30 anos de silence 4

Fotografias da minha autoria


As minhas primeiras referências musicais fui buscá-las ao meu pai, mas os Silence 4 não vieram agregados a essa bagagem. Apesar de não os ter abraçado profundamente durante o meu crescimento, havia letras que não sabia cantar, por serem numa língua que não me é tão intuitiva, mas que sabia sentir como se fossem um pedaço da minha história em construção. E isso não se pode esquecer.

Quando anunciaram um reencontro para celebrar os 30 anos da sua formação, admito, hesitei um pouco antes de comprar o bilhete, porque questionei-me se fazia sentido estar presente, tendo em conta que não vivi de perto o crescimento da banda. Só que, depois, questionei-me se estaria disposta a perder a oportunidade de cantar ao vivo a Borrow ou a To Give, por exemplo, e se estaria disposta a desperdiçar um momento que talvez não se voltasse a repetir. A resposta negativa às duas foi bastante esclarecedora.

      

Tinha três anos quando o David Fonseca, a Sofia Lisboa, o Tozé Pedrosa e o Rui Costa se juntaram e se tornaram num «dos maiores fenómenos da música portuguesa», mas isso não impediu que existissem versos seus a ecoar na minha memória. Demorei mais do que devia a incluí-los na banda sonora da minha vida, mas o concerto a que assisti no domingo (16/11) foi a prova perfeita de que ainda cheguei a tempo, porque estarem ou não no ativo não altera a intemporalidade dos temas que lançaram na sua carreira.

Emocionalmente falando, acho que oscilei durante todo o espetáculo: por um lado, porque estava hipnotizada, quase como se não acreditasse bem que os tinha à minha frente, com a viagem visual e auditiva que construíram e que me levou até fases muito específicas da minha jornada e, por outro, porque desejei que demorasse a chegar ao fim. Não fui às lágrimas, mas comovi-me imenso e senti na pele o privilégio de estar naquela sala a ver tudo aquilo a acontecer, a redescobrir a magia de certas canções.

30 anos depois, é maravilhoso poder celebrá-los desta maneira emotiva e memorável.

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