos referimos já não se encontra entre nós fisicamente. Para evitar perguntas e respeitar a nossa saudade
ResponderEliminarKis :>)
Nunca tinha pensado muito nisso, até ler o que escreveste, e acho que tens razão!
ResponderEliminarA partir do momento que se diz "do teu falecido..." nasce logo um sentimento de pena e caridade!
http://allthatweseeisjustadreamwithinadream.blogspot.pt/
vou ser sincera nunca pensei nisso, e sabe lendo você tem razão, mesmo que as pessoas estejam partido elas ficaram dentro da gente, até que nossa jornada termine
ResponderEliminarbeijos http://www.blogdaxavier.com.br/
Compreendo-te perfeitamente, a mim custa-me imenso :\
ResponderEliminarTambém me recuso a aceitar, e quando se referem a alguém como já não tem avó ou mãe ou pai por exemplo, nós vamos ter sempre avó, mãe, pai etc. mesmo quando partirem para o que eu acho que será um novo modo de existência não sabemos bem qual :)
ResponderEliminarBj S
r: fica na cabeça a música :)
ResponderEliminarobrigada querida *
Estou com as lágrimas nos olhos, tocar nesta frida é assim...como eu entendo, como eu odeio que tratem a minha querida avó paterna por "falecida"...mesmo o meu pai o diz e é horrível ."a minha falecida mãe, para quê? É mãe e pronto! Já sabemos que não está entre nós fisicamente, sim fisicamente né :) Porque na minha mente está muito mais presente agora.
ResponderEliminarKiss
http://inspirationswithm.blogspot.pt/
wow i love the Picture so much
ResponderEliminarsadly i am not able to read this text
maybe you would like to write in english too <3
hope you too visit my Blog <3
AMELY ROSE
Concordo totalmente.
ResponderEliminarOutra coisa (menos grave, no entanto) que me irrita é quando dizem "o meu namorado/a" ou "o meu marido/mulher". Faz-me imensa confusão porque as pessoas têm nomes. Eu nunca consegui chamar um namorado de "o meu namorado", era sempre pelo nome. Acaba por ir um bocado na onda do "falecido...".
Percebo - te perfeitamente, por vezes sentimos falta destas pessoas, de recordar o seu sorriso, o rosto as conversas afim, aquela saudade inexplicável. Recordar e viver e devemos manter as pessoas vivas dentro de nós.
ResponderEliminarhttp://retromaggie.blogspot.pt/
Existem ódios que duram uma vida inteira!
ResponderEliminarBjxxx
Nos saldos, embora seja impossível, tento sempre manter a paciência. A minha sorte é que moro longe de shoppings e só lá vou de vez em quando!! Caso contrário............
ResponderEliminarAhahah, bem feito!!! Podias tê-las feito e partilhavas :P
Meu Deus, como te compreendo!!! Parece que me lês :(
Instagram ∫ Facebook Oficial Page ∫ Miguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D
Concordo!!!
ResponderEliminarwww.nissimendes.ch
A coisa que mais odiei ouvir na vida foi uma senhora (com idade para ser minha avó) dizer-me "ai, coitadinha já só tem dois avós". Como se perder fisicamente uma pessoa significasse que ela tenha deixado de existir. Respondi-lhe logo que não, que os tinha a todos. Alguns só não estavam ao meu lado.
ResponderEliminarSabes o que diz a minha mãe sobre a morte? Que o outro lado deve ser bem melhor visto que ninguém volta ;)
Subscrevo estas palavras por inteiro querida. Tens toda a razão, as pessoas parece que se esquecem que mesmo aqueles que partem fizeram parte de nós, tiveram vida e deixaram uma marca e um legado neste mundo.
ResponderEliminarConcordo tanto contigo!
ResponderEliminarNunca consigo dizer a minha/meu falecida/o qualquer coisa!