olá, linda, ann napolitano
Fotografia da minha autoria |
«Nasceu de duas pessoas feridas, e isso é parte da razão de estarmos aqui»
Gatilhos: Morte, Luto, Famílias Disfuncionais, Saúde Mental
O meu fascínio por histórias sem personagens heroínas não é recente, porque gosto dessa proximidade. Como já tive oportunidade de partilhar antes, nem sempre procuro na literatura uma extensão da realidade, no entanto, acho interessante quando lemos determinado enredo e sentimos que podia acontecer - e exatamente daquela maneira. No livro de Ann Napolitano, encontramos uma família que podia muito bem ser a nossa.
será o amor suficiente?
Olá, Linda coloca-nos na rota das irmãs Padavano - Julia, Sylvie, Cecelia e Emeline -, tão distintas entre si, mas inseparáveis. Quando William começa a namorar com Julia, há uma série de contrastes que se tornam evidentes. Afinal, a dinâmica familiar deles é antagónica e William vai-se descobrindo pela lente destas irmãs.
A narrativa cruza várias décadas e explora a felicidade, os medos, as desilusões e as escolhas destas pessoas, ao mesmo tempo que nos deixa a pensar em questões relacionadas com negligência parental, solidão, saúde mental e traumas. Com um tom melancólico, que nunca camufla os diferentes tipos de dor e de perda, compreendemos que há aspetos transversais: mesmo que tínhamos crescido numa família funcional conseguimos rever-nos nestas personagens e acolher as suas angústias como se fossem nossas também. Além disso, traça um retrato muito relacionável do luto e das feridas que parecem impossíveis de sarar.
O livro de Ann Napolitano escalou muito rápido para a minha lista de favoritos, porque não complica, mas não se inibe de trazer temas complexos, e porque tem um contexto comovente: saber a origem do título desarmou-me por completo. Em simultâneo, fascinou-me pela própria construção das personagens. Nem sempre concordei com as suas atitudes, nem sempre concordei com as suas motivações, mas consegui compreender de onde vieram e o que procuravam. Aquilo que a autora fez com esta história é absolutamente extraordinário.
Quando cheguei ao fim, fiquei cheia de vontade de prolongar a narrativa, porque sinto que há ali um vínculo que merece continuação (mas fico bem, caso nunca venha a ter). Não sei se o amor será sempre suficiente, porque existem mágoas quase irreversíveis, mas pode ser o impulso para ver para além da escuridão.
Olá, Linda pauta-se pela lealdade. Com uma escrita inebriante, marca-nos por cada camada que vamos desconstruindo, como se fossem um novelo, e pelas possibilidades que deixa para imaginarmos.
🎧 Música para acompanhar: Brother, Kodaline
◾ DISPONIBILIDADE ◾
Mais um que tenho de ler. A narrativa deixou-me curiosa.
ResponderEliminarBeijinho grande, minha querida!
Acho que é o teu tipo de livro, minha querida 🥰 aconselho muito!
EliminarNa minha opiniao, o Amor é sempre suficiente mas quando acaba aí sim, nao ha mesmo nada a fazer... Fiquei bastante curiosa com esta sugestao *.*
ResponderEliminarHonestamente, acho que o amor não é sempre suficiente. Podes amar muito alguém, mas se faltar comunicação ou confiança, por exemplo, a relação deixa de ter condições para continuar. O sentimento ainda lá está, mas falta tudo o resto para agregar. Acredito, isso sim, é que o amor possa ser o grande impulso para imvestires naquilo que falta e, juntos, tornaram a relação saudável.
EliminarRecomendo muito este livro!
Também já o tenho na minha lista!
ResponderEliminarMas fiquei ainda mais curiosa com a tua opinião.
Um beijinho
🌸 Rosana 🌸
Vale mesmo muito a pena, Rosana. É maravilhoso 🥰
EliminarEstou a ler neste momento e a amar ❤️ Que livro incrível!
ResponderEliminarAww, que bom, fico tão feliz por ler isso! Que continue a ser uma experiência de leitura incrível
EliminarAinda não li mas conheço de nome.
ResponderEliminarMuito rendida a esta história!
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