Ódio de estimação


«O ódio requer realidades presentes», Miguel Unamuno


Há quem defenda que odiar é algo muito forte, tão forte que nos parece queimar a pele e sufocar as palavras. Concordo. Mas, mesmo assim, há um ódio de estimação do qual não me consigo desfazer: quando dizem/escrevem falecido(a) antes do grau de parentesco ou proximidade. Irrita-me esta mania que as pessoas têm de passar a classificar desta maneira quem perdemos, como se as relações diminuíssem por já não estarem mais ao nosso lado. Recuso-me a aceitar! É lógico que para efeitos legais se utilize esta terminologia, aquilo que não consigo entender é quando nos referimos a alguém durante um diálogo - escrito ou falado - através de um «o/a teu/tua falecido/a...», reduzindo tudo aquilo que foi a um pequeno pedaço de vazio. Os meus avós, por exemplo, continuarão a sê-lo ainda que já não estejam cá para os envolver num abraço apertado ou apenas para lhes perguntar se está tudo bem. Morrer é fechar um ciclo, é uma consequência natural de estarmos vivos. Como sempre ouvi dizer: «ninguém vai ficar cá para contar a história». Mas enquanto a minha jornada não chegar ao fim, permanecerão vivos dentro de mim! 

Comentários

  1. Concordo plenamente contigo!

    Beijinhos Andreia querida <3

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  2. Concordo completamente com o texto e enquanto cá andarmos todos aqueles que amamos vivos ou mortos andaram connosco mais que não seja em pensamentos.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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  3. É bem verdades o que dizes.

    Isabel Sá
    https://brilhos-da-moda.blogspot.p

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  4. Não concordo contigo. Quero dizer, concordo mas não me parece motivo para ódio, ainda que seja um ódiozinho de estimação.
    É apenas uma expressão, um modo de dar a perceber que a pessoa já não está entre nós. Senão arriscamo-nos a terminar a conversa e pessoa mandar beijinhos ou cumprimentos ao falecido, por não saber que já faleceu. Não são meras palavras que nos fazem gostar menos dos nossos entes queridos. :)

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  5. Percebo-te tão bem, também detesto quando se referem assim a alguém que partiu.
    Identifiquei-me realmente.

    Boa terça feira

    http://gestoolharesorriso.blogs.sapo.pt/

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  6. Eu chamo falecido ao meu ex namorado porque para mim está mais ue enterrado e ja não faz parte da minha vida. Aliás uso a palavra mesmo pelo sentido pejorativo dela porque realmente tal como tu odeio a palavra e acho impensável usar essa palavra com alguém que realmente morreu :S

    Beijinho*

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  7. Perfeita a tua colocação e estou de pleno acordo. Não temos mais o físico mas eles estão vivos dentro do nosso coração
    Um ótimo dia para você Andreia
    Beijos

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  8. Artigo esse muito bem escrito,
    o seu autor falando da realidade
    porque é mesmo assim acredito
    morre a gente, fica a saudade!

    Tenha Andreia uma boa tarde, um beijo,
    Eduardo,

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  9. Verdade em tudo o que você escreveu, Andreia beijos.

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  10. Não entendo desa forma. Acho que dizemos falecido antes de dizer o grau de parentesco para que a pessoa para quem estamso a falar se situe no tempo e no espaço e que saiba que essa pessoas a quem nos referimos já não se encontra entre nós fisicamente. Para evitar perguntas e respeitar a nossa saudade
    Kis :>)

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  11. Nunca tinha pensado muito nisso, até ler o que escreveste, e acho que tens razão!
    A partir do momento que se diz "do teu falecido..." nasce logo um sentimento de pena e caridade!


    http://allthatweseeisjustadreamwithinadream.blogspot.pt/

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  12. vou ser sincera nunca pensei nisso, e sabe lendo você tem razão, mesmo que as pessoas estejam partido elas ficaram dentro da gente, até que nossa jornada termine
    beijos http://www.blogdaxavier.com.br/

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  13. Compreendo-te perfeitamente, a mim custa-me imenso :\

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  14. Também me recuso a aceitar, e quando se referem a alguém como já não tem avó ou mãe ou pai por exemplo, nós vamos ter sempre avó, mãe, pai etc. mesmo quando partirem para o que eu acho que será um novo modo de existência não sabemos bem qual :)
    Bj S

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  15. r: fica na cabeça a música :)
    obrigada querida *

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  16. Estou com as lágrimas nos olhos, tocar nesta frida é assim...como eu entendo, como eu odeio que tratem a minha querida avó paterna por "falecida"...mesmo o meu pai o diz e é horrível ."a minha falecida mãe, para quê? É mãe e pronto! Já sabemos que não está entre nós fisicamente, sim fisicamente né :) Porque na minha mente está muito mais presente agora.
    Kiss

    http://inspirationswithm.blogspot.pt/

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  17. wow i love the Picture so much
    sadly i am not able to read this text
    maybe you would like to write in english too <3

    hope you too visit my Blog <3
    AMELY ROSE

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  18. Concordo totalmente.

    Outra coisa (menos grave, no entanto) que me irrita é quando dizem "o meu namorado/a" ou "o meu marido/mulher". Faz-me imensa confusão porque as pessoas têm nomes. Eu nunca consegui chamar um namorado de "o meu namorado", era sempre pelo nome. Acaba por ir um bocado na onda do "falecido...".

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  19. Percebo - te perfeitamente, por vezes sentimos falta destas pessoas, de recordar o seu sorriso, o rosto as conversas afim, aquela saudade inexplicável. Recordar e viver e devemos manter as pessoas vivas dentro de nós.
    http://retromaggie.blogspot.pt/

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  20. Existem ódios que duram uma vida inteira!

    Bjxxx

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  21. Nos saldos, embora seja impossível, tento sempre manter a paciência. A minha sorte é que moro longe de shoppings e só lá vou de vez em quando!! Caso contrário............

    Ahahah, bem feito!!! Podias tê-las feito e partilhavas :P

    Meu Deus, como te compreendo!!! Parece que me lês :(

    InstagramFacebook Oficial PageMiguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D

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  22. A coisa que mais odiei ouvir na vida foi uma senhora (com idade para ser minha avó) dizer-me "ai, coitadinha já só tem dois avós". Como se perder fisicamente uma pessoa significasse que ela tenha deixado de existir. Respondi-lhe logo que não, que os tinha a todos. Alguns só não estavam ao meu lado.

    Sabes o que diz a minha mãe sobre a morte? Que o outro lado deve ser bem melhor visto que ninguém volta ;)

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  23. Subscrevo estas palavras por inteiro querida. Tens toda a razão, as pessoas parece que se esquecem que mesmo aqueles que partem fizeram parte de nós, tiveram vida e deixaram uma marca e um legado neste mundo.

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  24. Concordo tanto contigo!
    Nunca consigo dizer a minha/meu falecida/o qualquer coisa!

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