AS MINHAS VIAGENS DE METRO #85

Fotografia da minha autoria



«A vida é um sopro»


Um sopro sem jeito
Sem tempo no teu leito
Incerto, benevolente
Onde se perde a memória
De um passado selvagem
Que morre nas minhas mãos

E há uma sombra obtusa
Que me desenlaça
Para fora deste chão
Para fora do teu alpendre de cetim
Sem mim a baloiçar
Na cadeira amadeirada

Desarmada e sem jeito
Afasto todas as imperfeições
Que em plena metamorfose
Me envaidecem
Pelo tanto que [te] custa
Perderes-te de amores

[Um sopro teu
Sem nós de mágoa
Mas com orgulho ferido]

E é sem calma
E sem alma
Que me sinto a cair
Tal como um vitral
Em fragmentos desalinhados

E trazendo a madrugada no olhar
Sento-me no parapeito do teu silêncio
Vendo a apagar a chama
E a esperança livre
Por entre a luz ofuscante
De um último suspiro

12 Comments

  1. Os teus poemas são maravilhosos *.* Lindíssimo.

    Beijinho grande, minha querida!

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  2. As tuas palavras foram de encontro aos meus pensamentos <3 Poema lindo :) Nao pares, minha querida, estas no bom caminho <3
    Obrigada por nos brindares com as tuas palavras inspiradoras <3
    Beijinhos*

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  3. Poderá o mundo ser perfeito. Mas nem tudo é perfeito no mundo. Se tudo fosse do mesmo jeito. Não teria a graça que tem?
    Seria como o fracasso de uma aventura. Se esse poema não fosse fantástico. Maçadora seria a sua leitura!

    Muito bom, gostei de ler. Boa noite e bons sonhos Andreia, e feliz fim de semana.

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    1. Acredito que não tivesse, Edumanes, até porque, se fosse tudo do mesmo jeito, perder-se-ia a diversidade.
      Muito obrigada!

      Bom fim de semana

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  4. A tua poesia é um sopro maravilhoso de palavras bem enquadradas na fotografia.

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  5. Poema sublime. Fiquei de ego fascinado ao ler. Deixo o meu mais efervescente elogio.
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    Votos de um feliz fim de semana
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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