trilogia poética

Fotografia da minha autoria



I

anoitece
como quem respira
um céu aberto
como asa que se ergue
sem levantar a poeira
de memórias fragmentadas

anoitece
e como é negro
o céu do meu desgosto
oposto às roupas que me cobrem
o corpo, a dor, a tua ausência


II

um quarto arrendado
em peito xxl
de olhares que nos pesam
e há tanta coisa que não nos serve
mas onde insistimos em encaixar


III

fazer morada em ti
nos contornos do corpo sob a roupa da cama
consciente de que não sei ficar

Comentários

Enviar um comentário