Diz-me por onde andas #3

«No fundo de um buraco ou de um poço acontece descobrir-se as estrelas», Aristóteles

A Rota do Chá, situada na Rua Miguel Bombarda, 457, no Porto, é uma «casa de chá, com mais de 300 variedades de chá». Mas não só!

Visitei este espaço, mais uma vez, na companhia da minha melhor amiga. Em Abril, quando o tempo já começava a dar sinais de mudança, combinamos um lanche e fomos à descoberta dos encantos deste local. Quando entramos, não parece grande, mas sentimo-nos a fazer uma viagem , quer pela decoração, quer pelas luzes. Além disso, temos aquela sensação de entrar em casa ao final do dia, quando somos recebidos pelo conforto que só o nosso lar nos oferece. 

Há um pequeno mundo lá dentro, repartido por cinco divisões. Vamos conhecê-las? 

Sala Indiana

«Queres Chá?

Não, quero romance. quero música. Quero amor e beleza.

De verdade que não queres chá?», Woody Allen.

Sala do Jardim

«A primeira chávena humedece os meus lábios e a minha garganta 

A segunda chávena termina com a minha solidão 

A terceira chávena procura libertar o meu espírito 

A quarta chávena eleva-me - e todos os males da vida dissipam-se pelos poros da minha pele 

Na quinta chávena estou purificado... 

A sexta chávena chama-me para o reino dos imortais e a sétima chávena 

- ah! mas já não pude aguentar mais», Adaptação livre de poema chinês da Dinastia Tang.

Pátio

«Se tens frio, o chá te aquecerá

Se tens calor, o chá refrescarte-à». 

Sala Ganesch

«O chá é uma religião da arte e da vida», Okakura Kakuzo.

Jardim

«Enquanto tomamos uma chávena de chá

A luz da tarde faz brilhar os ramos das árvores,

uma ligeira brisa de vento sopra com prazer.

O canto dos pássaros ressoam no bule

Sonhamos com a evanescência,

com a simplicidade do mundo», Adaptado de um escrito de Okakura.

Estas são as descrições (ou parte delas) que se podem ler no site da Rota do Chã (ver aqui). Como o tempo estava agradável optámos por ir para o Jardim, onde somos logo recebidos por um buda e um espaço bastante agradável, com mesas numa parte coberta e as restantes ao ar livre. A lista de chás é variadíssima e podemos sempre acompanhá-lo com algo doce. Neste dia havia bolo e tarte (como podem ver na foto) e estavam ambos deliciosos, além de que são fatias generosas. Se não me falha a memória, escolhemos chá de frutos vermelhos. 

O atendimento, que também é essencial nestas questões, merece uma nota bastante positiva. Independentemente da divisão que se escolha para saborear o nosso chá, os momentos que aqui se passam são de grande qualidade. Quando inicialmente referi que a Rota do Chá não era só uma casa de chá não me enganei, porque para além de ser uma excelente escolha para um lanche entre amigos - ou até mesmo sozinho -, também o pode ser para almoçar e/ou jantar. Paralelamente, decorrem lá eventos. Além disso, contam ainda com uma loja onde se pode comprar desde chás a utensílios para os mesmos, e não só. 

Só lá fui uma vez, mas prometi voltar. E com este tempo mais frio o que é que combina bem? Um chá bem quente para nos aquecer o corpo e a alma. Se quiserem conforto e qualidade, já sabem onde ir. Vemo-nos por lá?     Kakuzo