MOLESKINE | O MELHOR DE AGOSTO

Fotografia da minha autoria


«A vida é feita de momentos colecionáveis»


Agosto. Pele [semi] morena. Liberdade a descobrir. E saudades a serem apaziguadas. Em mês de férias, aproveitei para descansar muito, repor energias, estar menos em rede e reequilibrar a inspiração. Além disso, regressei a lugares especiais e, admito, houve algum nervosismo e alguma emoção à mistura, atendendo a que foi um redescobrir de traços que me aquecem o coração e que permanecem tão familiares. Em consequência, a minha coleção de dedais aumentou consideravelmente - e está mais bonita do que nunca. Na companhia das minhas pessoas e de leituras em duplicado, agosto foi inesquecível. Sinto que vivi um mês dentro das duas primeiras semanas, particularmente, mas este ritmo foi tudo o que o meu coração necessitava. Foi amor.

Férias 2019: O seu lado descomplicado e leve é sempre fascinante, mas a oportunidade de gerir este período de pausa para explorar o meu país é inacreditável. E, este ano, foi bastante sentimental, porque reencontrei-me com sítios que soam a casa. A vida dá sempre voltas inesperadas, privando-nos de algumas situações, mas quando tudo se alinha tem um significado mais poderoso. Deste modo, passeei por Portalegre, Campo Maior, Elvas, Olivença, Monsaraz, Reguengos de Monsaraz, Estremoz, Vidigueira, Mértola, Beja, Évora, Setúbal, Mafra, Ericeira, Torres Vedras, Óbidos, Alcobaça e Costa Nova. E fi-lo sempre de sorriso largo e uma paz imensa a transbordar do peito. Para a despedida, ainda consegui passar uns dias em Bragança. Voltamos ao Lago de Sanabria. E passei um dia em Baiona. Que retiro indescritível! A minha Pão de Forma imaginária fartou-se de deambular pelos nossos recantos encantados. E, assim, completei mais um álbum de memórias.


Sexto aniversário do blogue: O meu projeto mais bonito chegou ao sexto aniversário e eu sinto-me tão entusiasmada e tão nervosa como no primeiro dia, porque quero mantê-lo sempre fiel aos valores que idealizei, mas sem receio de me aventurar em mudanças. O blogue é um compromisso sério, porém, divirto-me imenso durante todo o processo criativo. Desafio-me. E entrego-me em pleno a cada conteúdo. Porque as palavras escritas são o meu dialeto e eu adoro comunicar em texto. Desde a criação deste espaço, houve muita descoberta interior. Muitas metamorfoses. E várias ligações a estreitarem os seus laços. Por isso, sinto-me muito grata por esta caminhada, que espero que seja ainda mais longa. Porque esta é a minha estrada. E a minha casa.


Concerto David Carreira: A minha chegada a Bragança coincidiu com o início das Festas da Cidade, que têm sempre concertos no Parque do Eixo Atlântico. Acabamos por não ir no primeiro dia [domingo, 18/08], mas fomos no segundo, para ver David Carreira. Embora não seja o artista que mais acompanho, aprecio algumas músicas e queria vê-lo em contexto de espetáculo [já o tinha visto na Queima das Fitas do Porto, mas acho que é diferente]. Independentemente do estilo - e das polémicas -, o concerto foi incrível! Ele é mesmo um homem de palco e a interação com o público foi extremamente natural. O jogo de luzes, o dinamismo, a parte visual estiveram irrepreensíveis, porque complementaram a história. Esteve mais de uma hora e meia num ritmo alucinante, conjugando o canto com a dança, e valeu mesmo a pena.

Jantar de Miguxos: Quando terminei o Mestrado, soube que um dos aspetos que mais me iria custar era o de não estar com as minhas pessoas diariamente. E tendo perfeita consciência de que os horários estariam desencontrados, os nossos convívios necessitariam de uma ginástica maior - mas isso não nos derruba na tentativa. Ainda que não tínhamos conseguido estar todos, ter um jantar para matar saudades do grupo soube-me pela vida. Esta família exclusiva é mesmo espetacular. E eu sou uma privilegiada por tê-los ao meu lado. Sem qualquer dúvida, foi um dos pontos altos do mês, porque senti os laços mais apertados e aquela sensação boa de que, passe o tempo que passar, estaremos sempre perto. E a conversa fluirá com a mesma cadência.


A nova época está quase a começar para o meu afilhado e é mesmo um orgulho vê-lo em campo, a fazer algo que adora: jogar futebol. No sábado passado, fui assistir a um jogo-treino e, apesar de coração de madrinha também sofrer nestas circunstâncias, tudo acalma quando observo a plenitude da sua entrega. Não sei o que lhe reservará o futuro, mas enquanto ele desfrutar desta paixão com um filtro tão bonito como agora sei que estará bem.

Agosto foi um regalo nesta gaveta literária, até porque nunca tinha lido tanto num mês. E que bem que me soube esta conquista - simultaneamente, consegui atingir a minha meta no Reading Challeng, do Goodreads, que estava marcada nos 50 livros.

Um Dia Naquele Inverno // Sveva Casati Modignani: Foi a minha estreia na obra desta autora e, confesso, fiquei muito entusiasmada com a premissa que fui descobrindo numa fase inicial da narrativa. No entanto, senti que faltou algo. Embora tenha gostado da fluidez da escrita e da história de amor, acredito que pedia - e merecia - mais intensidade, mais detalhe e, talvez, um outro desfecho em determinados acontecimentos. Foi uma leitura agradável, mas não me arrebatou.

Mudanças // Mo Yan: O autor não desenvolve um relato denso de todas as transformações, mas conseguimos percecioná-las pelo crescimento dos intervenientes. Portanto, com avanços e recuos temporais, contactamos com situações banais e caricatas do quotidiano, na mesma medida que nos cruzamos com um cenário de sofrimento e resistência. Numa clara hierarquia social, «analisa a sociedade através de uma multiplicidade de lentes», expondo as desigualdades económicas, o jogo de interesses, a corrupção, o sistema injusto e desleal e a travessia entre o «passado comunista da China e a transformação ocorrida no fim da era Maoísta» [Uma Dúzia de Livros // Agosto].

A Volta ao Mundo em 80 Dias // Júlio Verne: Tem um ritmo frenético e uma elevada dose de loucura e inconsciência. Recorrendo a vários transportes, ginástica mental e temporal, há relações a serem consolidadas no fundo desta correria, permitindo prevalecer a persistência e a luta contra o tempo e contra o destino. Numa mistura entre aventura e ficção científica, partimos numa viagem quase sem limites, com um final que me surpreendeu. E, claro, atendendo à evolução humana, tecnológica e de infraestruturas, há uma pergunta que nos balança no pensamento: atualmente, quanto tempo demoraríamos a dar a volta ao mundo? [The Bibliophile Club // Agosto].

Seja o Que For o Amor // Sofia Costa Lima: Há histórias que nos desarmam, porque o seu traço humano e relacional aproxima-nos de uma forma quase visceral. E foi o que me aconteceu com este livro, porque fui capaz de recuar a um tempo e a um nome específicos, sentindo tudo o que tive medo de dizer. Fiquei inerte. A transbordar emoções. E a abraçar uma catarse que julguei já não ser precisa. Mas isso também só foi possível pela sensibilidade inerente a cada momento. A Sofia escreve com amor. E, por isso, nunca me cansarei de a ler.

A Educação de Eleanor // Gail Honeyman: A delicadeza e a mensagem desta obra são de uma importância ímpar. E eu fiquei fascinada com a personalidade peculiar, e consequente evolução, da personagem principal, tão deslocada socialmente, mas, ainda assim, tão segura de si. Além disso, sendo um livro que também se foca nas relações interpessoais, gostei imenso que a autora não seguisse um caminho óbvio, demonstrando que é possível uma aproximação entre homem e mulher sem ser com o intuito de uma relação amorosa. Mesmo que esta não tenha sido uma luta consciente, fez toda a diferença no enredo, a meu ver. Recheado de humor, mas também de situações angustiantes, há um pensamento que não se pode perder. A Eleanor está bem. E nós crescemos imenso com a forma como observa o mundo.


Ao Fechar a Porta // B. A. Paris: O meu coração não teve um minuto de sossego no decorrer desta leitura, porque a violência psicológica é mesmo desgastante. Como é que uma pessoa pode enganar tanto? Neste livro conseguimos compreender como estamos longe de saber o que se passa dentro de quatro paredes, sobretudo, quando estamos tão focados na perfeição. E o perigo pode estar mais próximo do que imaginamos. Imprevisível, intensa e vulnerável, esta história não está assim tão desfasada da realidade. E isso é ainda mais assustador.

Raparigas Como Nós // Helena Magalhães: O género young adult não é presença nas minhas escolhas literárias. Contudo, fiquei mesmo curiosa com esta obra, principalmente, depois de todo o retorno positivo que fui descobrindo em sucessivas partilhas. E fico contente por ter cedido à vontade e à tentação de me aventurar numa zona que, inconscientemente, não me pertence, porque esta história é mesmo especial. Muitas foram as vezes em que dei por mim a voltar ao meu eu de 14 anos. Ainda que não partilhe as vivências da protagonista, porque a minha adolescência foi mais tranquila, revi-me na inocência, no amor puro, nos desgostos, na intensidade das ligações. E o final? Foi um murro no estômago. A escrita da Helena envolve-nos com naturalidade, quase como se fizéssemos parte das situações descritas.

A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar // Ricardo Araújo Pereira: Estreei-me, finalmente, na escrita de RAP e não o podia ter feito com melhor livro, uma vez que o seu registo corrobora a imagem que tenho dele: é dotado de uma inteligência fascinante. Esta «espécie de manual de escrita humorística» não partilha fórmulas infalíveis, mas permite-nos olhar para o humor com outra consideração, porque nem tudo é linear, inato e irreverente. Há um lado mais sério, que transmite a certeza de que esta arte também pode ser trabalhada. Nesta dança entre erudição e o tom tão característico de Ricardo Araújo Pereira, compreendemos o quanto o riso - e a gargalhada depois de uma piada - pode ajudar a desconstruir a finitude humana.

Debaixo de Algum Céu // Nuno Camarneiro: Um prédio à beira bar, uma linha temporal de oito dias e a vida dos inquilinos. Resumidamente, esta é a base que sustenta a história, mas a escrita poética do autor tem a capacidade de transformar a banalidade do quotidiano em reflexões mais profundas. É impressionante o mundo que existe dentro de um espaço fechado e o quanto se pode viver num curto espaço de tempo. A nossa jornada avança sempre, por maiores que sejam os nossos dilemas. E percebemos o quanto as relações podem quebrar e estreitar em momentos de crise. Numa travessia entre medos e desejos, este livro é feito de pessoas. E podia estar a descrever a nossa realidade.

O Carteiro de Pablo Neruda // Antonio Skármeta: A ternura de uma relação improvável é mesmo comovente. E tudo começa pela correspondência. Nesta obra acabamos por acompanhar uma aproximação peculiar, a intensidade de sentimentos e algumas reviravoltas mais dramáticas. Apesar disso, foi uma verdadeira lufada de ar fresco.

12 Anos Escravo: Fui, há uns anos, ver este filme ao cinema. E fiquei impressionada com a brutalidade das cenas, porque retratam acontecimentos angustiantes. O argumento está incrível, com um elenco de qualidade, mas expõe o lado mais corrompido da sociedade, onde as humilhações físicas e psicológicas são uma constante. No início do mês, vi-o novamente no AXN White e, mesmo sabendo o desenrolar da ação, não deixei de sentir o peito apertado. É preciso respirar bem fundo, mas as emoções e a revolta estarão sempre à flor da pele.

Jamestown: Esta série «conta a história de três mulheres corajosas», no tempo em que os ingleses «se lançaram na colonização dos Estados Unidos da América». Como ressalvei nesta publicação, o texto que sustenta o guião é ficcional, mas socorre-se de alguns factos reais. Este mês de agosto trouxe a terceira - e última, infelizmente - temporada e está mais intensa do que nunca. Isto promete!

1+3 | Aprendizagens que [me] revolucionam: A pegada que marcamos no mundo não tem apenas a dimensão da nossa alma. Porque somos feitos de todos aqueles que se cruzam no nosso caminho. É essa energia, essa inspiração, que vai completando a identidade que pretendemos maturar. E eu compreendi, com o tempo e com a visão atenta de terceiros, que tudo pode ser aprendizagem, seja para anexar no nosso peito, seja para sabermos como não agir - ou, simplesmente, como não ser.

Storyteller Dice // Os brincos cor de sol: Os meus olhos brilhavam todas as vezes que abraçava a minha avó Julieta e lhe descobria as orelhas cobertas com os seus brincos cor de sol. Havia algo naquela peça que me hipnotizava e que me fazia prolongar o nosso estreitar de braços, deixando-me serena e segura. E ali estavam eles, uns pequenos raios de luz, que me arrancavam de uma certa inércia, para levarem a minha mente a deambular pelos seus traços mínimos.

Alentejo: Uma História de Amor: O meu Alent[ej]o. A minha identidade divide-se entre duas cidades, ou não fosse eu filha de uma mãe de Gaia e de um pai do Porto. Mas algures no meu crescimento, sem saber explicar como, devo ter herdado uma costela alentejana.

O lado bom da vida também é vivido à mesa, sobretudo, se for redonda, para que o convívio seja mais amplo, agradável e sem condicionantes. E agosto, para além de ter trazido no regaço dias de muita cultura patrimonial, permitiu-me descobrir restaurantes mais tradicionais e outros mais contemporâneos, tendo em comum o serviço irrepreensível e a confeção saborosa. Assim, para iniciar esta aventura da melhor maneira, voltamos ao Sicialiano, em Tomar, onde as expectativas foram novamente superadas. Desta vez, fui para um Fettuccine al Salmone e levaram-me ao céu. Que delícia! As restantes experiências dividiram-se pela lista que partilhei na publicação Mesa Redonda | Especial Férias, porque conheci a Churrasqueira Primitivus [Campo Maior], o Café Alentejano [Estremoz], o Restaurante Típico Medieval [Évora] e o Pão da Vila [Ericeira]. E o Pingo Doce foi um aliado nas horas de almoço.


Nestas férias, tive ainda a possibilidade de revisitar a Costa Nova, por isso, passei por Aveiro para lanchar as emblemáticas tripas. Como sou pouco gulosa, escolhi a Tripa Mista, que mistura chocolate negro com doce de ovos moles. Na semana passada, estive na Festa da História de Vila Nova de Cerveira e não resisti a um Bolo Chaminé, que é um bolo tradicional macio por dentro e caramelizado com açúcar de baunilha, optando por recheio de chocolate e cobertura de coco.



A experiência gastronómica foi bastante completa, mas não posso deixar de destacar aquela que foi, para mim, a refeição que mais me encheu as medidas: Carne de Porco à Alentejana.

Ler Mais, Sem Dramas // Thirteen: Acredito que um dos grandes dilemas de um leitor seja encontrar estratégias que lhe permitam aumentar as suas leituras, abraçando um ritmo mais regular. Neste sentido, a Carolina listou algumas dicas úteis e fáceis de aplicar, que nos auxiliam neste processo de tornar a nossa rotina mais literária, mas sem nos sentirmos pressionados, porque o mais importante é adquirirmos esse gosto de aproveitar o nosso tempo livre na companhia de um livro.

Seiva // O sítio das pequenas coisas: A Laura tem uma visão muito criativa. E as suas palavras assumem um caráter poético, que nos deslumbra. Com esta seiva percebemos a mestria da simplicidade.

It Takes a Village: A Importância da Comunidade // A Sofia World: Sei que me repito, mas é este sentido de comunidade que nos dá alento e que nos permite crescer. E é mesmo interessante acompanhar a evolução dentro e fora das redes, porque a nossa perspetiva também muda e adquirimos novas ferramentas de comunicação e de empatia. Neste artigo brilhante, a Sofia partilhou a sua desconstrução sobre o assunto.

Desafio 1+3 // O que aprendi com alguém muito importante // Rita da Nova: A sensibilidade da Rita nestes textos mais introspetivos fala-me sempre ao coração, até porque transporta-me constantemente para algo ou alguém em específico. Tal como tive a oportunidade de partilhar nos comentários, consegui ouvir a minha avó materna a dizer-me aquelas palavras. E só lhe posso agradecer por isso.

Agosto implicou muitas viagens de carro e, como não poderia deixar de ser, várias horas de rádio ligado e infinitas músicas a colorir os diversos momentos do dia, proporcionando cargas emocionais distintas.


Nesta playlist em andamento e sempre diversificada, fiquei rendida à De Volta, que resultou de uma colaboração entre o 9 Miller e o Agir. Madera de Deriva transborda interculturalidade com a simbiose vocal de António Zambujo e Mon Laferte. Valas deixou-me viciada na Kilimanjaro e, graças à doit5thedogs, de Pedro Teixeira da Mota, descobri Ainda Tou Aqui, de F. Milly. James Arthur tem um timbre que eu adoro e a Falling Like The Stars comove-me sempre que a ouço. E, por falar em comoção, a Goodbyes - Post Malone feat Young Thug - está incrível. Assim como a Power Over Me [Dermot Kennedy]. Em bom português, Isaura lançou O Teu Nome Ainda Cabe No Meu. João Só e Os Quatro e Meia juntaram-se para nos brindarem com uma nova versão de Sofia Por Ela Própria. O Murta partilhou Segredos. Diogo Piçarra, de coração aberto, embalou-nos com a terna Só Te Faz Bem. E Papillon cantou-nos sobre Camadas. Seasons - 6Lack & Khalid - e Be Honest - Jorja Smith feat Burna Boy - também fizeram o meu mês. De volta ao meu dialeto favorito, confesso, primeiro estranhei, mas depois entranhei a Bandida do Carlão. Carla Prata continua a arrasar com A Malta Brilha. E Plutónio surpreendeu-me com o seu tema mais recente: Lucy Lucy. Já nas despedidas, Maro & Ariza partilharam o belíssimo Why. E Fernando Daniel deixou-me completamente arrepiada com a Melodia da Saudade.

Pablo ⭅ S01 Ep01: O rapper X-Tense aventurou-se num novo formato e criou uma web-série, que funciona como uma caricatura «do mundo atual da música, onde as músicas são drogas». No entanto, este projeto não é um ataque gratuito a terceiros, simplesmente, partilha um certo descontentamento em relação ao estado da industria, focando-se na hipocrisia inerente. Confesso que a minha motivação para ver o episódio foi saber que Pedro Durão, Pedro Sousa e Duarte Correia da Silva seriam personagens desta história, mas a verdade é que me ri imenso com o resultado [descubram mais em Rimas e Batidas].

Memento Mori // Rui Sinel de Cordes: Se há humorista controverso é o Sinel, que continua a dividir o público com o seu humor negro. No entanto, eu pertenço ao grupo dos que o consideram brilhante, pois toca na ferida sem receios, fazendo-nos pensar sobre as questões verdadeiramente importantes e que necessitam da nossa intervenção ativa. Em fevereiro, tentei assistir ao seu sétimo solo, mas foi impossível. Felizmente, a TVI decidiu apostar na sua transmissão. Com uma carga intensa, frenética e sarcástica, este espetáculo leva-nos a refletir sobre a vida e sobre a forma como a vivemos. Embora o título aponte no sentido da morte, é de vida que ele transborda.

João Couto // Ao vivo na Fábrica dos Ofícios: A música portuguesa está ótima e recomenda-se. E isso comprova-se com o talento de João Couto. Após lançar o seu primeiro álbum - Carta Aberta -, fica a certeza da sua mestria a escrever. Mais recentemente, partilhou uma verdadeira preciosidade, que corresponde à sua atuação na Fábrica dos Ofícios, onde nos brindou com Dança à Chuva, Canção Só, Inês e O Melhor de Mim.

Varicela: Teresa Arega chegou ao encantado mundo dos podcasts e trouxe um conceito absolutamente fascinante, porque o seu projeto centra-se numa componente imprescindível para todos aqueles que constroem conteúdo, que é o processo criativo. Aqui, é mesmo a criatividade quem assume o protagonismo. E ainda bem. Estou bastante curiosa para acompanhar o seu crescimento [primeiro episódio já disponível].

Tudo o Resto com Carolina Deslandes: Filipa Galrão - que tem uma das melhores vozes de rádio - deu vida a um podcast [também com formato vídeo], no qual se procura conhecer o lado menos público de figuras conhecidas da nossa sociedade, mas sem ser de um modo evasivo. A convidada mais recente foi a Carolina Deslandes e a conversa não podia ter sido mais inspiradora. Porque a artista tem uma visão muito humana, descomplicada e empática, já para não referir o seu enorme respeito pelo outro. Precisamos de mais Carolinas no mundo, porque ela está a quebrar mentalidades! Não deixem de ouvir.

Agosto foi cheio. Transbordou emoções. Foi leve. Gritou amor. Porque me permitiu não só regressar onde fui feliz, mas também dividir cada momento com parte da minha fortaleza. E é em situações desta magnitude que reforço a certeza de que sou uma privilegiada por termos tido força suficiente para gerir reviravoltas e, depois, desfrutar destas tréguas que nos enchem a alma. E de cabeça erguida, porque o sol volta sempre a brilhar. Além disso, só me posso sentir grata por tudo o que vivi neste mês. Contudo, esta gratidão necessita de destacar...

... os meus pais, por serem colo, asas e o meu maior exemplo.


... as férias inesquecíveis. Há alguns anos que não podíamos tirar uns dias da forma como o fizemos este ano e foi maravilhoso. Não só por saber a conquista, mas também por todo o lado de aventura associado.

... a surpresa da Matilde [Cantinho da Tily], que me enviou um miminho e uma carta, que terá uma resposta para breve, porque adoro esta troca de correspondência e tenho pena de nem sempre saber gerir tão bem o meu tempo, de modo a não negligenciar estes contactos.

... os meus Miguxos, que são a minha dose de loucura e amparo constantes. O meu norte. E aquele abraço-casa.

... A Cláudia S. Reis [Marés] e a Daniela e o Artur [Palavra-Padrão]. Os nossos caminhos cruzaram-se em alturas distintas, mas marcaram-me para sempre. Porque há pessoas com uma luz bonita, que se revestem de criatividade, inspirando-nos a ser e a fazer melhor todos os dias. Foi com imensa tristeza que li as despedidas a projetos que vi evoluir, embora perceba as motivações. Ainda assim, acredito que seja um até já, pois há sempre lugar para quem se dedica em pleno. E com verdade. Obrigada por me ajudarem a crescer e a olhar o mundo com outro filtro.

Comentários

  1. lovely place!
    HAPPY WEEKEND
    xoxo
    https://stylishpatterns.blogspot.com

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  2. Um mês de Agosto em pleno...

    Confesso estar um pouco "perdido" no blogue, no sentido de não ter entendido de tudo isto faz parte de uma só publicação ou se tem qualquer tipo de formatação "dinâmica e são várias publicações numa", o meu pedido de desculpas por isso, mas fiquei fora dos blogues o tempo suficiente para por vezes ter estas "brancas" (risos)

    Em todo o caso, gosto mesmo muito da sua escrita, da forma como usa as palavras, é refrescante e agradável de perder-me por aqui.

    Tentando não me perder nos pontos a comentar,

    Portugal é lindo, acabei por fazê-lo um pouco mais faseado, mas consegui regressar a locais como a Serra da Estrela, Guimarães, Alcácer do Sal, Passadiços do Paiva e seus arredores... A oferta a nível do turismo é de um nível extraordinário, a nossa gastronomia tem trunfos interessantes, as cidades e os locais são mantido limpos de uma forma generalizada.

    Na leitura, tenho saudades dos tempos em que conseguia ler um livro entre sexta e domingo... neste momento, levo provavelmente 3 ou 4 meses... se bem que nas férias do ano passado consegui ler 2 numa semana e senti-me bem...

    Bom fim-de-semana

    Quanto a mim, é mais assim:

    "Agosto. Pele [semi] branca. Liberdade ainda por descobrir." Vou ter de continuar a aguardar... (sorrisos)

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    1. Foi mesmo!

      Não há qualquer problema. Esta é uma publicação só, onde enumero as melhores coisas que aconteceram/li/vi/ouvi/entre outros em determinadas categorias, que podem ou não ser fixas, dependendo da experiência de cada mês.

      Muito, muito obrigada! Significa muito ler isso.

      O nosso país é mesmo maravilhoso, só temos que estar dispostos a explorar, a «perder» tempo a descobrir os diversos locais. Claro que também vamos encontrar coisas menos positivas, mas a verdade é que Portugal tem inúmeros pontos fortes.

      Compreendo, nem sempre a nossa rotina nos permite dedicar a determinadas paixões. Mas o mais importante é que continuas a ler, independentemente do tempo que possas levar a terminar um livro :)

      Obrigada e igualmente*

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  3. Foi um mês cheio de coisa, espero que o novo tenha mais momentos desses

    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  4. Que rico mês de Agosto :)
    Saudades das tripas doces :)
    Tens tempo minha querida e é esta troca faz-me mesmo bem ❤️❤️❤️
    Beijinhos e bom fim de semana*

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    1. É mesmo isso, não diria melhor *-*
      Já não me lembrava de comer uma tripa doce, foi assim um aconchego emocional e saboroso ahah
      Sabe pela vida ❤️

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  5. Meu querido mês de Agosto! Tiveste um mês em grande, cheio de memórias para as gavetas! 😊

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    1. Tal e qual *-* memórias para preencher o lado esquerdo do peito!

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  6. Parece ter sido um ótimo mês. Que Setembro seja tão bom ou melhor!
    Quero imenso ler "A educação de Eleanor" (:

    http://arrblogs.blogspot.com/

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    1. Foi mesmo :) obrigada, minha querida! Desejo-te o mesmo
      Acho que vais adorar

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  7. Que Agosto incrível. Adorei esta review =)

    Beijinhos!

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  8. Agosto a gosto.
    Estive em Baiona em 1997, parece que foi noutra vida!
    Beijinhos

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    1. Nessa altura ainda estava longe de saber que Baiona existia, mas agora tenho ido quase todos os anos :)

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  9. Foi um mês de férias mas com muita actividade, esses lugares que referiste estive em quase todos e fizeste-me viajar no tempo!!
    xxoxo

    marisasclosetblog.com

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    1. Foi bem preenchido, como eu gosto :) soube pela vida voltar!

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  10. Que mês em grande. isso é que foram cidades e imagino com muita coisa bonita para ver!
    Gosto da tu t-shirt :)

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    1. Lindíssima mesmo! Mal posso esperar para começar a partilhar tudo *-*
      É incrível, não é? Valeu bem o investimento ahah

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  11. Que rico mês de Agosto...Belos olhares.
    Bom fim de semana
    Bjs

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  12. Foi um mês em cheio, o que é óptimo e faz bem à alma!
    Beijinhos

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