ENTRELINHAS ◾ O VÍCIO DOS LIVROS

Fotografia da minha autoria

«Casa para terapia da alma»

As histórias têm vozes que nos aconchegam, por nos aproximarem de quem as escreve, de quem as coloca no mundo e o torna tão mágico. E eu acredito que abraçar as obras de Afonso Cruz é ter a permanente sensação de chegar a casa, ainda para mais quando, transpondo a ficção, nos permite descobri-lo enquanto leitor.

POR ENTRE RELATOS HISTÓRICOS E CURIOSIDADES

O Vício dos Livros é uma viagem inesquecível, emocional, para todos aqueles que encontram na literatura um porto de abrigo ou um passaporte para outras partes do globo. Interligando passagens históricas, curiosidades, memórias e reflexões, compreendemos a importância que a leitura e a cultura assumem na nossa jornada.

«Se não for pelo prazer de ler, talvez devamos ler pela nossa saúde»

O registo mais pessoal, que coloca os livros como protagonistas, não só nos leva a descobrir esta obra num sopro, como também nos faz refletir sobre vários prismas: porque os exemplares que mantemos nas estantes - ou aqueles que pretendemos adquirir - impulsionam um amor profundo. Em simultâneo, mostra-nos o encanto das bibliotecas, o perigo do gugudadismo e que é possível encontrar felicidade nos livros que não lemos.

«Um leitor, muitas vezes, tenta encontrar o caminho mais lento entre dois pontos. 

Era isso que eu fazia. Ia para a escola pelo caminho com mais palavras»

Neste diálogo constante - consigo e com os demais -, os temas pelos quais se divide só nos acrescentam.

DE UM LEITOR PARA OUTRO

A presente ode à literatura, à leitura e aos livros estabelece um fio condutor entre os vários textos, ainda que os mesmos sejam independentes. Porque, tendo sido escrita de um leitor para outro[s], privilegia um dialeto que nos une, que acalenta uma paixão comum e que fomenta este sentimento de pertença. Portanto, embora não nos conheçamos, há uma ponte que nos aproxima a todos. É por esse motivo que esta arte é tão poderosa.

«A leitura deve resultar numa transformação e um leitor deverá saber 

que aquele que abre um livro não é a mesma pessoa que o fecha»

O Vício dos Livros, com uma escrita que nos acolhe, por apresentar o toque a prosa poética bem característico de Afonso Cruz, é asa, é colo, é lar. E faz-nos querer demorar nas suas palavras, seguindo o trilho mais longo.

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