THE BIBLIOPHILE CLUB // AGOSTO
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Fotografia da minha autoria |
Tema: Livros para ler ao sol
Calor. Céu limpo e iluminado. E literatura. Esta combinação proporciona a perfeita simbiose com o verão. E é nas páginas de um bom livro que gosto de saborear esta estação do ano, que nos permite estabelecer um ritmo mais dedicado e, talvez, célere. Porque o tempo é nosso e podemos geri-lo com outra liberdade. E nada como estar ao sol - na praia, na piscina, num parque, numa esplanada - com uma obra que nos faça viajar pelo mundo. Graças ao The Bibliophile Club, com o seu tema mais recente, aventurei-me com Júlio Verne.
A Volta ao Mundo em 80 Dias é um clássico. E o meu fascínio por descobrir novos locais, mesmo sem sair do lugar, aumentava a vontade de me perder neste enredo, que tinha tudo para me conquistar. E, em parte, foi o que aconteceu, porque somos convidados a viver quase duas histórias em simultâneo, intensificando o mistério, a adrenalina e a ansiedade, uma vez que não somos capazes de prever os contratempos e as peripécias que surgem em consequência dessas reviravoltas. Além disso, através de uma escrita simples, fluída e com traços de humor, há uma empatia imediata com as personagens. O único aspeto que me desmotivou, impedindo que me relacionasse em pleno com a narrativa, foi o claro desinteresse de Phileas Fogg em conhecer os sítios por onde passava. Naturalmente, entendo as motivações, pois o seu objetivo era claro: provar que é possível dar a volta ao mundo em 80 dias. No entanto, perde-se um pouco a vertente de exploração, havendo somente a preocupação de cumprir prazos. Embora o livro não perca o encanto, sinto que essa visão enriqueceria ainda mais o contexto delineado.
Em oposição, Júlio Verne é brilhante a trabalhar a nossa imaginação, a elevar o sentido de honra, de compromisso e de lealdade, a expor os costumes e os valores humanos e a caracterizar a alta sociedade do século XIX. O autor, simultaneamente, ao construir uma personagem tão peculiar como Fogg, conseguiu estabelecer alguns contrastes. Porque, no meio do um cenário de caos, onde as adversidades influenciam uma viagem programada ao segundo, o cavalheiro inglês nunca perde a sua postura serena e inquebrável. E esta antítese é mesmo interessante de acompanhar, até porque procuramos compreender se será uma constante ou se, a certo momento, sucumbirá à pressão. Este caráter imprevisível, que marca toda a obra, é fascinante, deixando-nos sempre alerta.
A Volta ao Mundo em 80 Dias tem um ritmo frenético e uma elevada dose de loucura e inconsciência. Recorrendo a vários transportes, ginástica mental e temporal, há relações a serem consolidadas no fundo desta correria, permitindo prevalecer a persistência e a luta contra o tempo e contra o destino. Numa mistura entre aventura e ficção científica, partimos numa viagem quase sem limites, com um final que me surpreendeu. E, claro, atendendo à evolução humana, tecnológica e de infraestruturas, há uma pergunta que nos balança no pensamento: atualmente, quanto tempo demoraríamos a dar a volta ao mundo?
Deixo-vos, agora, com algumas citações:
«Passepartout desejaria objectar alguma coisa. Não pôde. Saiu do quarto de Fogg, subiu ao seu, deixou-se cair numa cadeira e, empregando uma frase vulgar na sua terra natal, exclamou:
- Isso é que é uma grande peça! E eu que procurava o repouso!...» [p:21];
«Havia em tudo isto uma coincidência pelo menos estranha. Que pretendia este Fix?» [p:87];
«Partindo, o "China" parecia ter levado consigo a última esperança de Phileas Fogg» [p:181].
Penso que não li...mas ainda vou a tempo!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Claro que sim! Vais sempre a tempo :)
EliminarEm jovem tive a sorte de ter uma tia que me incentivou à leitura e passei basicamente toda a minha adolescência a ler. Esse foi um dos muitos "clássicos".
ResponderEliminar"porque somos convidados a viver quase duas histórias em simultâneo" - para mim a leitura é isso... o viver, o sentir, o "visualizar"
Quanto à sua "desilusão" (do personagem não tentar conhecer) tenho alguns amigos, para quem viajar é um eterno "check list", quando para mim só faz sentido se "viver" o local, da cultura à gastronomia, das pessoas aos locais, o simples deambular pelas ruas e de preferência captar esses momentos para mais tarde recordar.
Beijinhos
Ter pessoas que nos inspirem nesse sentido é mesmo maravilhoso!
EliminarPartilho, para mim também passa muito por aí, até porque é o que torna a leitura mais pessoal e especial, no fundo.
Não consigo ser assim, confesso. Ir aos sítios só para dizer que lá estive não é para mim. Prefiro ver menos, mas explorar, do que me limitar a passar ao lado. Compreendo bem o teu ponto de vista!
Eu não li mas vi os desenhos animados tanta vez. É uma boa história.
ResponderEliminarXoxo
marisasclosetblog.com
Os desenhos animados nunca vi
EliminarSabe sempre bem voltar aos clássicos, aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
ResponderEliminarAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Permite-nos uma perspetiva diferente. Obrigada e igualmente :)
EliminarJá ouvi falar imenso deste livro, mas nunca li. Aguçaste-me a curiosidade =)
ResponderEliminarBeijinho grande!
Também só agora é que me aventurei e, confesso, porque o encontrei numa loja em segunda mão
EliminarJúlio Verne era o escritor de eleição do meu avô materno. Fui quase obrigada a ler a obra do escritor francês durante a minha adolescência. Depois NUNCA mais peguei num livro dele 🐉
ResponderEliminarQue coincidência‼ Hoje, ao entrar numa livraria em Kaiserswerth, o primeiro livro que me saltou à vista foi a nova edição de À Roda da Lua 🌒 Não comprei‼ Vou procurar nas estante dos livros portugueses, se encontro algum livro de Jules Verne.
EliminarSó agora me estreei na sua obra, mas ainda não sei se a irei expandir. A ver vamos :)
EliminarOh, a sério? Há coincidências incríveis! Adoro :)
EliminarSim, pode ser que encontres algum perdido na estante
Tenho que tomar vergonha na cara e ler os clássicos rs
ResponderEliminarHonestamente, não sinto que tenha que ser obrigatório ler os clássicos. Temos que ler as obras que nos fazem sentido, independentemente da sua conotação. Claro que há clássicos maravilhosos, mas não temos que forçar esse contacto
EliminarSe não me engano esse livro ainda não tinha ouvido falar, mas parece ser bem bom para conhecer
ResponderEliminarBeijinhos
Novo post
Tem post novos todos os dias
Proporciona-nos um bom momento de leitura :)
EliminarJa te disse que adoro esta história e os desenhos animados também :)
ResponderEliminarBeijinhos
Confirmo, disseste sim :D
EliminarSabe tão bem ler durante as férias...(antes de ter as miúdas devorava vários livros durante as férias agora é tarefa impossível) Bjs
ResponderEliminarAgora tens que redobrar a tua atenção por mil tarefas :)
EliminarDá um descanso à mente diferente
É um clássico que ando para ler há muito tempo e que já habita na minha casa. Comprei uma vez quando foi lançada uma coleção de Julio Verne, mas não é bem o estilo de edição que me deixa com vontade de levar o livro para ler no comboio ou assim. Acho que tenho de comprar uma mais prática! 😛
ResponderEliminarTambém o tinha na lista há imenso tempo, até que encontrei esta edição numa loja em segunda mão e decidi trazê-lo. Mesmo assim, ainda demorei até pegar nele :p
EliminarSim, pode ser que ajude
Acho que ainda não li esse livro
ResponderEliminarRêtro Vintage Maggie | Facebook | Instagram
É interessante :)
Eliminaré mesmo uma questão de experimentares, meu bem :D
ResponderEliminarparece super, super interessante!
NEW OUTFIT POST | LIFE UPDATE AND VERSION 2.0!
Instagram ∫ Facebook Official Page ∫ Miguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D
Sim, verdade :)
EliminarÉ uma leitura agradável, coração!
Olha também tenho o livro em casa à espera da sua vez, gostei tanto da tua re-view que provavelmente será o próximo!!!
ResponderEliminarBeijinhos
Há leituras que, consciente ou inconscientemente, acabamos por adiar
EliminarAww, obrigada *-*
"A Volta ao Mundo em 80 Dias" é ainda hoje um dos meus clássicos preferidos :3 Não será com certeza dos melhores, mas tem um lugar especial no meu coração :) Ainda bem que gostaste!
ResponderEliminarGostei bastante, só gostava que o Fogg perdesse um pouquinho mais de tempo a explorar os locais :)
EliminarLi-o há cerca de 5 anos e prendeu-me desde o início, no entanto nunca mais li nada de Júlio Verne! A ver se me aventuro nele, qualquer dia :)
ResponderEliminarFoi a minha estreia na obra do autor. Vamos lá ver se me aventuro noutras :)
EliminarQuero muito ler este clássico de Júlio Verne! Penso que seja a obra pela qual tenho mais curiosidade :)
ResponderEliminarPartilhava dessa curiosidade e fui agradavelmente surpreendida. Apesar daquele aspeto menos positivo que destaquei, é fácil conviver com ele e prendermo-nos na obra
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