2022 ◾ 12 MESES, 12 PROJETOS AUDIOVISUAIS

Fotografia da minha autoria



«Temos tempo para gastar»


O meio audiovisual engloba projetos pelos quais nutro um enorme carinho. Mesmo que priorize mais uns formatos do que outros, estou atenta a novidades e a narrativas que se encaixem nas minhas preferências.

À semelhança do ano transato, consegui reunir um número simpático de filmes e séries que justificasse a existência de um top anual, mas optei por, também, acrescentar podcasts, um programa e um documentário.


JANEIRO

A pacatez de um lugar pode ser abalada quando menos se espera, colocando a população em alvoroço. E a sensação de desnorte agrava-se perante o choque e a falta de respostas que advêm de um crime violento, hediondo. Se calhar, «a província não é um lugar calmo». Se calhar, é mesmo um recanto «cheio de nervos», no qual os silêncios tornam-se ensurdecedores e a realidade nunca mais será a mesma - nem poderia ser.


FEVEREIRO

Apaixonada como sou por escrita, é claro que este episódio falou diretamente ao meu coração. E, por consequência, entrou no meu pódio de favoritos. Refletindo sobre a sua experiência, publicações de livros e temas relacionados, a Sofia leva-nos numa viagem muito interessante - com um toque descontraído e intimista.


MARÇO


Tabu
Bruno Nogueira, Francisco Pombares e Guilherme Fonseca são os autores de um programa crucial no panorama televisivo português, porque veio para humanizar, abanar consciências e mostrar que não fazer humor com determinados assuntos também é uma forma de discriminação. Partir do princípio que alguém, por ter uma doença, por exemplo, não sabe rir da mesma é errado. E Tabu está a desconstruir esse preconceito.


ABRIL


3 Mulheres: Pós-Revolução
Natália Correia, Snu Abecassis e Maria Armanda Falcão voltaram à RTP, desta vez, no Pós-Revolução, para procurarmos refletir sobre o impacto que o derrube do Estado Novo teria na sociedade. Assim, destacando-se nas suas áreas de intervenção, viveram intensamente este tempo de mudança, na tentativa de compreenderem o que se faria desta Revolução e qual seria o caminho para cimentar a democracia no país.


MAIO

Nelson Nunes, partindo da premissa que falar da morte «não nos prende: liberta-nos», criou o podcast Na Minha Sepultura Deverá Estar Escrito, para o qual convida figuras conhecidas [e de várias áreas artísticas], concedendo-lhes espaço para deambularem, refletirem, sobre «o que sentem e o que vivem perante a morte».


JUNHO


Sombra
Esta minissérie, transmitida pela RTP, é ficcional, mas baseada em factos reais. E é muito fácil conseguirmos identificar a história mediática que a sustenta, até porque, infelizmente, há casos que não nos saem da memória. O argumento acompanha, então, a luta de uma mãe que, anos depois do rapto do seu filho, se recusa a desistir de o procurar. Cada um à sua maneira, os episódios deixaram-me de coração nas mãos.


JULHO

O podcast mais saudável da nossa praça, porque o Pedro Sousa quis gravá-lo em andamento. Desta maneira, o humorista divaga sobre várias questões - pessoais ou da humanidade -, enquanto vai por esse mundo fora, maioritariamente a pé. Está a ser uma excelente experiência, quer pela retórica, quer pela aleatoriedade.


AGOSTO


Pôr do Sol 2
A primeira temporada de Pôr do Sol - série criada por Manuel Pureza, Henrique Dias e Rui Melo - tornou-se um fenómeno, quer pelo projeto em si, quer pelo facto de ter unido tantos espectadores. Portanto, a estreia da segunda temporada trouxe um novo entusiasmo. Estava muito curiosa com o seu desenrolar, porém, confesso que não estava à espera que conseguisse ser ainda mais genial que a temporada anterior. Mas a verdade é que se superaram e o resultado esteve à vista, de segunda a sexta, na RTP e na RTP Play. Que orgulho!


SETEMBRO


Cuba Libre
Uma das mais recentes aposta da RTP foi inspirada na luta de Annie Silva Pais, «filha única do último diretor da polícia política de Salazar, apaixonada por Che Guevara e pela Cuba de Fidel Castro». Confesso que nunca tinha ouvido falar da sua história, mas gostei bastante de a acompanhar. Aliás, arrebatou-me pela rebeldia da protagonista. Por falar nisso, este argumento baseou-se no livro A Filha Rebelde, de José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, que estou desejosa de ler. Que pena não ser uma história tão destacada.


OUTUBRO

O documentário homónimo, baseada no livro de José Saramago, teve Fábio Porchat ao volante da aventura, tentando reproduzir os passos do Nobel da Literatura. Pessoalmente, creio que a escolha foi genial, uma vez que o humorista conseguiu equilibrar os elementos históricos com a leveza da descoberta, da curiosidade. Não obstante, com um toque claro de modernidade, também fomos encontrando críticas subtis à sociedade.


NOVEMBRO


Contado Por Mulheres
A aposta audiovisual da RTP e da Ukbar Filmes pretendia «constatar a transformação de um país e de uma sociedade em diferentes contextos políticos, sociais e económicos, espelhando a realidade portuguesa (...) através de histórias de grandes autores de língua portuguesa». Portanto, com o intuito de, também, colmatarem a assimetria no acesso das mulheres à realização, convidaram cinco para contarem estas narrativas. O resultado, até ao momento, foram cinco telefilmes, que fugiram dos principais centros urbanos.


DEZEMBRO


Sou Menino Para Ir
Salvador Martinha é talento nato e eu sou uma apreciadora assumida do seu humor e dos trabalhos que tem apresentado. E se há ideias que a nós, comuns mortais, nos parecem completamente descabidas, com o seu cunho ficam perfeitamente exequíveis e hilariantes. «Depois de anos a receber inúmeros convites de seguidores nas redes sociais», sentiu que «tinha aqui um conceito para encaixá-los». E foi assim que surgiu Sou menino para ir, uma websérie criada pelo próprio, na qual, semanalmente, ficamos a conhecer todos os desafios que já aceitou. Este formato chegou, recentemente, à RTP e está ainda mais genial.


Que séries/filmes/podcasts/documentários/programas marcaram o vosso ano?

Comentários

  1. O canal FoxLife é um dos meus canais de eleição, é lá que vejo a maioria dos filmes, por isso, foi um ano marcado essencialmente por bons thrillers. Quanto a séries, só acompanhei a segunda temporada da série Chucky, estou agora a ver Riviera que era exclusiva da MEO.

    Beijinho grande, minha querida!

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    1. Na FoxLife acabo por ver mais as séries, mas, volta e meia, também me dedico aos filmes :)

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  2. Passando, vendo, lendo, elogiando, e deixando votos de um:
    .
    Feliz Ano Novo para si e família
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  3. Uma bela postagem, neste momento estou a ver sou menino para ir 😆 Madeira.
    Um excelente 2023 com tudo que desejar
    Beijinhos

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    1. Oww, que maravilha! O que me ri com esse episódio :D
      Obrigada e igualmente, querida Amélia

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  4. Confesso que com uma rotina corrida não tive oportunidade de ver alguma coisa, mas tens aí uma boa sugestão para se ver
    Um feliz ano novo
    Beijinhos
    Novo post
    Tem Post Novos Diariamente

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  5. Confesso que não acompanhei nada destas sugestões. 🫣

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    1. Se tiveres curiosidade, ainda consegues ver/ouvir algumas :)

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  6. Estou neste momento a ver "Sou Menino pra ir" :) Por do Sol ja faz parte da nossa tradicao nas ferias grandes *.*

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    1. O que achaste de Sou Menino Para I?
      Não sei como será o próximo agosto sem Pôr do Sol :(

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