12 livros para 2024

Fotografia da minha autoria



«Ler é desvendar mundos desconhecidos»


As minhas leituras para 2024 recuperaram uma dinâmica que, salvo erro, apenas fiz duas vezes: selecionar 12 títulos que quero mesmo ler durante o ano. Gosto da liberdade de descobrir as narrativas quando sinto ser o seu momento, mas também gosto desta ideia de priorizar histórias que me deixam curiosa. Como estas componentes não se anulam, e continuo a ter margem de manobra para ser mood reader, resolvi arriscar.

Na conta de Instagram do Entre Margens, perguntei que livros tinha mesmo de ler em 2024, por curiosidade e porque também é uma maneira de descobrir títulos que, na maior parte das vezes, não estão no meu radar. Anotei dois nomes para mais tarde e, depois, a Sofia surpreendeu-me com sugestões em forma de categoria.

Curiosamente, alguns livros que estava a pensar comprar encaixavam nas categorias, portanto, foi juntar o útil ao agradável. No total, apresentou-me oito propostas e eu complementei a lista com quatro obras soltas, que já tinha cá em casa. A ordem de leitura será livre, mas talvez leia um por mês. Estou muito entusiasmada.


 oito categorias

1. Uma autora que nunca li
As Primas, Aurora Venturini: «Na cidade argentina de La Plata, nos anos de 1940, conhecemos Yuna e Petra, duas primas que pertencem à mesma família disfuncional, precária e destinada à desgraça. Pela voz de Yuna, vemos um universo tortuoso de mulheres abandonadas à sua sorte, a braços com a pobreza, a deficiência, o delírio fantasmagórico e a pressão social».

2. Um autor de língua portuguesa, mas não português
Véspera, Carla Madeira: «Vedina, uma mulher traumatizada por um casamento destroçado, decide, num momento de descontrolo, abandonar o filho, largá-lo. Assim que o faz, contudo, arrepende-se de pronto, regressando ao local onde deixara o pequeno. Mas já nada encontra no local, nem a criança nem quaisquer vestígios da sua presença».

3. Um livro que possa ser considerado um clássico
Mar da Tranquilidade, Emily St. John Mandel: «Um romance sobre arte, tempo e amor, que produz um quadro vivo sobre a humanidade através do espaço e dos séculos. Edwin St. Andrew ­tem 18 anos quando faz a travessia do Atlântico de barco. Ao entrar na floresta, em pleno coração selvagem do Canadá, Edwin está deslumbrado, e eis que, de súbito, ouve o som de um violino ecoando num terminal de dirigíveis - uma experiência que o abala profundamente».

4. Um género que lês pouco mas até gostes
A Rapariga nas Garras da Águia, Karin Smirnoff: «No extremo norte da Suécia sopram ventos de mudança: os seus recursos naturais inexplorados suscitam uma corrida ao ouro, com o submundo do crime à cabeça. Mas não é a promessa de riqueza que leva Lisbeth Salander à pequena vila de Gasskas. Lisbeth foi nomeada tutora da sobrinha Svala, cuja mãe desapareceu. Duas coisas se tornam de imediato evidentes: Svala é uma adolescente com dotes extraordinários… e está a ser vigiada».

5. Um livro que andas há séculos a dizer que tens de ler/comprar
O Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos: «Esta é a história comovente de Zezé, um menino de seis anos nascido no seio de uma família muito pobre. Zezé é inteligente, sensível e criativo, mas muito endiabrado. Carente do afeto que não encontra junto do pai e da mãe, mais preocupados em sobreviver a cada dia, o menino perde-se nas ruas, onde só lhe dá para inventar travessuras».

6. Um livro que tenha vencido um prémio
Beloved, Toni Morrison: «Inspirado num caso ocorrido no Kentucky, em 1856, Beloved retrata o horror e a insanidade de um passado doloroso, numa época em que o país começa a confrontar-se com as feridas deixadas pela escravatura recém-abolida».

7. Um não-ficção
Da Próxima Vez, o Fogo, James Baldwin: «Este livro galvanizou toda uma nação quando foi publicado pela primeira vez, em 1963. Foi um dos primeiros a dar voz à luta do Movimento dos Direitos Civis. Composto por dois textos intensamente pessoais — «A minha masmorra estremeceu», uma carta ao seu sobrinho, escrita no centenário da abolição da escravatura nos Estados Unidos, e «Aos pés da cruz», ensaio sobre a relação entre raça e religião —, Da Próxima Vez, o Fogo revela-nos a vida singular de James Baldwin, politicamente comprometida e interiormente conturbada».

8. Um livro de um autor que já leste
Casas Pardas, Maria Velho da Costa: «É um maravilhoso torvelinho de linguagens, uma evocação concreta e exacta de comportamentos sociais de várias classes no final do fascismo, uma revisitação dos lugares da literatura e da poesia (também nas suas vertentes populares), uma polifonia de falas genialmente captadas, uma subversão endiabrada dos processos narrativos e uma prática de jogos de linguagem que lembram o barroco, mas também os grandes efabuladores do século XVIII, como Fielding ou Sterne. A ironia e a réplica acerada pairam em todo o romance, repartido em várias «casas», pluralidade de focos que centram uma escrita em que passado e presente, a concretude do quotidiano mais trivial, mas também a citação literária de vários graus, ou mesmo a toada infantil, a reflexão às vezes iluminada, de envolto com o paradoxo e a paródia, nos desafiam página a página».


 quatro livros

9. Homem-Objeto, Tati Bernardi: «Dos intestinos ao tesão, das grávidas «abençoadas» às nudes neuróticas, do machismo aos machos, da plenitude inalcançável da granola caseira à alegria de dizer «eu não quero!», mais a terapia, sempre a terapia e nunca #gratidão, Tati Bernardi escalpeliza a experiência de ser mulher (ou de simplesmente existir quotidianamente) no mundo contemporâneo. No seu segundo livro de crónicas, que na edição portuguesa inclui alguns textos mais recentes, assistimos novamente à inteligência frenética e ao humor de fazer rir alto que a tornaram uma cronista tão amada no Brasil e mais além».

10. Bolo Negro, Charmaine Wilkerson: «Os irmãos Byron e Benedetta não se veem há oito anos, mas a súbita morte da mãe obriga-os a sentarem-se finalmente à mesma mesa. Eleanor deixou-lhes um bolo no congelador com a críptica instrução de que o deverão partilhar «na altura certa». Para além do bolo, uma homenagem às origens caribenhas da família, há ainda uma longa gravação áudio que abre com uma revelação impensável: Byron e Benedetta têm uma irmã. Este, porém, é apenas o primeiro dos muitos segredos que a mãe quer agora, depois de morta, revelar, na esperança de emendar alguns erros do passado».

11. Criaturas Extremamente Inteligentes, Shelby Van Pelt: «Depois da morte do marido, Tova Sullivan começa a trabalhar à noite nas limpezas do Aquário de Sowell Bay. Manter-se ocupada já é há muito tempo o seu segredo para lidar com a dor, desde que o seu filho de 18 anos, Erik, desapareceu misteriosamente a bordo de um barco há mais de trinta anos. Enquanto trabalha, Tova aproxima-se do casmurro Marcellus, um polvo-gigante-do-pacífico que vive no aquário. Marcellus é bem mais inteligente do que as pessoas pensam e, por princípio, jamais ergueria nem que fosse um dos seus oito tentáculos para ajudar os seus captores humanos — até formar uma extraordinária amizade com Tova, claro».

12. Impostora, R.F. Kuang: «Athena Liu é adorada no mundo literário e June Hayward é literalmente ninguém. Quando Athena morre num estranho acidente, June rouba o seu manuscrito não publicado e publica-o como se fosse seu, sob o nome ambíguo de Juniper Song. Mas à medida que as provas ameaçam o seu sucesso roubado, June descobre até onde está disposta a ir para proteger o seu vergonhoso segredo e manter o sucesso que acredita merecer. O que acontece de seguida é inteiramente culpa de toda a gente».


Que leituras querem fazer em 2024?

18 comments

  1. Bom dia,
    Gostei muito da tua proposta para 2024. Sinceramente, este ano, espero ler muito mais que o ano passado. Neste momento, tenho um da Camilla Lackberg na minha mesa de cabeceira e que se tem revelado uma bela surpresa.
    Beijinhos e bom ano!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Achei que adicionar este desafio era mais uma forma de me motivar a priorizar estas histórias. Não quero nada que a leitura seja algo mecanizado, como se estivesse só a picar o ponto, mas tenho percebido que, para diminuir o tempo entre a compra e o momento em que leio os livros, funciono melhor com objetivos :)
      Ainda não me aventurei em Camilla Lackberg. Qual estás a ler?
      Boas leituras, Chic'Ana :)

      Eliminar
  2. Quero acabar de ler a obra do João Tordo. E tenho na estante alguns livros que troquei no Facebook e que quero ler. Também quero apostar em mais autores portugueses, tenho alguns livros na WOOK.

    Beijinho grande, minha querida!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Acabar de ler a obra do João Tordo e ler mais autores portugueses parece-me um excelente plano! Não sou nada suspeita 🤣

      Eliminar
  3. Fogo, essa Sofia tem ideias mesmo brilhantes! 🤣

    Também tenho Beloved para ler este ano!


    daylight

    ResponderEliminar
  4. Gostei muito da ideia *.* Quero continuar a ler bastante neste novo ano de 2024 :) Para ja comecei como terminei, a ler livros infanto-juvenis hehe :) Haverá melhor forma de relaxar ao final do dia a ler para a nossa criança? *.*

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boas leituras, minha querida! É mesmo uma maneira incrível para terminar o dia 😍

      Eliminar
  5. Este ano também vou querer recuperar o meu habito de leitura! Gostei das tuas sugestões!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

    ResponderEliminar
  6. Que gostei bastante de conhecer cada uma das suas escolhas
    Boas leituras para este ano
    Beijinhos
    Novo post
    Tem Post Novo Diariamente

    ResponderEliminar
  7. Belas escolhas! Agora é só começar eheh

    ResponderEliminar
  8. Espero que os consigas ler todos e que sejam boas leituras 😊

    ResponderEliminar