O que fala ao coração #4

«A minha ideia é que há música no ar, há música à nossa volta, o mundo está cheio de música e cada um tira para si simplesmente aquela de que precisa», Edward Elgar

Não passo um dia sem ouvir música. A escolha desta semana é novamente em português e no feminino. Talvez não a reconheçam, mas tenho a certeza de que depois de ouvirem a sua voz nunca mais se esquecerão.

Descobria-a sem contar, por acaso, quando liguei o rádio e deixei-me ficar na estação Rádio Nova, por ter ouvido uma melodia cativante que fez-me querer ficar a conhecer aquela música. Não resisti, perdi-me de amores e tive que descobrir de quem era. Natural do Porto, tem 27 anos e vive na Alemanha, onde iniciou a sua carreira musical. Lançou o seu primeiro EP no ano passado (2013), intitulado Sangue Aventureiro. «Canta em português e define o seu estilo musical como "atlântico", com influencias do Brasil, de África, do Jazz e do Fado». «O Ciclo» é, talvez, a faixa principal e já tem videoclip. 

Para quem ainda não conseguiu descobrir sobre quem falo, a escolhida desta semana é Maria Rui. Podem saber mais sobre ela aqui. Para ouvirem mais trabalhos da artista, nomeadamente do seu primeiro trabalho, basta acederem ao Spotify aqui. Tem um estilo inconfundível, uma voz que aconchega e que dá vontade de colocar em modo repetição. Já me rendi ao seu talento, por isso partilho convosco aquela que foi a música responsável por isso. Adoro surpreender-me com a boa música portuguesa que se faz. Aquece o coração.

   

O Ciclo

«Há coisas que o vento não leva,

Assim como a lua vai e vem.

O ciclo leva-nos sempre ao mesmo ponto

E o meu ponto és tu.

O vento vai passando,

Vai trazendo e levando:

As cores, a vida, o amor e a saudade.

Quem sou eu ao pé do vento e do destino?

A vida vai passando e eu sonho que a agarro.

Diz que se um morre um outro nasce

Muita água há-de correr.

Eu esqueço-te até voltares a aparecer.

Um novo amor acontece, outro amor esmorece,

E o ciclo resiste ao meu amor “P”.

Diz que a vida continua,

Com o tempo vai passar.

E com estes ditos me quero enganar.

Mas o vento não vai perdoar,

A realidade está no pó, que começa a assentar.

Diz que se um morre um outro nasce,

Muita água há-de correr,

Eu esqueço-te até voltares a aparecer.

Um novo amor acontece, outro amor esmorece,

E o ciclo resiste ao meu amor “P”.

Eu não sei como definir o amor,

Se é confuso ou manipulador.

No meio de tantos sonhos eu me apercebi,

Contigo sou quem quero ser

Mas tu não és para mim.

Mesmo tu não estando aqui,

O teu apoio eu recebi.

Nem toda a destruição é uma maldição,

Assim eu entendi:

Que se um morre um outro nasce,

Muita água há-de correr,

Eu esqueço-te até voltares a aparecer.

Um novo amor acontece, outro amor esmorece,

E o ciclo resiste ao meu amor “P”»

Já conheciam? Não? O que acharam?