A SAÚDE MENTAL REPRESENTADA NA ARTE
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Fotografia da minha autoria |
«Cuidar da saúde mental deve ser prioridade»
A necessidade de implicar a saúde mental nas nossas discussões e intervenções é uma prioridade - cada vez mais - urgente. Porque é notória a consequência da sua debilidade. Além disso, atendendo a que existem determinados sintomas a manifestarem-se em silêncio, torna-se crucial alertar e investir na consciencialização do problema, para que a nossa resposta de auxílio seja muito mais célere, empática e, sobretudo, eficaz.
A World Federation For Mental Health criou, em 1992, o Dia Mundial da Saúde Mental [10/10], com o intuito de combater o preconceito ainda tão evidente e «ultrapassar barreiras nacionais, culturais, politicas e socioeconómicas», visto que esta questão é transversal a toda a humanidade. Como tal, é uma luta, uma missão, que deve ser abraçada, sem estigmas, por todos. E o caminho nunca poderá ser o da desvalorização. Muito pelo contrário, deve ser palmilhado de peito aberto, aceitando que há quartos escuros dos quais não fazemos parte, mas que são a realidade dos nossos pares. Portanto, é preciso conversar sem qualquer filtro.
Acredito que, para além de testemunhos pessoais, a arte tem um papel preponderante na sua abordagem e desmistificação. Por esse motivo, reuni algumas sugestões que nos consciencializam acerca da Saúde Mental.
CONSCIENCIALIZAR PARA A SAÚDE MENTAL









«Quando alguém lhe falar sobre ansiedade, depressão, pânico, jamais menospreze. Não é porque você
não vê uma crise que ela não existe. Dê ouvidos, se faça presente. Uma palavra pode definir se a próxima mensagem vai ser um bilhete de bom dia ou uma carta de suicídio e isso não é uma poesia»
Pedir ajuda nunca será um sinal de fraqueza. Se necessitarem, as minhas gavetas estarão sempre abertas para conversarmos. Contudo, para um acompanhamento mais focado - e profissional - têm à vossa disposição o Programa Nacional Para a Saúde Mental, a SOS Voz Amiga, a Vozes Amigas de Esperança de Portugal, o Telefone da Amizade, a Voz de Apoio e mais contactos que poderão consultar neste artigo do Expresso.
16 Comments
Que boa maneira de começar a semana com um artigo tão pertinente.
ResponderEliminarNo que diz respeito aos livros li felicidade roubado e podes ler também Armadilhas da mente do Augusto Cury.
No filmes vi o cisne negro e Adam. Séries sobre o tema ainda não vi.
Beijinho grande, minha querida!
Muito obrigada, minha querida <3
EliminarParecem-me duas sugestões fantásticas. Tenho de ler!
Isto é tao mas tao importante ser falado, como diz Michelle Obama a Saude Mental tem de ser tratada da mesma forma que a saude fisica, porque é a primeira que conduz a segunda <3
ResponderEliminarRecomendo Atypical e MAID como ja te tinha falado. Temos de estar atentos e cuidar de nos para que possamos estar bem para os outros <3
Partilho contigo e os teus seguidores esta situacao lamentavel que aconteceu no Metro do Porto, contada e presenciada por uma miga minha: https://www.facebook.com/ines.brito.313/posts/5181928528490245
"Sexta-feira, quando entrei no Expresso da Póvoa, na estação da Senhora da Hora, deparei-me com uma situação bastante atípica: um rapaz, chamado Miguel, estava estendido no chão da carruagem com uma data de gente em seu redor. Rapidamente percebi que algo não estava bem, mas a quantidade de gente era tal que me foi difícil compreender exatamente o que se passava. Um bombeiro e uma enfermeira, que iam a bordo, falavam com o rapaz na tentativa de o ajudar, mas em vão. Logo que o consegui ver imaginei-me na expressão aflitiva do Miguel. Estava a ter um ataque de pânico. Estava a vivenciar um episódio aterrador com um par generoso de pessoas em volta a afirmar coisas sem sentido. A especular que estaria a ter um ataque epilético. A garantir que seria uma convulsão. Estas palavras entravam-lhe nos pensamentos e adensavam a sua aflição.
"Não é nada disso, ele está a ter um ataque de pânico.", disse eu.
Numa questão de segundos, uma mulher aproximou-se de mim e perguntou se o conhecia. Referi que não, mas acrescentei que me é comum ter ataques de pânico, e, por isso, os reconhecia facilmente.
"Foi o que eu lhes disse. Eu sou psicóloga, mas a enfermeira e o bombeiro afastaram-me dele..."
Ela respirou, abriu passagem por entre as palavras vãs que em nada estavam a ajudar o rapaz, chamou-lhe docemente pelo nome e perguntou se aquilo já lhe tinha acontecido. O pobre Miguel acenou com a cabeça, a esforço, já que o resto do corpo lhe escapava à vontade.
Conseguimos tirá-lo da carruagem e já cá fora continuamos a tentar recuperar o Miguel que estava lá longe, abafado pelo terror de perder o controlo do seu corpo e da sua razão. Enquanto a psicóloga o ajudava a fazer exercícios de respiração e lhe tocava no braço, eu ia afagando-lhe a perna.
"Uma vez que o jovem já está fora do veículo, seguiremos em viagem até ao destino".
Mantive-me ainda mais uns segundos junto dele, passei a minha mão na sua canela uma última vez e entrei no metro.
Já lá dentro, os passageiros iam-se dividindo entre confusos, indiferentes - a maioria - e trocistas. Fiz um esforço enorme para ignorar as vozes de gozo, maioritariamente masculinas, que replicavam as palavras mais cruéis e mais absurdas perante um cenário de desespero alheio.
"Estes miúdos são uns fracos, dramatizam por tudo e por nada.".
"Era só fita, não lhe deu nada.".
"Havia de lhe acontecer algo a sério e eu queria ver."
À corajosa e assertiva psicóloga: muito obrigada. Faltou-me saber o teu nome para te agradecer com a dignidade devida.
Ao Miguel: espero que estejas bem. Gostava muito de te dar um abraço e te recordar que isto faz parte, mas que não nos define. Haverá sempre dias melhores, outros piores, mas nunca estamos sozinhos, mesmo quando rodeados de desconhecidos num transporte público.
Hoje, dia 10 de outubro, marca-se o Dia Mundial da Saúde Mental."
É crucial falarmos e cuidarmos da nossa Saúde Mental, porque, de facto, há imensas rotas que despoletam a partir dela.
EliminarEstou sem palavras para este testemunho. Muito obrigada pela partilha, minha querida <3
Não à duvida de que a arte tem um papel muito importante e preponderante no alerta para os problemas da saúde mental.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Sinto que ajuda a mostrar que há vários caminhos.
EliminarObrigada e igualmente, Francisco
A saúde mental é o mais importante da vida. O resto vem por acréscimo. Texto importante, maravilhoso de ler. O meu elogio.
ResponderEliminarCumprimentos poéticos
Muito obrigada pelo elogio, Ricardo!
EliminarÉ fundamental cuidarmos da nossa saúde mental
Das coisas que devemos dar mais atenção, que gostei bastante sa sua partilha, como é tão bom começar a nossa semana assim
ResponderEliminarBeijinhos
Novo post
Tem post novos todos os dias
É mesmo importante! Muito obrigada, Sofia
EliminarEu acredito que antes de qualquer coisa, até mesmo da saúde física, está a mental, ou o nosso cérebro não fosse a chave do mecanismo do corpo humano. Nos últimos tempos tenho melhorado muito a minha saúde mental e automaticamente tem melhorado tudo o resto. Já diz o velho ditado: mente sã, corpo são. Bjinhos
ResponderEliminarA nossa saúde mental implica tudo o resto, sem dúvida. Por isso, é fundamental não a descurarmos. Esse ditado é bastante apropriado
EliminarÉ preciso, mesmo, alertar consciência para um problema que cada vez mais afeta a sociedade.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Sem dúvida, Isa. Não deixa de ser uma responsabilidade social
EliminarSem dúvida que é um tema muito importante e bom de ser divulgado! Obrigada pela partilha e todas as sugestões :)
ResponderEliminarEu é que agradeço pelo retorno. Nunca será de mais alertar
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