Fotografia da minha autoria |
«É uma noite de temporal. A noite do acidente»
Gatilhos: Negligência Parental, Acidente de Carro;
Referência a Álcool, Linguagem Explícita
A capacidade que Dulce Maria Cardoso tem para construir personagens que são toda a história, na essência das suas emoções e não tanto pelos acontecimentos, continuará a impressionar-me, porque é um exercício que implica uma observação do mundo centrada, focada nos detalhes. Por isso, não resisti a este livro.
a vida em suspenso
Os Meus Sentimentos começa numa noite de temporal e rapidamente compreendemos que Violeta, a protagonista/narradora, capotou e está presa pelo cinto de segurança. Perdida a observar uma gota de água num estilhaço, não demora a sentir que, tal como ela, toda a sua vida está suspensa.
Numa viagem até ao passado, começamos a unir as pontas soltas, a perceber a débil estrutura familiar que a rodeia, o peso dos ciúmes e a noção que tem de si. Há muita vulnerabilidade nos pensamentos que narra e nós vamos desconstruindo essas camadas, à medida que avançamos na leitura. Embora seja fascinante, sinto que é uma narrativa que exige atenção redobrada, pela estrutura e pelo recuperar de tantas memórias, por isso, vai-se estranhando e, depois, entranhando.
Não é fácil gostar de Violeta, tive alguma dificuldade em relacionar-me com a sua maneira de estar na vida, mas também é difícil largá-la, uma vez que é evidente que há muitas coisas que lhe faltam, a começar pelo amor, e esses vazios têm peso. Além disso, somos constantemente implicados numa sensação sufocante, quase como se tivéssemos dificuldade em respirar, porque a autora cola-nos ao lado mais intimo, visceral, dos pensamentos da personagem com “nome de flor que também é uma cor”.
Um aspeto que achei curioso foi as diferentes imagens que se podem criar de um mesmo lugar.
Numa viagem até ao passado, começamos a unir as pontas soltas, a perceber a débil estrutura familiar que a rodeia, o peso dos ciúmes e a noção que tem de si. Há muita vulnerabilidade nos pensamentos que narra e nós vamos desconstruindo essas camadas, à medida que avançamos na leitura. Embora seja fascinante, sinto que é uma narrativa que exige atenção redobrada, pela estrutura e pelo recuperar de tantas memórias, por isso, vai-se estranhando e, depois, entranhando.
Não é fácil gostar de Violeta, tive alguma dificuldade em relacionar-me com a sua maneira de estar na vida, mas também é difícil largá-la, uma vez que é evidente que há muitas coisas que lhe faltam, a começar pelo amor, e esses vazios têm peso. Além disso, somos constantemente implicados numa sensação sufocante, quase como se tivéssemos dificuldade em respirar, porque a autora cola-nos ao lado mais intimo, visceral, dos pensamentos da personagem com “nome de flor que também é uma cor”.
Um aspeto que achei curioso foi as diferentes imagens que se podem criar de um mesmo lugar.
🎧 Música para acompanhar: People Watching, Conan Gray
📖 Outros livros lidos: O Retorno | Campo de Sangue | Eliete | Tudo São Histórias de Amor | O Chão dos Pardais | Autobiografia Não Autorizada
8 comments
Mais um para a minha wishlist da WOOK, fiquei muito curiosa com a história.
ResponderEliminarObrigada pela partilha, minha querida!
Beijinho grande!
Se ainda não leste Dulce Maria Cardoso, não aconselho muito começares por este. Ainda assim, acho que vale a pena descobri-lo :)
EliminarMais uma boa sugestão para se ler, mas não me lembro de já ter ouvido falar desse livro
ResponderEliminarBeijinhos
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Acho que não é dos mais conhecidos da autora
EliminarTenho muita curiosidade de ler *.*
ResponderEliminarComo disse à Ana, não sinto que seja o melhor livro para começar a descobrir a autora. Ainda assim, aconselho-a muito ☺️
EliminarNão conhecia. Obrigada pela partilha. 😊
ResponderEliminarTive algumas dificuldades com este livro, mas teve aspetos interessantes
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