MENSAGENS IMPORTANTES D'
O SÍTIO DAS COISAS SELVAGENS
Fotografia da minha autoria |
«Há uma em todos nós»
A arte é uma ponte para diversas realidades. E torna-se mais impactante quando a conseguimos enquadrar no nosso contexto. Por outro lado, pode ser o impulso que nos falta para compreendermos certas situações - por isso é que a representatividade é crucial. Portanto, para além de a encarar com o conforto da sua componente de entretenimento, acabo por procurar mensagens que, de alguma forma, correspondam à vida fora do ecrã.
Quando, no meu terceiro ano de licenciatura [em Educação Básica], analisei Onde Vivem os Monstros, de Maurice Sendak, nas aulas de Literatura Para a Infância e Promoção da Leitura, descobri uma história aparentemente simples, que se lê num sopro, mas que se divide por camadas imprescindíveis [em diferentes fases do nosso crescimento]. Porque, através de um balanço equilibrado entre a emoção e a imaginação, transporta-nos por uma viagem simbólica, que nos confronta com os nossos medos e as nossas inseguranças.
Recentemente, assisti à adaptação cinematográfica inspirada nesta obra - O Sítio das Coisas Selvagens - e, tal como o livro, permite-nos refletir acerca de mensagens, de aprendizagens, que moldam o nosso caráter.
A DIFICULDADE EM LIDAR COM EMOÇÕES E SENTIMENTOS
Max, o protagonista, mostra ser um rapaz indisciplinado. Embora alguns comportamentos necessitem de repreensão, porque é essencial ter limites, é fácil verificar que a maioria é despoletada pela incompreensão.
Gerir as nossas emoções e sentimentos pode ser complexo, ainda para mais, quando sentimos que ninguém se preocupa connosco, porque isso perpetua a dúvida e uma vontade quase incontrolável de chamar à atenção. E podemos fazê-lo da pior maneira possível, prejudicando-nos e entristecendo quem nos rodeia [consciente ou inconscientemente]. Mas este limbo faz parte da caminhada e de uma descoberta íntima - e esta condição é transversal a todos. Mesmo que demore até conseguirmos lidar com o que nos bate no peito, acabaremos por conseguir: pela força das circunstâncias, do amor e do colo de quem nos sabe dar a mão.
TODOS PRECISAMOS DE UM LUGAR SEGURO
Quando o mundo se torna num lugar turvo, confuso, demasiado barulhento para os nossos pensamentos, precisamos de encontrar um porto de abrigo - real ou ficcional -, que nos serene, que nos mostre que ficará tudo bem. Caso contrário, acabaremos por sucumbir «aos desejos e opiniões de muitas cabeças diferentes».
DAR ESPAÇO À IMAGINAÇÃO
No seguimento do ponto anterior, creio que esta é uma das mensagens mais evidentes, porque a nossa imaginação pode ser esse lugar seguro, onde encontramos mecanismos de defesa e força para compreendermos o nosso caminho ou, então, para construirmos rotas alternativas que nos permitam voar.
A IMPORTÂNCIA DA PERTENÇA
No fundo, todos queremos saber que há um lugar que continua a ser nosso e que pertencemos a alguém [independentemente da natureza dessa relação]. Por mais que, depois, nos distanciemos - do espaço físico e das pessoas -, é reconfortante sentirmos que se investe na pertença e que nos aceitam tal como somos.
QUANDO O IMPROVÁVEL NOS CONFORTA
A vida parece estar cheia de acasos felizes, por isso é que, muitas vezes, aquilo que é o mais improvável se torna o mais certo [ou o mais indicado para um determinado momento]. Neste argumento cinematográfico, assistimos ao nascer de amizades que nunca julgaríamos possíveis, mas a beleza é mesmo essa.
Por consequência, apela à necessidade de não rotularmos os outros e de vermos para lá das aparências.
DIALOGAR, DIALOGAR, DIALOGAR
Nem sempre é fácil expressarmos, em voz alta, para os outros, aquilo que nos magoa e/ou inquieta. Há ocasiões, inclusive, que é mais imediato tirarmos ilações de um detalhe fora do contexto do que confrontarmos os envolvidos para apurarmos a verdade. No entanto, é através do diálogo que se constroem relações saudáveis e inquebráveis - e que não resultariam pela mentira, mesmo quando não era mal intencionada.
Todos os nossos conflitos interiores podem ser revolvidos na base da comunicação.
CRESCER. AMADURECER. REGRESSAR. REPETIR
A nossa alma também é habitada por coisas selvagens, por isso, na ânsia de as desmistificarmos, talvez precisemos de partir, de ver novos horizontes, para lidarmos com as nossas frustrações fora do centro da ação, para serenarmos a rebeldia, para descobrirmos a nossa individualidade e para sermos quem quisermos.
Durante este processo, crescemos, amadurecemos e entendemos que ir não nos impede de regressar. Aliás, esse bilhete é vitalício. E podemos repetir sempre que nos sentirmos perdidos. Essa travessia pode ser mais onírica do que física, mas encontrarmo-nos é a forma mais segura de nos descobrirmos - em nós e no mundo.
14 Comments
Que post tão pertinente. Não conheço o livro, nem o filme, mas vou levar a sugestão para ver. Fiquei curiosa.
ResponderEliminarBeijinho grande, minha querida!
Muito obrigada, minha querida! Recomendo ambos :)
EliminarDeve de ser bem interessante.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Muito, Francisco :)
EliminarUma maravilhosa adaptação, um bom post com mensagens importantes bjs.
ResponderEliminarhttp://www.lucimarmoreira.com/
É daqueles filmes que nos ensina imenso!
Eliminar.Acredito que seja um livro muito interessante de ler
ResponderEliminar.
Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Tanto o livro como o filme valem muito a pena :)
EliminarFiquei muito curiosa com a obra! :)
ResponderEliminarwww.amarcadamarta.pt
Aconselho, Marta :)
EliminarQue ainda não conhecia de todo, mas acho que vou levar a sua dica
ResponderEliminarBeijinhos
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Se tiveres curiosidade, aconselho :)
EliminarAcho que são mensagens super importantes!!! Fiquei curiosa com o livro :)
ResponderEliminarSou suspeita, porque adoro o livro, mas é incrível. E a adaptação foi muito bem conseguida :)
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