2021 || 12 MESES, 12 MOMENTOS

dezembro 25, 2021

Fotografia da minha autoria

«Faça com que os grandes momentos se repitam»

O álbum de memórias - fotográficas e emocionais - consegue acalmar o meu peito inquieto, na mesma medida em que acalenta o traço nostálgico que é parte da minha essência. E, se há algo que me preenche, é fazer uma viagem retrospetiva por cada fragmento que compõe esta caminhada de histórias tão singulares.

A folha estava em branco, a almejar uma dose de palavras plurais. Por isso, de pés firmes ao chão, mas sem medo de voar, comecei o ano a enumerar alguns desejos, que não estavam dependentes de um prazo de concretização. E a verdade é que ainda não foi desta que me aventurei a fazer uma tatuagem, que tirei um curso de fotografia e que concluí o meu livro. No entanto, este último ponto está mais perto de acontecer. Além disso, avancei bastante no projeto 30 antes dos 30 e voltei a marcar presença em espetáculos ao vivo.

2021 foi um misto de emoções fortes. Trouxe-me muitos acontecimentos felizes, mas também me tirou o tapete, obrigando-me a processar perdas. Ainda assim, mantenho-me consciente que é a vida a evoluir. Portanto, embora não seja simples reduzir um ano a 12 momentos, foram estes que trouxeram uma luz distinta.

JANEIRO

Ser Convidada do Crise de Identidade: Foi com um misto de surpresa, pânico e entusiasmo que recebi o convite da Sofia para participar no seu podcast. E posso adiantar que adorei! A prova disso é que estivemos à conversa durante uma hora e quarenta e um minutos para o episódio, mas redobramos o tempo com o pré e o pós gravação. O Zoom aproximou-nos e, assim, conseguimos falar sobre a minha infância, sobre a importância da cultura e da educação e, claro, sobre futebol - e o nosso Porto. Modéstia à parte, ficou um belo momento.

FEVEREIRO

Aniversários: Em casa, celebrei o aniversário do meu Super Herói favorito, o meu pai. É uma honra ser parecida com ele, sentindo este amor inesgotável. Além disso, através de uma vídeochamada de Miguxos, festejei o aniversário do T. Sou mesmo sortuda por ter uma família - de sangue e de coração - tão incrível!

MARÇO

FC Porto nos Quartos de Final: O Porto é um dos meus traços de personalidade mais bonitos. Sempre vibrei bastante com futebol, porque existe uma linguagem emocional impossível de descrever, mas que mexe cá dentro. No jogo da segunda mão com a Juventus, lutamos pelo acesso aos quartos de final da Liga dos Campeões. E, sim, falo no plural porque, embora não esteja em campo, visto a camisola com o mesmo amor. Numa partida frenética, mal consegui ficar sentada. Irritei-me, disse palavrões seguidos, gritei a plenos pulmões e emocionei-me. Muito. Porque foi um final poético e digno para a mística deste meu amado clube.

ABRIL

Aniversário: Vinte e Nove. E mais uma volta ao sol. Nesta viagem sempre imprevisível, tenho aprendido a escutar a melodia que canta no lado esquerdo do meu peito, ainda que, por instantes, também necessite de uma voz um pouco mais racional. Mas é em todos estes passos em corda bamba que vou saltando sem rede ou estendendo o colo que me ampara. Talvez exista, em mim, uma linguagem feita de saudade, no entanto, continuo a querer abraçar o mundo, neste presente que me foge por entre os dedos, enquanto me impulsiona a voar no seu compasso. E eu sigo, mesmo que não saiba para onde. Apenas porque sei de onde vim.

MAIO

Final da Eurovisão: A final da Eurovisão deixou-me sem palavras e não pelos melhores motivos. Porque, mesmo sendo suspeita, acredito que os The Black Mamba mereciam um reconhecimento maior. Ainda assim, a pontuação não condiciona, em nada, a admiração que lhes tenho e o quanto me emocionei a escutar o seu Love Is On My Side. Foi uma atuação mágica e arrasaram naquele palco. Que orgulho desmedido.

JUNHO

12 Anos Blogosféricos: A blogosfera é casa. É o refúgio que me desliga do mundo, permitindo-me dar voz à minha criatividade ou expiar anseios, mesmo quando não existe qualquer traço biográfico nas palavras que partilho em rede. No entanto, esse é, para mim, um dos encantos da escrita, pois nem sempre é percetível onde termina a imaginação e onde começa a realidade. 12 anos volvidos, vou [re]encontrando o meu lugar.

JULHO

Casamento do Meu Primo: O grande momento já era para ter acontecido, mas a pandemia obrigou a várias mudanças e reagendamentos - nem quero imaginar o quanto a situação foi desgastante, mas terminou no inigualável final feliz. Assim, no passado dia 18, na Quinta Vale do Corga, reunimo-nos para fazer parte deste marco, que assinala um novo capítulo dos noivos. E foi mesmo de coração a transbordar que vi o meu primo, que é quase um irmão mais velho, a dar este passo. A cerimónia foi descontraída e inesquecível. E nem tenho palavras suficientes para descrever o encanto da sala, da festa, do ambiente. Repetia já a experiência.

AGOSTO

Maior e Vacinada: Já tenho o plano de vacinação completo. Contrariamente à primeira dose, em que só tive o braço um pouco dorido, a segunda deixou-me com febre, mas nada de preocupante. Mais uma conquista!

SETEMBRO

Feira do Livro do Porto: O evento mais mágico e magnético do ano invadiu a cidade do Porto. Mais concretamente, os Jardins do Palácio de Cristal. E eu voltei a sentir que a época natalícia chegou mais cedo, até porque não resisto a complementar as estantes com novos autores e um plano narrativo infinito. Interligando literatura, cultura e diversidade, a Feira do Livro tem uma atmosfera que aconchega. Um ritmo frenético. E olhares que revelam um profundo amor a esta arte. Por isso, sinto-me sempre em casa.

OUTUBRO

Eventos Culturais: Costuma dizer-se que o melhor vem no fim. Nem sempre, contraponho. Mas a verdade é que a última semana e meia de outubro permitiu-me marcar presença em dois eventos extraordinários: o Magical Garden e o concerto fabuloso do João Couto. Posso voltar a estas datas? Encheram-me o coração!

NOVEMBRO

Vem Cantar Comigo & Terapia de Casal: A sensação de estar numa sala de espetáculo, para assistir a um concerto de alguém que admiramos, é sempre indescritível. Porque há um vínculo emocional que nos desarma. Portanto, regressei ao Teatro Sá da Bandeira para escutar o inigualável Diogo Piçarra. Além disso, também estive presente no Hard Club, para o lançamento do livro da Rita da Nova e do Guilherme Fonseca. E fico-lhes grata por nos presentearem com uma energia tão cómica - excluindo a blasfémia da francesinha.

DEZEMBRO

Natal: É extremamente difícil - para não dizer impossível - que outro momento consiga roubar as atenções desta quadra, porque o Natal tem uma magia muito própria, que contagia tudo ao meu redor, durante o último mês do ano. Sentindo o aconchego da minha fortaleza, foi a paz e a segurança que eu necessitava.

Que momentos marcaram o vosso ano?