NA MINHA SEPULTURA DEVERÁ ESTAR ESCRITO

Fotografia da minha autoria



«Um dos maiores tabus do nosso tempo»


A morte continua a ser um tema tabu. Se calhar, pelo lado imprevisível, embora inevitável. Se calhar, pelo medo que, consciente ou inconscientemente, temos dela. Apesar disso, não deixa de ser importante conversar sobre a mesma e talvez ajude a amenizar a ansiedade que nos provoca, se escutarmos vozes familiares.


NA MINHA SEPULTURA DEVERÁ ESTAR ESCRITO

Nelson Nunes, partindo da premissa que falar da morte «não nos prende: liberta-nos», criou o podcast Na Minha Sepultura Deverá Estar Escrito, para o qual convida figuras conhecidas [e de várias áreas artísticas], concedendo-lhes espaço para deambularem, refletirem, sobre «o que sentem e o que vivem perante a morte».

Este assunto pesa-nos sempre, até pela dor e pela ausência, sobretudo, se começarmos a pensar acerca de quem nos é tanto. Mas tem sido uma travessia interessantíssima, porque é fascinante compreender como um mesmo tópico desperta sensações e perspetivas tão distintas. Não diria antagónicas, atendendo a que existem elos que coincidem entre convidados, mas diferentes naquilo que são as suas intervenções centrais; naquilo que focam. Portanto, vamos escutando partilhas vulneráveis e descomplexadas, sem banalizarem a morte.

Honestamente, ainda não consegui chegar a um consenso sobre aquilo que deveria estar escrito na minha sepultura. No entanto, sei que, quando chegar a minha despedida, gostaria que os meus me celebrassem e que não prolongassem o seu sofrimento [por muito egoísta que isto soe]. E adorei a ideia da Susana Romana: uma sepultura feita de ardósia para que escrevam nela. Sinto que combinava bem com a minha essência.

O momento para conversar sobre morte parece sempre desajustado, mas importa proporcioná-lo e, inclusive, normalizá-lo. Como diria Dumbledore, devemos usar «sempre o nome das coisas», porque «recear um nome aumenta o medo que se tem dele». E Nelson Nunes está a fazer um trabalho excelente, neste sentido, com este projeto, sendo, na voz de diversos intervenientes, um ponto de luz nesta névoa que paira o desconhecido.

12 Comments

  1. Fiquei curiosa com este podcast, tenho que ir ouvir. O conceito de morte é diferente de pessoa para pessoa, acho interessante vê-lo de várias perspectivas.
    Beijinho grande, minha querida!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tem sido mesmo interessante acompanhar por isso, por percebermos como é que este assunto é encarado pelas pessoas. Porque, é como tu referes, o conceito de morte é diferente para cada um de nós.

      Beijo grande, minha querida 💛

      Eliminar
  2. Mais um excelente podcast para me fazer companhia :) Tenho duas frases para a minha sepultura: "Vive um dia de cada vez" ou "Always Look on the Bright Side of Life" *.* Mas tambem gostei da ideia da ardosia... porque nao?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Belas escolhas!
      Fez-me tanto sentido a ideia da ardósia. Afinal, nós também somos as palavras das nossas pessoas. E tê-las eternizadas ali é uma homenagem muito bonita

      Eliminar
  3. Quando era mais jovem tinha horrores quando pensava na morte. Hoje não. Na minha opinião morrer é adormecer e eu não receio adormecer.
    .
    Cumprimentos cordiais.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Acredito que a nossa perceção da morte também se vá alterando com a maturidade e com aquilo que vivemos, porque aprendemos a relativizar e a colocar as coisas em perspetiva.
      A ideia de morrer, confesso, nunca me assustou. Deixa-me mais ansiosa pensar perder os meus

      Eliminar
  4. Fiquei curiosa em ouvir, a morte é uma coisa que ninguém gosta de falar bjs.
    https://www.lucimarmoreira.com/




    ResponderEliminar
  5. Hum, quem sabe não vai ouvir, pois fiquei bastante curiosa
    Beijinhos
    Novo post
    Tem Post Novos Diariamente

    ResponderEliminar