Entre Margens

Tinhas coragem para largar tudo e partir ou há algo que nunca serias capaz de deixar para trás? O dilema será sempre entre ir ou ficar. Qual escolhes?  

«Como leitor, o que eu gosto é de ler e dizer, bolas, é exactamente isto que eu sinto e não era capaz de exprimir. Quando um livro me ensina a explicitar emoções que eu sinto, esse é um livro bom», António Lobo Antunes.


O desejo de ter a minha própria biblioteca em casa cresce todos os dias e aos poucos vou conseguindo. Tenho uma lista de livros que quero comprar, que aumenta mais do que aquilo que diminui, para me ajudar nessa tarefa. Há nomes que se repetem e não estão por ordem de preferência; e no meio de sessenta e quatro títulos ainda só um está rasurado. Dificilmente esta lista terá um fim, mesmo que consiga riscá-los a todos de lá, porque algures nesse processo outros serão os livros que me chamarão à atenção. 


A minha lista de livros:

1. Prometo falhar, Pedro Chagas Freitas; 
2. A Fórmula da Saudade, Daniel Oliveira; 
3. O livro das perguntas do alta definição, Daniel Oliveira; 
4. Alta Definição – o que dizem os teus olhos, Daniel Oliveira; 
5. Alta Definição – a verdade do olhar, Daniel Oliveira; 
6. 1 dose de droga, 1 gr. De esperança, Daniel Oliveira; 
7. A Força das Palavras, Gustavo Santos; 
8. Galveias, José Luís Peixoto; 
9. Morreste-me, José Luís Peixoto; 
10. A Criança em Ruinas, José Luís Peixoto; 
11. A Gaveta de papéis, José Luís Peixoto; 
12. A casa, a escurdião, José Luís Peixoto; 
13. Cal, José Luís Peixoto; 
14. O amor é fodido, Miguel Esteves Cardoso; 
15. Amores e saudades de um português arreliado, Miguel Esteves Cardoso; 
16. A causa das coisas, Miguel Esteves Cardoso; 
17. Os meus problemas, Miguel Esteves Cardoso; 
18. Explicações de Português explicadas outra vez, Miguel Esteves Cardoso; 
19. As minhas aventuras na republica portuguesa (revistas), Miguel Esteves Cardoso; 
20. Com os copos, Miguel Esteves Cardoso; 
21. A vida inteira, Miguel Esteves Cardoso; 
22. Cemitério de raparigas, Miguel Esteves Cardoso; 
23. A minha andorinha, Miguel Esteves Cardoso; 
24. Último Volume, Miguel Esteves Cardoso; 
25. Escrítica Pop, Miguel Esteves Cardoso; 
26. Por ti resistirei, Júlio Magalhães; 
27. Longe do meu coração, Júlio Magalhães; 
28. Um amor em tempos de guerra, Júlio Magalhães; 
29. Os retornados, Júlio Magalhães; 
30. A filha do capitão, José Rodrigues dos Santos; 
31. A fórmula de Deus, José Rodrigues dos Santos; 
32. A prisão do silêncio, Torey Hayden; 
33. Raposas inocentes, Torey Hayden; 
34. Filhos do abandono, Torey Hayden; 
35. A força dos afectos, Torey Hayden; 
36. Vozes silenciosas, Torey Hayden; 
37. Uma criança em perigo, Torey Hayden; 
38. À procura de Alaska, John Green; 
39. O teorema de Katherine, John Green; 
40. Cidades de papel, John Green; 
41. Quando a neve cai, John Green; 
42. Nós por aí, Vera Kolodzig e Diogo Amaral; 
43. Os milagres acontecem devagar, Margarida Rebelo Pinto; 
44. A rapariga que perdeu o coração, Margarida Rebelo Pinto; 
45. Gugui, o Dragão Azul, Margarida Rebelo Pinto; 
46. Madrugada Suja, Miguel Sousa Tavares; 
47. No teu deserto, Miguel Sousa Tavares; 
48. Ontem não te vi em Babilónia, António Lobo Antunes; 
49. Contos à moda do Porto, Miguel Miranda; 
50. Verão quente, Domingos Amaral; 
51. A rapariga que roubava livros, Markus Zusak; 
52. O problema não és tu, sou eu, Ana Garcia Martins; 
53. Se eu ficar, Gayle Forman; 
54. As cinquenta sombras de Grey, E. L. James; 
55. As cinquenta sombras mais negras, E. L. James; 
56. As cinquenta sombras livre, E. L. James; 
57. O homem que mordeu o cão, Nuno Markl; 
58. O novo, incrível, definitivo, arrebatador, estrondoso, monumental e titânico livro d'O homem que mordeu o cão, Nuno Markl; 
59. 31 anos de presidência, 31 decisões, Jorge Nuno Pinto da Costa; 
60. Gosto de ti assim, Marta Gautier; 
61. Os anjos não têm asas, Ruy de Carvalho;
62. Amo-te em todas as línguas, Cátia Santos;
63. Nunca te distraias da vida, Manuel Forjaz;
64. Força de viver, Simone de Oliveira.

Qual é a vossa lista de livros (se tiverem)? Já leram ou querem ler algum destes?

«Cozinhar é como tecer um delicado manto de aromas, cores, sabores, texturas. Um manto divino que se deitará sobre o paladar de alguém sempre especial», Sayonara Ciseski


A receita de hoje sai da gaveta mais doce da casa. E combina como sobremesa, lanche ou até depois do jantar. Além disso, sabe bem em qualquer altura, principalmente quando sentimos falta de um aconchego guloso no estômago. 

Fazer um bolo pode ser demorado e o nosso apetite nem sempre está disposto a aguentar tanto tempo, mas isso não significa que não exista solução. E não, não têm que esperar que a vossa paciência esteja generosa, muito menos têm que sair de casa. Em apenas três minutos o problema fica resolvido.

O bolo de caneca é das invenções mais fáceis e rápidas. É verdade que não podemos abusar e fazer disto um hábito, mas temos aqui uma alternativa bastante deliciosa. Costumo fazer o de chocolate (podem substituir por outro ingrediente) e às vezes acrescento-lhe café - aqui varia, ou coloco uma colher de café em pó ou um café pronto a beber. Se preferirem, podem fazer uma calda para acrescentar por cima do bolo quando este estiver pronto ou, então, acompanhá-lo com gelado. Isso dependerá da gulosice de cada um. 

Os ingredientes e o modo de preparação estão na imagem, mas podem sempre adaptá-la ao vosso gosto (por exemplo, nunca coloco as quatro colheres de açúcar, apenas uma e meia). Qualquer dúvida (ou sugestão) que tenham deixem nos comentários ou enviem para o e-mail do blog. 

Bom apetite!

... visitas ao Portugal dos Pequenitos. Aquele mundo encantado, de casas que hoje reconheço como sendo em miniatura, fazia-me sonhar. Ali dentro fui princesa, dei a volta ao mundo, vivi um pouco de norte a sul. O tempo era sempre escasso e a vontade de ir embora nula. Se pudesse, permaneceria por lá só para ter a oportunidade de acordar todos os dias e saber que cada um daqueles recantos estava ao alcance de meia dúzia de passos, talvez menos do que isso. De preferência, manter-me-ia pequenina. Já que inevitavelmente tive que crescer, em idade e em tamanho, guardei as memórias e o desejo de voltar. E talvez nesse regresso vá de mãos dadas com os meus filhos, reconhecendo-lhes no olhar a mesma magia que tinha no meu a primeira vez que lá entrei.    

«Se tens frio, o chá te aquecerá
Se tens calor, o chá refrescarte-à».


Há uma bebida que me acompanha o ano todo: o chá. Não sou esquisita quanto ao seu sabor e bebo-o várias vezes durante o dia. No inverno, quando o tempo o permite, sabe-me bem sentar-me na cama a ler um bom livro enquanto mantenho entre mãos uma chávena quente e cheia dele. Talvez seja uma imagem romantizada, sobretudo se do lado de fora da janela a chuva se fizer notar - há qualquer coisa de aconchegante nesta espécie de ritual. Já no verão troco a cama por uma cadeira no jardim, e o chá em vez de ir a fumegar vai gelado. Confesso, é a minha perdição. E, naturalmente, tenho os meus favoritos: menta, frutos vermelhos, segredo tropical (côco e baunilha), camomila, mirtilo e maçã (chá gelado), damasco (chá gelado), branco. Mas gosto sempre de experimentar sabores novos e acrescentar mais uns quantos a esta lista. No fundo, serei eternamente uma amante incurável desta que será sempre a minha bebida de eleição.

E vocês, gostam de chá? Quais são os sabores que mais apreciam?

«Só numa situação concreta sabemos o que realmente somos», Vergílio Ferreira


A Mariah S. do blog Confusão da Vida lançou-me um desafio, mas ainda não tinha tido oportunidade para responder. O Liebster Award dispensa apresentações, por isso vou deixar-vos com as respostas às perguntas que me colocaram. Como é habitual, não vou nomear, mas quem quiser levá-lo sinta-se à vontade. 


As perguntas da Mariah

1. Como te sentes ao escrever no blog?
Livre, em paz e completa. Ter um espaço só meu, onde posso abordar os temas que me apetecer - e com o qual sinto uma ligação tão forte ao ponto de querer voltar todos os dias - é das melhores sensações. Um blog é como uma casa: por mais que entremos em algumas onde nos sintamos bem, só o nosso lar é um verdadeiro refugio. E aqui sinto-me protegida. 

2. Um ídolo para ti?
Com o tempo fui perdendo ligação a esta palavra, porque acho que se passou a utilizá-la de forma banal. Contudo, há pessoas que admiro imenso e que são verdadeiras referências, como é o caso do Ricardo Quaresma, do Rui Veloso, do Ruy de Carvalho, da Eunice Muñoz, do Daniel Oliveira, dos Aurora, do Diogo Piçarra, da Margarida Rebelo Pinto, da Torey Hayden, da Ana Moura, entre outros. Mesmo pertencendo a áreas diferentes, têm todos em comum não só o talento, mas o amor com que se dedicam ao que fazem. Talvez a lista de artistas seja infindável, mas, naturalmente, há quem esteja sempre no topo: a minha família chegada. E quanto a eles, a admiração é incondicional, porque são um exemplo de força, humildade, dedicação e amor constantes. Muito do que sou devo-lhes a eles. 

3. Onde gostavas de viver?
Exatamente onde vivo. Adoro a minha cidade (Gaia). Adoro o facto de ter o Porto ali ao lado. E espero viver aqui até ao último dia da minha vida. No entanto, se pudesse, tinha uma vivenda na Ericeira e outra algures no Alentejo, por serem locais onde me sinto igualmente em casa. Apesar de só ter estado no primeiro uma vez (um fim-de-semana) foi o suficiente para me render aos seus encantos. No que diz respeito ao Alentejo, passava lá férias todos os anos. Acabei por conhece-lo um pouco de uma ponta à outra e escusado será dizer que uma parte do meu coração ficou por lá. Mas a condição seria sempre poder voltar ao meu lugar de sonho: aqui, de onde vos escrevo. 

4. Um dia que te ficasse na memoria?
Tenho vários, mas seguramente que o dia em que peguei no meu afilhado pela primeira vez, poucos dias depois de ter nascido, será daqueles momentos que nunca mais esquecerei, e o qual recordarei muitas vezes. 

5. Qual preferes a noite ou dia ? 
O dia. E depois estender os planos pela noite fora. 

6. Para ti aproveitar a vida significa?
Fazer aquilo que gosto, desafiar-me e estar com as pessoas que mais amo.

7. Qual a coisa que mais gostaste de ouvir até hoje?
Esta é difícil, porque depende muito da pessoa que nos diz e o momento em que nos diz. Ouvir a minha avó falar do meu avô talvez tenha sido das coisas que mais gostei - havia amor em cada uma das palavras. Isso e todas as histórias que ainda hoje ouço os meus pais contar sobre eles.   

8. Em criança o que querias ser quando fosses grande?
Escritora e educadora de infância. A segunda estou cada vez mais perto de conseguir. 

9. O que não eras capaz de perdoar?
Seria politicamente correto dizer que não perdoaria traições, mas já perdoei. Claro que existem situações que admitimos logo não perdoar porque estão completamente longe dos nossos princípios, como o exemplo que referi anteriormente, mas é quando as vivemos e fazemos um processo de luto, digamos assim, que compreendemos até que ponto somos capazes de o fazer. Acho que perdoar é um sinal de crescimento e de que realmente conseguimos encerrar determinado assunto. E é, provavelmente, das atitudes mais difíceis de ter, mas é também das mais bonitas. 

10. Uma música com que te identifiques.
Nunca me esqueci de ti, Rui Veloso

11. O que mudavas na tua maneira de ser?
A minha timidez. 

E se nada fosse como o conhecemos? E se a vida fosse o contrário daquilo que sonhamos? Seriamos mais felizes se víssemos do avesso? Tantos "ses" e tão poucas respostas. E ainda não percebemos que é nessa imensidão de suposições que nos perdemos e deixamos de viver.

«Reconstruir é sempre inventar», Eça de Queirós


Tenho três moleskines pretos, cada um com a sua função: um para a rubrica «As minhas viagens de metro», outro para a rubrica «À boleia do mundo» e o último para os poemas que me tenho aventurado a escrever. Sempre gostei de os manter sem adornos, tal como os comprei. Há qualquer coisa nessa simplicidade que me atrai, que me fascina. Contudo, ando com imensa vontade de personalizar as capas, até porque é uma forma de os individualizar consoante a utilidade que têm. Chegou a hora de lhes dar vida e uma nova roupagem, bem ao estilo daquilo que carregam no seu interior. 

Aceito sugestões. Têm alguma ideia?

O desconhecido assusta, mas partir na aventura de o desvendar é, provavelmente, das coisas mais sábias que podemos fazer. Quando nos permitimos avançar as montanhas e ver para além do nosso horizonte é quando começamos a viver. Fora da caixa. No lado mais entusiasmante da vida. 

«Então está tudo dito, meu amor. Por favor não penses mais em mim, o que é eterno acabou connosco. E este é o principio do fim», Ana Moura.


Hoje apetece-me escrever sobre amor. E é então que me lembro que foste tu que me ensinaste tudo aquilo que eu sei sobre isso. Não me parece justo evocar-te em segundo plano quando o que mais quero é poder esquecer-te. Talvez este seja o lado mais triste do amor: as lágrimas e o desejo de não voltar a lembrar.

«Sem a música a vida seria um erro», Friedrich Nietzsche


Ideal para quem anda de elétrico, de carro, de metro, de autocarro, de camioneta, a pé; para quem quer viajar e perder-se de amores. Quando numa mesma canção conseguimos juntar dois grandes talentos é impossível não a ouvirmos repetidamente. Nunca cansa, muito pelo contrário, tem sempre mais encanto. E o vídeo, por ser tão delicioso de se ver (o trabalho da Sandra Barata Belo é brilhante), prende-nos a atenção logo no primeiro segundo. Aconselho-a a qualquer hora do dia. E não estranhem se o vosso corpo começar a bambolear e depressa vos apetecer cantarolar, esta música torna-se um vício muito rápido. Fechem os olhos e desfrutem - quem sabe se um dia não encontramos o nosso Pica do 7.

Banda Sonora de hoje: António Zambujo - Pica do 7 (letra de Miguel Araújo)


«Se eu lhe perguntasse
se tem livre passe para o peito de alguém
Vá-se lá saber talvez eu lhe oblitere o peito também»

Estive a fazer arrumações. Aproveitei e aspirei o último pedaço de carta que me escreveste.

#devaneios #arrumações #aspirar #carta #memórias #pedaçosdenada #indiferença #passado

05.09.2014

«Eu sou tudo o que vivemos, mais o que deixei por viver. Sou a soma dos anos, dos risos e das angústias. Não posso ser o que fui quando não sou o que era. Nem tu podes querer que eu seja a pessoa que tu gostavas que fosse».


É legitimo se responder que não sei motivos concretos? Só uma vez na vida tive duas pessoas a dizerem-me isso olhos nos olhos por causa de uma decisão que tomei num contexto específico. E todas chegamos à conclusão que aquilo não fazia sentido, até porque na altura nem nos conhecíamos e muito menos eu tinha noção do que se passava. Hoje somos grandes amigas e tudo isso foi colocado para trás das costas. Não sei se sou fácil de gostar, muitas vezes acho que tenho uma cara pouco amigável, mas tudo depende do processo de conhecimento. Muito provavelmente, quem não gosta de mim não gosta porque temos feitios diferentes, objetivos de vida distintos, a nossa forma de estar é oposta; porque não gostam da minha maneira de falar, do meu riso estridente, dos meus olhos castanhos, do meu gosto musical, do meu sentido de humor... As razões podem ser as mais variadas possíveis e acho que nunca as chegarei a saber se não me disserem. Pura e simplesmente podem não gostar porque não o querem fazer. O que é inteiramente válido. Nunca agradaremos a todos nem podemos estar à espera que todas as pessoas gostem de nós, isso não vai acontecer. Sendo assim, mais vale sermos como somos e orgulharmo-nos disso. No meio da nossa viagem vamos acabar por encontrar quem goste de nós assim: com todos os defeitos e qualidades que trazemos na bagagem. E que até ache piada à nossa gargalhada que se ouve do lado de lá da rua. 

«- Tá bagunçado.
- Seu quarto?
- Não. O coração»


Onde estou? De onde vim? O que faço aqui neste lugar? Para onde vou? Quem sou? Acho que a meio da viagem me perdi da minha rota. Por qualquer ataque de amnésia que não me recordo, tudo ficou uma confusão baralhada e de difícil desembaraço. Olho ao meu redor e sinto o coração apertado, acho mesmo que estou perdida, iludida, sem amparo.

Dou passos em frente, como se caminhasse numa marcha lenta e de um grau de obrigatoriedade que não sei explicar. Mas o pior de tudo é sentir que, por mais que tente, nenhuma das caras que me acompanham me são familiares. Não as reconheço, elas não me reconhecem. E eu começo a pensar que, no final de contas, não me reconheço a mim. Não sei de mim, não sei o que espero de mim mesma, não sei o que é sentir saudades. Ou melhor, sei senti-las, mas não da forma certa, do que deveria sentir, de quem deveria sentir. Só sinto a tua falta e isso parece-me demasiado errado, demasiado comprometedor, demasiado egoísta, triste, lamentável... Ah! Que turbilhão, que desordem, que bagunça que se instalou dentro de mim.

Sinto o coração num batimento acelerado, numa roda viva de sensações e emoções. Sinto-me perdida, sem norte, desorientada. E não sei sair deste embaraço, deste nó sem laço, deste caminho inconstante e quebradiço como as promessas que um dia te ouvir dizer ao ouvido, olhos nos olhos, mãos nas mãos e em abraços. Nunca esperei perder-te assim, de rompante, sem retorno. Aliás, nunca esperei perder-te e acho que foi nesse tempo todo que acabei por perder-me de mim, para ti, agora sem ti e sem nada que se assemelhe ao que fomos.

Parte do que sou. Julho, 2013

«Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação», Charles Chaplin


Há imagens que falam por si só, basta olhá-las com atenção e estarmos disposto a entender o que nos querem transmitir. É preciso ver além, pensar largo e não ficarmos apenas agarrados ao que temos à nossa frente. Com os vídeos acontece a mesma coisa, com a grande diferença de, por terem ação, ser mais percetível a mensagem. Ainda assim, há sempre algo mais. Mais uma interpretação. Mais um gesto. Mais um valor. Mais uma infinidade de coisas às quais não damos importância, mas que fazem toda a diferença. 

Encontrei o vídeo de hoje no blog do Pedro Sampaio, Air In Pieces, e não podia deixar de o partilhar. Está maravilhoso, principalmente porque nos obriga a parar e a pensar em tudo aquilo que fazemos. Uma palavra de conforto cai sempre bem, mas se vier acompanhada de um abraço é ainda melhor. Alegrar o dia de alguém não é só nobre, faz-nos sentir completos e permite-nos crescer enquanto pessoas. E aqui não importa se quem está do outro lado é ou não conhecido, porque quando ajudamos não podemos ver caras, mas situações. Muitas vezes, são aqueles que não conhecemos que mais precisam de nós e um gesto bem intencionado muda tudo. 

Sozinha talvez não consiga alterar o que precisa de ser mudado, mas se der o primeiro passo é provável que outros se juntem a mim. Isto tudo para dizer que todas as nossas ações, por mais pequenas que sejam, têm consequências. Está nas nossas mãos fazer com que sejam positivas. Recorrendo às palavras de Clarice Lispector, «quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe». Não precisamos de muito, um pequeno gesto, por vezes, é o suficiente, temos é que ter vontade. Vamos fazer a diferença?



«O amor é um mistério sem fim, já que não há nada que o explique», Rabindranath Tagore

«Quando pode realizar todos os seus desejos, o que é realmente importante?»


Os nossos dedos nem sempre conseguem acompanhar a rapidez com que os nossos pensamentos se multiplicam. Muitas vezes, acabamos por não reparar no que escrevemos, no local exato onde estão as letras, na disposição que ocupam. Parece tudo tão mecanizado que já carregamos nas teclas em modo piloto automático, para que nada se perca entre o espaço em que a inspiração surge e a digitamos. Mesmo quando todo o processo é feito à mão damos pouca atenção às palavras. Porque mais importante do que a forma como as iremos escrever é não deixar que as mesmas nos escapem como se fossem pequenas bolhas de sabão, que rebentam mal tocam na nossa pele. Depois, no fim, quando tivermos a certeza que nenhuma ficou esquecida, erguemos o olhar para a primeira linha e corrigimos os eventuais erros que surjam pelo meio.  

É um trabalho meticuloso, até para não corrermos o risco de ler o que queremos e não o que realmente está escrito. Mas é só aqui, quando o texto está praticamente concluído, que olhamos verdadeiramente para as palavras como sempre o devíamos ter feito: com tempo, para que cada uma nos faça sentido, para que não nos falte o respeito que todas elas nos merecem e para que nunca nos esqueçamos da magia que é vê-las a seguirem-se umas às outras. Escrever, para mim, é algo natural porque sempre gostei de o fazer. Sempre me fascinou brincar com as palavras até chegar ao produto final. Por isso, contra mim falo quando digo que por vivermos a correr perdemos o encanto do momento.

Quando pegamos na caneta - ou no lápis - torna-se tudo mais físico, mais palpável e isso acaba por nos obrigar a ter mais cuidado quando preenchemos aquelas folhas em branco. Ainda assim, temos sempre a opção de apagar ou de riscar. No computador temos o corretor automático que nos dá uma preciosa ajuda. Mas a essência da escrita, para quem realmente aprecia fazê-lo, está no som característico das teclas da máquina de escrever. Na folha que sobe aos poucos. Na reposição do papel. Nas particularidades que exigem ser conhecidas antes de se passar ao uso. Talvez pareça um cliché, uma vez que o tempo avança e tudo se moderniza, e eu esteja redondamente enganada, mas acho que qualquer pessoa que escreva - profissional ou amadoramente -, pelo menos uma vez na vida, sonhou ter esta espécie de objeto encantado, que nos faz regressar a tempos antigos. 

A minha mãe tem um curso de datilografia e se calhar foi esse pormenor que despertou o meu interesse por máquinas de escrever. Nunca escrevi numa, mas fico sempre deslumbrada quando alguém o faz e o vejo de perto. É um processo que exige paciência e concentração. Não há como voltar atrás. E aprendemos a olhar as palavras sem que sejam só mais uma, mas aquela que realmente tem que estar ali. Depois é deixar fluir. É abrandar os pensamentos. É deixar que os dedos entrem numa dança com música de fundo própria, ritmada e sem que se perca a posição de cada uma das letras. Podemos tentar fazer isto quando escrevemos no computador ou à mão, mas nunca é a mesma coisa. Já estamos demasiado habituados a este formato. É quando algo nos desafia que compreendemos o valor daquilo que fazemos.

O tempo ganha outro sentido, deixamos de ter pressa. Além disso, damos também privilégio ao toque, àquelas peças arredondadas que descem e sobem sempre que carregamos sobre elas. E o instante em que nos sentamos para escrever é muito mais intimo. Um dia, mesmo que este ainda esteja longe, hei-de ter a minha máquina de escrever. E talvez seja nela que nasça o meu primeiro livro.


Desejo nº5:
Ter uma máquina de escrever



«A minha ideia é que há música no ar, há música à nossa volta, o mundo está cheio de música e cada um tira para si simplesmente aquela de que precisa», Edward Elgar.


Não passo um dia sem ouvir música. Nesta terça-feira chuvosa, e depois de algum tempo de ausência, vamos a banhos. Mas não se preocupem, não é no sentido literal da expressão. Arranjem mais três lugares à mesa, porque os convidados de hoje vêm em trio. E trazem com eles um talento infindável. É preciso espaço para as guitarras e para a percussão, e para as viagens que fazemos mentalmente enquanto ouvimos as canções.

«No fundo de um buraco ou de um poço acontece descobrir-se as estrelas», Aristóteles


A Rota do Chá, situada na Rua Miguel Bombarda, 457, no Porto, é uma «casa de chá, com mais de 300 variedades de chá». Mas não só!

«A criança que você era teria orgulho da pessoa que você é hoje?»

«Deixe-me ser só ser», Sara Tavares


Sem pressas
A vida dá voltas
A cavalo
Em cestas
Num foguetão
Em rodopios incertos
De tanta certeza
Seremos eternas crianças
De sorrisos luminosos
Olhando o mundo
Quente
Que queima 
Na ponta dos dedos
A ânsia de parar
E não voltar
Ao encanto
De um assento reluzente
E a vida rodopia
Corremos ao lado de sonhos
Há pontos de luz
Horizontes profundos
Largos
De tanto 
Que nos envolve
Tenho fé
No meio de tantas voltas
Chegaremos
Ao lugar certo
Que sobe
Que desce
Nesse carrossel mágico
Que nos aquece
A alma
Tão longe de tudo
Tão perto de nós






Tranças e coroas de flores. Em separado. As duas juntas.

«Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser», Cecília Meireles


O meu baloiço 
Balança 
Sem balanço
E nesse balancear
Livre e desimpedido
O meu corpo 
Dança
Ondulante
Com o vento
E eu vou
E venho 
E não paro
Presa nas cordas
De mãos atadas
Balanço
Desenlaço
Voo sobre o mundo
Fecho os olhos
E o meu cabelo
Balança
Sem lança
De trança
Há um gingar
De lá
Para cá
Sem peso no pé
E o meu baloiço
Balança
Comigo
Sem mim
Para a frente e para trás
Para a frente e para trás
Para a frente...
... e para trás...
...

«Cozinhar é como tecer um delicado manto de aromas, cores, sabores, texturas. Um manto divino que se deitará sobre o paladar de alguém sempre especial», Sayonara Ciseski


Cozinhar é uma arte que não domino, mas que começo a apreciar. Gosto dos aromas que invadem a cozinha, que para muitos é o coração da casa, dos temperos que se misturam, das invenções que se fazem, dos tachos e das panelas a fumegar. Os olhos também comem, por vezes mais do que a própria barriga, por isso é preciso alimentá-los com mestria. Uma mesa com iguarias e uma boa bebida a acompanhar fazem a noite. E as receitas são infindáveis, portanto não há desculpa. 

Quando iniciei a rubrica «A minha vida tem...» falei sobre um prato que comi muitas vezes na minha infância. E ainda hoje o faço porque adoro. Como algumas pessoas disseram não saber o que é, pensei partilhar a receita que a minha avó fazia (e que é a mais simples) contrapondo-a à que a minha faz atualmente. Tenho imensa sorte em viver numa casa - e numa família - onde todas as pessoas cozinham divinamente, espero ter herdado esse dom. Esta ideia deu rapidamente lugar ao pensamento de criar uma rubrica onde partilhasse algumas receitas que gosto particularmente, desde os doces aos salgados, ou até a uma simples infusão de chã. Aqui vale tudo, menos comida estragada.  

Doce ou salgado q.b não terá uma periodicidade definida, mas aparecerá sempre que a fome ou a gulosice se fizerem notar. E como é quase hora de começar a preparar o almoço, deixo-vos com a primeira receita. Com a certeza de que esta, para mim, não é só deliciosa, traz consigo memórias de dias felizes. 


Receita 1: Farinha de Pau com frango


À moda da avó:

- Colocar o frango numa panela com água e deixá-lo cozer (colocar sal para temperar);
- Assim que estiver cozido, desfia-se o frango;
- Juntar a farinha de pau (farinha de mandioca) e ir mexendo para não colar. 
- Reduzir o lume e deixar cozinhar até que o preparado obtenha a consistência desejada. 

À moda da mãe: 

- Fazer estrugido (refogado);
- Quando a cebola estiver dourada, junta-se polpa de tomate e rala-se tudo com a varinha;
- Acrescentar vinho, vinagre, sal e folha de loureiro;
- Colocar o frango no estrugido;
- Depois de estufado, desfia-se o frango e acrescenta-se a farinha de pau (farinha de mandioca).
- Ir mexendo para não colar, baixa-se o lume e deixa-se cozinhar até obter a consistência desejada.

Nota comum:

- A quantidade de farinha a colocar depende do gosto pessoal, isto é, depende se querem que fique um preparado mais grosso ou menos;
- Podem substituir o frango por bacalhau, perú ou outro alimento que gostem mais. Ou então acrescentar cogumelos e legumes.

Qualquer dúvida que tenham deixem-na nos comentários ou enviem-me uma mensagem para o e-mail do blog.

«Não quero mais nada, só o silêncio do teu abraço», Miguel Gameiro

Os abraços do regresso têm um encanto redobrado. São a certeza de um passado que não morre. Perpetua-se e continua rumo a um futuro que, mesmo incerto, é a maior prova que temos para dar. São a magia do que ficou e do que está para vir. São o antes e o depois. O recomeçar do ponto de onde partimos, como se isto fosse um jogo e os dados tivessem parado de rodar durante o tempo em que se esteve fora. Os abraços do regresso, carregados com o amor que guardamos para partilhar em presença, são a esperança de um sempre. Nessas cordas que se enlaçam, os nossos braços dançam à chuva uma valsa interminável. E os nós não se desatam. Nem nos largamos mais. Porque os abraços que partilhamos no regresso são a promessa de querer ficar e nunca mais partir. Dali. Do sítio onde nos sentimos sempre em casa.

«A conhecida apresentadora de televisão Camila Vaz vê-se obrigada a fugir de Portugal para atenuar o escândalo provocado pelo lançamento do livro A Persistência da Memória. Quando finalmente decide reaparecer em público, recebe um jornalista num hotel do Rio de Janeiro no último dia do ano e rapidamente o encontro se torna num espaço de confissões e sedução, despertando sentimentos e memórias de ambos há muito perdidos no tempo...»


Fiquei a conhecer o seu trabalho no Alta Definição e não mais o deixei de acompanhar. Foi com surpresa e grande expectativa que tomei conhecimento do seu primeiro romance. E não podia esperar mais até o ter nas mãos. O risco de ficar desiludida era grande. É que quando admiramos o trabalho de alguém temos tendência para esperar que seja bom em todas as áreas. E o facto de ser um grande entrevistador não significa que seja um grande romancista. Mas sabia perfeitamente que se escrevesse tão bem como faz entrevistas o produto final só podia ser algo de cortar a respiração. Pela envolvência. Pela criatividade. Pela positiva. Sempre pela positiva. Estas foram algumas das palavras que utilizei quando falei do Daniel Oliveira n' As gavetas da minha casa encantada (podem ler o texto na integra aqui). E a verdade é que depois de ler «A Persistência da Memória» posso afirmar que é brilhante em tudo aquilo que faz.

«Deixa a janela do sorriso aberta», Sara Tavares


Vamos fugir? A pão de forma já está a trabalhar lá fora, as mochilas estão em cima da cama à espera que peguem nelas e eu tenho uma vontade incontrolável de desaparecer daqui contigo. O mundo chama por nós. Os campos revestidos de serenidade, as águas límpidas onde podemos mergulhar e flutuar por horas; as camas de rede, a areia fina, as montanhas a pedirem para as escalarmos. Anda, vamos, não podemos perder tempo. Esta urgência de estar longe de tudo, tão perto de ti, cresce em mim há um par de dias, desde que me sussurraste ao ouvido, naquele jantar de amigos, «eu, tu e a lua, agora, do outro lado do mundo. Vamos?». Não te respondi. Sorri. Vamos! Era o que te devia ter respondido em vez de um sorriso que já conheces de cor. Mas vamos. Vamos agora. O que é que nos impede? És tudo aquilo que preciso para viver. Fugimos? Não respondas. Promete-me apenas que chegas ao fim do dia com esse abraço apertado e me envolves sem largar. Eu prometo que estendo a toalha na estrada e nos deitamos a olhar as estrelas e a imaginar o dia em que estaremos do outro lado do mundo. Sozinhos. Juntos. Para sempre.   

Vem comigo
Descobrir o brilho 
Das estrelas
Os ventos que sopram
Do outro lado do mundo
Nesse encanto desmedido
Tão diferente 
E tão distante
E tão perto 
Daquilo que somos.
Vem comigo 
Conquistar o mundo
Num abraço profundo
Deste amor que é nosso
Eternamente. 

«Deixa-me existir no espaço novo que acordaste em mim», 
Tiago Bettencourt


Sempre que o calendário vira a página há uma nova oportunidade que nos surge. Sacudimos da nossa árvore as folhas secas de tudo aquilo que nos faz parar e preparamo-nos para renascer, encarando o mundo com o sorriso mais largo e luminoso que tivermos escondido na gaveta. E de armas em punho vamos lutar por todos os sonhos que ficaram por conquistar. O sol ainda brilha lá fora, abre a porta, olha uma vez mais para toda a beleza que tens à tua volta e sai para a rua. Não podemos perder tempo, ele é que nos perde a nós. Vamos na décima primeira tentativa, que seja desta! E que novembro seja tudo aquilo que esperamos de melhor.
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andreia morais

andreia morais

O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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