O que fala ao coração #5

abril 12, 2014

O que fala ao coração #5

«A minha ideia é que há música no ar, há música à nossa volta, o mundo está cheio de música e cada um tira para si simplesmente aquela de que precisa», Edward Elgar

Não passo um dia sem ouvir música. Esta semana continuamos a cantar em Português, mas no masculino. A cara e a voz dele não são nada estranhas, até porque foi o vencedor da quinta edição do programa Ídolos.

«Surge no panorama da música portuguesa como cantor, intérprete, músico e artista. Português, natural de Faro, mas com os olhos postos no Mundo, é em 2006 que inicia um percurso que lhe mudaria a vida para sempre. Foi nas suas primeiras aulas de guitarra que começa pela primeira vez a dar voz a todos aqueles que o rodeavam. Um ano depois, ajuda a fundar a banda algarvia "Fora da Bóia", onde não só se destacou como guitarrista da banda, como também pelas suas qualidades vocais e de composição. Tudo era novidade, escrever letras, compor, cantar e tocar ao vivo, gravar em estúdio, concursos e, foi neste ambiente que cresceu como músico, mas também como pessoa, onde desafiou os seus próprios limites e, acima de tudo, encontrou finalmente o seu verdadeiro objectivo em vida. Na procura do reconhecimento, concorreu a várias audições de caça-talentos, nomeadamente: TVI em 2008, Ídolos 2009, Operação Triunfo 2010, contudo, sem resultados positivos. Após 4 anos de banda, e um relativo sucesso regional, abandona o grupo para dar prioridade aos estudos e terminar a licenciatura fora do país. De regresso a Portugal, renasce como artista, mas desta vez decide criar as bases para uma carreira a solo. Inicia-se no mundo cibernauta e das redes sociais, através de vídeos de versões acústicas de canções conhecidas. Os convites começam a aparecer, os concertos cada vez mais cheios, e, desta forma, decide concorrer à 5ª edição do programa Ídolos que se aproximava. E foi neste ano, após cerca de 4 meses de audições, provas e atuações ao vivo, que se sagrou no novo Ídolo de Portugal, cujos prémios foram um curso de música com a duração de 6 meses na London Music School em Londres, e um contrato discográfico com a editora Universal. Volta a Portugal em 2013 com o diploma de melhor aluno do curso e, neste momento, encontra-se na fase de composição do que será o seu primeiro álbum de originais».

O percurso que construiu nos Ídolos foi razão suficiente para que o orgulho ganhasse proporções elevadas. Gala após gala a evolução foi notória, mas aquilo que faz aumentar o coração não é só o talento inegável, mas a capacidade de superação que esteve sempre presente não só no programa, mas sobretudo após o seu término. É fácil cair no deslumbramento, mas é mesmo reconfortante saber que se manteve fiel a ele próprio, com sonhos, mas com os pés assentes na terra. Gosto de pessoas generosas e humildes, que sabem lutar pelo seu talento, mas sem aumentarem o ego.

Há uns tempos escrevi que deixei de ter palavras para falar sobre ele. O tempo passa e continuo com essa sensação. Porque é incomparavelmente genial, com uma força incrível para arriscar e evoluir. Tem uma voz cheia de talento - essa voz quente que nos envolve como o abraço de alguém que nos protege num segredo partilhado com o mundo. Um sentido de música fascinante. A tal interioridade que nos toca e comove. É o que eu costumo chamar de artista completo, porque não tem só a mestria necessária, mas também a vontade que move o mundo e a inteligência suficiente para saber que há sempre mais um degrau para subir.

Quando o talento é gigante torna-se difícil não repetir as palavras. Chegou agora o original que tanto aguardava - e é bom sentir que cada vez somos mais a acompanhar o seu percurso. Se a primeira música já nos deixa de coração arrebatado só consigo perspetivar um futuro brilhante para este álbum que não tardará a sair. Dizer que está fantástica e maravilhosa torna-se pouco para aquilo que nos faz sentir. Arrepiei-me do inicio ao fim, fiquei de lágrimas nos olhos e com o coração a transbordar de orgulho. Está incrivelmente bem escrita e pensada. Vou ouvi-la em modo repetição, sem dúvida!

Não devem restar dúvidas quanto ao artista desta semana, mas para o caso de ainda existirem algumas é com muito orgulho que vos digo que o escolhido é Diogo Piçarra, com o seu original «Volta». Aquece o coração. E a alma. Mil vezes. Mil vezes mais. Sempre. Um dia vamos mesmo encontrar-nos num desses palcos espalhados por Portugal e pelo mundo. E da primeira fila irei aplaudir-lo como aos Grandes: de pé. Porque é um deles!