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«(...) continua a publicar as suas memórias»
Gatilhos: Perda, Luto
A primeira pausa no meu book buying ban aconteceu em abril, mês do meu aniversário e do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Para comemorar, visitei quatro livrarias portuenses e um dos livros que trouxe, da Flâneur, foi da Patti Smith, porque ela podia escrever a lista do supermercado que eu ia a correr comprar.
ROCK, LITERATURA E UM ANO DIFÍCIL
O Ano do Macaco é um livro de memórias que nos transporta para 2016, um período difícil e doloroso, que a fez repensar muitas coisas na sua vida, e que nos traz referências de Lisboa e de Fernando Pessoa.
«Era também um silêncio, mas diferente»
A obra começa com a chegada ao Dream Hotel, entre celebrações de ano novo. 2016 também representa o ano do seu septuagésimo aniversário e uma oscilação entre rock e literatura. É a partir destas circunstâncias que recupera uma série de pensamentos, sentimentos e momentos, gerindo perdas de pessoas importantes. Como pano de fundo, confronta-nos com um mundo político em alvoroço, que se agita «numa eleição tóxica».
«Voltando à mesma dúvida da infância, pergunto-me se as andorinhas dela vão voltar este ano»
Este híbrido entre realidade e ficção, é uma viagem física e emocional preciosa: por um lado, sentimos um traço nostálgico, enlutado, de quem enfrenta a despedida e, por outro, uma narrativa que concede espaço para enaltecer as grandes amizades e que nos contagia pela forma como a artista encara a vida.
«Ele preenche os silêncios com a palavra escrita, na busca de uma perfeição de que apenas ele é portador»
Confesso que tive um pouco mais de dificuldade em relacionar-me com este livro, se calhar por explorar diferentes registos e por não serem tão claras as fronteiras que os delimitam. No entanto, esta talvez seja a melhor definição de termos a vida em movimento, porque é ténue a linha que separa o que acontece do que tem potencial para se tornar algo mais - ou um autêntico pesadelo. No Epílogo, há uma ponte para o Ano do Rato (2020) e para a estranha realidade que nos assombrou.
«(...) que o problema dos sonhos é que nós acabamos sempre por acordar»
O Ano do Macaco é feito de encontros e de ausências, de pouca estrada e estados emocionais oscilantes; é o retrato de alguém que já viveu tanto e que escreve de uma maneira vulnerável, sem filtrar a confusão e a tragédia. Também tem arte. E há sempre uma réstia de esperança.
🎧 Música para acompanhar: If 6 Was 9, Jimi Hendrix
📖 Da mesma autora, li e recomendo: Apenas Miúdos e M Train
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6 comments
Apesar de não acompanhar o seu percurso musical, fiquei curiosa com o livro.
ResponderEliminarVou levar a sugestão.
Beijinho grande, minha querida!
Também não acompanho a sua carreira musical com a maior atenção, mas os livros recomendo imenso 😍
EliminarQue me parece até ser mais uma boa sugestão para se ler, mas ainda não conhecia de todo
ResponderEliminarBeijinhos
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Demorei um bocadinho a relacionar-me com este, mas aconselho
EliminarNão conhecia, mas vou guardar a sugestão! :)
ResponderEliminarwww.amarcadamarta.pt
Boas leituras, Marta 🥰
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