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Fotografia da minha autoria |
Junho passou a revestir-se de saudade, de uma melancolia sobre a qual ainda não sei escrever. Mas também teve reencontros, jantares que foram colo, gestos que nos vão colando os caquinhos, a noite mais bonita do ano e muita música ao vivo. Este mês voou e, ainda assim, coube muita coisa no seu abraço.
as coisas maravilhosas de junho
os fragmentos aleatórios
Vinil de Evermore
A Taylor Swift entrou sempre nas minhas playlists, mas foi com Evermore que me alinhei completamente ao seu estilo musical. Numa ida à FNAC, comentei com a Sofia que gostava de comprar um vinil da Taylor e arrependo-me de não ter filmado a sua reação, porque os olhos dela até brilharam, e deixei-a escolher o vinil que viria comigo para casa. Curiosamente, a decisão final foi o Evermore e achei esta coincidência especial.


Roteiro Gastronómico
A lista nem sempre aumenta porque me esqueço de anotar os nomes no Roteiro Gastronómico. Ainda assim, tanto o Nola Kitchen como o Comfort Cakes estavam à espera de uma visita e fiquei rendida a ambos. A comida é deliciosa e o atendimento foi irrepreensível, já estou em contagem decrescente para regressar.


Outros fragmentos aleatórios: o pão com chouriço do Tradições da Aldeia, fazer iced caramel macchiato, voltar a provar burrata, o manjerico.
as músicas e os álbuns
- Depois do Pecado, Carolina de Deus;
- O Sangue, Dealema;
- de novo, Lour;
- Saudade, Gama WNTD;
- Agradecido, Plutonio
- Ferry Gold, A garota não;
- Violetta, Lhast (este escalou rápido para um dos favoritos do ano).
as publicações
preparei a jarra mas as flores ficaram
no parapeito por não ser capaz
de esbater esta fronteira entre o agora
e um passado que ainda ecoa tão dentro de mim
A única vez que escrevi sobre os meus favoritos do momento foi em 2021, porque estava tão fascinada com cada um daqueles apontamentos que senti que mereciam um destaque maior. Entretanto, não repeti esse conteúdo, mas voltei a sentir vontade de agrupar coisas que me estão a entusiasmar em diferentes áreas.
os filmes, as séries e os podcasts
O Zé Faz 25
Uma festa de arromba, que começa a incomodar a vizinhança por causa do ruído, leva a polícia até casa da família Valbom. O propósito da festa era a celebração dos 25 anos do Zé, mas há um problema: ninguém sabe do aniversariante. Assim, no decorrer de 8 episódios, o inspetor Durães assume a investigação, interrogando pessoas de interesse para o caso. A ele, junta-se a jornalista Joana Magalhães, «determinada em encontrar a verdade até às últimas consequências». Estou bastante investida neste mistério singular.
Rabo de Peixe
Inspirada em factos verídicos, Rabo de Peixe «lembra cicatrizes», porém, acredito que vai para além do estigma: esta «vila é uma das mais pobres do país e da Europa», mas não é só isso, não é só aquele incidente. As memórias pesam, há problemas que ainda hoje se manifestam em várias famílias, porque as feridas são permanentes, mas a série talvez venha aligeirar o ambiente e reduzir os preconceitos, uma vez que também nos mostra a importância de sabermos quem somos ou quem não queremos ser. Embora ninguém saia ileso - fisicamente ou de consciência - preciso da segunda temporada - opinião completa aqui.
Prata da Casa
Os humoristas Luís Franco-Bastos, Vitor Sá e André Pinheiro juntaram-se ao balcão para falarem sobre futebol, mas com muito entretenimento e desafios à mistura. Sai um episódios novo à quarta-feira e, admito já, o segundo é o meu favorito até agora - apesar disso, acho o conceito excelente e eles encaixam na perfeição.
Podcasts: A Lénia Rufino aventurou-se neste formato e lançou Primeiro Parágrafo. Em relação a episódios específicos, destaco Conversas Para Ler com Tânia Ganho, Aposta-mos e Filipa Galrão no Debaixo da Língua.
os livros
Os favoritos do mês
- Piranesi, Susanna Clarke;
- 10 Minutos e 38 Segundos Neste Mundo Estranho, Elif Shafak;
- Educação da Tristeza, Valter Hugo Mãe.
Outros livros lidos: Romance de Verão, Emily Henry | Que Nós Estamos Aqui, João Tordo | Quem Tem Medo dos Santos da Casa, Sara Duarte Brandão | Querida Tia, Valérie Perrin | Água Viva, Clarice Lispector | Rosa, Sónia Balacó | Sintra, Hugo Gonçalves | A Vida Mentirosa dos Adultos, Elena Ferrante | O Vício dos Livros II, Afonso Cruz.
os momentos
Hotel ao Vivo no Sá da Bandeira
A podsérie saiu do estúdio para o palco, após 6 temporadas e 81 episódios, para uma despedida especial. E isso, por si só, já seria entusiasmante para mim, porque adoro perceber como é que funcionam os projetos que acompanho de perto, mas acresceu o facto de conhecermos a origem de cada personagem e de termos a possibilidade de ver um episódio integral a ser gravado à nossa frente, com toda a adrenalina e eventuais falhas que essa dinâmica possa significar. O LFB já tem muitos anos de experiência a lidar com o público, porém, não deixa de ser uma aventura com outras exigências - experiência completa aqui.


Richie Campbell no Senhor de Matosinhos
O meu coração está em paz com o facto de, gradualmente, ir deixar de ouvir os meus temas favoritos ao vivo, porque ouvi-lo vale por tudo o resto. E que bom que foi voltar a estar num concerto do Richie Campbell, precisava mesmo daquela energia que me transcende. Venha o próximo, para ver «nuvens a transformarem-se em céus azuis» - podem ler a experiência completa aqui.


Solstício - Festival de Música
A Maia quis celebrar o dia mais longo do ano e assinalar a chegada do verão com «um Solstício de boa música portuguesa». E, para isso, convidou o David Fonseca e os GNR. O primeiro artista a subir a palco foi David Fonseca e a abertura do concerto é sempre icónica. É apenas a segunda vez que o vejo ao vivo, mas continuo fascinada com a sua energia, com a forma como nos envolve no espetáculo e como quase nos leva para uma dimensão paralela. Ficamos inebriados com o seu talento e com a narrativa visual. Os GNR são uma das bandas da minha vida e fazem parte de vários momentos do meu crescimento. Já não estava num concerto deles há alguns anos, porém, é incrível como a melodia ecoa e tudo se torna familiar de imediato. Há um toque que é apenas deles - podem ler a experiência completa no número 99 da newsletter.


S. João
O S. João, para além de ser a noite mais bonita do ano, é amor, é família, é abraço apertado. Confesso que dispenso os foguetes, mas os balões que cobrem o céu serão sempre a minha parte favorita, porque há, talvez, um apontamento de esperança entre o momento em que levantam voo e prosseguem viagem. O coração sentiu a ausência, mas ter os meus sentados à mesa dá-me sempre alento. É a magia do S. João.


O bicampeonato do Porto em Hóquei em Patins
A época foi dura e oscilante, mas esta foi, também, a conquista da união. Por mais que tenha parecido que iam bater no fundo, o grupo manteve-se junto e eu sinto um orgulho desmedido nele. Sofri muito, eles ainda mais, mas nunca viraram a cara, mesmo quando as críticas foram extremas (algumas delas injustas). Não acho que a sorte proteja sempre os audazes, mas eles protegeram-se uns aos outros, não largaram a mão e, assim, levantar a taça teve outro brilho. Parabéns, bicampeões, não havia ninguém a merecer mais.
Julho, sê gentil ✨