Entre Margens

#Liebstar Award

A Cláudia S. Reis do blog O beijo do mocho, a quem eu agradeço desde já, nomeou-me para mais um desafio. E a partir de agora vou deixar que me conheçam um pouco melhor.


1) Como te defines?
Sonhadora, apaixonada pela vida, irrequieta, com vontade de conhecer o mundo. Protetora, ouvinte, teimosa e determinada, mesmo quando as inseguranças parecem querer sobrepor-se a tudo o resto. Com o tempo aprendi a gostar de me definir, de dizer como sou, porque compreendi que ninguém me conhece melhor do que eu. Ainda há partes de mim que são uma verdadeira incógnita, pois continuo a crescer, mas nada me dá mais gozo do que me ir descobrindo, sabendo até onde consigo chegar. Continuo a ser pessoa de poucas palavras ditas, mas com muitas ainda para escrever. Gosto de ações e de quebrar barreiras - principalmente as minhas. Não mudo, mas estou em constante evolução.

2) O que te levou a criar um blog?
Não é segredo - até porque já o referi - que foi através de um primo meu que fiquei a conhecer o blog, uma vez que me incentivou a criar o meu próprio espaço. Contudo, se não fosse o meu amor à escrita não teria avançado. Gosto de me perder nas palavras, brincar com elas, contar histórias que não sendo minhas diretamente ganham vida através da minha imaginação. Mas depois há o outro lado: libertar fragmentos daquilo que sou e com essas experiências poder ajudar alguém. 

3) Qual é a primeira impressão do blog que te nomeou?
Como o disse aqui, a Cláudia deve ser das pessoas com quem mais me identifico por termos bastantes coisas em comum. Tem um talento gigante para escrever e conquista-me a cada palavra. Há pessoas incríveis que merecem ser lidas, ela sem dúvida que pertence a esse grupo.

4) Qual a tua cidade de sonho?
O Porto! Por mais que queira conhecer outras, a minha cidade de coração estará sempre no lugar da frente. Pela beleza, pela história, pelas pessoas, pelas memórias, por tudo aquilo que nos oferece. Habituava-me bem a passar os dias sentada na ribeira a contemplar a vista, a ouvir aquele sotaque delicioso e a escrever. Existe magia nesta cidade, e uma infinidade de recantos para descobrirmos. 

5) O que fazes nos tempos livres?
Escrevo, leio, ouço música, vejo séries, fotografo, passeio e desfruto da companhia das minhas pessoas.

6) Qual o produto de maquilhagem, roupa ou acessório favorito?
Maquilhagem nunca foi o meu forte, sou mesmo uma nódoa no que diz respeito a esse assunto. Limito-me a colocar lápis e rimel - algo que não faço diariamente - e batom para hidratar os lábios (baby lips ou caudalie). Quanto à roupa, adoro casacos e calças de ganga. No departamento dos acessórios, uso e abuso dos lenços/cachecóis/mantas e dos colares. 

7) O que ainda te falta fazer?
Acabar a licenciatura, entrar em mestrado, escrever um livro, ser educadora de infância, namorar/casar, ser mãe. E um dia que cumpra todos estes sonhos acredito que encontrarei outras coisas que me faltem fazer.

8) Qual tem sido/é o maior desafio da tua vida?
Superar os meus medos e as minhas inseguranças. Superar-me. E aprender a dizer não.

9) O que é que te inspira?
Tudo. Depende sempre do estado de espírito, mas há alturas em que um simples bocejo pode despoletar uma reação, seja para escrever ou para fazer outra coisa qualquer. O importante é estarmos atentos e recetivos aos sinais que a vida nos dá.

10) Qual é o teu maior sonho?
Não sei se é o maior, mas é o mais antigo: escrever um livro. Paralelamente, quero percorrer Portugal de Norte a Sul ao volante de uma pão de forma.   

«Cozinhar é como tecer um delicado manto de aromas, cores, sabores, texturas. Um manto divino que se deitará sobre o paladar de alguém sempre especial», Sayonara Ciseski


Há algum tempo atrás ouvi dizer que uma chávena de chá pode ser a cura para muitas dores. Apaixonada como sou por esta bebida acredito sinceramente nesta afirmação. A variedade é infinita e o facto de existirem infusões para diferentes finalidades é uma excelente ajuda. Em conversa com os meus tios fiquei a conhecer o Funcho - «planta umbelífera, aromática, de sabor doce e flores amarelas, que se usa em medicina e como condimento»; também designado por fiolho. O cheiro e o sabor são bastante agradáveis e é próprio para o mal estar intestinal e afeções do trato respiratório. Contudo, os seus benefícios não ficam por aqui, sendo, por isso, uma escolha fantástica. Vamos provar?

Infusão:
- Colocar num recipiente três colheres de sobremesa de funcho (ou a olho, como preferirem);
- Ferver a água;
- Assim que estiver fervida, verter sobre a planta seca;
- Deixar repousar durante cinco minutos para libertar o sabor;
- Coar e servir.

Observação: Há quem ferva a água juntamente com as sementes/folhas/planta seca (dependendo do que utilizarem) e depois deixe estar três minutos em repouso, mas acho que desta forma acabamos por não conseguir extrair na totalidade todas as propriedades da planta. Talvez seja impressão minha, mas prefiro separar. 

Qualquer dúvida ou sugestão que tenham podem deixar nos comentários ou enviar por e-mail. 

Revelei aqueles dois rolos que guardaste na primeira gaveta da cómoda. Sequei as feridas. Expus as memórias e deixei-as seguir com o vento. Aprendi a ver para além daquilo que está diante dos meus olhos e hoje sei que, por te conhecer tão bem, fomos muito mais do que retratos a 10x15. E que aquele teu gesto irrefletido não foi uma tentativa de esconderes a nossa história, mas a maneira mais fácil que arranjaste de me preparares para a tua ausência. 



«Todas as decepções são secundárias. O único mal irreparável é o desaparecimento físico de alguém a quem amamos», Romain Rolland


Tu não eras tu quando te vi. Deitada naquela cama de hospital, de olhar vago, sem esperança e sem amor. Não eras tu. Não podias ser. Ainda te lembras de mim? Por favor, diz-me que sim. Recuso-me a aceitar que aquele teu toque sobre a minha mão foi apenas um reflexo e não a vontade que sempre tiveste de me proteger nos teus braços. Somos pequenos pedaços de nada quando a nossa memória nos atraiçoa. Será que algum dia te voltarás a lembrar? Ou será tarde de mais? Não partas já. Não agora. Não enquanto não sentir que o farás com dignidade. Perdoa-me o egoísmo, mas não suporto sentir-te ausente no exato momento em que permanecemos ao teu lado com claro desejo de te vermos a melhorar. A culpa não é tua. Não podia ser. Tens um coração demasiado bondoso para nos remeteres a este sofrimento sem igual. Foi essa doença que te arrancou de nós. E de ti. Tu não eras tu no dia em que te vi pela última vez. Eu não fui mais eu depois de me despedir de ti. Para sempre. 

Mudaste o teu coração para o formato T0 e arrumaste-me numa das caixas dos indispensáveis. Até gosto de mudanças. Livrar-me de ti foi um dos pontos altos do meu dia. Finalmente o meu espaço interior deixou de ser mal ocupado.

#devaneio #mudanças #coração #T0 #semespaço #semti #liberdade

09.09.2014

«(...) O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas aquele que conquista por cima do medo», Nelson Mandela.


Os fortes também caem. Também sentem o medo a invadir-lhes cada pedaço do seu corpo - por mais que o queiramos, não podemos ser inabaláveis o tempo todo -, mas é esse medo que nos cobre o rosto que um dia nos fará dar valor aos nossos rasgos de coragem. E quando o mundo desaba aos nossos pés temos dois caminhos: desmoronarmo-nos com ele ou mantermos a máscara colocada, impedindo-nos de exteriorizar tudo aquilo que nos magoa. Não mostro o jogo, tento aliar-me à força que me cresce no peito, guardo para mim. Sufoco as lágrimas e liberto o sorriso, sabendo que esta ilusão cessará. E é quando deixo de ter medo de cair, de me envolver num abraço solitário, e liberto o choro que percebo que não tenho que aguentar o peso do mundo às costas. Por momentos, revivi o pesadelo cravado à minha memória. Senti o estômago a dar voltas, o coração a acelerar irregularmente e a ansiedade a toldar-me os passos. E num instante o passado parece caminhar lado a lado com o presente. Não acontecerá! Por pior que se apresente o cenário, há uma coisa que aprendi: mesmo que se perca o sorriso, o importante é não perder a fé. 

«Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos», William Shakespeare


Há um sonho de papel
Escrito nas estrelas do mar,
Escondido em segredos
Nos recantos do meu coração.

Há mais um sonho
Desenhado em constelações
De mil fios, de mil cores
Com o meu coração dentro delas.

Há um papel que vagueia nas asas do vento,
Perdido, envolto em desejos e sonhos meus.
Aconchegado na ternura da tua voz,
Na melodia do teu olhar.

Tenho mil sonhos, em mil pedaços de papel
Pequeninos, guardados na palma da minha mão.
Tenho mil sonhos, mil desejos, mil vontades
De ti!

Queria envolver-te num beijo terno,
Num enlace sem laço, mas que nos enlaçasse.
Queria envolver-te num abraço
E repousar encostada ao teu peito.

Queria agarrar-me ao cordão de um balão
Contigo, e voar daqui.
Queria... Tanta coisa
Mas ao mesmo tempo nada mais do que uma coisa:
Tu!

Queria ficar contigo
Para sempre, seja essa sempre o tempo que for.
Queria ter-te aqui, ao pé de mim,
Onde o tempo não dói.

Há um sonho que escrevo com o coração
Num pedaço de cartão castanho cor de mel,
Como o teu olhar doce e apaixonante.

Há um pedaço de papel que guarda
O meu maior segredo:
O meu coração será sempre
O teu porto de abrigo.

Há um sonho de papel,
Um desejo escrito em cartão,
Com uma tinta cor de mel
Para te dar o meu coração.

Tenho mil segredos guardados numa caixinha só.
Um latejar forte, um desejo só.
O meu sonho está guardado em papel,
Que vagueia solto em alto mar.

Há sonhos que serão sempre meus,
Que permanecerão aconchegados na palma da minha mão.
Há sonhos que, por serem os meus sonhos,
Estarão sempre escritos em papel.

Eu queria ter-te aqui, entrelaçado ao meu coração.
Mas há sonhos que, por serem só os meus sonhos,
Serão sempre sonhos de papel.


Parte do que sou. Novembro, 2011

Calei as palavras que não queres escutar. Enquanto não souberes ser para além de ti, nem aceitares aquilo que não és tu a dizer, manter-me-ei em silêncio. Até sentires necessidade de ouvir a minha voz. 

Pensar em grande. Ver mais longe. Fazer muito mais do que isso. Ser maior. A vida começa além-(das nossas) fronteiras.

Enviei uma mensagem sem destino. Aguardo, silenciosamente, por uma resposta à deriva, perdida, de alguém que queira afagar as mágoas de um pobre coração sem amor. 

Se há algo que atrapalha no nosso caminho é melhor deixa-lo para trás, por mais que nos aperte o lado esquerdo do peito. É que os obstáculos só são bons quando nos permitem ultrapassar as nossas barreiras. Tudo aquilo que nos impede de crescer não nos permite avançar. E se há coisa que me incomoda é ficar parada no tempo sem ser por vontade própria.

Chega mais perto. Quero-te! Bem junto de mim. De cabeça encostada ao teu peito. Cala-me com um beijo, peço-te, sem hesitações. Juro-te, o silêncio dos teus lábios nos meus é o único que suporto, que me desarma e onde me quero perder. E o teu abraço, forte e aconchegante, é o único lugar no mundo onde me sinto em casa. 

A chuva cai depressa, desregulada, como se tivesse o tempo contado para chegar. E é acompanhada por esta música de fundo que, sentada na cama, de pijama, com uma chávena cheia e bem quente de chá de frutos silvestres, me perderei nas palavras de mais um livro. Durante todo o dia.

«Há momentos em que parece que tudo acabou, que nada faz sentido e que a dor não vai parar. É nesses momentos, em que o sofrimento nos agarra, que temos de nos lembrar que é possível voltar a voar», José Gameiro.

A minha alma não tem calma perante tantas promessas vãs.

Capitulo 5 (conclusão)
07.08.2014


Comprei uma Pão de Forma! Uma elegante miniatura azul. Se calhar é de mim, mas acho-as um encanto. Enquanto não tiro a carta, não tenho uma garagem suficientemente grande e não compro uma verdadeira, fico-me por esta replica tão fiel do modelo que mais me enche as medidas. Já para não falar da vantagem que esta última apresenta: consigo guardá-la dentro de casa. 

19h35: Chegamos a Vale de Lamas.

Depois do jantar fiquei à conversa com o meu tio. O tempo estava um luxo, ainda que não fosse uma típica noite de agosto em Bragança. Olhando o céu estrelado, fomos vendo aviões a passar. E os satélites também. A conversa fluiu e as memórias vieram juntamente com as palavras.

22h14: Vamos agora ao centro de Bragança. 

Para trás fica a casa do povo completamente cheia e em frente, ao longe, já avisto as luzes da cidade, como se milhares de pirilampos se tivessem reunido em volta de um único local. 
O comboio noturno circula pelas ruas para dar a conhecer os pontos mais importantes e tudo aquilo que têm para oferecer. E os turistas de olhos esbugalhados vão acompanhando toda a informação que lhes é dada.
As mesas na Praça Camões estão todas ocupadas. E em palco já estão a atuar os artistas desta noite. 

23h41: É hora de ir embora.

23h53: Chegamos a casa.

Vou preparar o meu chá gelado de mirtilo e maçã, vestir o pijama e fechar o caderno. A viagem termina por hoje, mas recomeça amanhã.

Capitulo 5 (continuação)
07.08.2014


13h20: Terminei de almoçar, por isso vou retomar a leitura. Estou quase no fim do livro «Não nos Roubarão a Esperança», mas trouxe comigo «O Preço do Dinheiro», de Ken Follett, para não perder o ritmo. 
A esta hora está tudo mais tranquilo e o tempo espetacular. Às 16h estou de regresso à água. Agora vou fechar o caderno e mergulhar nas palavras. 

14h46: Acabei! «Dois portugueses, unidos pelo sangue, em lados opostos da Guerra Civil Espanhola, descobrem que do ódio pode nascer o amor». É engraçado - obviamente sem o ser - como o poder da vingança possibilita consequências tão desastrosas. Ainda assim, a força que o amor tem permite-lhe crescer e resistir ao pior cenário possível. Este livro não deixa de ser uma história de vida e a prova de que o sangue não é razão suficiente para que as pessoas se dêem bem. Todos nós lutamos por uma causa, mas os princípios nem sempre são os mesmos. Talvez não exista um lado bom e um lado mau, pois todos acreditam que aquilo que os motiva é o mais benéfico. E como em tudo na vida, há pessoas boas e outras que apenas querem subir na vida à custa dos outros. 
Foi o primeiro livro que li do Júlio Magalhães, mas adorei! A escrita parece que nos embala, o tema é bem desenvolvido, as personagens comovem-nos, causam-nos arrepios, deixam-nos os nervos à flor da pele; e o meio em que tudo se desenrola toca-nos pelas imagens que as descrições nos proporcionam. Apetecia-me continuar a ler, saber o que aconteceu à Jacinta e ao pequeno Pedro; à Teresa e ao Alonso; ao Filipe. Não posso, portanto resta-me imaginar!
Vou relaxar, contemplar a água límpida e depois começo a ler «O Preço do Dinheiro».

17h33: Está na hora de ir embora, pelo mesmo caminho que fizemos de manhã. Não vamos diretos a casa, primeiro precisamos de passar pelo centro de Bragança.

18h39: Fim da viagem.

O mundo é mesmo pequeno. Fui a uma loja de recordações para comprar um dedal de cá e o dono, que nos reconheceu pelo sotaque, é natural de Gaia, mais concretamente de Mafamude - como eu. Trouxe o dedal, um chapéu de palha e ainda nos ofereceu um mapa da cidade. 
Ao passar pela Praça Camões reparamos que estava a decorrer uma demonstração de Karaté. O município apoia a juventude. E ainda bem!


Continua...

(qualquer dúvida não hesitem, deixem nos comentários ou mandem por e-mail)

Capitulo 5
Quinta, 07.08.2014


06h30: Levanto-me meia acordada, meia a dormir e vou arranjar-me para depois tomar o pequeno-almoço.
Antes de irmos para o Lago, vamos ao mercado comprar fruta e óleo para o carro.

07h49: Estamos de saída.

08h08: Chegamos ao destino.

Num edifício relativamente recente, o mercado é composto por algumas lojas de artesanato, fruta, minipreço, café no piso de baixo e uma galeria comercial na parte superior. Gosto muito mais do que é feito ao ar livre, mas esse só acontece três vezes por mês.
Perdi-me numa das lojas, até porque pretendo comprar um careto. Existiam em vários formatos, o único senão era não existir alguém para nos atender. Vim embora sem saber o preço das peças, mas talvez volte noutro dia, se assim se justificar. 
Provei, finalmente, os económicos - um pão que se faz muito em Bragança. Honestamente, não vos consigo explicar ao que sabe, mas sabe bem. Vou tentar descobrir a receita para depois experimentar. Levamos três, um para cada um, para o nosso lanche. 

08h42: Vamos agora embora, e sem fruta por estar bastante cara, com destino a uma bomba de gasolina por causa do óleo.

Encontrei uma loja que vende a inigualável Pão de Forma, mas em brinquedo. Uma será minha! Na Puebla, como já pude reparar, existe um estabelecimento que vende canecas com a parte da frente destas carrinhas. Já que não tenho uma original, delicio-me com estas réplicas em miniatura. 

09h28: Depois das voltas que tivemos que dar, estamos a caminho do Lago, mas hoje por um caminho diferente. Apesar disso, continuamos rodeados pelo Parque Natural de Montesinho

(Freguesia de Meixedo-Rabal-França-Portelo-Junta de Castilla y León-Calabor-Pedralba de la Praderia-Lobeznos)

A estrada que vem por Calabor está em melhor estado e é ligeiramente mais larga que a que vem por Rio de Onor - a mesma por onde vimos todos os dias. No entanto, acho que tem mais curvas, o que faz com que a distância pareça muito maior. Chegando à Puebla as estradas fundem-se.

(Puebla de Sanabria-El Puente-Cubelo- Galende)

10h33: Chegamos à Playa Arenales de Vigo - a "nossa" praia.

Avizinha-se mais um dia de «dolce far niente». Apesar de aqui já serem 11h33, não estão muitas pessoas, mas à tarde o difícil será olhar para o lado e ver um pouco de areia vazia.
A água já chama por mim!


Continua...
(qualquer dúvida não hesitem, deixem nos comentários ou mandem por e-mail) 

Frescobol!

#SomosDalva #batequebate #frescobol #músicaportuguesa #liberdade

...

Viajei no tempo: a viagem foi alucinante e emotiva. Nunca 2012 me tinha sabido tão perto.

#Ídolos #DiogoPiçarra #AnaFernandes #nostalgia #saudades #2012 #tempo #viagem #passado

...

Foges comigo para a lua? Ou só ali para o Alentejo? Foge comigo, não importa para onde.

#fugir #devaneio #lua #Alentejo #tu #ladoalado #aventura #experiências #proximidade #cumplicidade #desejo


08.09.2014

«Sinto o cheiro do seu perfume no ar»


O nosso olfato tem tanto de delicioso como de traiçoeiro. Os aromas não nos prendem pelos odores que libertam, ainda que inconscientemente acreditemos que sim, mas pelas memórias que nos reavivam, quase ao ponto de as sentirmos a escapar-nos por entre os dedos para se colocarem em fila diante dos nossos olhos. E nós perdemos a noção do tempo. Do espaço. Tantas vezes petrificados pela dureza que o passado carrega. Mas, na maior parte dos momentos, permanecendo na inocência de desejar que aquele cheiro nunca desapareça. De nós.  

«Qual é o seu sonho?»


Cruzo-me tantas vezes contigo. No mesmo café, na mesma livraria, nas mesmas escadas rolantes, no mesmo banco de jardim. Por vezes, a proximidade é tanta que chego a pensar que já te encontrei sentado no sofá da sala. Ia jurar que conheço o contorno do teu rosto de cor. Os olhos verdes profundos. O cabelo castanho claro. O perfume suave. O toque delicado que me faz querer esgueirar do mundo só para ficar dentro do teu abraço. E tu estás ali, tão perto. Demasiado perto até. Se esticar o braço consigo entrelaçar a minha mão na tua. E eu tento, sem sucesso, alcançar-te. É como se os meus dedos passassem pelo teu corpo e tu não sentisses a minha presença. No outro dia, quando tivemos mais um dos nossos encontros desencontrados, fui propositadamente contra ti, só para sentir toda a tua atenção; como se através de um "desculpa, ia completamente distraída" tivesse encontrado a desculpa perfeita para que o diálogo entre os dois fluísse tão naturalmente como velhos amigos. Era assim que nos sentia. Mas, tal como das outras vezes, continuaste o teu caminho ignorando a minha presença. Talvez pela força do embate, acordei. Como acordo todas as manhãs, sentindo o vazio que fica na ausência de alguém que nunca chegou a entrar na minha vida. Quando é que vens? Quando é que te tornas na realidade que preciso? Sigo todos os dias os caminhos que percorro em sonhos e tu nunca estás lá. Inconscientemente espero, como se por algum motivo tivesses perdido o autocarro e viesses mais tarde. Avanço para a paragem seguinte, mas nunca ouço os passos de quem está prestes a chegar. Baixo a cabeça, envergonhada, sabendo que toda esta procura é ridícula. Como é que se pode esperar por alguém que não existe? Queria-te aqui, real e não apenas num fragmento de um devaneio meu. Mas entre não te ter de todo ou só te ter numa utopia, espero encontrar-te sentado naquela cadeira azul a beber chá de menta quando eu chegar, por volta da meia noite, ao sonho de todas as noites.    

No meio de tanta vontade, a falta de coragem é apenas um pretexto para impedirmos a nossa mente de nos fazer aventurar por caminhos desconhecidos.

Há um dia em que aprendemos a levantar voo. Ou simplesmente a saltar sem medo de cair.

«Prefiro ter-te com todos os defeitos do que não te ter no meu peito», 
Diogo Piçarra


Volta
Na volta do vento
Na ponta do abraço
Num beijo
Enlaçado
Sem nó
Volta
Para perto
De mim
Sem ti 
Perco o norte
Do que sou 
E vou por aí
Sem rumo
Perdendo-me 
Da estrada certa
Nesta vida
Que nunca mais será a minha
Se não voltas.

«E os teus olhos negros que já foram meus e agora são d'outro, e agora são d'outro, paciência, adeus»


O encanto das noites de domingo voltou de repente. Como se aquela realidade tivesse acontecido na semana passada e não há um ano atrás. Quando as pessoas são especiais permanecem. Tudo é próximo. Tudo é presente. E ter os Aurora de volta ao palco do Factor X permitiu-nos, primeiro que tudo o resto, fazer uma viagem mental pelo seu percurso e, seguidamente, matar saudades, ainda que à distância. Vê-los naquele lugar tão cheio de recordações únicas e inesquecíveis é fantástico. Mas saber que lá estão para apresentarem um original é um orgulho tão grande que nenhuma palavra consegue descreve-lo com exatidão. 

O Cante Alentejano tornou-se, no ano que passou, Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO. Em jeito de homenagem e partindo de uma moda alentejana denominada Morena de Raça, surge Moda da Morena que é, portanto, uma adaptação da primeira. A música de base já é por si só extraordinária - mas vindo do Alentejo outra coisa não seria de esperar -, por isso havia um excelente ponto de partida para o novo trabalho. Com a marca dos Aurora - e aqui perdoem-me a minha falta de imparcialidade - só podia ficar incrível. E ficou! 

Deles só espero o melhor, até porque já nos deram provas mais do que suficientes de que tudo aquilo que fazem nos surpreende sempre pela positiva. Ontem, em cima daquele palco, voltaram a mostrar a razão pela qual o número de apoiantes é cada vez maior. Prenderam a nossa atenção, deixando-nos a desejar que aquele momento nunca mais acabasse. Cheguei ao fim a pedir silenciosamente que voltassem ao início. A letra fica no ouvido, a melodia também. E quando dermos por isso vamos andar a cantarolá-la pela casa. Como nenhum pormenor é esquecido, no final da atuação colocaram o vídeo da música à nossa disposição. Somos muitos a ouvi-la repetidamente. E acredito que daqui para a frente seremos muitos mais. 

A apresentação da Moda da Morena foi mais um passo em direção ao tão aguardado primeiro cd. A ansiedade aumenta, e de outro modo não seria possível quando nos apresentam resultados tão mágicos como este. Não me importo de esperar, até porque o que é bom chega devagar. E sendo eles fora de série, valerá cada segundo. «Eu hei-de ir andando», aguardando, expectante, tudo aquilo que têm para nos mostrar. O futuro é uma espécie de caixinha mágica que não nos revela o que pode sair do seu interior, mas para eles só pode reservar algo absolutamente brilhante. É justo pelo caminho sólido, inteligente e único que se têm preocupado em construir. «E alegre cantando» é assim que vos queremos, fiéis ao que são. Foi dessa forma que nos conquistaram. É por esse motivo que permanecemos. A morena pode ter ficado «sozinha, em casa chorando», mas vocês não, porque nós estaremos bem perto, lado a lado, dando passos no mesmo compasso que os vossos. Até ao fim. 

Agora, se me permitem, vou ouvir a música mais uma vez. Mais outra. E novamente a seguir. Porque no próximo concerto tem que estar sabida na ponta da língua. Dois mil e quinze será um ano em grande para os Aurora, acredito com todo o meu coração nisso - é uma consequência natural pelo talento infindável que habita em cada um. E já começou da melhor maneira.



Viram a atuação? Já ouviram a música? O que acharam? Contem-me tudo!

«Sê plural como o universo», Fernando Pessoa


... um objeto, seria o caderno
... um número, seria o sete
... uma direção, seria o norte
... uma palavra, seria amor
... uma fruta, seria o maracujá
... um animal, seria o pinguim
... uma flor, seria o jasmim 
... um mês, seria abril
... um dia da semana, seria segunda-feira
... uma hora do dia, seria a aurora
... um clima, seria ameno
... uma árvore, seria o eucalipto
... um líquido, seria o chá
... um sabor, seria chocolate com menta
... uma música, seria portuguesa
... um elemento, seria a terra
... uma parte do corpo, seria os olhos
... um sentimento, seria a confiança
... um lugar, seria acolhedor
... um móvel, seria a estante
... um som, seria o da guitarra
... uma cor, seria azul
... uma pedra preciosa, seria Jade branco
... uma forma, seria desigual


(desafio retirado do blog da Canca)

«Você conseguiria ficar feliz durante 100 dias seguidos?»


Conheci o desafio dos #100happydays (ver aqui) há pouco menos de um mês e automaticamente decidi que o iria fazer. Por achar que tinha mais sentido, resolvi esperar e iniciá-lo no primeiro dia do novo ano. A grande diferença prende-se na maneira como o cumprirei: para além de recorrer às fotografias - que partilharei no meu twitter -, vou servir-me das palavras e apontar diariamente tudo aquilo que me fez feliz naquele dia. Quero igualmente elevar a fasquia: não ficar apenas pelos cem primeiros, mas alargá-lo aos restantes duzentos e sessenta e cinco. Já comprei o caderno que me acompanhará nesta jornada e no início de cada novo mês farei uma publicação com o resultado do mês anterior. Já não há desculpas para não olharmos para o lado bom da vida. Vamos ser felizes?

«Há tradições que ainda são o que eram»


Estádio do Dragão. Tal como no dia um de janeiro de dois mil e catorze, ontem voltei a marcar presença no palco dos meus sonhos para assistir ao primeiro treino do ano. Cheguei em cima da hora - coisa que odeio fazer - e a fila era extraordinariamente grande. Assim que entrei e vi tantas pessoas à minha volta senti-me em casa. Éramos mais de vinte e três mil corações por um amor maior. E ser Porto é isto. É estar. É sentir. É estarmos sempre preparados. No final, no discurso que fez para quem lá estava, o treinador disse que aqueles «rapazes são fortes, mas ficam mais fortes connosco». Somos uma equipa. Lutamos pelos mesmos objetivos, ainda que ocupemos posições distintas no campo de batalha. Ninguém nos demove e só assim faz sentido. Partilhamos a fé, a garra, a ambição. E é do lado esquerdo do peito que nos sai toda esta determinação para ir mais longe e vencer. Vocês deixam-nos com vontade de estar ali, na nossa casa, em qualquer outra onde joguem. É por cada um que veste essa camisola, independentemente do nome e do número que carregue nas costas, que continuaremos a querer fazer parte desta família. O nosso coração não fica azul e branco, já nasce dessa cor. Não sei traduzir em palavras o quanto me faz feliz entrar no nosso estádio, ver-vos, saber-vos a defender um emblema que também é o meu. Essa «camisola é maior do que toda a gente». Estas palavras não são minhas, mas podiam ser. São do meu melhor, do meu eterno número um, daquele que, para mim, será sempre um dos maiores símbolos do clube: Ricardo Quaresma. Começar dois mil e quinze a ver de perto todo o seu talento e dedicação é uma honra e um privilégio. Como vos escrevi uma vez, há amores que são a nossa cara, mas este é o meu coração. Por inteiro.

A minha passagem de ano é sempre em casa, rodeada dos meus, para que no fim das doze badaladas tenha ao meu lado quem mais amo. Desta vez, como só estaríamos eu e os meus pais, decidimos ir para os Aliados no fim do jantar. A transição de dois mil e catorze para dois mil e quinze fez-se ao som de Clã, com o fogo de artifício à meia noite e a atuação dos Expensive Soul logo a seguir. Valeu cada segundo! A Avenida dos Aliados estava linda com tantas pessoas. Hoje voltarei a marcar presença no Dragão para ver o primeiro treino do ano. Entraram com o pé direito? Espero que tenham feito mais do que isso e tenham entrado com um salto de gigante!
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andreia morais

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O meu peito pensa em verso. Escrevo a Portugalid[Arte]. E é provável que me encontrem sempre na companhia de um livro, de um caderno e de uma chávena de chá


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