UMA DÚZIA DE LIVROS
2021 || ABRIL: UMA SOLIDÃO DEMASIADO RUIDOSA

Fotografia da minha autoria



Tema: Um livro sobre livros


Abril leituras mil poderia ser o lema deste mês, sobretudo, quando reserva uma data comemorativa tão especial para os leitores. Por isso, neste «alinhamento de astros perfeito», embarquei no tema do Uma Dúzia de Livros. Como acredito que há coincidências extraordinárias, selecionei a história do autor Bohumil Hrabal, que me foi enviada pela Fonte de Letras, através da iniciativa Livraria às Cegas - da RELI.

«(...) é em vão que todos os inquisidores do mundo queimem livros, pois quando um 
deles contém algo de válido, o seu riso silencioso persiste mesmo no meio das chamas»

Uma Solidão Demasiado Ruidosa conta-nos a realidade de Hanta, cuja função laboral é destruir livros, salvando os mais belos exemplares das pilhas que se acumulam. Estabelecendo um paralelismo com a censura, esta obra leva-nos a refletir sobre o papel que a literatura tem na procura por conhecimento, na preservação da memória e na possibilidade de partir à descoberta de outras partes do mundo, sem que seja necessário sairmos do lugar onde nos encontramos. Além disso, é prova suficiente do quanto a palavra consegue ser indestrutível.

«(...) porque quando me ponho a ler, fico todo eu num outro mundo, fico dentro do texto»

Por outro lado, esta narrativa também destaca o impacto que o avanço tecnológico assume nos postos de trabalho e o facto de as pessoas serem consideradas descartáveis. E é com este cenário de fundo que acompanhamos o nosso protagonista, tão dividido entre pensamentos sombrios e apontamentos que se revelam raios de luz na sua vida solitária. Ainda assim, reconheço, estava à espera que o enredo seguisse por outro rumo e que me arrebatasse, uma vez que a premissa é intrigante e apresenta análises pertinentes. Porém, chegou a um ponto em que senti que se perdeu o foco, tornando-se um pouco repetitivo.

«(...) a compaixão e o amor que eu há muito esquecera e apagara da memória»

Uma Solidão Demasiado Ruidosa tem uma conotação política, pelo período em que se movimenta. E oscila entre a ascensão e a queda. Porque representa o fim de um ciclo tão transformador. Portanto, a pergunta que fica em suspenso é se a estrada pode continuar sem literatura.

«Quando era novo, também eu tinha ilusões a meu respeito»


// Disponibilidade //


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22 Comments

  1. Tenho que ler esse livro, achei muito interessante a narrativa. Obrigada pela partilha.

    Beijinho grande, minha querida!

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    1. Tenho de o reler, porque acho que parti para a leitura com as expectativas erradas

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  2. O que seria da humanidade sem livros? Nao quero nem imaginar... :( Excelente sugestao <3

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  3. Acho que sempre que venho cá encontro novos livros, esse ainda não tinha ouvido falar, mas parece ser bem bom para conhecer
    Beijinhos
    Novo post
    Tem post novos todos os dias

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  4. Suas postagens são ótimas, estou seguindo seu blog e curtindo bastante!! Parabéns!

    Meu Blog: Gabriela Mattos

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  5. Fiquei mesmo muito curiosa com este livro pelo que mencionaste, pena que possa ter perdido o foco. Mas parece-me ser muito interessante

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    1. Aconselho na mesma a leitura, porque é um livro interessante. Sinto é que parti com as expectativas erradas

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  6. Gostei muito da review, parece-me um livro interessante.
    Beijinhos
    Coisas de Feltro

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    1. Estava à espera de outra coisa, confesso, mas recomendo mesmo assim :)

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  7. Não conhecia este livro!!

    Beijos e abraços.
    Sandra C.
    Bluestrass

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  8. Amo ler, todos os temas. Esse será mais umpra minha lista!

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